― Onde é esse tal lugar onde você fez vinho durante a infância? ―Deirdre foi forçada a olhar para o contorno borrado do rosto do monstro e, no momento seguinte, virou a cabeça, mais uma vez, dizendo:― Isso é importante? Você não vai me deixar ir lá, de qualquer maneira. ―Brendan detestava o relacionamento próximo que havia entre Deirdre e Tobey quando eram jovens. Parecia que quanto mais próximos os dois estavam, mais a distância entre o magnata e a jovem crescia.Os amigos de infância tinham segredos entre eles que o monstro desconhecia.― Não é importante, mas gostaria de saber o que ele deixou para você. ―― Você está com medo? ― Deirdre deu um sorriso sarcástico e olhou para Brendan, enquanto dizia: ― Você está com medo de que o objeto escondido por Tobey me faça fugir de você? ―Brendan não respondeu, mas olhou para a jovem mais de perto.Deirdre segurou a mão do magnata e delicadamente afastou de seu rosto, enquanto dizia:― Você pode ficar tranquilo se essa for sua p
Talvez tenha sido devido à dificuldade de Deirdre em se adaptar à turbulência o que fez ela passar mal no avião e vomitar algumas vezes. Quando aterrissaram, estava fraca e exausta.Foi necessário um grande esforço para se levantar da poltrona e, mesmo assim, seus joelhos fraquejaram e ela caiu para a frente. Entretanto, Brendan respondeu bem a tempo de a segurar a envolvendo com o braço.O rosto de Deirdre estava terrivelmente pálido e a jovem tinha dificuldade para respirar. Ela agarrou o colarinho de Brendan, em estado de grande ansiedade, e só afrouxou o aperto quando percebeu o que fazia.Por sua vez, Brendan continuou sustentado o peso da jovem até que ela terminasse de se recuperar. Seus olhos escuros estavam fixos no rosto de Deirdre, sem qualquer disfarce. Havia preocupação e culpa em seu olhar quando acariciou o rosto pálido e frágil da mulher com a ponta dos dedos e disse, quase em um murmúrio:― Sinto muito por não poder te ajudar com isso. ―Brendan só podia assistir
O olhar da mulher grisalha esmaeceu, quando se lembrou de algo e disse:― Foi por causa de sua mã... ―― Chega. ― Deirdre parou Engel a tempo, dizendo: ― Já está no passado, então não precisamos trazer isso à tona mais uma vez. O que passou não volta mais. ―― Sim, você está certa! ― Anna Engel assentiu, apressadamente. Sem querer, quase desencadeou a tristeza de Deirdre, mas não pôde deixar de aconselhá-la em vista de sua experiência passada.― Olha, Dee, talvez eu não esteja certa, mas sei que o senhor Brighthall te ama muito mais do que antes. Ele se preocupa com você e é por isso que viajou para longe para me procurar, até de me encontrar na pequena cidade em que nasci, entre montanhas. Quando me encontrou, eu precisava de uma cirurgia no joelho e poderia nem mesmo voltar a andar, mas ele pagou a cirurgia e a fisioterapia, sem exigir nada em troca, e então me pediu para voltar e cuidar de você. Ele me pediu que te fizesse feliz. ― 'Ele quer me ver feliz?' O olhar de Deirdre f
Ao ouvir a notícia sobre o falecimento do antigo assistente, os olhos escuros de Brendan fulguraram de ódio, antes de escurecer novamente.― Como ele morreu? ―Sam estava dominado pelas emoções.― Parece que discutiu com alguém na rua e a pessoa estava armada. ―Brendan franziu as sobrancelhas, mas ficou em silêncio.Sam era um conhecido próximo de Steven, então, apesar de saber do conflito entre o rapaz e seu chefe, tinha problemas para aceitar a situação.― Como isso aconteceu tão de repente? Steven nunca entraria em uma briga! Não tem nada a ver com a personalidade dele. Além disso, ele estava morando em outro país, com outra cultura, então deveria estar mais vigilante e cauteloso. Como isso... ―Brendan não falou, mas seus olhos escuros brilhavam de raiva. Depois de alguns segundos para se recompor, disse, com a voz fria:― Recado dado, Sam, você pode sair agora. ―Sam assentiu e saiu.Brendan continuou a ler os documentos, mas tinha perdido o foco no trabalho. Então acen
