Assim que Clara entrou na casa, deparou-se com uma mulher de cerca de vinte e oito anos, sentada no sofá com as pernas cruzadas, assistindo televisão, enquanto a tia Lorena estava ocupada na cozinha, cuidando de um senhor idoso.A mulher no sofá percebeu Clara e deixou de lado a maçã que estava comendo.- A mocinha da cidade voltou. A casa está uma bagunça, sinta-se à vontade para escolher um lugar para sentar.Celso e Lorena ficaram constrangidos, mas não disseram nada.Lorena se aproximou de Clara, examinando-a de cima a baixo, preocupada, e perguntou: - Você emagreceu. Seu pai está mimando aquela mulher e ignorando você?- Isso é exatamente o que está acontecendo. A mãe dela já faleceu há tantos anos e os homens são todos insensíveis. Quando encontram alguém mais bonita, eles esquecem completamente de suas esposas humildes.Quem estava falando era a cunhada de Clara, a nora da casa, uma mulher com cerca de vinte e oito anos.Ela tinha uma expressão ácida e sarcástica e lançou um ol
Paulo avistou o carro pela primeira vez e não pôde deixar de se impressionar.- Clarinha, você viu esse carro? Ouvi dizer que vale vários milhões. O grande patrão chegou esta noite e até o gerente está bebendo com ele há várias rodadas. Foi ele quem mencionou que aquela parede branca estava um pouco vazia. Foi só então que pensei em você. Esses chefes têm gostos exigentes e as pessoas que dirigem esse tipo de carro podem ser temperamentais. Mas você não precisa se sentir pressionada.Clara percebeu a inveja em sua voz e sorriu. - Bem, eu vou entrar agora. Sr. Paulo, você pode ir embora.O Vila Royal é o melhor lugar para se hospedar na Cidade A, construído de acordo com os padrões de um hotel cinco estrelas e nunca estava aberto ao público. Eles só recebiam empresários que iam investir na Cidade A.Era a primeira vez de Clara lá dentro.O jardim era extremamente elegante, com pavilhões e torres a cada três passos, além de grutas e fontes a cada cinco passos. Além disso, podia-se ver
Simão não respondeu, sentindo de repente uma agitação em seu peito, uma sensação de desconforto que o consumia por dentro.No dia anterior, seu cachorro tinha o incriminada, fazendo com que um estranho o xingasse por engano.Hoje, no meio da noite, ele estava sendo perseguido na Cidade A para que jogassem tinta nele. Em um instante, Simão começou a se perguntar se devia alguma coisa a aquela mulher de alguma vida passada.Clara olhou para o rosto frio e autoritário do homem e percebeu que tudo não era fruto de sua imaginação.Ela sabia que tinha causado um problema e só podia tentar consertá-lo. Ela apressadamente disse: - Presidente Simão, você tem roupas reserva? Você pode trocar esta camisa e eu vou lavá-la para você.Simão olhou para a paleta de tintas que ela segurava e se virou, caminhando alguns passos para longe.Clara ficou parada onde estava, sentindo-se bastante arrependida. Por que parecia que toda vez que algo assim acontecia, ela acabava encontrando ele?Simão notou q
O quarto estava incrivelmente silencioso.Simão levou a mão à têmpora instantaneamente e a contemplou.Clara concluiu sua fala e, percebendo que estavam sozinhos no quarto eque poderia dar margem a pensamentos impróprios, riu timidamente. - Eu estava apenas falando sem pensar.Simão a encarou, realmente curioso se ela agia da mesma forma com outros homens quando estava fora de casa. Ele se questionou se o marido dela estava ciente disso.Ele abaixou o olhar e adotou um tom mais ríspido. - Por favor, saia.Clara pensou que talvez ele apenas evitasse interações com pessoas do sexo oposto, protegendo a honra da senhorita da Família Silva.- Desculpe, Presidente Simão. Eu não quis dizer nada demais. Tenha uma boa noite.Ela não tinha segundas intenções, apenas viu seu cliente embriagado e quis oferecer ajuda para ganhar sua estima.Até agora, Simão não havia respondido nem dado qualquer indicação sobre o projeto em que ela estava trabalhando. Embora confiasse em seu próprio trabalho, a
