O tema escolhido por mim para o meu trabalho de final do curso foi...
A Desvalorização da Vida Humana Em África.
O subdesenvolvimento do continente africano é tão grande que há quem pense que África é um país e não um continente. O que notamos durante as questões e analíses que foram feitas ao longo do nosso trabalho é que nós africanos precisamos ser mais honestos e parar de continuar a procurar culpados para os nossos próprios erros. É indubitável que fomos colonizados, mas os grandes culpados da nossa situação são os governantes africanos que são dominados pela ambição desmedida que afundou o continente em genocídios, segregações, guerras e graves crises políticas. A vida humana em África tem sido muito desvalorizada, o povo africano vive uma vida infernal e os Estados regidos por regimes totalitários são a prova de que a democracia é fictícia em África. Também há que se admitir que os 500 anos de escravidão prejudicaram o continente em vários sentidos, entretanto, es
Entrada de Nova Chamada... Número Desconhecido. Portugal.Uma chamada de um número desconhecido a esta hora?! – me dizia a Alexandra. – Não atendas, Marie! Deve ser mais uma dessas brincadeiras de péssimo gosto.- Como também pode ser importante, Alexandra.- Já disse, não o faças, Marie.- Já o fiz – retruquei, atendendo o telemóvel. – Alô! Estou... Quem fala?Tirei o telemóvel do ouvido e voltei-me novamente para a Alexandra.- Alexandra, deixa-me ouvir, pouco barulho, não me vai acontecer nada, a chamada pode ser importante.Levei outra vez o telemóvel ao ouvido.- Alô!- Sim, alô. Tudo bem, Marie?Aquela chamada parecia misteriosa e todo mistério causa alguma desconfiança. - Depende. Quem fala? - Ouve, daqui quem fala é o David, o gêmeo do Davi.- Oh, David! Há quanto tempo! Que surpresa! Como conseguiste o meu terminal tel
Aeroporto de Lisboa, Olivais, Portugal.01h:18 PM.Aterrei na grande Lisboa com os objectivos e as metas traçadas. Passadas algumas horas, encontrei-me com o David no restaurante do Hotel Imperial, local onde eu me hospedei naquela altura. Estava a 0,6 km da Sé Patriarcal de Lisboa, a Igreja de Santa Maria Maior. Uma das maiores construções da era românica em terras de Camões.O meu âmago estava afligido por um enorme receio de perder o amor da minha vida. A imagem do sorriso do Davi não me saia da mente e antes de tudo eu precisava saber tudo o que se passou enquanto eu e o Davi estivemos longe um do outro. O David explicou-me a situação por completo, acrescendo a minha força para ir avante e lutar pelo amor da minha vida. Juntos, nós estruturamos a maquete do plano final, tudo dependia daquele plano, e o sábado prometia ser um dia de loucos e desaforados.Sábado. O dia do casamento de Davi e Matilde.Era meio-dia e o dia estava ensolarado, e bastante
Deu-se início à cerimónia, a mesma contou com presença de gente muito importante. A família da Matilde era muito influente na alta sociedade portuguesa. Muitos ainda os tinham como membros da burguesia, poucos sabiam que naquela altura a família “Albuquerque” estava falida, por causa da grave crise financeira que o Estado português atravessava, a empresa da família da Matilde estava em processo de insolvência. As atenções estavam voltadaspara o Padre que os apresentou para a Igreja.- Irmãos, estes dois jovens presentes aqui no altar estão prontos para celebrar o santo sacramento do matrimónio, a legítima união entre um homem e uma mulher aos olhos de Deus. Jovens, de livre e espontânea vontade, vocês estão a celebrar o sacramento que une duas vidas de uma forma eterna aos olhos do Senhor. Entre nós irmãos aqui presentes, alguém sabe alguma coisa que poderá impedir a realização deste matrimónio?Estava feita a derradeira pergunta, mas o David não executou o que hav
