― Dee... ― A boca de Glenna ficou aberta em confusão. Ela nunca esperou que alguém tão gentil e graciosa fosse tão capaz de ser tomada por raiva e ódio.Os olhos de Deirdre estavam vermelhos e injetados de sangue, mas ela se controlou o máximo possível.― Desculpe, isso foi repentino e indelicado, mas não me arrependo pelo que quis dizer. Se Brendan vive ou morre, não tem nada a ver comigo! Nada! Eu não vou e nunca vou vê-lo! ―Declan fez uma careta. Mas, antes que Deirdre voltasse a subir os degraus, disse:― Eu entendo sua raiva contra Brendan, mas por que... você disse que ele te abandonou nas mãos de Cillian? ―― Como assim? Ele não fez isso? ― Deirdre riu zombeteiramente. ― Naquele dia do sequestro, Cillian ligou para ele e disse para que fosse me buscar. Você sabe o que ele fez? Voltou para Neve! A única razão pela qual estou viva é que revirei minha cabeça para encontrar algo que me ajudasse a sobreviver! Ele não se importou se eu viveria, então por que eu deveria me import
A mente de Deirdre foi tomada de pensamentos confusos e incoerentes.― Você sabe o que aconteceu depois disso, certo? Como Cillian teve a chance de capturar Brendan e de como aproveitou o momento. Era por isso que todos tentavam impedi-lo de ir sozinho, mas ele era obstinadamente persistente e estava tão apavorado com a perspectiva de você se machucar porque ele tinha se atrasado, um segundo que fosse. ―― Não, como isso pode... ― Deirdre fechou os olhos, tremendo. Uma miríade de emoções caiu sobre ela e, em seu núcleo, ansiedade.Ela se lembrou do que ele disse quando estava na casa de Cillian. ‘Então, é isso que você pensa que eu sou? Um homem egoísta e cruel que abandonaria você no momento em que houvesse perigo?’Ela se lembrou do que ele havia dito enquanto sua vida estava por um fio quando se levantou da cama. ‘Sinto muito pelo sequestro. Eu deveria saber melhor. Eu deveria ter feito mais. Sinceramente, não sei como Cillian sabia onde você estava escondida e, por isso, peço d
Ao contrário de Brendan, Deirdre tinha coração. Ela também tinha alma, e nenhuma das duas coisas era sombria. Teria sido mais estranho se ela não tivesse tido respostas emocionais depois de ouvir a verdade.― Amanhã. ― Ela soltou um suspiro longo e pesado. ― Mas, por favor, vá comigo. ―― Sem problemas! ― Glenna jogou os braços ao redor de Deirdre e respondeu solenemente. ― Agora vá dormir e durma bem. Eu dirijo amanhã! ―― Combinado, dorme bem você também. ―O que Deirdre não esperava era que Brendan ligasse para ela, na manhã seguinte, antes mesmo que ela estivesse a caminho do hospital.― Sou eu, Brendan. ―Ela ficou atordoada por alguns segundos, antes de responder.― Sim, eu sei. ―A fraqueza em sua voz era impossível de ser disfarçada. Ele tossiu e se engasgou.― Por favor, venha para o hospital. Pretendo voltar para Neve, o quanto antes. ―― Oh. ―Houve uma pausa. Então, o homem disse:― Mas, venha comigo. Vamos nos divorciar. ―Antes que a jovem pianista respondess
― Não, nós queríamos isso, já faz muito tempo. Mas, outras coisas ficaram entrando no caminho ― Deirdre respondeu categoricamente. A única coisa que realmente a incomodava era que ela havia entendido mal Brendan, mas seus sentimentos por ele não tinham mudado nem um pouco. ― Não gostamos um do outro. ―― Sério? Tá bom, então... ― Glenna estava perplexa, mas respeitou a resposta da amiga, afinal, não conhecia a história. ― Então... você vai embora com Brendan mais tarde? ―― Sim, mas voltarei em breve. ―― Nesse caso, vamos. Vou te acompanhar até o quarto. ―Antes que ela pudesse fazer o que disse que faria, Brendan apareceu, vestindo um terno completo. Seu rosto estava pálido e doentio e estava claro o quão doente ele havia ficado. Ele continuava tossindo e seus olhos estavam vermelhos. Mas, quando viu Deirdre, seus olhos se arregalaram um pouco. Então, um olhar de tristeza sombreou seu rosto.― Hora de ir, Sam ― ele ordenou ao segurança ao lado dele e ignorou Deirdre completament
