Há momentos típicos de filmes de terror que você sabe que não têm nada a ver com a nossa vida real, que nunca vão acontecer. Mas o que se pode fazer quando um momento desses de repente acontece com você? Você não pode fazer nada além de tentar absorver. Isso, é claro, supondo que você pode tomar alguma atitude...Eu não consegui fazer nada enquanto observava a cena na minha frente. O aviso era claro como o dia. Eu iria cair e quebrar. Quem quer que fosse essa pessoa, estava falando sério. E era um filho da puta psicopata para matar um pobre coelho e escrever com o seu sangue.O sangue já tinha secado, mas o cheiro estava horrível. Ao olhar para o Adrian, vi que ele também estava chocado. — Que porra é essa?— Me diz você. — Eu consegui responder.— Não admira que os seguranças ficarem tão assustados. — observou Adrian. — Eu acho que eles chamaram a polícia.Virei-me para Adrian muito rápido, sentindo-me meio tonta. — Merda! O que vou falar para o Frederich?— Eu liguei para ele no cam
Impulso. Está aí algo que com certeza influencia a decisão de alguém. Eu não me lembrava de ter tomado decisões por impulso na minha vida antes de conhecer o Pierre.Olhei para a foto novamente. Um sentimento horrível de mágoa inundou meu coração enquanto via o casal feliz. Pierre tinha o braço ao redor dela, e o sorriso de amor em seu rosto era óbvio.Eu coloquei de volta a imagem no armário quando ouvi passos na minha direção. Eu não sabia se havia lágrimas nos meus olhos, então os esfreguei rapidamente apenas por precaução. Eu peguei o meu celular e fingi que estava atendendo uma ligação.— Jennifer? — A voz de Adrian veio de trás da porta fechada.— Só um minuto. — eu disse, enxugando os olhos novamente, e abri a porta. — Desculpe pela demora. Meu pai ligou.— Está tudo bem. — Adrian sorriu. — Dylan estava apenas falando sobre como você é impressionante.Forcei um sorriso. — Claro que sou.— Tem certeza que está bem? — Adrian parecia em dúvida, e eu revirei os olhos para ele.Puxa
Sem fôlego e sem palavras. Foi assim que eu fiquei. Aliás, é assim que o Pierre estava me deixando, desde que nos conhecemos.Mas eu não esperava isso do Pierre. Inferno, eu não esperava nada. Não tão cedo, de qualquer maneira. Este não era o Pierre que eu conhecia. Pierre não costumava fazer gestos extravagantes assim, ou pelo menos não na maior parte do tempo. Ele fazia pequenas coisas, e eu amava essas pequenas coisas.— Você tem um grande admirador. — disse Frederich, divertido.Revirei os olhos. — É o Pierre.— Lawrence? — Por alguma razão aquilo pareceu mais uma afirmação do que uma pergunta.— O primeiro e único. — eu murmurei.— Pelo que sei, você era sua namorada. — Frederich ergueu as sobrancelhas. — Há algo que você não está me dizendo?Eu balancei minha cabeça. — Não há nada entre nós.Frederich não pareceu convencido. Ele me deu um olhar de descrença pura.— Você sabe que eu sou seu pai, certo?Suspirei tristemente.— Não há nada, eu juro. Talvez houvesse antes, mas não m
Às vezes, só porque você diz uma coisa boa a uma pessoa que te feriu, não significa que você está bem. Só porque eu disse ao Pierre que o amava, não significa que eu o tinha perdoado. Eu estava longe disso, para ser honesta. E no caminho para a casa do Frederich, eu expressei meus pensamentos para ele.— Eu sei, Jennifer. — ele parecia melancólico. — Eu não estava esperando que você perdoasse tudo assim.Eu olhei para o seu rosto, concentrada.— Eu gostei do que você fez, seu gesto e tudo. — eu finalmente disse depois de um tempo. — Mas você me machucou muito, Pierre. E você ainda tem segredos.Eu apostei no que eu disse. Eu precisava jogar. Será se ele me contaria se eu jogasse dessa forma? O carro quase desviou de repente na pista, fazendo-me gritar, antes que Pierre o parasse completamente.— O que você quer dizer com eu tenho segredos? — Sua voz soou cortada, dura e cheia de raiva.— Todo mundo tem segredos. E, às vezes, as pessoas desabafam. — Eu encolhi os ombros. — Só que você
Quando eu pensava em morte, ou mesmo no céu, eu pensava que uma luz em um túnel comprido nos aguardava após a passagem dessa vida para a próxima. O que não esperava, era sentir uma dor excruciante, um medo pulsante, e, finalmente, uma estranha sensação de desamparo. Eu sentia como se um milhão de martelos estivessem atingindo o meu corpo inteiro.Eu estava esperando o coro de aleluia ou algo assim. Mas eu só vi escuridão, regada por uma luz fraca.Talvez minha mente estivesse vagamente consciente dos sinais sonoros, os gritos e as pessoas chamando meu nome. Eu podia ver uma mancha que parecia alguém me pedindo para manter os olhos abertos.Só que por mais que eu me esforçasse para fazer isso, eu não conseguia. Meus olhos pareciam ter uma tonelada sobre eles. Então caíram por vontade própria e um suspiro escapou dos meus lábios quando o meu corpo finalmente se desligou por completo.***Eu queria ar. A escuridão me rodeava. Era como se eu estivesse submersa, e não conseguisse respirar.
