Meu corpo ainda está sobre o dela. Lento. Satisfeito. Exausto. O quarto está mergulhado num silêncio denso, apenas nossas respirações misturadas no ar carregado do cheiro de nós dois.Minha cabeça repousa sobre a barriga dela, sentindo seu peito subir e descer, enquanto minha mão desliza preguiçosa pela sua coxa nua. Eu nunca me senti assim antes. Desarmado. Perdido. Absurdamente satisfeito. E, ao mesmo tempo… Com medo. Medo de que, se eu me afastar agora, ela simplesmente vá embora.— Preciso de um banho… — minha voz sai rouca, baixa.Mas não me mexo. Não quero sair dali e não quero deixar ela escapar.Savannah suspira, preguiçosa, e então, vem o golpe.— Estou com fome.Meus músculos se retesam instantaneamente. Mas antes que um sorriso satisfeito se forme nos meus lábios, ela finaliza o ataque:— De comida, Thomas.Eu rio. Baixo, rouco, divertido. Ela nunca facilita para mim. E talvez seja por isso que eu nunca a quis tanto.Me apoio sobre os cotovelos, subindo um pouco o corpo, ap
Acordo com a luz suave da manhã filtrando-se pelas cortinas do hotel. Meu primeiro instinto é esticar o braço, procurando o calor do corpo de Savannah, mas não encontro nada. Abro os olhos, piscando algumas vezes, e o vazio ao meu lado me atinge como um soco no estômago. A cama ainda está ligeiramente desarrumada onde ela dormiu, mas ela não está aqui.Franzo o cenho, sentando-me lentamente.— Savannah? — chamo, minha voz rouca, ainda sonolento.Nenhuma resposta.Levanto-me e caminho até o banheiro. Vazio. Olho em volta, checando o outro quarto. Nada dela. A única coisa que resta são seus vestígios. O cheiro suave de seu perfume ainda pairando no ar, seu copo de vinho pela metade na mesa de cabeceira. Mas ela mesma... Ela sumiu. Foi embora sem me acordar.A constatação me atinge de uma forma que não estou pronto para lidar. Corro a mão pelos cabelos, tentando afastar o incômodo que cresce dentro de mim. Por que estou sentindo isso? Ela não me prometeu nada. Nós não fizemos juras ou ac
Ela me enlouquece. Savannah me enlouquece. Desde o primeiro dia, desde a primeira provocação, desde o primeiro olhar atravessado…Eu deveria estar no controle. Eu sempre estive. Mas agora sou um homem sem escapatória, porque eu a tenho em meus braços, e não há nada no mundo que eu queira mais do que isso.— Diga, Savannah. — Minha voz sai rouca, com desejo por ela. — Diga que vai parar de me evitar.Ela morde o lábio, me desafiando com aquele olhar afiado e tentador.— E se eu ainda não tiver certeza?— Então, vou tentar te convencer.E Deus sabe que vou mesmo.Meus lábios voltam a tomar os dela, famintos, determinados. Minha língua explora, exige, domina. Ela geme contra minha boca e isso é minha ruína. Minha mão desliza por suas costas, puxando-a ainda mais para mim, sentindo cada maldita curva dela pressionada contra mim. Eu a seguro com força, sem intenção de soltá-la. Não desta vez. Nunca mais.Savannah tenta manter o jogo, tenta me provocar mais, mas eu sei que ela já não tem ma
Eu finalmente consegui escapar de Thomas. Ele me olhou, com aqueles olhos intensos que me pediam para ficar, mas eu sabia que precisava de um tempo para processar tudo o que aconteceu entre nós. Eu não tinha mais o controle, e ele sabia disso. Ele me deixou ir, mas o desejo de voltar para ele ainda queimava dentro de mim.Cheguei em casa, a última coisa que queria era encarar Isabelle, mas sabia que não tinha como fugir. A porta estava aberta, e a luz da sala iluminava o espaço. Ela estava sentada à mesa, com o notebook aberto, concentrada em algo. Quando me viu, sorriu e me cumprimentou, mas algo no seu olhar dizia que ela sabia que algo estava errado.— Você passou a noite trabalhando? — Ela perguntou, sem tirar os olhos da tela. Eu podia ver que ela tentava ser casual, mas a tensão estava ali. Ela não me viu chegar em casa, nem de manhã, e eu sabia que ela havia notado minha ausência.Eu me senti desconfortável, como se estivesse sendo desmascarada. Eu não sou boa em mentir para Is