A cena daquela noite voltou à mente dele.Ele recordou-se de duas covinhas nas costas dela, logo acima das vértebras e nas laterais da coluna lombar. Na arte, essas covinhas eram conhecidas como "os olhares sensuais do corpo humano".Com ela de costas, sua figura era graciosamente esculpida, com uma suave curva que o transportou de volta àquela noite em que a segurou pela cintura, fazendo-a se contorcer.Os cílios de Simão tremeram levemente e sua garganta se contraiu.A atmosfera começou a se encher de uma sutil ambiguidade. Clara segurava o pincel, sentindo seu corpo aquecer um pouco.Ela ouviu passos se aproximando e uma onda de calor emanou de trás dela. Ela ficou instantaneamente tensa, mas Simão apenas passou por seu lado, inclinando-se para pegar outro pincel.Por um breve momento, o peito dele tocou suas costas, um toque fugaz, mas a temperatura parecia penetrar suas roupas e tocar sua pele.Clara permaneceu imóvel, sem ousar se mover. Ela observou Simão mergulhar o pincel
Clara dormiu até o meio-dia direto, acordando com uma terrível dor de cabeça. Seu celular estava vibrando incessantemente e ela rapidamente atendeu.Era sua tia Lorena, com um tom de urgência em sua voz.- Clarinha, liguei para você várias vezes e você não atendeu. Alguma coisa aconteceu? Estava pensando em pedir para seu tio ir te procurar.Clara olhou para as cinco chamadas não atendidas e entendeu por que estavam preocupados.- Está tudo bem, tia. Eu simplesmente dormi até tarde porque fiquei acordada até tarde ontem à noite e não ouvi o telefone.Lorena suspirou de alívio. - Você vai ao túmulo da sua mãe hoje?- Sim, já acordei e estou me arrumando. Vou comprar algumas oferendas em breve.- Seu tio já comprou as oferendas. Eu pedi para ele esperar do lado de fora de onde você mora. Quando você sair, pode encontrá-lo lá e ele te levará.Clara desligou o telefone e, em menos de cinco minutos, estava pronta. Ela saiu e se encontrou com Celso.Celso entregou as oferendas que tinha c
Quando Simão ouviu aquela voz, franzir as sobrancelhas foi inevitável. Ele ergueu os olhos de um monte de documentos e viu Clara do lado de fora do carro, com um sorriso radiante.A paisagem da Cidade A era deslumbrante. Naquele momento, ela revelou metade do rosto, e seus olhos pareciam refletir o esplendor da luz solar lá fora.A pressão que ele estava exercendo sobre os documentos aumentou involuntariamente.“Por que sempre a encontro em todos os lugares?” Simão pensou.No entanto, Clara não percebeu a estranheza momentânea dele e bateu no vidro. - Presidente Simão, posso entrar?Simão baixou os olhos e falou calmamente: - Claro, entre.Clara abriu a porta do carro e entrou.O sol lá fora estava escaldante, era hora do almoço. No momento em que ela abriu a porta, uma onda de calor invadiu o carro, junto com o leve aroma que emanava dela.Celso, que estava atrás, relaxou ao ver Clara entrar no carro e seguiu no veículo de trás.Não demorou muito para eles avistarem uma BMW na fr
Renata franziu a testa, sem alternativa.Paulo, que dirigia na frente, não conseguiu mais se conter e interveio.- Celso, suas pernas não estão bem. Ainda temos mais de duas horas de viagem pela frente. Até quando você pretende andar? O amigo de Renata não tem uma moto? Renata pode pegar uma carona.Mal ele terminou de falar, Renata o contrapôs:- O sol está muito forte, minha pele não aguenta tanto sol. Eu não quero andar de moto. Além disso, meu amigo não gosta de ficar apertado. Por isso, o deixei voltar primeiro. Meu pai está bem de saúde, mais um pouco de caminhada fará bem a ele. Sr. Paulo, por favor, continue dirigindo.Paulo estava muito irritado, mas ao ver que Celso já havia saído do carro, não podia mais argumentar.Celso desceu do carro, o sol escaldante lá fora o deixou tonto, e ele não queria mais incomodar ninguém para buscá-lo, então decidiu voltar a pé.De volta à Vila Royal, Clara desceu do carro e esperou um pouco até que o carro de trás também chegasse.Vários líder