Aterramos no Aeroporto Internacional De Gaulle e, finalmente, chegamos a Paris. Pegamos o terminal de trens e fomos de metrô até ao centro da cidade. Paris é uma cidade fantástica, os edifícios são quase todos do mesmo tamanho. A estrutura mais alta de Paris é a Torre Eiffel. Sem receio algum, atesto que está por existir uma cidade melhor que Paris. Por mim, todo o parisiense é privilegiado por nascer em Paris.Fomos para Paris simplesmente com as roupas do corpo, pois para mim era desnecessário levar malas para o maior refúgio do mundo moda. Era certo que ao amanhecer já estaríamos em França. Dito e certo, fomos até à mais bela avenida do mundo da moda e fizemos compras nas diversas lojas de roupas, onde comprei tudo o que uma mulher precisava, desde os artigos da Michael Kors aos da Gucci. A moda vive em Nova Iorque, Tóquio, Londres, Milão e Paris, por isso é quase impossível conter os gastos nestas cidades.Quanto à nossa estadia, reservamos um apartamento em um Apart
À Vladmira Alfredo, por toda a sua luz.FICHA TÉCNICACopyright © Elizandro Joel, 2020TÍTULORealidades CamufladasAUTORElizandro JoelREVISÃOAlmirante SamuelARTE DE CAPAJosemar Ferino, Kainat KiranAUTOPUBLICAÇÃO2ª EdiçãoISBN: 978-989-20-9860-9Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização.BREVE INTRODUÇÃO SOBRE A CAMUFLAGEMA camuflagem se consubstancia num acoplamento de técnicas que permitem um dado organismo ou objecto, permanecer semelhante ao ambiente que o circunda. Camuflar é em poucas palavras disfarçar.Na natureza os animais predadores e as presas usam a cam
Como se tratasse de um sonho, eu acordei em uma cama de casal em um quarto enorme, e com uma poltrona junto da cômoda que me faz olhar para o meu reflexo no espelho sempre que eu me sento nela. As janelas sanfonadas deste quarto são enormes, a vista é incrível, consigo sempre ver o céu, as nuvens, o sol e uma linda avenida junto ao mar, assim que abro as cortinas. Dentro do baú está alguém que eu não vejo há muito tempo, o único que sabe tudo sobre mim, o meu diário.O céu nublado anunciou um novo amanhecer na tumultuosa cidade de Luanda. Logo ao acordar, levantei da minha cama, direcionei-me para o espelho e olhei para o meu reflexo. Aindapresa no meu reflexo, apreciei a minha pele mestiça e admirei os meus olhos castanhos. A maior parte da humanidade é refém do mito da raça ariana que originou a obsessão por olhos azuis, mas eu não me arrependo de não ter nascido com os olhos azuis, sempre amei os meus olhos castanhos como a cor do mel e o meu um metro e oitenta e dois
A vida é realmente feita de acasos. Tive a prova deste adágio quando, no meu primeiro dia de aulas no Colégio Nobre, vi o Márcio, o rapaz que conheci no Talatona, sentado na minha sala de aulas. O nosso primeiro contacto foi um simples e tímido "oi", movido pela minha timidez, timidez esta que surgia apenas quando me deparava com ele. O Colégio Nobre era o meio acadêmico mais frequentado pela alta sociedade angolana. Em outras palavras, é lá onde estudavam os riquinhos da cidade. Um facto verídico que a maioria dos pais desconhece é que escolas deste tipo costumam ser um poço de influências negativas para os jovens. Os ricos do meu país investem em construções de escolas privadas caríssimas, com mensalidades cinco vezes superiores ao salário mínimo de um país rico e pobre instituicionalmente. O ensino nestas escolas é de qualidade, mas a futilidade mora nelas também, onde muitos vão apenas para cumprir formalidades, e outros vão para exibir as suas roupas novas. Alg
Na última sexta-feira do mês de Fevereiro daquele ano, lembro que terminamos as aulas cedo e fomos todos para a minha casa fazer o trabalho da disciplina de História. Assim que chegamos, quase todos espantaram-se com a nossa residência, quando viram obras de arte caríssimas, africanas e ocidentais, mármore por toda casa e todo o resto que compõe uma vivenda luxuosa. Todos pareciam maravilhados, excepto o Márcio que é um fidalgo nato.O término do trabalho foi acompanhado de um delicioso bolo de chocolate, daqueles que só a dona Isilda sabe fazer. Todos foram-se embora, lembro que apenas o Márcio permaneceu em minha casa, por ter ido ao quarto de banho. Minutos depois, o destino e a vida decidiram aplicar a lei do acaso, ou seja, a famosa coincidência. A dona Isilda estava na área de serviço e eu estava na sala de estar no momento em que o Márcio saiu do recinto e perguntou-me se todos já se tinham ido embora. Eu respondi que sim, sem olhar nos seus olhos, eu tentava disfar