Saí daquela sala como se o chão estivesse pegando fogo depois da reunião. Meu coração ainda batia forte demais, e eu odiava isso. Odiava o que Thomas fazia comigo, odiava como ele me fazia vacilar, odiava que, por um segundo — apenas um mísero segundo —, eu quase tivesse cedido.Passei direto pelo corredor, ignorando tudo e todos, indo até o banheiro feminino. Fechei a porta e me apoiei na pia, olhando meu reflexo no espelho. Eu estava transtornada. Minhas bochechas estavam coradas, meus olhos brilhavam demais, meu peito subia e descia rapidamente. Maldição.Borrifei um pouco de água no rosto, tentando me acalmar. Eu não podia deixar isso acontecer. Não podia deixar Thomas virar meu maior problema. Ele me encurralou naquela sala como se soubesse que eu não teria forças para mandá-lo para o inferno.Ele estava certo, porque eu não o mandei para o inferno.Eu deveria ter gritado, o empurrado, ameaçado jogá-lo na justiça por assédio, qualquer coisa. Mas não. Eu só fiquei ali, parada, sen
A noite estava quente, abafada, e o calor parecia ainda mais intenso quando saí do restaurante e vi Thomas encostado em seu carro, os braços cruzados sobre o peito, a expressão sombria e tensa. Ele me esperava. E eu sabia, pelo olhar carregado dele, que não seria uma conversa tranquila. — O que foi essa palhaçada, Savannah? — ele perguntou, sem rodeios, antes mesmo que eu pudesse me aproximar completamente. Eu o encarei, mantendo minha expressão impassível, mesmo que por dentro meu coração estivesse disparado. — Não faço ideia do que você está falando, Thomas. — Não? — Ele soltou uma risada seca, empurrando-se do carro e diminuindo a distância entre nós em um passo lento e predador. — Você quer me dizer que foi coincidência estar aqui, vestida desse jeito, com aquele babaca te devorando com os olhos? — E se for? — arqueei uma sobrancelha, sem recuar. — Desde quando eu preciso da sua permissão para sair, Thomas? Desde quando você tem esse direito? Os olhos dele arderam em
Eu saio com ele, claro. Porque eu não sou de recuar, e muito menos de perder um jogo.Thomas abre a porta do carro para mim, e eu entro, cruzando as pernas bem devagar, sabendo muito bem que ele está me observando.Quando ele dá a volta e senta ao volante, eu já sinto o ar pesado entre nós.— Para onde estamos indo? — pergunto, fingindo casualidade.Thomas me encara por um instante, um sorrisinho diabólico se formando no canto da boca.— Você confia em mim para descobrir?Não. Nem um pouco.Mas também não sou mulher de fugir do perigo.— Não. Mas isso não vai me impedir de ir.Ele ri, balançando a cabeça, e acelera o carro.Eu me encosto no banco, mantendo a expressão indiferente, porque esse homem não vai perceber que está começando a me afetar. Não ainda.Chegamos a um hotel. Um hotel luxuoso, discreto, digno de um Montserrat. Minha mente grita que eu deveria dizer alguma coisa. Perguntar por que viemos aqui e fingir surpresa. Mas Thomas apenas sai do carro, dá a volta e abre a porta
Eu estou perdida. Totalmente entregue.E não me arrependo.Os lábios de Thomas ainda estão na minha pele, os dedos deslizando lentamente pela curva do meu quadril, marcando meu corpo como se ele tivesse acabado de tomar posse de algo que sempre foi dele. E, no fundo, ele tem razão. Porque desde o momento em que nossos caminhos se cruzaram, desde o primeiro embate, a primeira troca de farpas, a primeira vez que senti essa raiva insuportável misturada com um desejo ainda maior... Eu já era dele. E agora não há mais fuga.Meu peito sobe e desce rapidamente, tentando acompanhar a respiração ainda descompassada. Meus músculos ainda tremem, sensíveis demais ao toque dele, como se meu corpo tivesse sido esculpido para se encaixar no dele.Thomas se move ao meu lado, e eu sinto o olhar dele em mim.— Você está pensando em fugir?A voz rouca dele roça na minha pele como fogo, e eu fecho os olhos, tentando me recompor. Mas não tem volta, não depois do que aconteceu aqui. Não depois do jeito que
