NeamirEu olho para Éden, sorrindo com o coração aquecido.Vê-lo dessa maneira é o motivo de todas as minhas lutas diárias.Ele engatinha pelo tapete macio com uma graça que quase me faz esquecer de respirar. Meu filho tem crescido muito bem. É dessa forma que quero que continue. O menino sorri para mim, fazendo pequenos movimentos suaves, demonstrando a sua segurança, deixando nítido o quanto sabe o que faz.Éden, decididamente, tem se desenvolvido mais rápido que outras crianças não humanas.Cada movimento perfeito é feito com precisão e eu me pego admirando toda a sua concentração.Me agacho para ficar mais perto dele, tocando o chão com suavidade, esperando guiá-lo até mim; no entanto, não preciso. Ele é muito independente, como um pequeno explorador, descobrindo o mundo à sua maneira.Sabe que tem sempre alguém o observando, seja de perto ou de longe.— Você está indo muito bem, minha pequena lua — digo, minha voz se suavizando para corresponder ao sorriso molhado que ele me dá. E
NeamirSinto os braços de Rosian em cima de mim, mas sei que Falout continua no cômodo porque o seu cheiro esfrega-se embaixo da minha narina com força. Apesar de todo o esforço noturno, sinto-me renovada.Embora queira muito outro banho.— Ei, seus filhos da puta — murmuro, esticando o meu braço para acertar os dois. Falout dormiu agarrado a Rosian, e ele me manteve colada nele. — Vocês se aproveitam de eu ter cura acelerada — reclamo, acertando os dois mais uma vez.Falout segura minha mão, passando os dedos nos meus para impedir que eu continue atacando os dois. Solto um suspiro, mordendo o peitoral de Rosian, e o bastardo apenas ri.Acabei de falar sobre a minha cura, mas ainda sinto partes do meu corpo queimando, e é exatamente onde eles me morderam. Rosian sempre faz com que essas partes se curem devagar.— Você acordou bem agitada, mesmo que tenhamos te cansado bastante — murmura Rosian, passando a perna por cima de mim, me prendendo ainda mais.— Cura acelerada, sangue demoníac
Ceyas— Devo dizer que essa é uma recepção estranha, cuidei tão bem de você — professa Lugi, atacando Neamir com suas palavras, mas seus olhos não saem de Lewyn.Para meu amigo, nesse momento só existe esse homem, e nem posso criticá-lo, dado que minha atenção tem mudado de lugar somente por breves segundos. Neamir parece com uma luz acesa na minha frente, obrigando-me a encará-la.Precisei conter a minha vontade de atingir a barreira após vê-la sem roupas. Tem tantas marcas em seu corpo e reconheço muito bem como elas podem ser feitas.Aqueles dentes pertencem a alguém nessa casa.O homem que lhe ajudou a se vestir como se fosse a coisa mais comum do mundo permanece ao seu lado, como se não fosse sair dali até que ela o ordene, porém, não acredito que ela pedirá para sair.— Me desculpe se não podemos te recepcionar de um modo melhor, mas é porque não esperávamos visitantes — declara Neamir, olhando-nos através da barreira, já que não fizeram nada para nos permitir atravessá-la.Ela é
CeyasTer Neamir parada na minha frente me dá um grande alívio, embora me sinta irritado por diversos outros motivos, alguns que nem consigo proferir sem me sentir um idiota. Alguns, que sei que me fariam ter a cabeça arrancada pelos seus companheiros.Os dois bruxos são excepcionais, consigo saber apenas olhando. O sujeito mais afastado parece ser a última linha de defesa da casa. Aqueles dois que saíram para caçar ainda não tenho certeza do que são, no entanto, a mulher cuidando de Éden também é um enigma. Tudo aqui é um grande quebra-cabeça que tenho que resolver se quiser informações.Poderia tentar pedir ajuda para o meu amigo, mas ele está do lado de Lewyn, sentado ali, guardando a sua posição como se anunciasse que o homem não vai para lugar nenhum sem que os olhos dele saiam dele.— Estamos sentados e confortáveis, não acha que deveriam começar a dizer como nos encontraram? — pergunta Neamir. Move o seu braço na frente do bruxo, parece estar impedindo-o de fazer algo.— Você te
