Assim que ela chegou ao prédio do grupo Sanches, fora recebida por um secretário dando risinhos, animado. Claro que, para Hanna, houve a curiosidade logo de cara.— O que está acontecendo? — perguntou ao entrar no elevador próprio para o pessoal do corpo de diretoria.— Bom, a senhorita sabia que havia um processo reservado para contratar um novo motorista, não é?— Hm… Isso… O que tem?— Bem, o pessoal do RH já contratou. Falaram que o currículo era ótimo, e aí…— Acelera as coisas — Hanna sorriu do jeito enrolado do garoto.— Bem, ele está na recepção pronto para se apresentar.— Entendi — concluiu Hanna, então a porta de aço finalmente abriu-se e ela caminhou pelo saguão em direção ao seu espaço atravessando algumas zonas de trabalho coworking, que foram recém decorados e mobiliados a sua escolha e recomendação. Aquele andar todo era destinado à Fundação Sanches e sua sala era a principal, já que era a atual diretora chefe.Assim que se aproximou da recepção de seu escritório, viu
Ele estava deitado sobre o sofá e apertava uma daquelas bolinhas de estresse que ajudavam bastante com seu tique nervoso quanto a ansiedade. Os olhos azuis estavam focados no aquário ainda, enquanto ele concluía o que Melissa pediu.— Certo — ela anotou algo — você percebeu como nos distanciamos com o dia-a-dia de coisas simples que por vezes nos fazem muito bem? — ele consentiu ainda sem olhá-la — Tem pessoas que marcam nossa vida positiva e negativamente e isso começa lá no passado. Sua primeira referência são seus pais, e então vem professores, amigos… Esses elos são determinantes para a formação de caráter e personalidade.— Eu entendi. Bom… Não posso reclamar de nada disso.— Como eu disse, você não é uma pessoa ruim. O que marca as nossas vidas de forma determinante são as escolhas. Muitas vezes, escolhemos algo que sugestivamente é bom, mas que a longo prazo mostra-se… Diremos que, ruim. Até o final deste seu primeiro ciclo você fez grandes e importantes escolhas mesmo sem se d
“—Espero que tenha recebido o que mandamos. Eu e seu pai procuramos o mês inteiro algo especial. Mandei também algumas coisinhas para o meu netinho lindo. Filho, sei que os momentos não devem estar sendo fáceis, quando você era criança costumava chorar escondido para que ninguém pensasse que você era fraco — o som da voz feminina sorrindo ecoou — chorar não é fraqueza, meu pequeno príncipe. Sei também do fundo do meu coração de mãe, melhor do que ninguém, o quanto você é uma pessoa maravilhosa. Tem suas falhas, mas todos temos. Sempre foi peralta, mas também muito esforçado, e se continua metade do que era, vai trazê-la de volta para si. São lindos juntos. Só não… Desista de tentar. Feliz aniversário, meu amor…”Fora assim que ele despertou aquela manhã enquanto assinava o recibo de entrega na sua porta… Celular preso entre ouvido e pescoço enquanto recebia o recado de Katherine.Assim que fechou a porta, ele decidiu por si só que queria apenas um dia comum. Nada de especial aconteceu
Havia se passado alguns poucos dias quando o casal Young havia finalmente chegado ao consenso de um jantar com os amigos mais próximos e importantes, afinal, tinham uma notícia para dar e como padrão de Ivy, notícias como aquela careciam de um evento próprio, se bem que Simon tinha certeza que por ela tal notícia sairia até em colunas sociais, e ele realmente acreditava que em algum lugar ia sair uma nota. Aquilo, até então, era o pequeno segredo de casal, até porque ele tinha certeza que se abrisse a boca antes da hora, Ivy arrancaria suas bolas, e ele as amava. Outra questão de discussão foram os convidados do então marcado jantar daquela noite. Afinal, se Ivy traria pessoas importantes para si, ele também traria, e nesse caso, Nicolas era uma dessas pessoas, mesmo que a amizade de ambos tenha se desencadeado próximo ao final da faculdade e bem ou mal a razão para ela ter acontecido tenha sido Hanna. Finalmente, com as coisas resolvidas entre os dois, a única certeza era de que aque
