Esse foi um dos capítulos mais difíceis que escrevi até o momento, estou em lágrimas e imagino que muitas de vocês também, ou ao menos sentiram o nó na garganta... Escrevi, corrigi, li inúmeras vezes, e todas chorei.
Beatriz Acordo com o coração disparado, o peito apertado e lágrimas escorrendo sem parar. Minha respiração está curta, entrecortada, como se eu tivesse acabado de correr uma maratona. Tento me levantar, mas minhas mãos tremem tanto, que mal consigo me apoiar. O suor cola meus cabelos à testa, e tudo que consigo fazer é soluçar, revivendo as imagens terríveis que ainda me assombram. Rafael acorda com o barulho e se vira para mim, alarmado. Seus olhos, ainda sonolentos, se arregalam ao me ver nesse estado. — Beatriz, o que houve? — ele pergunta, a voz grave cheia de preocupação. Eu tento responder, mas a garganta parece travada. Ele não perde tempo, levanta da cama rapidamente e volta com um copo d’água, sentando-se ao meu lado. — Toma, bebe um pouco. Vai te ajudar a acalmar, tá bom? — diz ele, a voz firme, mas suave. Seguro o copo com as mãos ainda trêmulas, e ele cobre as minhas com as dele, estabilizando meu movimento. Dou pequenos goles enquanto ele me observa atentamente. Qu
RafaelEstou no quarto, jogando algumas roupas na mala com pressa, tentando me concentrar no essencial. Meu telefone ainda vibra na cama, notificações chegando sem parar. Othon e Renan pediram nossa presença imediata nos Estados Unidos. Ramiro já está no carro, esperando. Não dá tempo de pensar muito, só de agir. Mas a verdade é que, por dentro, estou despedaçado.Olho para a porta aberta e vejo Beatriz segurando o Rafinha no colo, enquanto a minha Giulia dorme no berço ao lado. Eles estão tão tranquilos, tão alheios ao que está acontecendo, e isso me corta o coração. É a primeira vez que vou ficar longe deles, a primeira vez que não estarei aqui para dar o beijo de boa noite nos meus filhos ou para ver o sorriso da Beatriz quando o dia começa.— Tem que ir mesmo? —Beatriz pergunta, a voz dela baixa, quase um sussurro. Sei que não é uma cobrança, mas um lamento. Eu conheço aquele tom. Ela entende as responsabilidades, sabe que não é algo que posso ignorar, mas isso não torna mais fá
BeatrizEu respiro fundo e encosto a testa na janela, observando as folhas balançarem lá fora. A noite está silenciosa, quase como se o mundo inteiro tivesse parado para ouvir o que meu coração tenta dizer. Sinto um aperto no peito, aquela saudade que não se mede, não se explica, só se sente. Rafael não está aqui, e isso dói de um jeito que nunca me acostumo.Ele sempre sai em missões, eu sei. Faz parte da vida dele, da nossa vida. Mas, desde que os pequenos chegaram, ele sempre dava um jeito de voltar à noite. Entrava pela porta como um furacão de amor, trazia aquele cheiro que só ele tem, uma mistura da sua masculinidade, suor e colônia que me deixava em paz. Era como se, ao senti-lo, eu soubesse que tudo estava bem no mundo, pelo menos no nosso pequeno mundo.Agora, a cama parece tão grande, tão fria. Meu corpo anseia pelo calor do dele, pela forma como ele me abraça e me mantém segura, como se nada pudesse nos atingir. Eu sinto falta das noites em que conversávamos até tarde, rindo
Felipe Hoje, mais um dia que estou sem ela, ainda não consegui entender, muito menos aceitar o que aconteceu!Já se passaram cinco anos desde que a Beatriz sumiu, sem deixar rastros, no início pensei até em uma viagem curta, para relaxar. São longos meses, ao qual eu ainda não consegui me libertar, ainda a tenho grudada em minha mente, no meu coração e na minha pele. Consigo ouvir a sua risada de alegria e os seus gemidos de prazer. Saudade inenarrável, os meus dedos ainda têm a recordação da textura da sua pele, do volume dos seus sei0s em minhas mãos e de como os seus mamil0s cabem entre meus dedos, a maciez de seus cabelos espalhados sobre o meu peit0.Os meus pensamentos revivem a cada instante o que sentia, toda vez que me aproximava dela, do prazer em vê-la sorrindo é muito mais além disso, a sensação de estar dentro do seu corpo, de senti-la me apertando em seu interior quando ela g0zava para mim e nem o prazer que sentia ao me liberar dentro dela.Ela é um vício, uma doenç
