Capítulo 05: O Jogo mudou

Donatella

Quando confrontei Alessandra com a pergunta que estava assombrando meus pensamentos há anos, uma sensação de tremor percorreu meu corpo. Era como se uma parte de mim temesse a resposta, mas ao mesmo tempo, eu ansiava por ela. Eu precisava saber a verdade, por mais dolorosa que fosse.

Seu olhar pesaroso encontrou o meu, e por um momento, senti como se estivesse olhando para o abismo. Havia uma história por trás daquela expressão, uma história que eu temia ouvir, mas que sabia que precisava saber.

― O que aconteceu com meus pais, Alessandra? ― Minha voz estava repleta de uma mistura de ansiedade e determinação. Eu estava preparada para enfrentar qualquer coisa, desde que pudesse finalmente descobrir a verdade.

― Donatella, há coisas que você precisa saber. Coisas que vão mudar tudo que você pensava saber sobre sua família. ― Ela hesitou, seus lábios se curvando em uma expressão de tristeza antes de finalmente responder.

Aquelas palavras pairam no ar entre nós, carregadas de um peso que eu mal conseguia suportar. Minha mente começou a girar, tentando antecipar o que ela estava prestes a me dizer. Eu sabia que não seria fácil ouvir, mas eu precisava saber.

Com um suspiro profundo, Alessandra começou a compartilhar a história que eu tanto temia ouvir. Ela falou sobre os segredos que meus pais guardavam, sobre as descobertas que fizeram na empresa de Raphael. Ela me contou sobre as ameaças que eles enfrentaram, sobre os perigos que rondavam suas vidas.

Cada palavra que ela falava parecia uma faca cortando minha alma. A imagem que eu tinha dos meus pais, dos heróis que eu idolatrava, estava sendo despedaçada diante dos meus olhos. E no centro de tudo isso estava Raphael, o homem que agora dominava meus pensamentos de uma maneira que eu não conseguia explicar.

Enquanto absorvia a magnitude daquela revelação, uma onda de emoções me inundou. Raiva, tristeza, confusão. E acima de tudo, uma sensação avassaladora de traição. Como pude me sentir atraída por alguém que estava ligado à tragédia que havia mudado minha vida para sempre?

Mas mesmo enquanto lutava com essas emoções, uma parte de mim se recusava a acreditar. Uma parte de mim se agarrava à esperança de que havia mais na história do que eu estava contando. Eu queria acreditar que Raphael não era culpado, que tudo era um terrível engano.

No entanto, a voz de Alessandra ecoava em minha mente, lembrando-me dos perigos que agora pairavam sobre mim. Eu estava em perigo, mais do que nunca, e precisava tomar uma decisão sobre quem confiar, sobre quem acreditar.

Enquanto eu me despedi de Alessandra naquela noite, senti um peso esmagador sobre meus ombros. As palavras dela ecoavam em minha mente, repetindo-se incessantemente, como se quisessem me forçar a encarar a verdade que eu tanto temia. Mas como poderia? Como poderia aceitar que tudo que eu pensava saber sobre meus pais, sobre minha própria vida, era apenas uma ilusão?

Caminhei pelas ruas iluminadas pela luz fraca das lâmpadas, perdida em meus próprios pensamentos. Cada passo parecia um fardo, cada respiração uma luta para compreender o que estava acontecendo ao meu redor. Eu não sabia em quem confiar, em quem acreditar. Tudo o que eu sabia é que precisava encontrar respostas, custasse o que custasse.

Cheguei em casa e me deparei com a solidão que me aguardava dentro daquelas paredes familiares. Era estranho como um lugar que uma vez foi meu refúgio agora parecia um labirinto de incertezas. Sentei-me no sofá, olhando para o nada, perdida em um mar de pensamentos conflitantes.

Minha mente revirava as palavras de Alessandra, tentando encontrar algum sentido nelas. Ela falou sobre perigos, ameaças, uma conspiração que envolvia a empresa de Raphael. Mas como eu poderia acreditar nisso? Como poderia aceitar que o homem por quem eu me sentia atraída estava ligado à morte dos meus pais?

Por outro lado, havia a vozinha da dúvida sussurrando em meu ouvido. E se houvesse alguma verdade no que Alessandra estava dizendo? E se Raphael não fosse quem eu pensava que era? A ideia era quase insuportável, mas eu sabia que precisava considerá-la.

Enquanto me debatia com esses pensamentos, uma coisa ficou clara: eu não poderia descansar até descobrir a verdade. Não importava o custo, não importava o quanto doeria, eu precisava saber. Por mim, pelos meus pais, por tudo que eles representavam.

Levantei-me do sofá com determinação, sentindo uma nova energia pulsar em minhas veias. Eu não podia me dar ao luxo de ficar parada, esperando que as respostas caíssem do céu. Eu precisava agir, e precisava agir agora.

Decidi começar com o básico: pesquisar sobre a empresa de Raphael, sobre meus pais, sobre tudo o que Alessandra havia mencionado. Abri meu laptop e mergulhei de cabeça na internet, devorando cada pedaço de informação que encontrava. Era como se eu estivesse montando um quebra-cabeça gigantesco, tentando juntar os pedaços dispersos de uma verdade escondida.

Horas passaram, mas eu mal percebi. Minha mente estava totalmente absorvida pelo desafio diante de mim. Eu estava determinada a desvendar o mistério que assombra minha vida há tanto tempo.

Quando finalmente decidi desligar o laptop e me recolher para a cama, senti-me exausta, mas também revigorada. Apesar da incerteza que pairava sobre mim, havia uma sensação de progresso, uma sensação de que eu estava um passo mais perto da verdade.

Fechei os olhos e me deixei afundar no sono, sabendo que o amanhã traria novos desafios, mas também novas oportunidades. Eu não tinha ideia de onde essa jornada me levaria, mas uma coisa era certa: eu não desistiria até descobrir a verdade, não importasse o quão dolorosa ela fosse.

O jogo havia mudado, e eu estava determinada a jogar até o fim.

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