― Mas ela foi a mandante do meu sequestro! Ela é uma assassina e uma suspeita criminal! Por que vocês a deixaram ir!? ― Deirdre cerrou os punhos com força e sentiu uma vertigem. Ela esperava que tudo estivesse finalmente chegando ao fim, mas o pesadelo não tinha acabado.Os policiais trocaram olhares.― Não encontramos nenhuma evidência de crime, depois de investigar Charlize McKinsey. ―― Não, isso é impossível! ― Deirdre gritou com veemência. ― Eu ouvi a voz dela! Ela estava falando comigo! Nós conversamos! Ela me sequestrou! ―― Mas sua visão está comprometida. Não podemos simplesmente dizer quem fez isso com base no que você, e somente você, ouviu. ―― Mas, Maeve O'Keefe também foi testemunha! Ela pode corroborar com meu testemunho e provar que Charlize não é inocente! ―― E é isso que estamos aqui para informá-la. Maeve O'Keefe veio aqui ontem e admitiu ter forjado o depoimento. Ela admitiu nutrir algum ódio por Charlize McKinsey e, portanto, criou acusações injustas contra
― Sou toda ouvidos, Dee! Basta dizer o que quer! ―Deirdre lançou um olhar agradecido para ela.― Preciso que você investigue uma coisa. ―-― É isso. O endereço aponta para este apartamento ― disse Glenna, enquanto verificava a nota em sua mão, comparando-a com a placa que dizia '604' na porta. ― Devemos bater? ―Deirdre assentiu.― Vamos. ―Glenna bateu e, um pouco depois, ouviram passos e a resposta de uma mulher.― Chegando! ―A porta foi aberta no segundo seguinte e Maeve ainda comentava consigo mesma:― Não esperava que você voltassa para casa tão cedo! É o semest... ― Ela vacilou.Mesmo sem consultar a visão, Deirdre percebeu que Maeve devia parecer assustada e surpresa. Mantendo a compostura, Deirdre perguntou:― Podemos entrar? ―Sem responder, Maeve deu um passo para o lado.Deirdre entrou e, mesmo com sua visão nebulosa, conseguiu distinguir um interior pequeno e lotado, insinuando o status econômico sem brilho da mulher mais velha. Ela não tinha recebido muito
Parecia que um trovão explodiu em sua cabeça e os olhos de Deirdre se arregalaram e lentamente ficaram vermelhos. Ela sentiu como se uma lâmina invisível a estivesse apunhalando e sua alma sendo arrancada.Ela se engasgou pesadamente e agarrou a mão de Maeve.― O que você disse!? ―― Deirdre! ― Glenna gritou, enquanto abraçava Deirdre nervosamente. Ela nunca tinha visto Deirdre perder a compostura antes.― Estamos em uma área residencial agora. Você precisa se acalmar. ―Foi só então que Deirdre voltou a si. No entanto, seus lábios ainda tremiam quando ela murmurou:― O que você disse? ―Maeve olhou para ela com compaixão e disse impotente:― Está ficando tarde. Minha filha está voltando para casa... ―Deirdre saiu da área residencial em uma rigidez animatrônica. Ela sentiu como se não estivesse no comando do próprio corpo. Seu cérebro repetia as coisas que Maeve havia dito, e ela percebeu o quão ridícula ela era.Ela não podia acreditar que era tão ingênua a ponto de pensar
A ligação foi completada e uma voz soou do outro lado da linha. Era Sam. Estava muito barulhento do lado dele, então ele encontrou um canto mais silencioso e perguntou:― Quem fala? ―Deirdre beliscou sua coxa com força e, depois de se acalmar, disse:― Sam, sou eu... ―Sam ficou em silêncio por um longo tempo quando ouviu a voz de Deirdre. ― Senhorita Deirdre? ― Ele estava surpreso e confuso. Não sabia por que Deirdre ligaria para ele de repente. ― O que... O que posso fazer por você? ―Se fossem tempos normais, Deirdre faria alguma brincadeira e seria simpática com o amigo, mas sua mente estava tomada pela libertação de Charlene. Ela sentiu como se uma mão invisível tivesse agarrado seu coração e mal pudesse respirar. Ela respirou fundo e seus olhos ficaram vermelhos, quando perguntou:― Onde está Brendan? ―― Brighthall? ― Sam foi pego totalmente de surpresa. ― Ele está lá dentro. ―Deirdre cobriu o rosto e continuou com uma voz severa.― Coloque-o na linha, por favor. ――
