Charlene se sentia um pouco orgulhosa da posição que ocupava. Afinal, enquanto Deirdre ficara relegada ao banco traseiro do automóvel, ela estava no passageiro. Isso significava algo sobre o status dela no coração de Brendan.Sendo a família da elite da cidade, a médica não ousou atrasar um segundo sequer e Deirdre foi atendida imediatamente após chegar. O exame correu bem e a criança se desenvolvia saudável. A doutora passou todas as recomendações para Deirdre, mas, quando saíram do consultório, Brendan se aproximou e fez algumas perguntas. Foi então que Charlene interveio:― Já dá para saber o sexo da criança? ―Como nem Deirdre, nem o magnata, tinham perguntado, a médica não tinha falado espontaneamente, afinal, cada família tem seu costume. Entretanto, como aquela mulher, que parecia ser próxima do casal, fez a pergunta de maneira direta, a obstetra não viu razão para esconder:― É uma menina. Vocês terão uma doce princesinha em breve ― respondeu, com naturalidade.Charlene de
Após a conversa privada, Deirdre e Madame Brighthall saíram da sala da maternidade, apenas para ver Brendan encostado na parede próxima com Charlene serpenteando o braço em volta dele.No passado, Brendan teria evitado qualquer tipo de contato físico. O fato de ela poder segurá-lo por tanto tempo era uma afirmação que Madame Brighthall não podia ignorar, e a deixa para sua expressão escurecer imediatamente, enquanto conduzia Deirdre para fora do caminho.Brendan e Charlene as seguiram de perto. Quando a matriarca e a jovem grávida estavam prestes a entrar no carro, Brendan disse:― Mãe, espere. Você e Deirdre vão voltar com Sam. Eu não pretendo ir para a mansão. ―Com a deixa, o segurança apareceu e abriu a porta do banco traseiro do carro ao lado.A mão da matriarca, que segurava a maçaneta da porta do veículo do magnata ficou congelada no mesmo lugar. Sua ira finalmente explodiu.― Dee acabou de fazer o pré-natal, Brendan! Para onde você vai se não vai ficar em casa com ela? ―
Charlene queria ignorar o telefone do magnata, mas uma olhada na tela a fez mudar de ideia e, com um sorriso sinistro no rosto, atendeu.A voz de Deirdre era tão fraca que parecia um murmúrio:― Quando você volta para casa, Brendan? Eu... estou tendo alguma dificuldade para respirar. Por favor, leve-me a um hospital. ―‘Dificuldade para respirar?’ Charlene riu para si mesma. ‘Deus, que desculpa patética essa vadia inventou. Deirdre age como se não se importasse, esperando que eu baixe a guarda para poder conquistar o coração de Brendan usando esse truque sujo. Que merda.’― Fico muito triste em te decepcionar, chuchu, mas sou eu. Infelizmente, Bren não está em condições de atender sua ligação. ―Houve silêncio do outro lado. Então, Deirdre falou friamente.― Por que ele não atendeu? O que ele está fazendo, ainda com você? ―― Bem... ― Charlene deu uma risada que valia mais do que mil palavras. ― Você realmente quer que eu soletre, o que estamos fazendo? ―― Onde está Brendan!?
