Minhas pernas amanhecem hoje razoavelmente bambas. Dois orgasmos por telefone durante quase duas horas de conversa quente... Acho que descobri que meu lindo e gostoso namorado não é um ótimo parceiro sexual apenas pessoalmente, não que algum dia eu tenha duvidado disso, mas agora está provado que até mesmo à distância ele é capaz de me fazer ver estrelas.A primeira coisa que checo quando acordo é o meu celular. Uma mensagem dele enviada ás oito e quarenta está esperando. Meu pau ainda não se recuperou das suas fotos ;-). Sorrio, discando seu número pra ouvir sua voz. Provavelmente ele está ocupado, mas será rapidinho. Ele atende no segundo toque.— Bom dia, amor. Dormiu bem? Eu sei que eu dormi, com seus gemidos gravados na memória.— Hmmm, bom dia. Está querendo me fazer gozar de novo? Porque se for esse o caso, vou logo dizendo que já estou molhada.Escuto seu pigarro e logo em seguida, ele pede licença a alguém. Após um breve minuto de silêncio, sua voz mais rouca agora, invade me
— Está diferente do que era antes. Mas acho que o que muda está de alguma forma ligado também à minha vida sexual.Claro, com o Nick longe de mim, a insegurança vem à tona com toda força.— Então eu acho que vocês deveriam considerar o meu conselho e talvez procurar um terapeuta de casal.Não gosto da ideia de contar todos os nossos problemas a um estranho. É bem verdade que várias coisas íntimas já foram contadas aos meus médicos, mas de certa forma é tudo muito superficial. Agora contar tintim por tintim da nossa vida particular, é um pouco demais... De qualquer forma, dou à Dra. Brice uma meia confirmação de que procuraremos um terapeuta assim que o Nick voltar de Nova Iorque, apenas para cortar o assunto.— OK, passado esse quesito, vamos agora falar sobre a sua menstruação. É normal que ela seja interrompida após uma lesão como a sua. Ela deve voltar aos poucos nos próximos meses, então quanto a isso também não precisa se preocupar. Está tudo dentro da normalidade.— Hmm. — murmu
Deve ser difícil pra ela entender. Ela tem o corpo normal que responde normalmente aos seus comandos e desejos. Eu perdi isso e embora o Nick esteja empenhado em me devolver o controle do meu corpo, eu não aguento mais me sentir inútil de tantas formas diferentes.— Não é mais a mesma coisa, sabe. Antes, ele chegava do trabalho, me olhava, eu olhava pra ele, e a paixão e o desejo eram tão grandes que a gente acabava se engalfinhando pelas paredes do quarto, ou no sofá da sala, ou na pia da cozinha...— Isso é muita informação. Por favor, eu estou comendo. — ela me para com uma careta, a mão erguida e os olhos fechados.— Só estou tentando dizer que nós perdemos isso. Tudo o que temos agora é um sexo lento e cuidadoso.— Não há problema nenhum em fazer sexo assim, Ellen.— Eu sei. Mas e se algum dia ele chegar cansado demais e tudo que ele quiser for dar uma rapidinha antes de dormir apenas pra aliviar o estresse? Eu não vou poder fazer isso por ele. E ele não vai me permitir ajudá-lo
Distribuo mil beijos pelo rosto e boca do Nick. Não posso acreditar que ele já está aqui hoje. Depois de toda a minha insegurança ontem, parece que eu estou no sétimo céu porque ele está comigo agora. Ele devia saber que eu preciso dele porque ele sempre sabe o que fazer pra me deixar feliz. E aqui está ele, mais uma vez tornando-me a garota mais feliz do mundo, deixando suas obrigações em Nova Iorque apenas para me consolar.Acaricio toda a extensão da sua face, parando um pouco no seu olho esquerdo que mostra uma mancha roxa, sinal de que ele se meteu em briga com alguém. Meu coração se aperta um pouco ao imaginar o que pode ter acontecido.— O que houve com o seu rosto? — eu peço, passando as costas dos meus dedos pela sua barba de vários dias.— Depois.Abro a boca em protesto, querendo saber imediatamente o que houve, mas ele me cala com um dedo nos meus lábios. Depois me puxa para um beijo longo e molhado, que me faz esquecer do assunto, por enquanto.— Quando você chegou? — per
