Raul voltou tarde da noite e encontrou a mulher deitada já dormindo. Ele apenas tomou um banho e se preparou para deitar. Sentia-se extremamente exausto depois de um dia de trabalho bastante produtivo. Nas primeiras horas da manhã, ele foi despertado pelo canto do galo e levantou, sem fazer barulho para não acordar a mulher. Encontrou Bibiana na cozinha, tomando seu café da manhã. “Bom dia, irmão!” “Bom dia, Bibiana. Aonde vai tão cedo?” “Vou à cidade, preciso que Nero me leve.” “Vou falar com ele.”, disse Raul. Curioso, perguntou: “E o que vai fazer tão cedo na cidade?” “Vou à fazenda dos pais da Felícia, ela me pediu que eu entregasse aquela caixa para a mãe dela.” Raul arregalou os olhos e de imediato tomou posse da caixa que estava sobre o aparador da sala. Ele balançou a caixa desconfiado. “Raul, o que está fazendo?”, perguntou Bibiana. Sem demora, ele pegou a faca sobre a mesa e abriu toda a caixa. Bibiana entrou em desespero. “Raul, você não tinha esse direito.
Ela ficou espantada com a declaração do marido, levantou-se ligeira e perguntou: “Você abriu minha caixa, Raul?” “Sim, abri.” “Você não tem nenhum respeito por mim, não é mesmo?” Ele também levantou. “Estou cansado dessas nossas brigas, precisamos agir como um casal. Você precisa amadurecer e mudar certos comportamentos.” “Você é horrível, me trata mal e depois me culpa por isso. Está ficando cada dia mais insuportável viver com você, estou me sentindo sufocada nessa fazenda.” “Certo, e o que você quer que eu faça? O que posso fazer para melhorar a nossa relação?” Ela deu as costas para ele, fez uma pausa e respondeu: “Me ame ou me deixe ir!” Ele chegou pertinho e falou, acariciando os ombros dela, quase sussurrando em seu ouvido: “Eu queria te largar, te deixar ir, mas não consigo. Você tem algo especial que me prende, me atrai, você ainda é a minha gatinha. O fogo da paixão do início do casamento continua acesso. Eu reconheço que preciso te dar mais at
Era sábado, em uma manhã acalorada, a família se preparava para o chá de cozinha de Catarina. Ela convidou as amigas e festejou a tarde toda na fazenda. Finalizou a noite com uma serenata. Felícia estava determinada a se exibir na festa da cunhada e provocar a amiga dela, Yelena. Ela se arrumou e se maquiou, fez um penteado charmoso e colocou seu melhor vestido de cor vermelho soltinho e um salto médio. Erguia-se em elegância, queria chamar a atenção do marido e conseguiu. Raul, quando avistou a mulher descendo as escadas, surpreendeu-se com sua graciosidade e compostura. Ele se aproximou da ponta da escada e, como um verdadeiro cavalheiro, pediu-lhe a mão e a beijou em seguida. À noite eles se sentaram em uma mesa afastada. Às vezes saiam para dançar, às vezes permaneciam em pé com ele atrás dela, agarrado em sua cintura. Devido a toda inimizade que teve com a cunhada, Catarina incentivava a amiga a seduzir o irmão, planejando a todo custo separá-los. “Amiga, se ele solt
Ele também preparou seu cavalo favorito e cavalgou ao lado dela. Quando chegaram à cachoeira, ela nem ao menos se deu o trabalho de contemplar o lugar. Aproximou-se dele e acariciou as costas de forma descarada e pretensiosa enquanto Raul prendia os cavalos. Ele permitiu aquele momento de intimidade. Virou-se para a mulher e, encarando-a com firmeza, disse com a voz grossa: “Quais seus planos, Yelena? Por que você acordou cedo e me trouxe aqui?” “Queria um momento só para nós.” “Você sabe que sou casado, né?” “Nem parece, te vejo tão carente.” “Eu sei que você me trouxe aqui para me seduzir.” “Você é um homem que toda mulher desejaria. Um Barão bem-sucedido, bonito, fiel... Sorte da sua esposa que te fisgou primeiro.” “Não, não, a sorte foi minha, porque tive muito trabalho para conquistá-la.” “Me desculpe pelo atrevimento, mas fiquei sabendo que Felícia não gostava de você antes de casar e que até tentou fugir com outro homem.” “Isso foi apenas fofoca de gente ma
