RaphaelEu estava no depósito, resolvendo os últimos detalhes com Lorenzo, quando ouvi um barulho estranho vindo de fora. Imediatamente, meus instintos entraram em alerta. Aquele depósito era um lugar onde apenas os mais confiáveis tinham acesso. Qualquer presença não autorizada ali significava problemas sérios.― Lorenzo, vá ver o que é isso ― ordenei, tentando manter a calma na voz, mas minha mente já começava a correr com possibilidades.Lorenzo assentiu rapidamente e saiu para investigar. Enquanto ele estava fora, tentei focar nos papéis à minha frente, mas a ansiedade crescia dentro de mim. Algo estava errado. O depósito era um lugar seguro, afastado das curiosidades indesejadas. Ou pelo menos, deveria ser.Lorenzo voltou após alguns minutos, sua expressão grave. Meu coração bateu mais forte, mas mantive a compostura.― E então, Lorenzo? Resolveu o problema? ― perguntei, tentando não transparecer a tensão.― Não deu tempo, chefe. Quem quer que fosse, já saiu de carro ― respondeu
DonatellaEu estava sentada na sala de Raphael, ouvindo cada palavra que ele dizia, e a cada revelação, sentia como se o chão estivesse desmoronando sob meus pés. O homem que eu admirava e que me atraía de uma forma inexplicável estava profundamente envolvido com a máfia. A surpresa e o choque eram imensos. Não podia acreditar no que estava ouvindo.― Donatella, espero que esteja realmente pronta para enfrentar a verdade ― ele disse, seus olhos fixos nos meus, cheios de uma intensidade que só aumentava minha confusão.Raphael começou a explicar como ele havia se envolvido com a máfia. Falou sobre dívidas familiares antigas, promessas que ele teve que cumprir e como ele se viu preso em um ciclo de violência e crime. Cada palavra parecia mais inacreditável que a anterior, mas a seriedade em seus olhos não deixava dúvidas sobre a veracidade de suas palavras.― Não estou orgulhoso disso, Donatella. Mas às vezes, fazemos o que é necessário para proteger aqueles que amamos ― ele disse, sua
RaphaelMERDA! MERDA! Não acredito que fiz isso! Que inferno!Era para tentar fazê-la ficar ao meu lado e ter sua confiança, mas não sei explicar, quando estou perto da Donatella ela me causa um efeito que não consigo me controlar. Ainda tão perto dela, aquela boca levemente carnuda me chamando para beijá-la, era impossível resistir.Enquanto olhava para ela, vi a confusão em seus olhos. Eu sabia que minha revelação a tinha abalado profundamente, mas havia algo mais ali, algo que íamos além da lógica. A atração entre nós era palpável, como uma corrente elétrica que nos envolvia e nos unia de uma maneira que eu nunca havia experimentado antes.Eu me aproximei lentamente, sentindo meu coração bater mais rápido com cada passo. Donatella manteve os olhos fixos nos meus, como se estivesse esperando por algo, esperando que eu fizesse o próximo movimento. Meu olhar deslizou até sua boca, e eu pude ver sua respiração acelerada, os lábios levemente entreabertos, prontos para receber o que esta
RaphaelEntrei na minha sala e percebi imediatamente a ausência de Donatella. Sua mesa estava vazia, o que era inusitado. Donatella era sempre pontual, quase meticulosa com seu horário de trabalho. Algo estava errado, e a preocupação começou a se instalar em mim.Caminhei rapidamente até a mesa de minha secretária, tentando manter a calma. Sandra, minha secretária, olhou para mim com uma expressão que indicava que ela também notara a ausência de Donatella.― Sandra, Donatella não veio hoje? ― perguntei, tentando manter minha voz controlada.Ela consultou rapidamente sua agenda e balançou a cabeça negativamente.― Não, senhor. Não recebi nenhuma comunicação dela sobre faltar hoje. ― respondeu Sandra, com uma leve nota de preocupação na voz.Aquilo só aumentou minha ansiedade. Donatella era profissional demais para simplesmente não aparecer sem avisar. Minha mente começou a se encher de possibilidades. Será que ela tinha decidido fugir depois de nossa conversa intensa? Ou talvez algo ma