‘Então, a dondoca está no Hospital de Neve?’ Charlene abriu as cortinas, revelando o prédio bem em frente ao bar em que estavam hospedados. ‘Mas, que coincidência! Como eu poderia perder essa chance de foder Deirdre um pouquinho mais?’Sem responder Engel, Charlene desligou a ligação e decidiu mandar uma mensagem, fingindo ser o magnata:“Estou no hotel em cima do Nyx’s Pub. Bebi demais ontem à noite. Estou com dor de estômago. Se houver algum remédio de alívio, por favor, traga um pouco para mim. Acho que é hora de conversarmos.”Depois de garantir que o endereço estava correto, Charlene enviou a localização para o número de Engel e excluiu todo o histórico de conversas e mensagens de texto de Brendan.Então, colocou o telefone de volta onde estava.Acompanhando pela janela, observou a governanta e Deirdre saindo do hospital.Enquanto isso, a porta do banheiro se abriu e Brendan emergiu com o cabelo preto molhado e desgrenhado. O empresário vestia a mesma camisa do dia anterior
― Você está insinuando que ter enchido a cara é justificativa para não cuidar de uma mulher grávida!? Me poupe! ― Engel se irritou. ― E este é um assunto entre o senhor Brighthall e a mãe do filho dele! Não é da sua conta! ―― Senhora Engel, você se esqueceu para quem trabalha? ― disse Brendan, com a voz perigosamente baixa. ― Não me faça ouvir isso de novo. ―A governanta congelou, sem saber como reagir.Deirdre apertou os dedos com tanta força que as unhas ficaram brancas. Então levantou a cabeça.― E daí se é você quem paga o salário dela, hein? Só porque você é o dono do mundo acha que todo mundo tem que aceitar seu disparates de cabeça baixa e se fingir de mudo? ―As sobrancelhas de Brendan franziram e Charlene riu. ‘Deirdre, sua vadia insolente e estúpida. Você acha que Brendan vai deixar você ir, depois de responder assim a ele?’Charlene previu a reação de Brendan. Uma camada de gelo cobriu o rosto do magnata quando ele disse friamente:― Eu não acho. É assim que o mundo
Deirdre nem piscou.― Ehh, obrigada por apontar o óbvio... Eu acho? Quero dizer, o que devo fazer? Lamentar e não comer porque uma cadela fodeu com um idiota, ontem à noite? ―Charlene zombou.― Você está terrivelmente calma apesar de saber que transei com seu adorado Bren. Acho que todo o comportamento de mártir do amor que você tinha antes era só teatrinho. Bem, isso é realmente uma boa notícia para você. Já que você é tão boa em compartilhar, acho que vou permitir que Bren continue transando com você, depois que nos casarmos, apenas para que ele tenha uma saída garantida e uma companheira para brincar quando eu não estiver com vontade. ―Engel não foi a única que reagiu. Deirdre também fez uma careta de desgosto.― Hmm, não, obrigada. Ao contrário de você, não tenho o hábito de colocar na boca qualquer lixo que acho no chão. ―Charlene imediatamente olhou para trás, na direção da porta da mansão e falou:― Você ouviu isso, Bren? Eu estava tentando ser complacente com ela, mas
Sentindo-se revigorado, depois de usar o mesmo sabonete de Deirdre, com cheiro de bambu, Brendan segurou e apertou a jovem em seus braços. Buscando elogios, ele perguntou:― Ainda estou fedendo? ―― Sim ― disse Deirdre, sem rodeios e teimosamente. ― Por favor, não fique no meu quarto. Não quero ter que lidar com o problema, quando Charlene vier procurar por você. ―Ao sentir algo, Brendan levantou o queixo de Deirdre com a ponta dos dedos, olhou para sua expressão facial e ponderou.― Você está com raiva de mim? ―― Se tudo não passa de um ato, por que eu deveria estar com raiva? ― respondeu Deirdre, um tanto envergonhada.― Nesse caso, por que estou sentindo que você está com ciúmes e arredia como um gato? ― Brendan riu.― Você tem pensado demais. Só acho a situação incômoda... ― murmurou Deirdre.Mas, antes que pudesse terminar de argumentar, os lábios de Brendan encontraram os dela e suas respirações ficaram misturadas e confusas. Quando terminaram, Brendan disse:― Deirdre
Deirdre ficou emocionada com a preocupação que a governanta tinha por sua saúde. Engel sempre a tratava muito bem.Deirdre deixou a governanta entrar no quarto e ocupar uma cadeira. Ao sentir o aroma forte do pimentão recheado, Deirdre começou a sentir fome e começou, com o prato no colo, a comer.Engel não conseguiu ficar parada esperando e começou a arrumar o quarto. Foi quando viu a camisa de um homem, pendurada no banheiro. Sem entender, se aproximou e percebeu que era a mesma que Brendan usava, durante o jantar.Enquanto comia, Deirdre percebeu que a governanta tinha parado de fazer barulho. Por isso, levantou a cabeça e perguntou:― Tem alguma coisa errada, Anna? ―A governanta percebeu que agia estranho e colocou a camisa no mesmo lugar de antes.― Nada. Só percebi que estou cansada de limpar e preciso descansar um pouco. ― Então mudou de assunto e perguntou: ― E aí, minha linda, o que você achou da comida? ―― Está muito deliciosa, parece a mesma receita que minha mãe fa