O que eu fiz?O que eu fiz?O que eu fiz???O pensamento ecoa na minha cabeça como um alerta vermelho, mas a verdade é que eu não me importo. Não agora. Não quando Thomas t está me prendendo contra a parede como se fosse dono do mundo. Dono de mim. E o pior? Eu quero ser dele. Quero que ele me tome, que me enlouqueça, que me arraste para o mesmo inferno em que ele está queimando.Ele me devo a com a boca, com as mãos, com esse maldito corpo que faz qualquer mulher perder a cabeça. Eu não deveria estar me derretendo assim. Não deveria estar arqueando o corpo contra o dele.Mas é exatamente o que estou fazendo.— Savannah... — Ele murmura meu nome contra minha pele, a voz rouca, carregada de puro desejo.Jesus.Isso faz meu corpo inteiro arrepiar.Minhas mãos agarram os ombros dele, para me manter de pé. Mas eu não estou no controle. Thomas está. E o jeito como ele me olha, como se estivesse prestes a me consumir, me faz perder qualquer resquício de sanidade.— Você não tem noção do que
Meu corpo ainda está sobre o dela. Lento. Satisfeito. Exausto. O quarto está mergulhado num silêncio denso, apenas nossas respirações misturadas no ar carregado do cheiro de nós dois.Minha cabeça repousa sobre a barriga dela, sentindo seu peito subir e descer, enquanto minha mão desliza preguiçosa pela sua coxa nua. Eu nunca me senti assim antes. Desarmado. Perdido. Absurdamente satisfeito. E, ao mesmo tempo… Com medo. Medo de que, se eu me afastar agora, ela simplesmente vá embora.— Preciso de um banho… — minha voz sai rouca, baixa.Mas não me mexo. Não quero sair dali e não quero deixar ela escapar.Savannah suspira, preguiçosa, e então, vem o golpe.— Estou com fome.Meus músculos se retesam instantaneamente. Mas antes que um sorriso satisfeito se forme nos meus lábios, ela finaliza o ataque:— De comida, Thomas.Eu rio. Baixo, rouco, divertido. Ela nunca facilita para mim. E talvez seja por isso que eu nunca a quis tanto.Me apoio sobre os cotovelos, subindo um pouco o corpo, ap
Acordo com a luz suave da manhã filtrando-se pelas cortinas do hotel. Meu primeiro instinto é esticar o braço, procurando o calor do corpo de Savannah, mas não encontro nada. Abro os olhos, piscando algumas vezes, e o vazio ao meu lado me atinge como um soco no estômago. A cama ainda está ligeiramente desarrumada onde ela dormiu, mas ela não está aqui.Franzo o cenho, sentando-me lentamente.— Savannah? — chamo, minha voz rouca, ainda sonolento.Nenhuma resposta.Levanto-me e caminho até o banheiro. Vazio. Olho em volta, checando o outro quarto. Nada dela. A única coisa que resta são seus vestígios. O cheiro suave de seu perfume ainda pairando no ar, seu copo de vinho pela metade na mesa de cabeceira. Mas ela mesma... Ela sumiu. Foi embora sem me acordar.A constatação me atinge de uma forma que não estou pronto para lidar. Corro a mão pelos cabelos, tentando afastar o incômodo que cresce dentro de mim. Por que estou sentindo isso? Ela não me prometeu nada. Nós não fizemos juras ou ac
Ela me enlouquece. Savannah me enlouquece. Desde o primeiro dia, desde a primeira provocação, desde o primeiro olhar atravessado…Eu deveria estar no controle. Eu sempre estive. Mas agora sou um homem sem escapatória, porque eu a tenho em meus braços, e não há nada no mundo que eu queira mais do que isso.— Diga, Savannah. — Minha voz sai rouca, com desejo por ela. — Diga que vai parar de me evitar.Ela morde o lábio, me desafiando com aquele olhar afiado e tentador.— E se eu ainda não tiver certeza?— Então, vou tentar te convencer.E Deus sabe que vou mesmo.Meus lábios voltam a tomar os dela, famintos, determinados. Minha língua explora, exige, domina. Ela geme contra minha boca e isso é minha ruína. Minha mão desliza por suas costas, puxando-a ainda mais para mim, sentindo cada maldita curva dela pressionada contra mim. Eu a seguro com força, sem intenção de soltá-la. Não desta vez. Nunca mais.Savannah tenta manter o jogo, tenta me provocar mais, mas eu sei que ela já não tem ma