Raphael Dirigi pelas ruas com uma urgência crescente, cada segundo sem notícias de Donatella aumentava meu desespero. Eu não podia deixar que nada acontecesse a ela. Não agora, não depois de tudo o que havíamos passado. Cada rua que virava, cada quarteirão que cruzava, apenas aumentava minha frustração. Onde ela poderia estar?Estacionei o carro em um beco escuro, esfregando as têmporas enquanto tentava pensar em meu próximo movimento. Não havia sinais dela em lugar algum. Era como se Donatella tivesse simplesmente desaparecido. O pensamento de que algo terrível pudesse ter acontecido me consumia por dentro. Peguei o telefone e decidi ligar para Lorenzo. Se alguém poderia ajudar a encontrá-la, era ele.— Lorenzo, preciso da sua ajuda — disse assim que ele atendeu.— O que houve, chefe? — perguntou Lorenzo, sua voz soando alerta ao perceber a tensão na minha.— É Donatella. Ela está desaparecida. Preciso que você me ajude a encontrá-la, agora mesmo.Houve uma pausa do outro lado da li
DonatellaCada segundo na escuridão parecia uma eternidade. Minhas mãos tremiam enquanto trabalhava para soltar as cordas que me prendiam. Cada pequeno progresso me dava uma esperança desesperada. Finalmente, consegui soltar o nó final. Estava livre. Mas a liberdade não significava segurança. Ainda precisava encontrar uma brecha para fugir desse inferno.Fiquei imóvel por alguns minutos, ouvindo atentamente os sons ao redor. Podia ouvir passos ocasionais e vozes abafadas do outro lado da porta. O medo e a adrenalina pulsavam em minhas veias, mas sabia que precisava manter a calma e ser inteligente sobre minha fuga. Esperei pelo momento certo, a oportunidade perfeita para escapar sem ser notada.A porta rangeu levemente, e meu coração disparou. Um h
RaphaelA impaciência queimava em minhas veias enquanto eu e Lorenzo continuávamos nossa busca por Donatella. Cada momento que passava sem uma pista sólida aumentava minha frustração. Sabíamos apenas que uma SUV preta a havia sequestrado, mas isso era uma informação inútil sem um local específico para começar a procurar.Dirigimos por diversas áreas da cidade, procurando qualquer sinal da SUV preta. Lorenzo estava ao meu lado, fazendo ligações e verificando informações com nossos contatos. Eu estava dirigindo, os dedos apertando o volante com tanta força que minhas juntas estavam brancas.— Precisamos de uma pista mais sólida, Lorenzo. — Minha voz era áspera, cheia de frustração e desespero. — Não podemos continuar dirigindo às cegas.Lorenzo assentiu, os olhos fixos no telefone enquanto esperava por respostas.— Estou fazendo o melhor que posso, chefe. Mas a cidade é grande, e nossos contatos ainda estão tentando conseguir mais informações.Estava prestes a perder a paciência quando
DonatellaAcordei dando um pulo da cama do pesadelo que parecia tão real. Estava presa em algum lugar e amarrada… Olho ao meu redor e noto que não estou no meu apartamento? O quarto era a personificação do luxo e do requinte, um espaço projetado para exalar opulência em cada detalhe. o primeiro impacto visual era o tamanho impressionante do ambiente, amplamente iluminado por janelas do chão ao teto que ofereciam uma vista panorâmica da cidade abaixo. As cortinas de seda dourada, pesadas e ricamente trabalhadas, emolduravam as janelas, controladas eletronicamente para ajustar a iluminação conforme a hora do dia.Me levantei para olhar melhor o quarto. O piso de mármore italiano polido refletia a luz natural, criando um brilho sutil. Um tapete persa, exuberantemente colorido com tons de azul, dourado e vermelho, cobria parcialmente o piso, adicionando um toque de tradição e sofisticação. Tudo estava lindo e não entendia por que estava ali?Quando ouvi alguém bater na porta, levantei-me