LipeApós dias aguardando o momento do congresso, ele finalmente está chegando!Amanhã é o grande dia, alguns palestrantes começam a chegar hoje no final da tarde, claro que nesse tempo preenchi os meus dias buscando informações sobre o tema, foram dias de muitas pesquisas, leituras e interações com alguns amigos que trabalham na área e que há muito tempo eu não tinha contato.Foi bom interagir com os meus antigos colegas, foram inúmeras conversas por aplicativos de mensagens, amanhã faremos tudo isso pessoalmente.Trocamos muitas informações e colocamos a conversa em dia, muitos deles já se encontravam casados, outros já até se divorciaram, alguns com filhos. Mas continuamos todos com o nosso amor imensurável pela biologia, a ciência que busca o benefício para a humanidade!Além disso, também fiquei responsável a pedido do reitor da universidade, que observasse a organização de todo o evento que acontecerá em um dos hotéis mais famosos da cidade.Esse hotel foi escolhido pela facili
BeatrizAmanhã é a viagem ao congresso, eu estou preparando as malas.É estranho preparar as minhas malas para representar o Rafael, nessas horas eu estaria aqui preparando as malas dele.Pois eu sempre preferia ficar para cuidar das crianças e do nosso laboratório, para mim é muito mais confortável trabalhar no laboratório do que ficar ministrando palestras.Sempre amei a prática do laboratório e aguardar a volta do Rafael era uma festa para a nossa família, pois ele sempre voltava com uma novidade para os nossos filhos. E dessa vez será totalmente diferente, não é a mala dele que estou arrumando e nem ficarei à espera da sua volta, agora eu irei e espero poder representá-lo tão bem e de uma forma tão profissional e competente quanto ele, e sinceramente espero que ele retorne logo dessa missão, já estou morrendo de saudades, mas pelo que o Othon falou, ele passará por exames mais detalhados lá nos Estados Unidos, por que depois dos últimos exames, os médicos de lá não acreditaram no
Lipe Estacionando meu carro na vaga reservada as organizadores do evento e respiro fundo, o tamanho da responsabilidade que paira sobre meus ombros, o reitor e toda a classe cientista do campus contam com a minha eficiência nesse evento. Saio do carro, ativei o alarme e vou em direção ao salão de palestras, como ficou estipulado teremos um dia de palestras e debates, um dia será direcionado atrás lados do turismo e o outro dia será livre e será finalizado com um encontro entre os participantes e acordos. Passa pela recepção, cumprimento a equipe e recepcionistas que já estão apostas vejo que a movimentação já é grande de vários cientistas e biomédicos que querem direcionar a sua carreira para o lado científico e estão interessados em participar do simpósio.Lá dentro ao salão de conferência alguns organizadores que fazem parte da equipe do hotel estão dando os últimos detalhes a mesa um debate está muito bonita e organizada com arranjos florais baixos várias taças direcionadas a c
Felipe Nesse momento, após ouvirmos com muita gratidão todos os temas debatidos nesse congresso a qual veio enriquecer o nosso conhecimento e aumentar o nosso amor pela pesquisa, passo a palavra a representante do doutor Rafael Antonelli.Vejo Beatriz olhar em minha direção atraída pelo som da minha voz, observo as suas mãos trêmulas e vejo uma leve tremor em seus lábios, ela pisca os olhos várias vezes como se não acreditasse estar diante de mim, mas não perde a postura e continua voltando a atenção aos participantes.Beatriz — Me chamo Beatriz Antonelli, sou biomédica, me encontro substituindo meu esposo, o D. Rafael Antonelli, que infelizmente teve que se ausentar de última hora, e como o tema da conferência é de nosso grande interesse, não poderia deixar de comparecer a esse evento e representa-lo aqui, perante a todos, apesar de ser uma cientista mais focada no laboratório, nos processos de execução das pesquisas.— Peço desculpas, pois o vôo atrasou muito, agradeço a todos o