— Meu Deus, você só pode estar querendo me matar. — digo me sentando na cama. — Eu poderia ter um ataque cardíaco agora mesmo.— Imagina qual não foi a minha surpresa ao acordar em um lugar estranho ao lado de um cara estranho. — ela sorri — Mas acho que o seu rosto lindo diminuiu o impacto das coisas.— Eu encontrei você jogada na rua e toda machucada ontem. — digo colocando os pés pra fora da cama e esfregando o rosto — Não tive escolha e te trouxe pra cá.— Se eu estava tão mal assim porque não me levou a um hospital? Ou você achou que eu seria uma espécie evolutiva com poder auto curativo?Ela é fantástica. Atrevida mesmo. Sorrio com sua ousadia.— Não te levei a um hospital porque não confio muito na medicina de qualquer um com um diploma. E não acho que deveria aceitar suas brincadeiras sem que me diga como e porque foi parar naquele beco.Seu sorriso some um instante e então ela o abre de novo.— Bom, então acho que não vou mais brincar com você.Balanço a cabeça na sua direção
Desço e encontro Rob examinando Ellen no sofá da sala. Os botões da minha camisa que ela está usando estão abertos e eu tenho um vislumbre do seu corpo só de calcinha e sutiã. Parcialmente nua dessa forma, seus hematomas estão mais à vista. Escuto Robert perguntar sobre seus ferimentos, mas ela não responde. O que pode ter acontecido com ela desta vez? De repente me vejo esmurrar a parede ao meu lado. Os dois olham pra mim surpresos e dou de ombros sorrindo pra disfarçar.— O que deu em você? — Rob pergunta com um sorriso malicioso — Onde você estava?— Ele estava fazendo uma ligação. — responde Ellen.— Exatamente. — confirmo.— É mesmo? Porque Ellen me disse que você estava no banheiro.— Dá um tempo, Robert. — Mas que porra. Ele quer me desmascarar?— É, doutor. Ele teve um problema médico antes de fazer a ligação, por isso ele estava no banheiro quando você chegou.Posso até ter enganado a Ellen, mas dado a roupa que ela está usando, minha demora em descer, meus relatos sobre já t
Eu me abaixo e ela pula no meu pescoço quase me sufocando. Liv é uma garotinha de oito anos muito esperta. Há dois, foi diagnosticada com paralisia cerebral e desde então, começou a ser atendida aqui, já que sua família não tem condições de procurar um profissional particular.— Oi Liv. — digo afastando-a um pouco para poder olhar no seu rosto — Como você está hoje, pequena?— Bem, tio Nick. — ela responde sorridente. Observo que ela tem uma pequena ferida nos dois cotovelos.— O que houve com você Liv? Por que está machucada?— Foi aquele menino chato que me derrubou do balanço. — diz ela cruzando os bracinhos emburrada e eu logo sei que ela se refere ao Matthew.— Você e o Matt brigaram de novo? O que eu já falei sobre isso?— Ele é muito chato, tio Nick. Eu estava brincando no balanço e aí ele pediu pra brincar também, mas eu não deixei. Depois ele me derrubou.— E por que você não deixou ele brincar um pouquinho também? Você sabe que deve compartilhar.— Por que eu ainda não tinha
— Caramba, Nicholas, isso é roupa demais. — diz Ellen quando saímos da Zara repletos de sacolas — Não acho que tenho muitos lugares onde usar tudo isso.— Agora não, talvez, mas logo terá. — coloco as sacolas no porta-malas — Quando começar a trabalhar e a fazer o que quer que você veio fazer aqui em Miami.Ela me olha com o cenho franzido. Eu sorrio.— Ora, esqueceu que você me disse que tinha um propósito a cumprir quando resolveu vir para Miami?— Você levou a sério?— Claro. Tudo o que você fala eu levo a sério.Entramos no carro e voltamos para a minha casa. Passa das seis da tarde quando chegamos a Miami Beach. Estaciono a minha BMW Z4 preta ao lado dos meus outros veículos e vejo como ela olha embasbacada pra eles. Acho que em termos de meios de transportes estou bem abastecido. Créditos devidos ao meu avô Oliver. Se não fosse por ele e se dependesse do meu pai, eu estaria morando nas ruas com nem mesmo uma bicicleta para me locomover.— Uau. — Ellen assobia alto quando saímos
Ela tenta pegar um pedaço de frango e depois de muita dificuldade, finalmente o encaixa entre os hashis. Quando ela está levando até a boca, ela deve ter feito mais pressão que o necessário, por que o frango literalmente voa do palito e vem descansar perto da minha boca, em cima do lábio superior, antes de cair no chão.— Ai meu Deus. — ela ri — Deculpa, Nick. Foi totalmente sem querer.— Ah eu acredito. — digo sorrindo também.Ela deixa os dois hashis na bandeja de comida e limpa meu lábio com o dedo. Em seguida, ela coloca o dedo na boca para limpá-lo. Essa visão pode parece não ser nada demais para outro qualquer, mas para mim foi quente como o inferno. Puta que pariu. Como eu posso não pensar em sexo se ela faz isso?— Pronto. Está bem... — ela passa o dedo de novo no meu lábio —... Limpinho.— Sabe, eu tenho guardanapos ali na cozinha. — digo lambendo o lugar onde ela passou o dedo.— Está com nojo de mim? — ela pergunta séria, mas sei que ela não está perguntando isso pra valer.