DonatellaEnquanto dirigia em direção à empresa, a sensação de inquietação que me acompanhava desde o beijo de Raphael parecia aumentar. Cada pensamento meu voltava para ele, para o toque de seus lábios nos meus, e a revelação de seu envolvimento na máfia. Eu estava tão absorta em meus pensamentos que quase não notei o carro preto SUV que parecia me seguir.Olhei pelo retrovisor e vi o veículo. Um carro grande e escuro, movendo-se de forma quase furtiva, mas sempre mantendo a mesma distância de mim. Meu coração começou a bater mais rápido. "Isso é só coincidência", pensei, tentando me acalmar. Mas à medida que continuava a dirigir, a sensação de estar sendo seguida só crescia.Acelerei um pouco, tentando ver se o SUV faria o mesmo. Para meu horror, ele aumentou a velocidade também, mantendo-se bem atrás de mim. A adrenalina começou a bombear através de minhas veias. "Não é uma coincidência", sussurrei para mim mesma, meus dedos apertando o volante.Sem pensar muito, pressionei o acel
Raphael Dirigi pelas ruas com uma urgência crescente, cada segundo sem notícias de Donatella aumentava meu desespero. Eu não podia deixar que nada acontecesse a ela. Não agora, não depois de tudo o que havíamos passado. Cada rua que virava, cada quarteirão que cruzava, apenas aumentava minha frustração. Onde ela poderia estar?Estacionei o carro em um beco escuro, esfregando as têmporas enquanto tentava pensar em meu próximo movimento. Não havia sinais dela em lugar algum. Era como se Donatella tivesse simplesmente desaparecido. O pensamento de que algo terrível pudesse ter acontecido me consumia por dentro. Peguei o telefone e decidi ligar para Lorenzo. Se alguém poderia ajudar a encontrá-la, era ele.— Lorenzo, preciso da sua ajuda — disse assim que ele atendeu.— O que houve, chefe? — perguntou Lorenzo, sua voz soando alerta ao perceber a tensão na minha.— É Donatella. Ela está desaparecida. Preciso que você me ajude a encontrá-la, agora mesmo.Houve uma pausa do outro lado da li
DonatellaCada segundo na escuridão parecia uma eternidade. Minhas mãos tremiam enquanto trabalhava para soltar as cordas que me prendiam. Cada pequeno progresso me dava uma esperança desesperada. Finalmente, consegui soltar o nó final. Estava livre. Mas a liberdade não significava segurança. Ainda precisava encontrar uma brecha para fugir desse inferno.Fiquei imóvel por alguns minutos, ouvindo atentamente os sons ao redor. Podia ouvir passos ocasionais e vozes abafadas do outro lado da porta. O medo e a adrenalina pulsavam em minhas veias, mas sabia que precisava manter a calma e ser inteligente sobre minha fuga. Esperei pelo momento certo, a oportunidade perfeita para escapar sem ser notada.A porta rangeu levemente, e meu coração disparou. Um h
RaphaelA impaciência queimava em minhas veias enquanto eu e Lorenzo continuávamos nossa busca por Donatella. Cada momento que passava sem uma pista sólida aumentava minha frustração. Sabíamos apenas que uma SUV preta a havia sequestrado, mas isso era uma informação inútil sem um local específico para começar a procurar.Dirigimos por diversas áreas da cidade, procurando qualquer sinal da SUV preta. Lorenzo estava ao meu lado, fazendo ligações e verificando informações com nossos contatos. Eu estava dirigindo, os dedos apertando o volante com tanta força que minhas juntas estavam brancas.— Precisamos de uma pista mais sólida, Lorenzo. — Minha voz era áspera, cheia de frustração e desespero. — Não podemos continuar dirigindo às cegas.Lorenzo assentiu, os olhos fixos no telefone enquanto esperava por respostas.— Estou fazendo o melhor que posso, chefe. Mas a cidade é grande, e nossos contatos ainda estão tentando conseguir mais informações.Estava prestes a perder a paciência quando