Sofia estava à beira da loucura e pegou o celular para ligar para Clara.Clara ainda estava dormindo e atendeu meio sonolenta, ouvindo os gritos de raiva de Sofia do outro lado:- Sua vadia! Você terá o que merece! Espere só por mim!- Que louca! - Clara desligou o telefone imediatamente e voltou a dormir.- Ah! - Sofia ficou descontrolada no mesmo lugar, com o rosto coberto de lágrimas e muco.Então ela tentou correr para o segundo andar da mansão, mas foi impedida pelos seguranças:- Srta. Sofia, o Sr. Lucas está descansando.- Pai! Pai! Eu sou sua única filha! Como você pode fazer isso comigo! Como pode! - Ela gritava histérica, os olhos vermelhos como um louco.Mas o andar de cima permaneceu em silêncio, sem resposta.Sofia tremia de raiva, quase desmaiando de fúria.Sua saúde já não era boa e ela estava usando toda sua força enquanto chorava e gritava.Mas Lucas não apareceu em momento algum.A raiva nos olhos de Sofia se transformou em frieza.Ela arrancou o cartão das mãos do ad
Trinta e cinco por cento das ações do Grupo Silva deviam valer pelo menos várias centenas de milhões. Lucas estava doente na cama e Ximena teve problemas. A família Silva agora era composta apenas por Clara. Assim que ela morresse, a empresa mudaria de mãos.Ian ergueu a cabeça confiante:- Podem ficar tranquilos, essa droga eu consegui com muito esforço através de contatos!Outros ainda estavam um pouco assustados, afinal, isso era ilegal.Mas ao pensar na autoridade de Clara, as pessoas não conseguiam engolir a raiva.Afinal, eram 35% das ações.Em um silêncio total, Marcelo finalmente não aguentou mais:- Você não se esqueça do compromisso entre a família Silva e a família Santos. Senão, como o Grupo Santos nos ajudaria a obter financiamento duas vezes? Se algo acontecer com ela, se a família Santos começar a investigar, o que faremos?Ian riu friamente:- Vocês querem adivinhar quem me deu essa droga?- Quem? – Perguntou outros.- Sofia. – Respondeu Ian.Antes, Ximena tinha uma pre
Ela estava prestes a se levantar para voltar para casa quando Ian entrou.- Presidente Clara, aqui estão os documentos de demissão de alguns de nós. Dê uma olhada.Clara arqueou as sobrancelhas, surpresa por esse grupo estar disposto a se demitir voluntariamente. Seu semblante se suavizou bastante.- Fiquem tranquilos, não faltarão as verbas rescisórias.Nesse momento, Ian estava ao lado de Clara, que ainda estava sentada, examinando seriamente os documentos. Mas as rugas em sua testa se aprofundaram cada vez mais, pois os documentos estavam irregulares.Ela levantou a cabeça, prestes a falar, mas sentiu um cheiro pungente que a atingiu de repente, deixando-a instantaneamente tonta. Adormeceu.Ian mandou a equipe de limpeza trazer um enorme lixeiro e ameaçou a pessoa:- Esqueça tudo o que viu aqui, senão você será o próximo!A equipe de limpeza, composta pelos funcionários mais novos da empresa, ficou aterrorizada, assentindo apressadamente.Só então Ian, satisfeito, instruiu:- Agora
Ela tinha feito o máximo para não desagradar Simão."Será que ainda não era suficiente?"Ela não disse nada, apenas abaixou os cílios.O sequestrador desligou o telefone e chutou Clara.- Srta. Clara, ouviu isso? Você não significa nada para o seu marido.O cabelo de Clara foi agarrado, forçando ela a olhar para cima.O homem a observou, engolindo em seco.- Você é tão bonita, é difícil acreditar que Simão não gosta de você.Ele a levantou e cobriu sua cabeça com um saco de estopa, enfiando um pano rasgado em sua boca, e a levou para dentro da fábrica.Lá dentro, Gabriela também estava coberta por um saco, mas sua boca estava livre, ela chorava sem parar.- Soltem-me! Soltem-me!O homem que carregava Clara chamou os outros.- O que estão esperando? Vamos embora! Simão vai chegar em minutos, vocês querem morrer aqui?Eles tinham sido firmes ao lidar com Simão, mas isso era por causa de vinte milhões.Nunca tinham visto tanto dinheiro na vida, suficiente para arriscarem suas vidas.Mesmo
