Neamir— Um demônio? — pergunta lewyn, com a voz dando uma leve falhada, dado que ainda parece meio incrédulo com o que acabou de dizer. Minhas palavras também não são o suficiente para que fique confiante no que ouviu.— Sim, um demônio — afirmo. — Enquanto buscava por outras espécies que gostaria de usar para os seus planos malucos, alguém mencionou a existência deles e nosso pai se dedicou a encontrar um ou a descobrir como invocá-los.— Mas isso é uma loucura — comenta Lewyn.— Nosso pai é louco, se perdeu na sua própria insanidade — lembro a ele.— Tudo bem, continue — articula, deixando mais do seu temor a mostra, embora, acredite que consiga pensar em quais seriam os planos dele após ter uma nova criatura em suas mãos.— Ele fez muitas tentativas, buscou várias formas de como resolver um problema recorrente que sempre ocorre quando se mistura um demônio com qualquer outra espécie — explico em detalhes mais grosseiros, já que as minucias são perigosas e amedrontadoras. Ele sabe
LewynEu soube, desde o momento em que tive certeza de que ela era na minha frente, que tudo aquilo que a vi enfrentar enquanto estávamos juntos não era nada em comparação com o que viveu enquanto não nos vimos.Eu já sabia, tinha isso cravado em minha mente, como um espinho que nunca conseguiria retirar, porque ele era feito da falta de informações, dos momentos em que não pude estar ao lado dela, pela minha inutilidade diante de tudo aquilo que ela sofria enquanto não a via.Vivi com arrependimento, com um desejo de vingança me consumindo, ansiando que as palavras de uma estranha pudessem valer algo para mim e no final o que eu encontrei foi o pedaço da minha alma sofrendo por não poder lidar com seus demônios sozinha.Agora preciso ouvir que nosso pai foi ainda mais inescrupuloso com ela.Isso é uma loucura. Todos esses anos e
Lewyn— Nosso pequeno bebê está tão tranquilo — comenta o bruxo se sentando do meu lado, observando-me como se quisesse ter certeza de que a conversa que tive com Neamir não mudou drasticamente o que desejo fazer.No entanto, não houve modificações que valham a pena ser mencionadas, uma vez que o meu interesse, as minhas vontades, continuam iguais. Preciso arranjar um jeito de acabar com a vida de nosso pai, somente assim nos livraremos dos temores que nos incomodam diariamente.— Ele acabou de acordar, então, está quietinho depois de comer — conto, porém, Éden não é um bebê que dá trabalho.Ele costumava chorar um pouco para dormir quando estávamos na casa de Ceyas, mas agora, passa a maior parte do tempo admirando o que os adultos querem lhe mostrar
Ceyas— Os lobos mudaram bastante, mesmo que não faça tanto tempo assim que começamos a introduzi-los em combate — comenta Onna.Observo a reação de alguns e é bem claro que para eles, mesmo que tentemos, não são habeis para se aperfeiçoarem em lutas, porem, como a intenção aqui é elevar, mesmo que minimamente a capacidade ofensiva de toda a alcateia, este não é um grande problema.Se puderem se cuidar um pouco mais, sei que se sentirão mais confortáveis, independente de que problema possa correr atras deles mais tarde. Experimento os olhos de minha irmã queimando a minha pele.Ela não tem nenhum temor em me encarar como se pudesse arrancar não apenas a minha vida, mas também os meus pensamentos, já que eles são o que a preocupam na realidade.— Não
Ceyas— Quem é esse? — pergunto a Kanoi, sentindo a cada segundo que passa que não gosto desse cara. Essa expressão dele não é nada convincente. Fora que Kanoi não é do tipo de pessoa que anda com outra em seu bolso.Costuma trabalhar sozinha, tanto é que, apesar de ter uma boa relação com os bruxos que moram em Eldergrove, ela nunca quis criar um coven, embora eles a considerem capaz disso.Houve um período em que muitos comentários a respeito do que ela faria se espalharam pela cidade, no entanto, no fim, Kanoi decidiu seguir sozinha, sem se preocupar. Sempre que é necessário, briga pelo que pode ser bom para os bruxos, mas não toma a liderança.Isso não faz com que eles fiquem espalhados, mas a maioria, assim como ela, tende a ficar dentro de seus pr&
Neamir— Você continua cheirando ao sangue do meu irmão — aviso Rosian quando ele se deita atrás de mim, pondo uma mão em minha cintura, puxando-me para trás.— Tomei três banhos, mas você ainda sentiria o cheiro dele se eu arrancasse a minha pele — sussurra, passando o braço embaixo do meu pescoço para garantir que eu fique colada nele. — Dormiu um pouco? Vi que Tity conseguiu fazer o Éden dormir.— Eles o fizeram ficar agitado após verem ele começar a andar — murmuro, virando-me para sentir o cheiro da sua pele de mais perto, porque se sobressai ao de sangue dessa maneira. — Éden está crescendo muito rápido, mas rápido do que previu.— Eu disse que não tinha como ter certeza, é a primeira criança com
NeamirSinto os braços de Rosian em cima de mim, mas sei que Falout continua no cômodo porque o seu cheiro esfregasse embaixo da minha narina com força. Apesar de todo o esforço noturno, me sinto renovada.Embora, queira muito outro banho.— Ei, seus filhos da puta — murmuro, esticando o meu braço para acertar os dois. Falout dormiu agarrando Rosian, e ele me manteve colada nele. — Vocês se aproveitam de eu ter cura acelerada — reclamo, acertando os dois mais uma vez.Falout segura minha mão, passando os seus dedos nos meus para impedir que eu continue atacando os dois. Solto um suspiro mordendo o peitoral de Rosian e o bastardo apenas ri.Acabei de falar sobre a minha cura, mas ainda sinto partes do meu corpo queimando, e é exatamente onde eles me morderam. Rosian sempre faz com que essas partes se curem devagar.— Você acordou bem agi
Ceyas— Devo dizer que essa é uma recepção estranha, cuidei tão bem de você — professa Lugi, atacando Neamir com suas palavras, mas os seus olhos não saem de Lewyn.Para meu amigo, nesse momento só existe esse homem e nem posso criticá-lo, dado que minha atenção tem mudado de lugar somente por breves segundos. Neamir parece com uma luz acesa na minha frente, obrigando-me a encará-la.Precisei conter a minha vontade de atingir a barreira após vê-la sem roupas. Tem tantas marcas em seu corpo e reconheço muito bem como elas podem ser feitas.Aqueles dentes pertencem a alguém nessa casa.O homem que lhe ajudou a se vestir como se fosse a coisa mais comum do mundo permanece do seu lado, como se não fosse sair dali até que ela o ordene, porém, não acredito que ela pedirá para sair.— Me desculpe se não podemos te recepcionar de um modo melhor, mas é porque não esperávamos visitantes — declara Neamir, olhando-nos através da barreira, dado que não fizeram nada para nos permitir atravessá-la.E