Coragem. Uma palavra simples. Mas com cem implicações. Precisamos de coragem em todas as fases de nossas vidas. Desde o momento em que damos os primeiros passos até o momento de dar um salto. Precisamos de coragem para sair de casa, sabendo dos perigos que nos esperam do lado de fora, sabendo que nem tudo é como parece. Precisamos de coragem para dizer as palavras que queremos dizer a alguém há muito tempo. Precisamos de coragem para fazer uma simples chamada de telefone. E agora, eu precisava reunir toda a coragem que pudesse, para enfrentar o mundo que me esperava fora desta limusine. Para enfrentar o meu passado, meu presente e meu futuro inevitável.Tomei uma respiração profunda quando segurei firme a mão do Scott. Ele sorriu encorajadoramente para mim, e eu lhe dei um sorriso pequeno, forçado. Fomos recebidos pelo som de flashes e pelas luzes brilhantes. Até então, eu não tinha percebido que este baile era um evento tão grande.Imediatamente, Dylan e Leon estavam ao nosso lado, c
Eu não deveria ter ficado realmente surpresa. Eu, na verdade, não sei por que eu estava surpresa. Eu conhecia Pierre. E eu sabia que ele iria fazer algo assim. Mas eu queria xingar tudo, amaldiçoar tudo e fazer uma birra das grandes.Passar um dia inteiro com Pierre Lawrence não estava na minha lista de coisas pós-término. E isso me assustava pra caralho porque ele poderia facilmente foder a minha cabeça e me deixar carente. O efeito que ele tinha sobre mim não era normal. Pelo menos, eu não achava que fosse.— Jennifer. — a voz de Pierre me tirou dos meus pensamentos e eu vi que ele estava de pé junto ao palco improvisado, estendendo a mão para mim.Eu levantei uma sobrancelha.— Você acha que eu preciso da sua ajuda?— Acho. Você pode sempre saltar em meus braços. — Pierre respondeu, fazendo-me quase rosnar de aborrecimento.Porem, eu dei um sorriso adocicado para ele.— Eu posso sair daqui sozinha, muito obrigada.Sem esperar resposta, desci do palco, de repente percebendo que todo
Há alguns lugares que nos deixam felizes. Lugares que vamos visitar sempre que possível. Estes são os bons lugares. Onde você sente a alegria da vida, onde você é grato pelo dom da vida. Nestes lugares, nós nos esquecemos de todos os nossos problemas e abrimos caminho para a felicidade. Para a felicidade que nos consome e que aquece nosso interior. O orfanato havia se tornado esse lugar para mim.Fazia algum tempo desde que vim aqui pela primeira vez. Eu era mais próxima a Andreas, mas as outras crianças também eram surpreendentes. Olhei para Pierre totalmente surpresa. Ele encolheu os ombros.— Eu sei que você não quer passar um dia inteiro a sós comigo. Dessa forma, você não irá. Você passará um dia com essas crianças. E eu tenho certeza que elas te amam tanto quanto...Ele parou, e eu olhei para ele, atordoada. Ele estava prestes a dizer alguma coisa. Algo grande, eu suponho. Mas isso só serviu para me deixar mais confusa que nunca. Eu levantei minhas sobrancelhas, tomando a decisã
Eu não sabia o que pensar depois do que Pierre disse. Por que ele fez isso? Era inacreditável que ele estivesse fazendo uma coisa dessas depois do que aconteceu quando eu abri meu coração para ele. Eu não tive reação, então apenas assisti um estranho tirar fotos de nós e Pierre me conduzir para dentro do salão. Não era um evento. Era um jogo. E eu era a peça principal. Uma raiva inesperada me inundou e eu tirei a minha mão da dele com um arremate.Ele me olhou com surpresa. Eu tinha certeza de que a fúria estava aparecendo absoluta no meu rosto. Eu não podia simplesmente deixar Pierre fazer isso! Ele pagou por este dia, tudo bem, mas isso não significava que ele podia fazer o que lhe desse na telha.— Jennifer? — A voz de Pierre foi cautelosa. Como se estivesse falando com um animal encurralado.— O que há de errado com você, Pierre? — Eu assobiei, ciente de alguns olhos curiosos sobre nós. — Por que você fez isso?Pierre não parecia perturbado. — Jennifer, eu te disse. Eu iria te mos