― Se eu dissesse que não sabia de nada sobre as coisas que aconteceram com você na prisão, você ainda me odiaria tanto? ― Os olhos escuros de Brendan brilharam, enquanto sua voz tinha notas de embriaguez e esperança.Era como se esperasse ouvir uma resposta que queria de Deirdre. ‘Não.’ Mas, no momento seguinte, seu entusiasmo foi abafado pelo tom frio da jovem, que dizia com a expressão cheia de ódio:― Se você ordenou aquelas coisas que me machucaram porque me odiava, eu posso me culpar por ter me envolvido com alguém que não deveria, capaz de me odiar a ponto de querer me destruir. Mesmo que isso não faça sentido, é mais fácil pensar que foi você quem fez tudo isso. No entanto, se você me deixou passar por todas aquelas coisas, por distração, por simples descaso, eu só vou te odiar mais. ― A observação soou cristalina e colocou o coração ansioso de Brendan no lixo.Sem saber como continuar a conversa, o magnata se sentiu impotente e disse, desanimado:― Você precisa voltar a dor
― Nós rastreamos Ophelia até Lowe, de acordo com a foto que Charlene te entregou. Como o local já estava desocupado quando nosso pessoal chegou, começamos a investigar e coletar informações com os moradores da região. Mais de um dos moradores comentou que ouviram das pessoas da casa que se mudariam para a região montanhosa, na região leste de Lowe. Além disso, nenhuma das pessoas é originária de lá, o que me faz pensar que sejam realmente os captores de Ophelia! ―Um toque de esperança passou pelos olhos escuros de Brendan. Informações mais próximas poderiam significar que eles estavam se aproximando da verdade. Se ele conseguisse salvar Ophelia, ainda teria uma chance de compensar o erro que cometeu no passado.No entanto, um pensamento lhe ocorreu: ‘Charlene realmente tinha recursos e poder para esconder Ophelia em um local tão distante?’― Organize uma equipe e os coloque nisso. Quero que apenas os melhores sejam selecionados para investigar esse assunto. Não vou permitir nenhum
Deirdre voltou do jardim para a sala e mudou de assunto:― Estou com fome, Anna. ― ― Em um minuto, querida. Seu mingau estará pronto em breve! ―Depois da refeição, a jovem subiu para dormir e teve uma noite tranquila. Mas, na manhã seguinte, Deirdre foi acordada por uma estranha gritaria de um lado e a voz séria de Engel tentando apaziguar a situação. Por isso, levantou-se apressada, vestiu uma roupa confortável e quente e abriu a porta do quarto.O som das vozes se tornou mais nítido e a jovem entendeu as palavras:― Vou perguntar pela última vez, onde diabos está Brendan Brighthall!? Diga a ele para descer aqui agora! Eu não vou embora até que tudo seja resolvido! ―― Como ele pode fazer isso comigo? Sacrifiquei toda a minha juventude e meus melhores anos, para o Grupo Brighthall! Eu deixei eles me conduzirem como se eu fosse um escravo! E ele está retribuindo toda essa devoção me mandando para algum país estrangeiro e forçando as escolas dos meus filhos a expulsá-los!? Que p
Deirdre olhou para cima.― Mas, por que Brendan esconderia isso de seu próprio sócio? Você acha que Brendan teria medo de um cara como esse? ―― Bem... ― Engel vacilou.Deirdre deu um sorriso.― Vou cuidar da minha vida. ―Então, Deirdre girou nos calcanhares e voltou para dentro. A revelação não a fez sentir nada em particular, mas em vez disso, apenas a lembrou de como Brendan era talentoso como ator. Ela quase comprou e acreditou que talvez, no fundo, ele se importasse com ela ou a amasse.A jovem tinha acabado de entrar em seu quarto, a caminho do banheiro, quando ouviu o som de Engel tentando ligar para Brendan. Mas, a chamada não foi atendida.-Dois dias tinham se passado quando, sentada no sofá da sala de estar, Deirdre apoiou o lado da cabeça com a palma da mão e perguntou:― Anna, aquele tal do Jensen voltou? ―― Como um relógio! Ele vem aqui todo dia, mas pelo menos não tem mais ataques de histeria e, ao saber que o senhor Brighthall não está em casa, fala uns pal