Ceyas— Veio dar de mamar longe dos olhos das pessoas? — pergunto, vendo-a virar seu rosto minimamente para verificar quem entrou no recinto silencioso. Os outros moradores da casa não parecem muito preocupados com a gente, pelo menos até que a sua líder diga que somos um perigo.— Não, ele só estava meio agitado, então queria que comesse primeiro — explica de um modo muito razoável, o que é bem estranho nas conversas que temos. — Não quis conhecer mais da casa?— Não me lembro de você andando na minha casa para conhecer os cômodos — brinco e ela desvia o olhar do meu, como se não precisasse me responder algo assim, dado que, provavelmente, não se sentia segura. — Te incomodava tanto assim estar no mesmo lugar que eu? Parece muito diferente em um território seu.— As pessoas se adapta
Lugi— Você não tem nada a me dizer? — pergunto para ele, agradecendo por mostrarem um lugar onde poderíamos ficar sem que haja pessoas ao redor, embora saiba que não mude o que podem ouvir.— Pedir desculpas quando não me sinto mal apenas me tornaria um canalha, não acha? — replica, e concordo, é algo que ele diria.No entanto, uma parte de mim ainda gostaria de ouvi-lo dizendo que também se sente mal pelo distanciamento que tivemos, que experimentou todos os seus neurônios queimando, que ponderou sobre ser muito mais fácil apenas correr para tentar me encontrar.— Eu não sou o que espera de mim, na verdade, sou uma decepção desde que nasci — articula, olhando-me confuso, depois que aperto a sua bochecha em um beliscão duro.— Não fale dessa maneira, imagine como a Neamir se sentirá ouvindo que pensa em si dessa forma. Como eu me sinto… tudo bem não acreditar que é o meu lumeny, mas imaginar um mundo em que não está faz o meu coração sangrar — aviso a ele.Não queria que soasse como
CeyasMe sinto um pouco mal de ouvir tanto da conversa do meu amigo, mas depois daquele sujeito ter dito que esperaria Neamir, nós acabamos ficando em silêncio. Com certeza, ela também escutou o que os dois conversam.Afinal, o que acontece com o seu irmão é importante para ela.— Pelo visto, os dois se entenderam — comento, completando na minha mente com: “de um modo maluco”. No entanto, tem como ser de outra forma com esses dois?Neamir e Lewyn podem não ter convivido por muito tempo, no entanto, são parecidos. O jeito como tentam resolver os problemas, a facilidade com que conseguem deixar o que não importa para trás.— O elo está a favor deles — profere, no entanto, não tenho certeza de se elas são positivas ou não, considerando que Lugi automaticamente entra em uma lista perigosa, dado que o pai quer que os dois voltem para suas mãos.Se ele souber que pode usar o lumeny de Lewyn vai atrás dele.Tenho certeza de que meu amigo considerou essa possibilidade.Pessoas ruins não ligam
Ceyas— Você a deixou puta — diz o sujeito, se sentando do meu lado. Cruza as pernas, estica os braços na extensão do banco e olha para o bebê sentado em meu colo. Achei que um lugar que parecesse mais calmo nos ajudaria, me ajudaria.Com certeza, não pensei que ele seria a pessoa a vir me encontrar. Como Éden não mostrou o mínimo interesse em dormir, apenas considerei que deveria mimá-lo um pouco, dado o tempo que não nos vemos.— Sabe o quão complicado é fazê-la ficar de bom humor? É tipo missão impossível — brinca Rosian, falando como se eu precisasse disso para ter certeza de que há alguém do meu lado, o que não é o caso.Conseguiria sentir a sua presença mesmo que não quisesse, pois ela é forte, como se houvesse magia correndo para fora dele. Só consigo pensar que é dessa maneira que posso explicar, dado que, fora o uso da magia, um bruxo normalmente pareceria um humano.— Vamos ter que trabalhar muito a noite para conseguir fazer ela dormir — diz, por mais que olhe para o seu ro