Medo. Quatro letras, mas uma palavra que todo ser humano conhece. É impossível não ter medo de nada. É o medo que nos torna humanos. É ele quem nos une. É ele quem nos faz ver a vida de forma negativa ou positiva. E o pior tipo dos medos é o medo do desconhecido. Aquele que não sabemos de onde vem ou o que pode provocar.E esse medo se agarrou a mim. Alguém queria matar Pierre. Tivemos um dia confuso hoje, onde ele aparentemente sabia sobre o atentado à sua vida. E, no entanto, ele estava mais preocupado comigo, do que com ele próprio. Eu não sabia se deveria jogar um dos seus vasos caros na sua cabeça, ou apenas beijá-lo sem sentido.Esperei que Pierre falasse novamente. — Você tem alguma pista, Gus?— Apenas algumas, mas precisamos ter todo cuidado. Eu cuidarei disso até termos toda certeza.— O que você tem em mente? — Pierre parecia cansado. Meu coração apertou.— Nós manteremos a casa segura. E vamos fazer o controle de danos com a mídia. As pessoas que tentaram mata-lo ficarão e
Um grito saiu dos meus lábios, enquanto o celular caía da minha mão sobre a cama. Um instante depois, Adrian já entrava no meu quarto.Seus olhos me olharam preocupados.— O que aconteceu?Apontei para o celular sem sequer olhá-lo novamente. Adrian franziu a testa, pegando o aparelho da cama. Ele ficou em silêncio por algum tempo enquanto lia a mensagem.— Porra. — Ele finalmente falou depois de um tempo tenso. Seu rosto suavizou quando ele olhou para o que era provavelmente o meu rosto pálido. — Não se preocupe, Jennifer. Eu vou cuidar disso.— Vai? — Perguntei, esperançosa.— Vou. — Adrian confirmou. — Você quer me ajudar a fazer o almoço?Eu balancei a cabeça. Eu sabia que ele estava tentando me distrair, e eu aceitei porque não queria pensar sobre a mensagem. Me faria enlouquecer.Eu comecei a cortar os legumes que estavam no balcão. Adrian entrou algum tempo depois, e voltou a cozinhar o que quer que estivesse nas panelas. Ficamos em silêncio o tempo todo, perdidos em pensamentos
Pierre fez seu caminho para mim, cuidadoso, mas nem um pouco vacilante. Eu sabia o que ele faria. O que se passava na sua mente. E vi em câmera lenta o movimento do seu pescoço descendo à minha altura, dos seus lábios se abrindo e da lufada de ar que ele tomou antes de tocar minha boca com a sua.A minha primeira reação foi beijá-lo de volta. Eu queria colocar toda a minha angústia, toda a dor naquele beijo. Mas minhas mãos agiram por vontade própria, e eu o empurrei.— Não. —sussurrei, com meus olhos se movendo do seu rosto para nada específico.— Jennifer... — Pierre começou a dizer, mas eu o interrompi.— Não, Pierre. Pare com isso. — Minha voz se quebrou no final quando eu fui para longe dele. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, o elevador se abriu e eu saí. Eu sabia que Pierre ia me seguir. Eu ficaria surpresa se ele não fizesse isso. Leon e Dylan estavam na minha porta. Eu sorri para eles quando entrei. Mesmo antes de a porta se fechar atrás de mim, Pierre a pegou.— Jen
Há momentos em que você quer saber se o que as pessoas dizem é mesmo verdade. Se os que estão perto de você, estão a seu favor ou contra você. Quando você não consegue de fato entender cada um, você precisa fazer uma escolha. Você tem que decidir se quer continuar a viver uma mentira, ou continuar junto, na esperança de ver a verdade um dia.Eu não conseguia entender os sentimentos que passavam por mim quando ouvi Pierre no telefone.— Eu sei, caramba! — Sua voz era dura, fria. — Eu tenho que protegê-la.A outra pessoa estava falando, eu presumi, com o silêncio deste lado. Então, ouvi Pierre dar pancada na mesa.— Foda-se, Yohan. Eu sei o que é melhor para ela. E eu estou fazendo isso para protegê-la.Houve mais um silêncio, então Pierre falou de novo.— Ela é uma porra de uma Harrison, o que você esperava? — Ele rosnou. Meu sangue gelou. Ele estava falando de mim. O que ele estava dizendo? Com quem ele falando? — Eu vou mentir para ela, se isso significar que ela vai ficar comigo. Eu