A segunda-feira chegou com um peso diferente. Eu estava no hospital, tentando me concentrar no trabalho, mas a ansiedade do que estava por vir estava sempre presente.
A ideia de finalmente confrontar Diego estava na minha mente, girando em círculos. Era o momento pelo qual eu vinha me preparando, e precisava garantir que nada desse errado.
Enquanto estava revisando alguns prontuários em minha sala, meu celular começou a vibrar.
Olhei para a tela e vi o nome de Patrícia. Pedi licença ao meu colega de trabalho e saí da sala para atender.
— Oi, amor.— disse, tentando manter a voz calma apesar da tensão que sentia.
 
(Miguel)Entrar na casa foi mais fácil do que eu esperava. Galles, com a habilidade de quem já fez isso incontáveis vezes, arrombou a porta do quarto com um único movimento.O som da madeira quebrando ecoou pela pequena casa, e a mulher que estava com Diego soltou um grito estridente de pânico.A cena que se desenrolou diante de nós era perturbadora. Ela estava em uma posição bem íntima com Diego, mas antes que ele pudesse reagir, um dos meus homens já estava atrás dele, pressionando o cano de uma arma contra sua cabeça.A mulher gritava incessantemente, o som era quase ensurdecedor, até que um dos homens se a
(Patricia)Eu olhei incrédula para a tela do meu celular, sentindo um peso crescente no meu peito. Era quase três da manhã. Eu estava confusa e ferida, me perguntando o que ele estaria fazendo fora de casa àquela hora. Meu coração disparou, e uma lágrima teimosa escorreu pelo meu rosto.Eu tentei me convencer de que ele estava ocupado com algo importante, talvez uma emergência no hospital. Mas a forma como ele me tratou, me fazia duvidar disso. — Será que ele está com outra mulher? — A ideia me causava um frio na espinha. Tentei afastar esse pensamento, mas era difícil ignorar. Respirei fundo e, com o coração pesado, decidi voltar para o apartamento. Cada passo parecia um esforço. Ao chegar em casa, fechei a porta atrás de mim e encarei o vazio, me sentindo mais sozinha do que nunca. A sensação de rejeição e insegurança estava me sufocando.Fui para o quarto e, ao invés de deitar, me sentei na beirada da cama. Olhei para a pulseira que Miguel me deu e a toquei com dedos trêmulos.
(Patricia)Escolhi um vestido que se ajustava ao meu corpo de forma sutil, sem ser extravagante. Nada que chamasse muita atenção, mas o suficiente para eu me sentir bem. Deixei meu cabelo solto, as ondas naturais caindo sobre meus ombros. Optei por uma maquiagem leve, mas com um toque especial: batom escarlate, que dava um destaque ao meu look. Calcei meus saltos, passei meu perfume favorito e peguei minha bolsa, certificando-me de que o spray de pimenta e meus documentos estavam dentro. Estava pronta.Quando saí do quarto, encontrei Perla já esperando, também toda arrumada. Ela me olhou de cima a baixo e sorriu.— Você está maravilhosa! — ela disse.— Obrigada, você também está linda. — respondi, retribuindo o sorriso.Saímos e pegamos um Uber até o clube que Perla havia escolhido. Quando chegamos, fiquei admirada com o lugar. Era tranquilo, elegante, exatamente o tipo de ambiente que eu precisava para esquecer meus problemas.— Esse lugar é lindo, Perla. — comentei, olhando ao r
(Patricia)Eu estava saindo da faculdade quando meu celular tocou. Olhei para a tela e vi o nome de Miguel. Meu coração acelerou um pouco, e eu me perguntei se devia atender ou não. Perla estava ao meu lado e percebeu minha hesitação.— Ah, para de teimosia e atende logo — ela disse, com uma leve risada. — Vai saber o que ele tem para falar.Suspirei e, com um último olhar para Perla, decidi atender.— Alô?— Oi, Patrícia — a voz de Miguel veio do outro lado da linha, soando um pouco nervosa. — Me desculpe por não ter conversado com você mais cedo. Eu queria falar com você pessoalmente. Eu respirei fundo, tentando manter a calma.— Tudo bem. Eu só… não sabia o que pensar. — minha voz estava tensa, mas eu tentei soar o mais calma possível.Houve um suspiro de alívio do outro lado da linha.— Ótimo. Então podemos nos encontrar no estacionamento do prédio às 17 horas?— Está bem — concordei. — Até mais.Nos despedimos e desliguei, sentindo um misto de ansiedade e alívio. A ideia de fi