Quando seus movimentos param, abro os olhos e vejo seu pescoço todo vermelho e jogado para trás. Sei que ele está gozando também, dado o fato de os seus dentes estarem rangendo e uma série de palavrões baixinhos estarem saindo da sua boca. Quando ele termina, crava os dentes no meu ombro enquanto sai de mim. Beija minha nuca, meu pescoço e minha orelha antes de tirar os travesseiros e os jogar no chão para me deitar logo em seguida. Então se deita ao meu lado e puxa uma das minhas pernas sobre o seu quadril, fazendo com que o seu pau com uma ereção ainda bastante grande fique bem cima do meu clitóris.— Me coloca pra dentro? — ele pede baixinho com a boca contra meu pescoço. Eu sorrio. Ele acabou de gozar e quer mais sexo como se não fizesse isso há dias.— Ainda não acabou? — acaricio seu peito com a ponta dos dedos.— Não estou nem perto. — ele se mexe de forma provocativa e toca exatamente o pontinho entre minhas pernas que ainda pulsa por ele, me fazendo gemer — E parece que você
Ele joga os braços sobre os olhos, respirando fundo e com certeza se torturando com o ocorrido.— Ei Nick, não se esconda de mim, amor. — tiro os braços dos seus olhos e me aproximo para beijá-lo na boca.— Às vezes me pergunto como você ainda está comigo. Você sabe tudo o que eu fiz e mesmo assim está aqui. Outra mulher já teria ido embora.— Se está achando que alguns fantasmas do passado vão me levar pra longe de você, está muito enganado. Torno-me até caça fantasmas se for necessário, mas não saio da sua vida.— Espero que você nunca mude de ideia. Eu não acho que eu poderia suportar.— Isso não vai acontecer.Ficamos em silêncio por um tempo e durante isso, quase posso ouvir os pensamentos dele. Dói em mim ver que o passado dele é doloroso ainda. Seria tão mais fácil se o Nick pudesse esquecer todos em Nova Iorque, mas acho que a capacidade dele de deixar as coisas para trás é bem menor do que a minha. Talvez essa seja a minha deixa para mudar de assunto. Lembro-me da visita da R
Observo o carrossel girando e girando até quase me deixar tonta, em uma distância a quase dois metros de mim. As pessoas parecem alheias às outras ao seu redor. Em sua maioria crianças, todos se divertem com o contínuo girar do brinquedo. Nick está na bilheteria comprando ingressos pra nós e eu olho distraidamente para os pais com seus filhos, casais de namorados e grupos de amigos que riem de alguma coisa que conversam entre si, mas não consigo me desligar totalmente do presente que recebi mais cedo.O Benjamin deve ter pedido para a vendedora escrever o cartão, foi o que o Nick disse quando eu mencionei que a letra no papel não era do meu padrasto. Ele está em Paso Robles, Ellen. Não teria como escrever pessoalmente. E esta é a explicação mais lógica. Ele ligou para a floricultura e pediu para a moça escrever o que ele queria me dizer. Mas se é assim, então por que o caroço gelado no meu estômago não derreteu ainda? Por que eu sinto que não conheço a pessoa que me enviou as flores?
Enquanto leio um livro na varanda superior, Nick fala ao telefone com a Rachel. Não fala alto o suficiente para que eu ouça tudo, mas consigo escutar boa parte. E pelo tom de voz dele, tenho certeza que seu humor não está tão bom. Ele também fala com o seu pai. Não sei se pelo humor prévio de quando falava com a Rachel ou só porque falar com o seu pai o deixa irritado, mas a conversa entre eles procede aos berros. Só consigo entender algo sobre ele ser dono da sua própria vida e não dever explicações a ninguém. Francamente não sei como ele ainda tem orelha. Já faz mais de uma hora que ele está pendurado na linha.— Você parece irritado. — observo, quando ele vem até mim mais vermelho que um tomate maduro e as mãos revoltas nos cabelos.— Julian Hoffman com certeza sabe como me dar nos nervos.Ele se posiciona no deque da varanda, de frente para o mar e se mantém assim por vários minutos, com os braços estendidos segurando fortemente o gradil e a cabeça enterrada entre os ombros. Sem