Deirdre de repente entendeu. Silenciosamente entrou no carro e colocou o cinto de segurança. Enquanto o carro estava em movimento, Brendan tossia continuamente. Às vezes, era tão intenso que ele parecia estar tossindo até os pulmões.Mesmo Sam não aguentou e sugeriu:― Senhor Brighthall, podemos pegar algum remédio na farmácia? ―― Apenas dirija. ― Brendan deu a resposta mais indiferente. ― Não perca tempo. Temos que voltar o mais rápido possível. ―Sam não teve escolha a não ser acelerar.No momento em que chegaram ao aeroporto era hora do embarque. Sam deu a Deirdre uma passagem aérea e disse:― Fale com os comissários de bordo para que eles a levem à sua cabine de primeira classe. ―Ela ficaria sozinha? O que Sam queria dizer com aquilo? Deirdre se assustou.― E vocês dois? Vocês não vão no mesmo avião? ―― Claro que vamos. ― Sam hesitou, antes de acrescentar: ― É só que a primeira classe tinha apenas um assento disponível e o senhor Brighthall e eu estamos na classe exec
Quando o carro estacionou na entrada da mansão, os sentimentos de Deirdre eram tão intensos que ela achou que não suportaria mais. Felizmente, não precisou entrar, pois, depois de desafivelar o cinto de segurança, Sam perguntou:― Senhor Brighthall, posso saber onde estão os documentos? ―― Não precisa, eu vou buscar ― disse Brendan.― Não. Eu irei. Está frio lá fora. Além disso, serei mais rápido. ― Sam tentou parar Brendan.Depois de uma pausa repentina, Brendan disse:― A certidão de casamento está embaixo do travesseiro, no meu quarto. ―'Debaixo do travesseiro?' Deirdre ficou perplexa, mas rapidamente recuperou os sentidos, apesar de continuar sentindo o peito entorpecido em pensar que Brendan realmente manteve a certidão de casamento debaixo do travesseiro.‘Mas... por quê?’ Deirdre estava muito confusa.Quando eles se registraram, Deirdre embrulhou cuidadosamente sua certidão de casamento com um envelope e guardou em uma pasta, enquanto Brendan simplesmente jogou a dele
Brendan moveu ligeiramente as pontas dos dedos, quando Deirdre respirou fundo e disse:― Sobre a situação com Cillian... ―― Senhor Brighthall, senhorita McQuenny. ― Sam saiu da mansão, abriu a porta do carro e disse: ― Peguei os documentos. ―― Perfeito. ― Brendan jogou a bituca de cigarro pela janela e disse: ― Vamos. ―Sam hesitou um pouco, mas não por muito tempo. Então ligou o motor do carro.Quando chegaram ao cartório, era apenas meio-dia.Deirdre recuperou os sentidos e saiu do carro, junto com Sam. Ela se sentiu surpresa e atordoada quando pisou no chão. Afinal, estava finalmente prestes a se divorciar.Mesmo que eles tivessem vivido como casados por poucos anos, parecia que isso havia levado a maior parte de sua vida. Talvez ela sentisse que aquilo se arrastaria por toda sua vida, mas finalmente acabaria.Deirdre fechou e abriu os olhos enquanto Brendan saía do carro, atrás dela. Em seguida, os dois entraram juntos no cartório.― Vocês dois estão aqui para se registr
Depois de bater, como a porta não estava trancada, Deirdre a empurrou e ouviu o som de Brendan tossindo, com mais clareza.O empresário não sabia que era Deirdre quem batia na porta, então, pensando que se tratava de Sam, exigiu, assim que percebeu alguém entrando:― Vá buscar um copo d'água. ―Entendendo o engano, Deirdre se virou e desceu, sem pensar muito. A água que saía da torneira estava gelada, então Deirdre pegou uma chaleira para não servir tão gelada. Quando voltou para o quarto de Brendan, também levou uma caixa de primeiros socorros.Assim que o magnata se levantou para pegar o copo d'água, viu os dedos finos e claros de uma mulher e, surpreso, ergueu os olhos para a dona daquela mão.― Por que você veio? ― Brendan respirou fundo, antes de perceber que, como Deirdre dormiria na mansão, Sam já deveria ter ido embora.A jovem pianista não respondeu a Brendan, mas perguntou, enquanto colocava a caixa de primeiros socorros na mesa de cabeceira:― Onde está o remédio para