O fogo dentro do quarto já havia sido extinto. Clara estava encolhida no canto, com as cordas desatadas e o objeto em sua boca removido.Momentos antes, uma labareda quase a atingiu, mas ela foi arrastada para longe a tempo.Quando a sacola foi removida de sua cabeça, ela viu a faxineira, que deveria estar na empresa.- Srta. Clara, você está bem?A faxineira parecia genuinamente preocupada, seu rosto magro e amarelado estava marcado pela ansiedade.Clara sentiu que conhecia aquela pessoa, mas, ao ouvir a voz de Lucas, a mulher se assustou e correu.Lucas viu Clara sozinha, encolhida no canto, sem ferimentos, mas com as roupas sujas e o cabelo coberto de poeira.O cheiro pungente de fumaça e queimado ainda pairava no ar.Lucas, com um gosto metálico na boca, deu ordens a seus homens:- Vão... Ajudem ela a se levantar.Dois seguranças se aproximaram rapidamente, mas Clara se levantou sozinha.Ela percebeu que Lucas estava se esforçando demais.Ela mal o chamou e Lucas cuspiu sangue, ca
- Srta. Clara, não fique triste. - O guarda-costas, pensando que Clara não havia respondido porque estava abalada pelas palavras de Simão, falou com delicadeza.Clara suspirou profundamente.- Meu pai quer voltar para casa. Vamos esperar que ele acorde e então retornaremos. Por favor, cuidem bem dele e não permitam que ninguém o perturbe, especialmente os avós.- Entendido, senhorita. - Respondeu o guarda-costas, demonstrando respeito. Desde a prisão de Ximena, Clara assumiu o comando do Grupo Silva.Agora, com a posse de ações, ela se tornou a legítima herdeira da empresa.Após dar mais algumas orientações, Clara pediu ao motorista que a levasse de volta para casa. Eram duas da madrugada. Chegando ao Condomínio Golden, ela se observou no espelho. Seu rosto estava sujo e seu cabelo, repleto de cinzas da palha queimada que voava pelo ar. O terno, guardado em uma bolsa durante todo o tempo, também estava imundo. Após um banho demorado, vestiu o pijama, se sentindo exausta, e adormec
- Há quanto tempo você trabalha aqui?- Dois anos.Portanto, ela já conhecia a existência da família de Lucas na mansão e sabia que eles possuíam uma empresa na Cidade C, mesmo antes de Bryan e Rita. Ela permaneceu em silêncio durante todo esse tempo.Foi ela quem avisou Lucas na noite anterior.Clara também notou que a pele sob a manga da mulher estava arroxeada, um sinal de que a violência doméstica por parte de Bryan persistia, mesmo agora.Jaqueline, percebendo que Clara não tinha mais o que dizer, subitamente se ajoelhou.- Presidente Clara, por favor, não me demita.Clara ficou surpresa e rapidamente a ajudou a se levantar:- O que você está fazendo?Jaqueline baixou a cabeça:- Eu sei que você não tem muita simpatia pela nossa família...Clara não respondeu, pois sua lembrança de Jaqueline não era muito precisa. Agora, vendo ela magra e pequena, com um rosto marcado pelo tempo e a pele coberta de marcas de cinto, Clara sentiu uma onda de compaixão.- Eu não estava pensando em
Clara ficou atônita, sem entender o que Simão quis dizer.Ela voltou ao Condomínio Golden, pegou seus materiais de pintura prediletos e adentrou o hotel.Ao chegar, se deparou com uma tela em um cavalete diante da janela panorâmica.Imediatamente, Clara reconheceu ser uma obra de seu mestre.- Presidente Simão?Se ouviu o som da água vindo do banheiro e, logo após, Simão surgiu, secando os cabelos casualmente com uma toalha.- Carlos me presenteou com um quadro, mas soube que Roberto parou no meio. Você poderia terminá-lo?Clara lançou um olhar rápido à tela, um trabalho de estilo campestre que poderia ser finalizado adotando o método fluido de Roberto.Ela assentiu, erguendo os olhos serenamente.- Quanto o Presidente Simão está disposto a pagar?Sua voz não demonstrava emoção alguma.Parecia que, se Simão não pagasse, ela poderia partir sem hesitar.Simão a observou, jogou a toalha para o lado e se aproximou.- Você tem ideia de quantas pessoas anseiam por esta oportunidade e não a c