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Capítulo 04: O Jogo começa

Donatella

Desde o momento em que entrei na Moretti Enterprises, sabia que estava prestes a embarcar numa jornada intensa e desafiadora. Determinada a provar meu valor e fazer a diferença, mergulhei de cabeça em minha nova carreira, deixando claro desde o início que não estava ali para brincadeiras.

Minhas habilidades de liderança e minha ética de trabalho inabalável rapidamente chamaram a atenção de meus colegas de equipe e superiores. Eu não estava disposta a me curvar ao poder de Raphael ou de qualquer outra pessoa na empresa; estava determinada a alcançar o sucesso por mérito próprio.

À medida que os dias passavam, minhas interações com Raphael no escritório se tornavam cada vez mais intensas. Nós dois éramos obstinados e determinados, e nossas opiniões muitas vezes colidem. No entanto, havia uma energia pulsante entre nós, uma tensão elétrica que tornava cada encontro uma batalha de vontades.

Raphael era um líder formidável, inteligente e astuto. Ele via o mundo dos negócios de uma maneira que eu ainda estava aprendendo a compreender, e eu admirava sua habilidade de antecipar os movimentos dos outros e tomar decisões rápidas e eficazes.

No entanto, eu também sabia que não podia abaixar a cabeça diante dele. Eu tinha minhas próprias ideias e convicções, e não hesitava em expressá-las. Nossas discussões muitas vezes se transformavam em debates acalorados, onde nenhum de nós estava disposto a ceder terreno.

À medida que nossas interações no escritório se intensificaram, também começamos a nos encontrar fora do ambiente de trabalho. Às vezes, era apenas por acaso, um encontro casual em um café ou restaurante. Outras vezes, era mais planejado, um convite para um jantar ou evento social.

Apesar de nossas diferenças, havia algo em Raphael que me intrigava profundamente. Por trás daquela fachada de controle e poder, eu conseguia vislumbrar uma vulnerabilidade que ele tentava esconder do mundo. Era como se ele carregasse o peso do mundo em seus ombros, uma carga que poucos podiam compreender.

No ambiente da empresa, Raphael era um líder indiscutível, controlador e frio quando se tratava de negócios e das pessoas ao seu redor. Sua aura imponente e sua determinação incisiva muitas vezes me deixavam intimidada, e eu me via constantemente desafiada por sua presença dominante.

Mas naquele dia da festa, tudo mudou. Naquele momento fugaz em que nossos olhares se encontraram, vi uma faceta diferente de Raphael. Havia algo em sua expressão, uma suavidade em seu olhar, que me pegou desprevenida. Ele parecia mais humano, mais acessível, e por um instante, eu pude sentir uma conexão genuína entre nós.

E então veio aquela promessa misteriosa, aquelas palavras carregadas de urgência e mistério. Raphael falava sobre me proteger de algo que eu ainda não compreendia, algo que pairava no ar como uma sombra sinistra. Aquilo só aumentava minha intriga em relação a ele e à verdade por trás de suas palavras enigmáticas.

E para piorar, a cada dia que passava ao lado de Raphael, eu me via cada vez mais envolvida por uma atração inexplicável. Era como se houvesse uma força magnética entre nós, algo tão forte e intenso que eu não conseguia ignorar. Eu me sentia atraída por ele de uma maneira que ia além da razão, uma conexão que eu não conseguia explicar.

Era como se estivéssemos presos em um jogo perigoso de desejo e perigo, onde cada movimento nos aproximava mais do abismo. Eu sabia que me envolver com Raphael era arriscado, mas havia algo nele que me chamava, algo que eu não podia resistir.

Enquanto tentava desvendar os mistérios que cercavam Raphael e a empresa, também me via lutando contra meus próprios sentimentos conflitantes. Eu sabia que não podia confiar plenamente nele, mas ao mesmo tempo, não podia negar a atração magnética que existia entre nós.

Enquanto eu guardava minhas coisas, pronta para sair da empresa após um longo dia de trabalho, meu telefone começou a tocar. Ao ver o nome de minha madrinha piscando na tela, uma sensação de apreensão se apoderou de mim. Sua voz soava urgente, o que só aumentava minha preocupação.

Atendi a ligação com um nó na garganta, esperando ouvir o que quer que fosse que a deixasse tão agitada. "Donatella," começou ela, sua voz carregada de tensão, "preciso que você venha até minha casa imediatamente. É sobre seus pais."

O coração disparou em meu peito. Há anos eu buscava respostas sobre a morte de meus pais, e cada vez que o assunto surgia, minha madrinha evitava falar sobre isso. "O que aconteceu com eles?" perguntei, tentando manter minha voz calma apesar do turbilhão de emoções que me invadia.

― Sinto muito, querida. Não posso explicar por telefone. Por favor, venha o mais rápido possível. Temos muito a discutir. ― respondeu ela, sua voz soando trêmula.

Sem hesitar, peguei minhas coisas e corri para o estacionamento, com a mente girando com uma mistura de ansiedade e esperança. Será que finalmente descobriria a verdade sobre a morte de meus pais?

Enquanto dirigia em direção à casa de minha madrinha, minha mente se encheu de lembranças dolorosas e perguntas sem resposta. O acidente de carro que tirou a vida deles sempre pairou como uma sombra sobre minha vida, uma ferida que nunca cicatrizou completamente.

Cheguei à casa de Alessandra em poucos minutos, meu coração martelando forte no peito enquanto subia as escadas até sua porta. Ao entrar, encontrei-a esperando por mim na sala de estar, sua expressão tensa e preocupada.

― Donatella. ― disse ela, levantando-se para me receber. ― Obrigada por ter vindo tão rápido.

― O que aconteceu com meus pais, Alessandra? ― perguntei, minha voz tremendo com a ansiedade. ― Você finalmente vai me contar o que aconteceu?

Ela hesitou por um momento antes de responder, seus olhos tristes encontrando os meus. 

― Donatella, há coisas que você precisa saber. Coisas que vão mudar tudo que você pensava saber sobre sua família.

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