‘O que ela quer dizer com 'meu pai está vivo? Eu nunca tive um pai... nem mesmo quando era criança!’ Deirdre se forçou a se acalmar. Isso tinha que ser mais um dos truques de Charlene, um esquema estúpido para desequilibrar a jovem, afinal, a cobra inventaria todos os tipos de coisas para confundi-la e fazer com que estivesse sempre confusa e acreditando que haviam conspirações, em todos os cantos.― Eu sei o que você está pensando, chuchu. Você deve estar pensando consigo mesma: ‘Meu pai? Mas ele está morto! Como isso é possível?’ ― Um sorriso presunçoso surgiu nos lábios de Charlene, enquanto saboreava o momento em que finalmente estava em vantagem. ― Bem, a resposta é simples. Seu pai está vivo. ―Deirdre cerrou os punhos e lançou um olhar mordaz para Charlene.― Então, é por isso que você queria me ver? Para que alguém possa ouvir alguma das besteiras que você inventou? ― Deirdre respondeu friamente. ― Desculpa por te desapontar, mas não acredito em nada que sai da sua boca! Eu
― Quão estúpida você acha que eu sou, Charlene? Eu nem sei se o que você disse é verdade. Talvez você esteja dizendo a verdade ou talvez esteja apenas inventando coisas! Além disso, você mesma disse que me odeia. Por que me contaria alguma coisa que me beneficiaria? ―O pânico surgiu e se instalou nos olhos de Charlene.Deirdre tinha acertado em cheio. Charlene nunca planejara contar a verdade a ela. Se aquela informação fosse suficiente para impedir que fosse para a prisão, Charlene poderia continuar usando-a como alavanca contra Deirdre.― Quem disse que eu não faria algo assim? Não é como se fosse algo útil para mim! ― Charlene vociferou. ― Eu vou te dizer tudo o que sei sobre seu pai se você fizer Bren me libertar da prisão o mais rápido possível. ―Deirdre riu tão friamente que Charlene estremeceu.― Lamento te desapontar. ―O coração de Charlene disparou.― O que isso deveria significar? Você está me dizendo que não se importa com seu próprio pai? Que você não se importa c
― Tenho pensado na minha mãe. Só de pensar no quanto devo a ela... às vezes me tira o sono. ―Deirdre dizia a verdade. Conforme o dia de rever Ophelia se aproximava, suas emoções só aumentavam e os hormônios da gravidez também amplificava a expectativa e ansiedade.Brendan ficou em silêncio, pensativo, mas quando o carro parou em um sinal vermelho, segurou a mão dela e apertou.― Você não precisa pensar nisso. Ela está voltando. ―― Eu sei. ―Ela se afastou dele e não disse mais nada.A dupla voltou para a mansão e, como contaram a Engel sobre Deirdre ter passado para falar com um médico, preocupada, a governanta começou a fazer uma refeição nutritiva, com todos os grupos alimentares e repleto de vitaminas que ela sabia ser eficaz e útil. Enquanto preparava, desabafou:― Deve ser por culpa da víbora, de novo, não é? Ela não fala com nenhum filtro e é um imã de azaração ambulante. Qualquer um pegaria um resfriado de olhar para aquela alma nojenta. Deus sabe como estou feliz que a
Deirdre jurou que toda força havia acabado de deixar seu corpo inteiro. Mas sentiu algo tocar em seus lábios. Então abriu a boca e percebeu que era um pedaço de doce.Engel ficou surpresa.― Que ideia mais brilhante, senhor Brighthall! Esqueci-me de preparar alguns doces! ―Deirdre também ficou bastante surpresa. Era uma das poucas ocasiões que notava como Brendan podia ser perspicaz e atento.― Obrigada. ―O doce era bastante açucarado e à medida que derretia e se espalhava pela boca, o amargor do jiló começava a diminuir. Logo, tudo o que sentiu foi doçura.― Se você gostou, eu posso comprar mais e deixar na cozinha. Assim, você pode comer um sempre que terminar de comer jiló, ou outra coisa amarga que Engel preparar para você. ―‘Espera! Eu só posso comer o doce depois de provar o amargo!?’ A expressão de Deirdre congelou.― Espera aí, por quanto tempo vocês vão me encher de coisa amarga? ―Engel sorriu.― Só uma semana! Vai acabar como uma brisa! ―-A sentença de Charl
