CeyasTer Neamir parada na minha frente me dá um grande alívio, embora me sinta irritado por diversos outros motivos, alguns que nem consigo proferir sem me sentir um idiota.Alguns, que sei que me fariam ter a cabeça arrancada pelos seus companheiros.Os dois bruxos são excepcionais, consigo saber apenas olhando. O sujeito mais afastado parece ser a última linha de defesa da casa.Aqueles dois que saíram para caçar ainda não tenho certeza do que são, no entanto, a mulher cuidando de Éden também é um enigma. Tudo aqui é um grande quebra-cabeça que tenho que resolver se quiser informações.Poderia tentar pedir ajuda para o meu amigo, mas ele está do lado de Lewyn, sentado ali, guardando a sua posição como se anunciasse que o homem não vai para lugar nenhum sem que os olhos dele saiam dele.— Estamos sentados e confortáveis, não acha que deveriam começar a dizer como nos encontraram? — pergunta Neamir. Move o seu braço na frente do bruxo, parece estar o impedindo de fazer algo.— Você te
Ceyas— Veio dar de mamar longe dos olhos das pessoas? — pergunto, vendo-a virar seu rosto minimamente para verificar quem entrou no recinto silencioso. Os outros moradores da casa não parecem muito preocupados com a gente, pelo menos até que a sua líder diga que somos um perigo.— Não, ele só estava meio agitado, então queria que comesse primeiro — explica de um modo muito razoável, o que é bem estranho nas conversas que temos. — Não quis conhecer mais da casa?— Não me lembro de você andando na minha casa para conhecer os cômodos — brinco e ela desvia o olhar do meu, como se não precisasse me responder algo assim, dado que, provavelmente, não se sentia segura. — Te incomodava tanto assim estar no mesmo lugar que eu? Parece muito diferente em um território seu.— As pessoas se adapta
Lugi— Você não tem nada a me dizer? — pergunto para ele, agradecendo por mostrarem um lugar onde poderíamos ficar sem que haja pessoas ao redor, embora saiba que não mude o que podem ouvir.— Pedir desculpas quando não me sinto mal apenas me tornaria um canalha, não acha? — replica, e concordo, é algo que ele diria.No entanto, uma parte de mim ainda gostaria de ouvi-lo dizendo que também se sente mal pelo distanciamento que tivemos, que experimentou todos os seus neurônios queimando, que ponderou sobre ser muito mais fácil apenas correr para tentar me encontrar.— Eu não sou o que espera de mim, na verdade, sou uma decepção desde que nasci — articula, olhando-me confuso, depois que aperto a sua bochecha em um beliscão duro.— Não fale dessa maneira, imagine como a Neamir se sentirá ouvindo que pensa em si dessa forma. Como eu me sinto… tudo bem não acreditar que é o meu lumeny, mas imaginar um mundo em que não está faz o meu coração sangrar — aviso a ele.Não queria que soasse como
CeyasMe sinto um pouco mal de ouvir tanto da conversa do meu amigo, mas depois daquele sujeito ter dito que esperaria Neamir, nós acabamos ficando em silêncio. Com certeza, ela também escutou o que os dois conversam.Afinal, o que acontece com o seu irmão é importante para ela.— Pelo visto, os dois se entenderam — comento, completando na minha mente com: “de um modo maluco”. No entanto, tem como ser de outra forma com esses dois?Neamir e Lewyn podem não ter convivido por muito tempo, no entanto, são parecidos. O jeito como tentam resolver os problemas, a facilidade com que conseguem deixar o que não importa para trás.— O elo está a favor deles — profere, no entanto, não tenho certeza de se elas são positivas ou não, considerando que Lugi automaticamente entra em uma lista perigosa, dado que o pai quer que os dois voltem para suas mãos.Se ele souber que pode usar o lumeny de Lewyn vai atrás dele.Tenho certeza de que meu amigo considerou essa possibilidade.Pessoas ruins não ligam