Ela estava no banheiro da suíte quase que berrando a plenos pulmões enquanto removia sua maquiagem após ter prendido os cabelos castanhos. O marido tentava tirar as roupas casuais usadas naquele jantar as trocando para um confortável calção de dormir enquanto fingia não entender o que sua louca e descontrolada esposa berrava. Sabia que algo viria daquela cabecinha, afinal, viera a viagem de carro toda fumegando ao ponto de ele quase observar a fumaça ali.— Oh! Aquela... miss Piggy, fez de caso pensado! — falou de forma enfurecida encostando-se no batente da porta da suíte. Os olhos verdes alcançaram os negros do marido que acabava de sair do closet. — A gente tinha combinado, e... — Buscou a palavra certa.— Combinado? — ele arqueou uma das sobrancelhas e observou o riso sarcástico e bastante perturbador dela.— Filhos, Sérgio, filhos! Havia toda uma conversa de relógio biológico e talvez fazermos isso juntas, e adivinha? Ela me passou para trás e ninguém me passa para trás!Ele ergu
O som do salto estalando contra o piso, começava a parecer irritante até mesmo para si. De repente aquele lugar parecia sufocante, apertado, sem janelas... Isso, ela precisava ver, enxergar... Por puro impulso, as mãos tocaram a persiana, a acionando e dando vista finalmente a toda aquela selva de pedra que havia do lado de fora. Inspirou e expirou novamente pensando na resposta que deveria dar, mas ela não vinha. Fernanda estreitou o olhar para a mulher de cabelos negros-azulados e fora a vez de ela suspirar. Hanna parecia um tipo de barata tonta ao ser confrontada, e a verdade era que ela não conseguia lidar com a carga daquilo, mas era mais que relevante, era necessário. Decidiu então ela mesma se pronunciar, visto que vindo da Sanches, tais palavras não escapariam.— Você não acha drástico simplesmente impor quando ele pode ou não estar perto de você / filho? Hanna, a questão aqui é muito maior que simplesmente você. Entramos em questões legais, éticas... Vale tudo para você em no
Que sua agenda era previamente aprovada por Samantha, disso Nicolas tinha plena certeza, a loira era extremamente cuidadosa e detalhista, antecipava quase todos os possíveis problemas do Scrudell, e era justamente por isso, que ele fora avisado que receberia um advogado naquela manhã, aliás, não qualquer um, mas o representante de Hanna, e isso no mínimo aguçou e preocupou o loiro quando ouviu Samantha lhe repassar a agenda. Imediatamente pensava em razões para aquele homem estar ali, afinal, o divórcio fora “bem-sucedido” ele cumprira todo o acordado, não se lembrava de nada que pudesse trazê-lo ali, exceto... O filho que tinham em comum. E certamente pensar por essa linha o fazia sentir-se desconfortável e bastante nervoso. Sua ansiedade voltara, embora ele estivesse lidando com essa da melhor forma que podia, estampando assim em sua face à seriedade e confiança que certamente ele sabia serem abaladas bem facilmente.Então, teve diante de si aquele homem, às dez horas em ponto. Dieg
— N-não tem nada a ver. Foi apenas coincidência. Para início de conversa, nem fui eu que o escolhi.— Mas foi quem contratou, certo? — reforçou a loira — porque até o ponto que eu sei, você poderia tê-lo vetado e o Rh mandaria outro — ela lambeu os dedos que se melaram um pouco com mel.Hanna encarou a amiga por alguns instantes enquanto sentia o rosto ardendo e apontava para si mesmo, vasculhando na mente as razões para ter dito sim, ao loiro que era agora seu segurança particular e motorista. Ela reafirmava convictamente por dentro que as razões eram profissionais, enquanto sentia sua própria consciência entregá-la evidenciando haver, sim, algo bem errado. Vendo que naquele mato havia de fato um coelho, mas que não a interessava tanto quanto achava de fato, a loira mudou os rumos da conversa.— Enfim... Vou começar os preparativos para o quarto do bebê, enxoval e todo o emocionante resto... Está pronta, Hanna?Como se despertada por um grande solavanco, a Sanches arregalou os olhos