Mesmo que as duas mulheres que compartilhavam cela com Charlene fossem submissas, não eram estúpidas. Por isso, uma delas sorriu e rebateu:― Noiva de Brendan Brighthall? O figurão? E eu sou a rainha da Irlanda. Como alguém como ele poderia ter a ver com uma piranha burra, louca, aleijada e presidiária? Se você fosse a noiva dele, estaria fazendo compras em Paris, e não cumprindo pena. ―Charlene ficou furiosa e jogou o travesseiro no rosto da mulher, enquanto vociferava:― Sua filha da puta! Com um QI tão baixo, não é de admirar que vocês duas estejam apodrecendo na prisão! ―A mulher deu um salto para trás, desviando do objeto e, assustada, se espremeu na ponta da cama, afastando-se o máximo que pôde do travesseiro. Charlene, porém, interpretou a atitude como se a detenta estivesse apavorada com ela e sorriu.― Ah, você está com medo? Então traga sua bunda para cá e massageie meus ombros! Acho que é hora de mudar a dinâmica de energia nesta cela. A partir de agora, uma nova rain
― Venham aqui, vocês duas! Abaixem as calças dela, Vamos resolver esse inconveniente! ― Yael ordenou.As duas mulheres derrubaram Charlene no chão e arrancaram a parte de baixo de suas roupas. Enquanto Yael esticava o arame do cabide, para realizar o aborto improvisado, disse:― Você já fez um monte de plástica, né? Seu rosto ficou uma merda, querida. Depois de resolver aqui em baixo, vou resolver aí em cima também. Vou te deixar com uma aparência mais interessante... ―-Quando a ligação de Sam chegou, Brendan trabalhava no laptop, no sofá da sala. Ele viu quem era e ignorou.Deirdre, que passava pela sala, viu a forma como o magnata trabalhava e ficou perplexa. ‘Por que ele está se espremendo no sofá quando seu escritório está a cinco passos daqui?’Sam insistiu na chamada e, só então, Brendan colocou no viva-voz e atendeu:― O que foi, Sam? ―Houve um momento de hesitação, antes de Sam responder:― Charlene sofreu um aborto. ―Deirdre se sentou ereta. ‘Ela perdeu a criança
O sentimento no peito de Deirdre era quase como se... Ela não sabia definir, mas era perturbador.Quanto mais pensava sobre como Brendan se sentia em relação à Charlene, não sabia o que concluir, afinal, o magnata sempre tratou Charlene bem e se a cobra não tivesse decepcionado Brendan, tentando criar um milhão de esquemas maldosos, teria se tornado a senhora Brighthall, sem dúvida.― Está tudo bem, Dee? Você está com frio? ― Brendan parou o carro ao lado dela e abriu a porta. Deirdre entrou emburrada e encostou a cabeça no assento.― Se eu disser que estou cansada, posso ficar em casa? ―Brendan ficou pensando, por alguns segundos, mas, sem responder nada, ligou o motor. Só quando cruzavam o portão da propriedade, respondeu:― Desculpa. Mas, por favor, seja um pouco paciente. Vou dirigir o mais rápido que puder. ―O magnata ligou o aquecedor, mas a temperatura aconchegante não dissipou a mordaz irritação da jovem. Afinal, quando foi ela a prisioneira vítima de um ataque brutal,
O sorriso de Madame Brighthall floresceu em seus lábios e parecia que a primavera havia amanhecido em um rosto cansado. O alívio foi tão grande que o peso no peito diminuiu e a matriarca começou a respirar melhor.― Brenda? Peça a Lúcia que prepare a mesa, a polenta já deve estar fervendo, assim, quando entrarem, vão ter uma refeição quente para esquentar o corpo. ―A criada captou a alegria contagiante da patroa.― Perfeito, senhora. Mas, por favor, fique aqui e não saia para se divertir, está bem? Está muito frio lá fora e sua saúde anda muito frágil ― lembrou Brenda. ― A menos que, bem... peça a Charles para que os vá chamar se demorarem muito para entrar. ―― Eu sei, querida. ― A matriarca passou o dedo pelo coque e lançou um olhar irritado para a criada, como se estivesse um pouco descontente. ― O que você está insinuando? Eu não sou uma criança, você sabe. Há muito tempo que não tenho disposição para fazer coisas como brincar na neve. Por que eu iria querer sair e participar