Eu não sabia o que esperava de mim mesmo. O que estava acontecendo comigo? Acordei naquela manhã, sem Savannah ao meu lado, e algo dentro de mim parecia vazio. Havia um silêncio pesado, uma falta que eu não estava acostumado a sentir. O vazio não estava só no quarto, estava dentro de mim.Eu sabia o que havia acontecido entre nós, mas eu não sabia mais o que isso significava. Não queria que fosse só uma noite, só um erro. Eu não era de ter arrependimentos, e, na maioria das vezes, tomava decisões sem olhar para trás. Mas com ela… com Savannah, tudo parecia diferente. Ela havia me virado do avesso, e agora eu não sabia mais como lidar com a bagunça que ela causou em minha mente e em meu coração.Levantei da cama e fui até o banheiro, tentando me reerguer. Meu reflexo no espelho não me dizia nada sobre quem eu era agora. O que estava acontecendo comigo? Ela me dominava de uma maneira que eu nunca havia experimentado. Eu não conseguia mais pensar em outra coisa, e isso me assustava. Eu q
Eu nunca fui um cara que aceitava perder. Nem nos negócios, nem na vida. Mas ali estava eu, encarando Savannah, tentando convencê-la de algo que eu nunca precisei convencer ninguém antes.Eu sabia que ela sentia o mesmo. Estava nos olhos dela, na forma como me olhava quando achava que eu não percebia. Estava na forma como o corpo dela respondia ao meu toque, como cada beijo que trocamos era cheio de desejo, e mais do que isso... necessidade. Mas, de alguma forma, ela ainda insistia em lutar contra isso. Contra mim.Ela me olhava, eu via a indecisão e a resistência no olhar, como se estivesse travando uma guerra interna. Eu queria entender. Mas, mais do que isso, queria derrubar as barreiras dela, queria que ela simplesmente aceitasse o que estava acontecendo entre nós.— Você não pode simplesmente me descartar desse jeito, Savannah. — Minha voz, carregava toda a frustração que eu sentia.Ela suspirou, passando as mãos pelos cabelos, claramente exausta dessa conversa.— Eu não estou te
Enchi minha taça até a metade e dei um gole longo, sentindo o calor do vinho deslizar pela minha garganta. Eu precisava disso. O dia tinha sido longo. A noite, ainda mais exaustiva. E minha cabeça estava explodindo numa dor alucinante. Isabelle estava no quarto. Trocamos apenas um "oi" quando cheguei, e então cada uma seguiu para o seu próprio espaço. Ela estava chateada comigo. E, honestamente, eu não podia culpá-la. Suspirei, encostando a cabeça na cabeceira da cama e fechando os olhos. A imagem de Thomas veio na minha mente sem permissão. Ele sempre fazia isso. Era insistente. Intenso. Avassalador. E, de alguma forma, eu sempre acabava cedendo, mas não dessa vez. Dessa vez, eu faria o que era certo.Antes que eu me perdesse em mais pensamentos, a campainha tocou. Pisquei algumas vezes, surpresa. Não esperava ninguém. E, pelo visto, Isabelle também não, porque demorou alguns segundos antes de ouvi-la se movendo pela casa. Pensei em sair para ver quem era, mas a voz dela abafada na
Eu nunca fui de fugir, mas, pela primeira vez na minha vida, não queria encarar a realidade. Não queria encarar ela. Então cancelei tudo. Todas as reuniões, todos os compromissos, todo o inferno corporativo que eu geralmente dominava com uma mão amarrada nas costas, e me afundei em uísque barato num bar decadente.Eu não deveria estar surpreso. Afinal, eu fiz isso comigo mesmo. A resistência de Savannah finalmente fazia sentido. Era por causa de Isabelle. E, para piorar, ela estava certa em me rejeitar.Eu nunca me senti tão fodidamente miserável.— Já vi você de todas as formas possíveis, Thomas. — a voz de Eric soou ao meu lado, carregada de sarcasmo. — Mas essa é nova.Não levantei a cabeça.— Vai embora, Eric.— Nah. — Ele se jogou no banco ao meu lado e fez sinal para o barman. — Eu gosto de ver você sofrer.Soltei um riso amargo.— Ótimo. Então aproveita o show.Ele virou o drink de uma vez e me estudou de soslaio.— Agora fala.Balancei a cabeça, encarando o líquido âmbar no me