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Capítulo 03: Encontro no escuro

Raphael

Era mais uma dessas intermináveis festas corporativas, onde os sorrisos eram tão falsos quanto as promessas de lucro. Enquanto circulava entre os convidados, minha mente divagava entre os números dos relatórios financeiros e os acordos obscuros que se desenrolaram nos bastidores. No entanto, tudo mudou quando me deparei com ela, Donatella Esposito.

Seus olhos, tão determinados e cheios de vida, capturaram minha atenção de imediato. Donatella era diferente, uma lufada de ar fresco em meio àquele mar de hipocrisia e ambição desenfreada. Enquanto trocamos algumas palavras, percebi que ela não era apenas mais uma executiva ambiciosa; havia algo mais, algo que a tornava única.

No entanto, antes que eu pudesse explorar mais essa conexão, meu telefone vibrou no bolso, interrompendo nosso breve encontro. Era Alessandra, a mulher misteriosa com quem havia feito uma aliança nas sombras do clube sombrio. Sua voz suave carregava uma urgência que me fez franzir o cenho.

— Raphael, preciso que você ouça com atenção — começou ela, sua voz transmitindo uma tensão que eu não conseguia ignorar. — A moça com quem você acabou de falar, Donatella Esposito, é mais importante do que você imagina. Ela é a peça-chave em um acordo que pode mudar o jogo para nós.

Eu a ouvia atentamente, as peças do quebra-cabeça começando a se encaixar em minha mente. Donatella era mais do que uma simples executiva; ela era um elemento crucial em um jogo muito maior, um jogo de poder e influência que se estendia além dos limites do mundo empresarial.

— Alessandra, o que você quer dizer com isso? — perguntei, lutando para manter minha voz calma diante da avalanche de pensamentos que inundavam minha mente.

— Não posso explicar agora, Raphael. Apenas saiba que Donatella é importante para nós, e você precisa protegê-la a todo custo — respondeu ela, sua voz soando mais distante agora, como se estivesse se afastando para o abismo das sombras de onde havia surgido.

Enquanto encerrava a ligação, senti uma sensação de urgência se apoderar de mim. Donatella era uma peça-chave em um jogo que eu mal começava a compreender, e eu precisava garantir sua segurança a qualquer custo. Respirando fundo, fiz o meu caminho de volta para onde ela estava, determinado a cumprir a missão que me fora confiada.

— Donatella — chamei, minha voz ecoando pela sala abafada pelo zumbido das conversas. Ela se virou para me encarar, seus olhos encontrando os meus com uma mistura de surpresa e curiosidade.

— Raphael — ela respondeu, um sorriso brincando em seus lábios. — A que devo a honra?

Não havia tempo para trocas de pleasantries. Eu precisava agir rápido e com precisão, proteger Donatella a qualquer custo.

— Preciso falar com você, a sós — disse, meu tom sério deixando claro que não se tratava de uma questão trivial.

Ela franziu o cenho levemente, mas assentiu, seguindo-me para um canto mais reservado da sala. Ali, entre as sombras da noite e os murmúrios distantes dos outros convidados, eu decidi revelar a verdade a ela.

— Donatella, há algo que você precisa saber — comecei, minha voz firme enquanto eu escolhia minhas palavras com cuidado. — Você está em perigo, e eu preciso garantir sua segurança.

Ela arqueou uma sobrancelha, claramente surpresa com minha declaração abrupta.

— Em perigo? Do que você está falando, Raphael?

Eu não tinha tempo para rodeios.

— Você é importante, Donatella. Mais importante do que você pode imaginar. E eu estou aqui para garantir que nada de mal lhe aconteça.

Seus olhos se estreitaram com desconfiança, mas algo na minha expressão séria pareceu convencê-la da sinceridade das minhas palavras.

— O que está acontecendo, Raphael? Por que estou em perigo?

Suspirei, sabendo que não havia mais como voltar atrás.

— Há forças em jogo aqui que vão além do que você pode imaginar. E você, Donatella, é a peça-chave em um jogo muito maior do que qualquer um de nós.

Enquanto ela absorvia minhas palavras, vi uma compreensão gradual surgir em seus olhos. Ela percebeu que havia algo muito maior acontecendo, algo que ameaçava mudar tudo que ela conhecia sobre o mundo dos negócios e além.

— O que você está sugerindo, Raphael? — ela perguntou, sua voz agora carregada de urgência.

— Estou sugerindo que você confie em mim — respondi, minha voz firme. — Eu estou aqui para protegê-la, Donatella. E não vou deixar nada acontecer com você.

Era uma promessa que eu estava determinado a cumprir, custasse o que custasse. Donatella podia não entender completamente a gravidade da situação, mas eu faria de tudo para mantê-la a salvo. Porque, no final das contas, essa era a missão que me fora confiada, e eu não falharia.

Donatella

Após o encontro com Raphael na festa corporativa, eu me vi em um turbilhão de confusão e incerteza. Seus comentários enigmáticos sobre eu estar em perigo e ele estar determinado a me proteger ecoavam na minha mente, deixando-me perplexa e ansiosa por respostas.

Quando nos despedimos, senti-me atordoada, incapaz de processar completamente o que acabara de acontecer. Raphael partiu deixando-me com mais perguntas do que respostas, e eu me vi incapaz de entender por que ele havia falado daquela maneira.

Enquanto voltava para casa naquela noite, a conversa com Raphael martelava em minha mente. Por que eu estava em perigo? Quem era Raphael, afinal, e por que ele sentia a necessidade de me proteger?

Ao chegar em casa, encontrei minha madrinha, Alessandra, esperando por mim. Seu olhar penetrante e sério apenas aumentou minha confusão. Ela me informou que eu deveria começar a trabalhar na empresa de Raphael, algo que eu não esperava. Por que eu precisaria trabalhar lá? E o que isso tinha a ver com a estranha conversa que tive com Raphael na festa?

Alessandra explicou vagamente que havia algo importante em andamento na empresa e que eu desempenharia um papel crucial nisso tudo. Mas suas palavras só serviram para aumentar minha confusão. Por que eu era tão importante para essa empresa? E por que Raphael sentia a necessidade de me proteger?

Nos dias seguintes, enquanto eu me adaptava ao meu novo ambiente de trabalho, as perguntas continuavam a me assombrar. Raphael mantinha sua distância, agindo como se nada tivesse acontecido entre nós na festa, o que só servia para aumentar minha confusão.

Eu não conseguia deixar de me perguntar se havia algo mais acontecendo, algo que eu não estava entendendo completamente. E Raphael continuava sendo uma incógnita para mim, um enigma que eu não conseguia decifrar.

Enquanto isso, eu tentava me concentrar em aprender meu novo trabalho e impressionar meus colegas de equipe. Mas sempre havia uma sensação de inquietação no fundo da minha mente, uma sensação de que havia algo maior em jogo, algo que eu ainda não conseguia entender completamente.

Com o passar do tempo, comecei a perceber pequenos detalhes que pareciam fora do lugar na empresa de Raphael. Conversas sussurradas nos corredores, olhares significativos trocados entre os funcionários - tudo isso me deixava cada vez mais desconfiada.

O que será que está acontecendo? Vou ter que descobrir e tirar eu mesmo essas dúvidas que estavam me assombrando.

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