Raul perdeu a paciência com o comportamento soberbo da mulher e se alterou: “Pois eu não vou me submeter ao seu capricho, já falei que não aconteceu nada entre a gente. Não tenho tempo para ficar aturando seu ciúme patético.” Ela ficou mais enfezada ainda, sentiu seu corpo queimar de ódio e se alterou histericamente: “Sai daqui! E nunca mais me procure. Jamais me deitarei com você, nunca mais.” Ele apenas respondeu com indiferença: “Você que sabe.” Em seguida, se retirou. Ela fechou a porta com força, colocou a tranca e caiu no choro. Um misto de raiva e tristeza preenchiam seu peito. Acreditava que, depois de alguns dias de paz, ele havia mudado e teriam um casamento feliz. No decorrer dos dias, Felícia permaneceu trancada em seu aposento, sentindo um horrendo desgosto pelo casamento fracassado. Catarina, quando descobriu que a cunhada deixou o aposento do marido, chamou Yelena para conversar. “Amiga, sua pegada está gerando efeito. Eles estão brigados e dormindo
“Nunca mais ligue nessa padaria. E esqueça a amizade com essa moça.” Felícia sentou na cama e baixou a cabeça com infelicidade, sentindo-se aprisionada e oprimida. Raul finalizou a conversa. “Agora desça, vamos almoçar.” Ela obedeceu cabisbaixa. Ainda na sala, Catarina e a família esperavam o irmão e a cunhada em meio aos cochichos. Ela ficou desapontada ao vê-lo descer tranquilo. Imaginava que o irmão iria punir a cunhada de uma forma severa. Ela se alterou e, insatisfeita disse com som um de chiado na voz: “Essa rapariga anda te traindo e você não vai fazer nada?” “Não se meta nos nossos assuntos, Catarina.” “Você é um trouxa, Raul. Mantém um casamento de aparência e ainda leva chifre.” Nessa hora, houve um silêncio de todos que estavam na sala. “Já chega, Catarina!”, ele gritou autoritário e irritado com a irmã. Felícia, esbravejou com ódio da cunhada, disse se defendendo: “Catarina, exijo que você me respeite!” “Você anda traindo o meu irmão.” “Não te de
Sem se deixar ser intimidada, Felícia se levantou e, com ar de superioridade e provocação, afirmou com ousadia: “Escuta aqui Catarina, sou casada legitimamente com o seu irmão, então esta fazenda também me pertence. Você mora aqui por caridade. A herança foi deixada pelo Barão Gregório, pai de Raul e não seu pai. Faça-me o favor de casar logo e sumir da minha propriedade. Para mim, você é um parasita. Ah! E leve sua amiga junto, pois vocês não são bem-vindas aqui.” Catarina deu uma risada sarcástica e falou com o tom de voz carregado de raiva, sentindo-se constrangida na frente da amiga com a afronta da cunhada: “Me poupe, sua baranga, meu irmão não te dá um cruzeiro. Você não passa de uma caipira com esses vestidos bregas, essas tangas de algodão e esse perfume barato.” A mandíbula de Felícia se apertou. Ela respondeu civilizadamente, mas com o olhar carregado indignação: “Me considero uma dama mesmo com minha simplicidade. Sou uma mulher refinada, requisitada e requintada,
“Vai embora, você está bêbado.” Ela esbravejou, relutante e incomodada com o cheiro forte de álcool que exalava de seu hálito. Ele também se alterou, ordenando autoritário: “Exijo que volte para nosso quarto.” “Já falei, não me deitarei com você enquanto aquela mulherzinha estiver em nossa casa.” Raul agarrou a mulher, que resistiu a todo custo lhe dando uma bofetada no meio do rosto. Sem se importar com o tapa, ele a jogou no colchão e foi tirando o pijama e a encurralado no canto da cama com um olhar carregado de luxuria. Felícia se arrastou até onde pôde enquanto Raul a perseguia como uma fera selvagem. “Raul, eu estou naqueles dias!” Ela exclamou assustada. Ele recuou decepcionado, vestiu seu pijama novamente e deixou o aposento dela sem dizer nada. No outro dia, já cansado da atitude da mulher, ele tomou uma decisão. Enquanto ela fazia seu coquetel capilar no tanque da lavanderia, ele chamou um peão e pediu para tirar a tranca da porta do quarto dela. Nos arr