Deirdre sempre esperava o pior do monstro. Afinal, Brendan era um homem sem coração que poderia empurrar sua esposa, com quem se casou por dois anos, para o abismo, sem pestanejar.― Charlene foi libertada da prisão, sem acusações. Foi Brendan quem a salvou. Ele prometeu que levaria aquela desgraçada à justiça e, depois de se cansar de brincar comigo, voltou atrás em sua palavra e levou Charlene para sair.Kyran apertou levemente a mão nas costas dela e respondeu:― Eu sei. ―― Você sabe? ― Deirdre levantou a cabeça e olhou para Kyran, quando ouviu o que ele disse.Seus olhos pareciam ter ficado mais claros depois de serem lavados pelas lágrimas. Ela olhou fixamente para Kyran e seguiu em frente.― Como você pode saber? ―Uma pitada de nervosismo cruzou os olhos de Kyran. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, os olhos de Deirdre se arregalaram em choque.― Naquele dia... foi Brendan quem te ligou? ― Deirdre perguntou, enquanto agarrava a camisa dele, com a voz cheia de ag
― A propósito, onde está Kyran? Ele não está em casa hoje? ―― Ele teve que sair ― respondeu Deirdre. ― Voltou para Alnwick. Afinal, o projeto do resort é dele e de Declan. Ele não pode deixar que Declan cuide de tudo sozinho, então decidiu fazer tudo antes de voltar para Germia. ―― Isso é ótimo! ―― Isso é ótimo? ― Deirdre foi pega de surpresa.Glenna agarrou a mão dela e disse, animadamente:― Já que ele não está em casa agora, podemos sair e nos divertir um pouco! ―― O que você quer fazer? ―Glenna ergueu seus dedos e começou a contar.― Tem muita coisa que eu quero fazer. Podemos assistir a um filme ou ir ao parque de diversões. Podemos até ir a uma cafeteria, ou a um bar, ou participar de um festival de música! Há muitas coisas que podemos fazer juntas! Ah, sim, uma amiga me disse que há um novo restaurante na cidade. Todos os pratos são deliciosos, e o chef é italiano. Ouvi dizer que ele é muito jovem e bonito! ―― Parece que a última frase é o seu ponto principal. ― D
― Muito prazer, meu nome é Deirdre McQuenny. ―Elyne ficou atordoada, mas não disse nada. Ela riu e se virou para olhar para o rapaz que estava ao lado dela e, quando percebeu que o rapaz olhava para Deirdre o cutucou com o cotovelo e disse:― Pare de olhar para ela desse jeito e se apresente. ―Foi só então que Whelan saiu do mundo da lua, coçou a cabeça e disse:― Oi, senhorita McQuenny. Eu sou Whelan McQuenny. ―Elyne percebeu, na hora, que seu amigo teve uma queda instantânea por Deirdre, então decidiu que o ajudaria. Mas, fingiu surpresa e exclamou:― Uau! Vocês dois têm o mesmo sobrenome. Que coincidência! ―― Isso não é nada ― Glenna entrou na conversa e disse ― Nesse país pequeno, são as mesmas poucas famílias se misturando há mil anos. ――Você tem que ser uma estraga prazeres? ― gritou Elyne.Deirdre foi afetada pela atmosfera animada e se sentiu muito melhor.Os três cuidaram muito bem dela, quando chegaram ao parque de diversões. No entanto, na maioria das vezes,
― Deirdre? O que há de errado? Eles terminaram de limpar o quarto. Vamos entrar ― disse Glenna.Deirdre voltou a si, mas suas pupilas estavam ligeiramente contraídas. Ela preferia acreditar que seus ouvidos estavam pregando uma peça nela. Afinal, havia muitas pessoas ali, então havia uma grande chance de ela ter ouvido mal. Além disso, havia também a possibilidade de ela estar sendo paranoica e sensível.Além dessas duas razões, ela não conseguiu encontrar nenhuma outra desculpa para explicar por que ouviria a voz de Charlene ali.― Deirdre? ―― Desculpe. ― A jovem se forçou a sorrir. Ela não queria estragar a diversão deles, por isso disse: ― Eu estava pensando em uma coisa e me distraí. A mesa está limpa? Vamos nos sentar. ―Glenna franziu a testa preocupada e deu um tapinha em seu ombro:― Você está pensando naquilo de novo? Está tudo no passado. Você deveria parar de pensar no assunto. ――Vou tentar... ― Depois disso, Deirdre seguiu Glenna e se sentou.Glenna ficou surpresa