(Patricia)A semana toda foi um turbilhão de sentimentos misturados. Eu consegui ver Miguel sempre que ele tinha um tempinho, mas com a rotina dele no hospital se intensificando por causa das festas, nossos encontros eram sempre rápidos e breves. Entendia a situação dele, mas não conseguia evitar a saudade que sentia. Cada vez que nos encontrávamos, eu sentia um vazio crescente quando ele ia embora.Além disso, havia algo que estava começando a me incomodar: Natália. Parecia que, sempre que eu ia visitar Miguel, ela estava lá, de alguma forma, interferindo. Ele sempre comentava sobre o quanto ela estava, e eu não pude deixar de sentir uma pontinha de incômodo. Mesmo com essa sensação, não queria confrontar Miguel sobre isso. Confiava nele e achava que o melhor seria manter a calma e esperar.Estava no meu quarto, mergulhada nesses pensamentos, quando Perla entrou com um sorriso radiante.— Paty…— ela exclamou, seus olhos brilhando.— Oi?— perguntei, curiosa.— Vou trazer o meu namo
(Patricia)Eu me entregava às carícias de Miguel, tentando me deixar levar pelo momento, mas uma sensação incômoda persistia em meu peito. Algo não estava certo, e eu sabia que precisava ser honesta comigo mesma e com ele. Com um suspiro, me afastei um pouco e olhei diretamente nos olhos dele. Vi a confusão e a preocupação em seu olhar, e isso me deu a coragem que eu precisava para falar.— Miguel, — comecei, tentando manter a voz firme. — Eu estou realmente me esforçando para entender a situação com a Natália, mas a presença constante dela entre nós está sendo demais para mim. Eu sei que ela está doente e precisa de atenção, e eu quero ser compreensiva, mas... Eu hesitei por um momento, tentando encontrar as palavras certas.— Ela é sua ex e, apesar de eu tentar não sentir ciúmes, eu não consigo evitar. Confio em você, mas não consigo confiar nela. Ele me ouviu em silêncio, e eu podia ver a compreensão em seu olhar. Ele assentiu lentamente e começou a falar.— Eu imagino como vo
(Miguel)Eu estava na clínica, tentando me concentrar nos laudos que precisava terminar, quando Vinícius entrou na minha sala. Ele parecia mais tenso do que o normal, e isso logo chamou minha atenção.— Ei, Vinícius — cumprimentei, tentando decifrar o que poderia estar acontecendo. — Algum paciente agora? - perguntou.Ele se sentou e eu balancei a cabeça, sinalizando que não tinha pacientes naquele momento.— Não, meu próximo paciente só vai chegar em uma hora — respondi, colocando os papéis de lado e focando nele. — O que foi? Parece preocupado.Vinícius respirou fundo e começou a me contar.— Lembra da ex-viúva que eu te falei, com quem eu resolvi aquele caso e acabei me envolvendo? — ele perguntou, a voz um pouco trêmula.Assenti, curioso e preocupado. — Sim, lembro. O que aconteceu com ela?Ele deixou escapar um ar pesado e, com um olhar de desespero, revelou:— Ela apareceu. Grávida.Eu estava tomando um gole de água e quase engasguei com a surpresa. Forcei-me a me recuperar e
(Miguel)Perla se aproximou, seus olhos estreitados de raiva.— O que você estava fazendo, Miguel? — Ela perguntou, a voz baixa, mas carregada de frustração. — Você acha que a Patrícia é idiota para você brincar com ela desse jeito?Meu coração disparou, a culpa me esmagando por dentro. Eu sabia que a situação parecia ruim, mas não tinha feito nada de errado. Respirei fundo, tentando manter a calma.— Perla, eu não fiz nada. Natália apareceu aqui de repente, sem avisar, mas eu não tenho nada com ela — expliquei, a minha voz saindo tensa, mas honesta.Perla não parecia convencida. Ela estreitou os olhos ainda mais, me encarando com desconfiança.— Então por que ela te beijou tão próximo? — questionou, cruzando os braços como se estivesse me desafiando.Suspirei, passando a mão pelo cabelo em um gesto nervoso.— Eu já pedi para ela parar com isso. Mas Natália gosta de provocar, e isso não tem nada a ver comigo. Eu não quero isso — respondi, tentando fazer com que ela entendesse a situaç