Às vezes, você quer bater em uma pessoa bem na cabeça. De preferência com um martelo ou algo semelhantemente pesado para que essa pessoa pare de ser tão estúpida. Outras vezes, você quer pegar a pessoa pelos ombros, sacudi-la e perguntar "O que você está pensando da vida?". E, às vezes, você quer apenas beijá-la até que ela perceba o quanto está sendo idiota.Apertei os olhos com força e em seguida olhei para a figura de Pierre andando em direção à porta. Antes que ele pudesse sair, no entanto, eu o parei.— Se você sair, eu vou te assombrar para sempre, Lawrence.Ele se virou, surpreso. — Me assombrar?— Estou muito perto de arrancar esses malditos fios no meu corpo.Seu rosto imediatamente se transformou.— Não! Jennifer, não faça isso.— Volte aqui e coloque sua bunda nessa cadeira. — Eu soei mandona, mas não me importei.— Tudo bem. — ele parecia que estava tentando acalmar um animal encurralado. — Eu vou sentar. Só não faça nada estúpido.Apertei os olhos para ele. Ele se sentou
Padrões. Você pode amar ou odiar, mas não pode se livrar deles. Para tudo o que fazemos na vida, seguimos um padrão. E nesses dias, minha vida tinha se tornado um padrão que eu não aguentava mais. Acordar, se vestir, comer, assistir televisão. E era só isso. Uma palavra ou outra com o Scott também fazia parte do meu dia, mas não era um padrão. Nem sempre ele estava disponível.Eu não tinha contato com o mundo externo desde que tinha ido para a casa de segurança que Frederich arranjou para mim. A última vez em que falei por telefone, foi com o Pierre, mas já fazia alguns dias e eu estava ficando louca no pior sentido da palavra.Eu já tinha lido todos os livros que estavam disponíveis na casa, visto pelo menos duas dúzias de filmes alugados previamente e até mesmo as séries disponíveis já tinham acabado. Em suma, eu estava sendo torturada.— Scott! — Eu gemi pela milésima vez.Ele olhou para mim sobre a sua colher, durante o almoço.— Eu preciso sair daqui! Já faz duas semanas...— Obr
Sabe aquele momento em que você sabe que está completamente ferrado? E que qualquer coisa que você diga, não vai ajudar? Era assim que eu me sentia naquele momento. O olhar de Pierre estava completamente paralisado. Engoli em seco, de repente querendo me esconder dentro de algum buraco. Mais precisamente, algum cheio de roupas. Olhei discretamente para Adrian e ele parecia assustado também.Seus olhos se alternavam entre Pierre e eu. Eu lancei para ele um olhar desamparado, e ele apenas deu de ombros.Pierre finalmente quebrou o silêncio.— Que porra você está fazendo?Deixei escapar uma risada nervosa.— Ahm... Engraçado você perguntar, nós, ahm... nós estávamos apenas... — eu olhei para o meu melhor amigo. — Adrian?— Experimentando algumas coisas! — Adrian disse com um sorriso pouco convincente. Eu dei um tapa na testa.Pierre estreitou os olhos.— E por que vocês estão fazendo isso?— Eu estava entediada. — as palavras voaram para fora dos meus lábios.Pierre não parecia totalment