(Patricia)O sábado finalmente chegou, e eu estava concentrada em encher as bexigas que faziam parte da decoração do aniversário de Perla. As cores vibrantes delas contrastavam com a tensão que eu sentia toda vez que meu celular tocava. Claro, era Diego. Quando o som irritante começou a tocar de novo, respirei fundo e desliguei sem nem olhar para a tela.Perla, que estava cuidando de outra parte da decoração, notou meu gesto e perguntou com uma expressão preocupada:— Diego ainda continua com as ligações?Assenti, sentindo o peso da situação em meus ombros.— Continua, sim... Eu já não aguento mais. Eu e Miguel fomos na delegacia dar queixa, mas eles disseram que com essas ligações, não poderiam fazer muito.Perla bufou, claramente frustrada.— Eles não fazem é nada! — ela disse, com raiva.Sorri, tentando aliviar o clima.— Esquece esse assunto, Perla. Hoje é o seu aniversário. Vamos focar nisso, tá?Nesse momento, a campainha tocou. Perla correu para abrir a porta, e eu continuei
(Miguel)Eu estava saindo do hospital praticamente às pressas. Tinha que dar tempo de me arrumar e ir para a festa de Perla. Queria muito estar com Patrícia, aproveitar um momento mais leve, longe da correria e dos problemas do dia a dia. Mas assim que entrei no carro, meu celular começou a tocar. Olhei para a tela e vi o nome de Natália. Suspirei, sentindo uma mistura de frustração e preocupação. Não era o melhor momento para lidar com mais um problema.Decidi ignorar a ligação. Liguei o carro, tentando focar no que estava por vir. Mas as chamadas continuaram, uma após a outra. Natália não desistia. Já impaciente, e ao mesmo tempo preocupado, cedi. Parei o carro no acostamento e atendi a ligação, indo direto ao ponto:— Natália, o que foi? Aconteceu alguma coisa?Do outro lado da linha, o choro dela era evidente. Meu coração apertou, já me preparando para o pior.— Miguel, a minha mãe... Ela desmaiou! Eu não sei o que fazer, ela não acorda de jeito nenhum! — Natália disse entre s
Estava prestes a avançar quando vi Patrícia se afastar rapidamente de Fabrício, sua expressão cheia de urgência.— Fabrício, não faz isso... Eu estou com o Miguel — ela disse, a voz dela soando firme, mas com um toque de nervosismo. — Eu queria te contar, só precisava de um tempo. Nós nos envolvemos, mas agora não dá mais para esperar.Fabrício congelou, percebendo minha presença. O olhar dele mudou, escurecendo de repente.Ele não disse nada, mas passou por mim com força, esbarrando propositalmente no meu ombro. Poderia ter reagido, mas deixei passar. O mais importante agora era Patrícia.
A segunda-feira chegou com um peso diferente. Eu estava no hospital, tentando me concentrar no trabalho, mas a ansiedade do que estava por vir estava sempre presente.A ideia de finalmente confrontar Diego estava na minha mente, girando em círculos. Era o momento pelo qual eu vinha me preparando, e precisava garantir que nada desse errado.Enquanto estava revisando alguns prontuários em minha sala, meu celular começou a vibrar.Olhei para a tela e vi o nome de Patrícia. Pedi licença ao meu colega de trabalho e saí da sala para atender.— Oi, amor.— disse, tentando manter a voz calma apesar da tensão que sentia. 
(Miguel)Entrar na casa foi mais fácil do que eu esperava. Galles, com a habilidade de quem já fez isso incontáveis vezes, arrombou a porta do quarto com um único movimento.O som da madeira quebrando ecoou pela pequena casa, e a mulher que estava com Diego soltou um grito estridente de pânico.A cena que se desenrolou diante de nós era perturbadora. Ela estava em uma posição bem íntima com Diego, mas antes que ele pudesse reagir, um dos meus homens já estava atrás dele, pressionando o cano de uma arma contra sua cabeça.A mulher gritava incessantemente, o som era quase ensurdecedor, até que um dos homens se a
(Patricia)Eu olhei incrédula para a tela do meu celular, sentindo um peso crescente no meu peito. Era quase três da manhã. Eu estava confusa e ferida, me perguntando o que ele estaria fazendo fora de casa àquela hora. Meu coração disparou, e uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto.Eu tentei me convencer de que ele estava ocupado com algo importante, talvez uma emergência no hospital. Mas a forma como ele me tratou, me fazia duvidar disso. — Será que ele está com outra mulher? — A ideia me causava um frio na espinha. Tentei afastar esse pensamento, mas era difícil ignorar. Respirei fundo e, com o coração pesado, decidi voltar para o apartamento. Cada passo parecia um esforço. Ao chegar em casa, fechei a porta atrás de mim e encarei o vazio, me sentindo mais sozinha do que nunca. A sensação de rejeição e insegurança estava me sufocando.Fui para o quarto e, ao invés de deitar, me sentei na beirada da cama. Olhei para a pulseira que Miguel me deu e a toquei com dedos trêmulos.
(Patricia)Escolhi um vestido que se ajustava ao meu corpo de forma sutil, sem ser extravagante. Nada que chamasse muita atenção, mas o suficiente para eu me sentir bem. Deixei meu cabelo solto, as ondas naturais caindo sobre meus ombros. Optei por uma maquiagem leve, mas com um toque especial: batom escarlate, que dava um destaque ao meu look. Calcei meus saltos, passei meu perfume favorito e peguei minha bolsa, certificando-me de que o spray de pimenta e meus documentos estavam dentro. Estava pronta.Quando saí do quarto, encontrei Perla já esperando, também toda arrumada. Ela me olhou de cima a baixo e sorriu.— Você está maravilhosa! — ela disse.— Obrigada, você também está linda. — respondi, retribuindo o sorriso.Saímos e pegamos um Uber até o clube que Perla havia escolhido. Quando chegamos, fiquei admirada com o lugar. Era tranquilo, elegante, exatamente o tipo de ambiente que eu precisava para esquecer meus problemas.— Esse lugar é lindo, Perla. — comentei, olhando ao r
(Patricia)Eu estava saindo da faculdade quando meu celular tocou. Olhei para a tela e vi o nome de Miguel. Meu coração acelerou um pouco, e eu me perguntei se devia atender ou não. Perla estava ao meu lado e percebeu minha hesitação.— Ah, para de teimosia e atende logo — ela disse, com uma leve risada. — Vai saber o que ele tem para falar.Suspirei e, com um último olhar para Perla, decidi atender.— Alô?— Oi, Patrícia — a voz de Miguel veio do outro lado da linha, soando um pouco nervosa. — Me desculpe por não ter conversado com você mais cedo. Eu queria falar com você pessoalmente. Eu respirei fundo, tentando manter a calma.— Tudo bem. Eu só… não sabia o que pensar. — minha voz estava tensa, mas eu tentei soar o mais calma possível.Houve um suspiro de alívio do outro lado da linha.— Ótimo. Então podemos nos encontrar no estacionamento do prédio às 17 horas?— Está bem — concordei. — Até mais.Nos despedimos e desliguei, sentindo um misto de ansiedade e alívio. A ideia de fi