Roubada pelo Mafioso
Roubada pelo Mafioso
Por: Danny Veloso
1

Ava

Minha vida mudou completamente quando eu, uma simples cirurgiã, fui cercada por dois carros pretos, em uma rua pouco movimentada. Senti como se meu sangue tivesse se transformado em gelo. Eram carros duvidosos; um na frente e outro atrás do meu.

Eu não tinha para onde correr, e nem sabia se conseguiria. Minhas mãos suaram e o meu coração quase parou de funcionar quando vi os estranhos vindo em minha direção. Fiquei petrificada. Meus olhos estavam arregalados e eu rezei para que aquilo, no mínimo, fosse um engano ou um pesadelo.

Eu tinha passado por um plantão, e o sono me fazia ficar estressada, mas confesso que, naquele momento, não consegui reagir.

Vi um homem de cabelos pretos, óculos escuros e roupas pretas. Sua camisa, de mangas dobradas até a metade, tinha alguns botões abertos, expondo suas tatuagens, que, provavelmente, não paravam por ali. Eu podia imaginar que ele tinha o corpo coberto por tatuagens. Sua pele era clara, por isso ele se destacava tanto, e também era sensual.

Quando o homem, com cara de poucos amigos, dirigiu-se até mim e encostou um dos braços sobre a porta do meu carro, que tinha os vidros abaixados, eu senti um frio na espinha e o encarei.

Notei que ele estava ofegante e só o ouvi dizer:

— Doutora Steven. — O som que saiu da sua boca me fez engolir em seco.

Era impossível não o encarar. E me martirizei por achar aquele sujeito bonito. Bem, bonito era pouco. Ele tinha aquela cara de cafajeste que destruía a vida de uma mulher. Infelizmente, esse era o meu tipo. Só que, naquele instante, eu não podia ser a maluca que saía com qualquer um, pois a situação ali era outra.

— Sabe o meu nome? — Eu ri de nervoso. — Me desculpa, mas... estão atrapalhando a passagem. — Não era como se ele não soubesse disso.

Sem tirar os olhos de mim, ele abaixou os óculos escuros. Foi aí que percebi que os seus olhos eram verdes. Um verde intenso. Ele era muito lindo, com cabelos lisos, tendo alguns fios mais longos sobre a testa, e com uma barba bonita e bem definida, assim como o seu maxilar.

Acho que passei muito tempo o encarando, ou o admirando, pois ele deu um sorriso sexy e falou:

— Não vim até aqui para ficar de papo.

— Então, o que deseja? — Fiquei confusa.

Sem a minha autorização, ele apenas abriu a porta do meu carro, deixando-me com os olhos arregalados novamente. Sua presença imponente quase tirava o ar dos meus pulmões.

Eu acreditava que aquilo fosse um sonho e que, provavelmente, em vez de ir para casa, acabei me deitando em algum beliche, em um quarto particular do hospital. Eu supus também que ainda estava com as mesmas roupas, depois de sair de uma cirurgia, como já tinha acontecido diversas vezes, e pensei que nunca havia tido um sonho tão doido quanto esse.

Apenas ri novamente, nervosa, achando que tudo era uma piada.

Falei em voz alta para mim mesma:

— Acho que está na hora de acordar. — Olhei para o volante em minha frente. — Sei que está cansada, as 32 horas foram demais. Acredite, eu sei, mas... é melhor voltar para casa e...

Novamente, fui surpreendida pela ação do desconhecido, que pegou em meu braço e me puxou para fora do veículo. Foi aí que percebi que não era um sonho. Sonhos não são tão realistas e não reproduziriam a força que aquele homem pôs em meu braço ao me puxar.

Ele me firmou para que eu não caísse do carro e, segurando em meus dois braços, deixou-nos frente a frente. Eu estava em silêncio, como se minha língua estivesse dormente na boca, e o olhei. Estando com o coração na mão, engoli em seco e vi que a expressão dele tinha mudado totalmente: ele estava meio que paciente, só que parecia bem irritado.

E a culpa era minha. A culpa sempre era minha. Eu falava demais, e falava muitas besteiras. Não sei como consegui chegar até ali sem que me desse mal. Contudo, parecia que o mundo tinha resolvido me punir daquela vez.

— Está na hora de calar a boca — ele falou, rude, puxando-me para o veículo escuro que estava em nossa frente.

— Espera. O que está acontecendo? — protestei. Minha ficha estava caindo, porém eu não conseguia digerir a situação. — O que foi que eu fiz?

— Cale a boca. — Comecei a me debater, desesperada. — Olha aqui, doutora... — Ele me colocou contra o carro, tirou os óculos e me olhou nos olhos. Com a surpresa, apenas me calei, com medo de ele me machucar. — Você tem um trabalho, e vai fazê-lo calada, ou irá se arrepender.

— Não o conheço e nem sei por que está fazendo isso, mas devo alertá-lo de que não fico calada. — O verde dos seus olhos ficou vermelho e eu expliquei. — É natural, tenho a língua solta.

— Então, costure-a na boca, ou vai se arrepender. — Sendo assim, ele me largou, abriu a porta e me fez entrar no veículo.

Naquele momento, o meu desespero bateu e eu senti a necessidade de gritar, no entanto, não havia ninguém por perto.

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