RaphaelAmanheceu, e a luz suave do sol entrou pelas janelas, lançando sombras no quarto luxuoso. O ambiente estava calmo, mas minha mente não parava. Olhei para Donatella, ainda dormindo em meus braços. Ela parecia tão vulnerável, tão diferente da mulher forte e determinada que conheci. A responsabilidade de protegê-la pesava sobre mim, mas era um fardo que estava disposto a carregar.Desvencilhei-me cuidadosamente de seu abraço, tentando não acordá-la. Precisava organizar meus pensamentos e planejar os próximos passos. Caminhei até a janela, observando a cidade abaixo. Havia muito em jogo, e cada movimento precisava ser calculado com precisão.Meu telefone vibrou na mesa ao lado. Era Lorenzo. Atendi rapidamente, ainda olhando pela janela.— Raphael, descobri algo. — A voz de Lorenzo era urgente. — Precisamos nos encontrar. Tenho mais informações sobre Alexandra.— Onde você está? — perguntei, já pegando minhas coisas.— No escritório. Venha o mais rápido possível. — Ele respondeu an
AlexandraEu não conseguia acreditar. Estava presa a uma cadeira no depósito onde Raphael resolve seus assuntos da máfia. Minha mente rodava, tentando entender como tudo havia saído tão terrivelmente errado. Donatella, a jovem e impressionável Donatella, havia me traído. Como ela conseguiu me atrair para esta armadilha? Onde foi que subestimei suas capacidades?A escuridão do depósito era opressiva, apenas algumas lâmpadas piscando iluminavam fracamente o local. O ar estava denso com o cheiro de mofo e óleo, criando uma atmosfera sufocante. Meus pulsos doíam de onde as cordas estavam apertadas, e eu podia sentir a tensão aumentando a cada segundo.Ouvi passos ecoando pelo corredor. Tentei me manter calma, mas meu coração batia descontroladamente no peito. As portas duplas se abriram e Lorenzo entrou, sua presença imponente preenchendo a sala. Seus olhos frios encontraram os meus e ele caminhou em minha direção com uma calma calculada.― Alexandra, ― disse ele, sua voz tão fria quanto
RaphaelJá era madrugada quando voltei para o meu apartamento, sentindo o cansaço acumulado dos últimos dias pensando sobre meus ombros. Donatella estava segura agora, deitada no quarto de hóspedes. Eu sabia que ela precisava descansar, especialmente depois de tudo que havia passado. Depois de prender Alexandra, não havia mais necessidade de ficarmos no hotel. O meu apartamento oferecia um nível de segurança que eu não confiava em nenhum outro lugar.Ainda assim, a tranquilidade que eu esperava encontrar aqui era ilusória. A cada passo pelo apartamento, minha mente voltava às palavras de Alexandra. Suas insinuações sobre Donatella representavam um perigo para mim e minha organização me atormentavam. Como ela poderia ser uma ameaça? E por quê? As perguntas giravam na minha cabeça como um furacão, impossibilitando qualquer tentativa de descanso.Era quase três da manhã e eu não conseguia dormir. O apartamento estava mergulhado na escuridão, exceto pela luz fraca da cidade que se infiltr
DonatellaEra madrugada, e a escuridão do quarto parecia mais sufocante do que nunca. O relógio marcava tarde da manhã, e eu não conseguia encontrar um momento de paz para dormir. A situação com Alexandra estava me corroendo por dentro, e as palavras dela para Raphael não paravam de ecoar na minha mente.Levantei da cama, tentando não fazer barulho para não acordar Raphael. Ele finalmente tinha conseguido pegar no sono, e eu não queria perturbá-lo. Caminhei lentamente até a cozinha, meus pensamentos rodopiando como uma tempestade."Informações que poderiam prejudicar ele." As palavras de Alexandra martelavam na minha cabeça. Não entendia por que ela havia dito aquilo. Desde que Alexandra tinha me contado sobre a morte dos meus pais e sugerido que Raphael estava envolvido, minha vida tinha virado de cabeça para baixo. E agora, tudo parecia ainda mais confuso e ameaçador.Cheguei à cozinha e acendi uma luz fraca. O brilho suave me ajudou a me orientar enquanto procurava uma xícara. Pegu