Ceyas— Você a deixou puta — diz o sujeito, se sentando do meu lado. Cruza as pernas, estica os braços na extensão do banco e olha para o bebê sentado em meu colo. Achei que um lugar que parecesse mais calmo nos ajudaria, me ajudaria.Com certeza, não pensei que ele seria a pessoa a vir me encontrar. Como Éden não mostrou o mínimo interesse em dormir, apenas considerei que deveria mimá-lo um pouco, dado o tempo que não nos vemos.— Sabe o quão complicado é fazê-la ficar de bom humor? É tipo missão impossível — brinca Rosian, falando como se eu precisasse disso para ter certeza de que há alguém do meu lado, o que não é o caso.Conseguiria sentir a sua presença mesmo que não quisesse, pois ela é forte, como se houvesse magia correndo para fora dele. Só consigo pensar que é dessa maneira que posso explicar, dado que, fora o uso da magia, um bruxo normalmente pareceria um humano.— Vamos ter que trabalhar muito a noite para conseguir fazer ela dormir — diz, por mais que olhe para o seu ro
Neamir“Meu quarto virou um ponto de encontro?” penso, vendo que Rosian foi o mais ousado, abrindo caminho. No entanto, consigo sentir a presença de Falout vindo até onde estamos.— Se você quer que eu te dê uma recompensa, hoje é um péssimo dia — aviso, dado que nós não conseguimos informações da pessoa que Lugi e Ceyas dizem ter os auxiliado a nos encontrar.Julien entrou em contato com as pessoas da Lua espectral, mas eles afirmaram que não enviaram ajuda a ninguém e eu sei que eles não mentiriam para ela, porque temeriam que raios caíssem em suas cabeças, explodindo seus corpos.— Não pedi nada — professa, puxando-me por uma perna, fazendo questão de abri-la e, com o seu descaramento, desliza o seu nariz bem no meio da minha boceta. — Só vim porque sabia que precisaria de mim para dormir. De nós — anuncia no instante em que a porta se abre.Falout a fecha atrás dele e se apoia nela, cruzando os braços.Os fios loiros parecem um pouco mais bagunçados do que o normal e, devido à sua
NeamirDesde que nasci, não há uma única parte minha que seja normal, no entanto, esses dois sempre acabam me lembrando de que até pessoas como eu podem se sentir cansadas. Solto um suspiro, colocando uma mão em cima da cabeça de Falout.Rio vendo a quantidade de mordidas em seu corpo.Até parece que Rosian é aquele que precisa de sangue para viver.No entanto, tudo o que precisa para fazer os seus truques é nos canalizar.— Do que está rindo? — pergunta, afastando meu cabelo para trás, ficando deitado de lado ao nosso lado, já que Falout está meio deitado em cima de mim, com sua cabeça apoiada sobre os meus seios.— Tem certeza de que não tem nenhum traço vampírico dentro de você? — perquiro, virando meu rosto de lado para evitar ver o pequeno golpe que lança em minha testa com seus dedos.— Quem sabe, seu pai enfiou tanto dentro de mim que nem o Falout conseguiu ultrapassá-lo — declara, acertando o sujeito silencioso da mesma maneira que fez comigo. — Fico menos atraente se não for a
Ceyas— Como estão decidindo os turnos para ficar de olho em mim? — pergunto para o sujeito, ajustando a mamadeira de Éden, uma vez que sentado ele consegue segurá-la com muita facilidade.Não é só em tamanho que ele cresceu, consegue dar vários passos sozinhos e, quando não pode dá-los, apenas engatinha para onde quer. Mantê-lo nos braços é algo que gosta, porém, também aprecia fazer com que as pessoas o persigam.— Você é o Yvon, certo? O guarda-costas — brinco, dado que mantém uma distância de mim, como se a sua tarefa fosse analisar o que faço, contudo, não se incomoda em fazer isso sem que eu saiba.— Tem se sentido à vontade? — pergunta, me deixando um pouco surpreso. Acho que o vi falar poucas vezes