É isso. É ela. Tenho uma mulher na minha casa depois de tanto tempo. Estou abrindo espaço para uma mulher entrar na minha vida de novo. É muita coincidência os sentimentos voltarem juntamente com lembranças e sonhos depois da chegada dela no meu mundo? Não. Definitivamente não é uma coincidência. Depois da Ada, eu nunca pensei em ter a companhia de alguém para nada, como já me peguei pensando em ter alguém ao meu lado enquanto olhava o céu. Isso está errado. Ela não deveria estar aqui. Que porra eu estou fazendo?— Nick? — ela chama de novo.— Mas que porra Ellen. Eu já disse que está tudo bem.Sinto seus dedos se tencionarem um pouco antes dela me soltar. Sem uma única palavra ela sai do meu lado e volta para o quarto, mas não antes que eu possa ver a expressão de choque e de... Dor?Legal, Nicholas. Belo cara bacana você é.Fecho os olhos com força e respiro fundo. Ela não tem culpa das coisas que se passam dentro de mim. Ada é culpada por isso. Embora... Ela é mulher. Não são todas
— Porque você se esconde dos sentimentos?— Por muitos motivos, mas voltando às prostitutas, — eu digo sorrindo e ela suspira visivelmente decepcionada por não ter conseguido arrancar nada de mim em relação a isso — gosto de ir lá porque, por exemplo, eu conheço uma, fico com ela e não preciso me preocupar em ter que evitá-la depois.— As meninas me contaram essa parte. Elas disseram que você só transa com uma garota de lá uma vez, ou no máximo duas.— Isso é verdade. Eu chamo de regra de três.— Regra de três?— Isso. — ela balança a cabeça confusa — Olha, eu explico. Se eu saio com uma garota uma vez, tudo bem. Ela não vai ficar no meu pé e depois do sexo eu posso simplesmente ir embora e pronto acabou.— Entendi.— Se eu saio com a mesma garota uma segunda vez, eu posso levá-la a algum lugar legal e depois partir pra transa no fim da noite e apesar de ela esperar que eu ligue no dia seguinte, ela não vai encanar nisso.Ela não move um músculo, ouvindo atentamente e me olhando com os
— Posso te propor uma coisa? — pergunto olhando para cima, para onde seus olhos olham para mim de cima para baixo.— É claro. — ela boceja.— Ora, parece que alguém está com sono. — sorrio já perdendo o foco ao ver minha nova visão favorita de novo em seus lábios.— Fala Nicholas, estou querendo voltar para o sonho maravilhoso antes de você me acordar gritando no meio da noite.— Com o que você estava sonhando? — pergunto erguendo uma sobrancelha.— Com nada que eu possa te contar. — ela cora — Agora fala, o que você quer propor pra mim?— O que era mesmo? — penso e me lembro — Ah sim. Eu estava dizendo, antes de você me interromper, que você deve me achar um pouco estranho... — ela começa a abrir a boca pra rebater isso, mas eu emendo logo — Tá bom, muito estranho, — ela concorda sorrindo — por causa de como eu tenho agido desde que nos conhecemos, não é?— É.— Mas você vai ver que isso é só porque você não me conhece, e provavelmente eu também te acho meio louca por que eu não te co