― Por que não posso fazer isso com você? Só estou deixando você provar do seu próprio remédio. ―Charlene ficou completamente embasbacada. Seu coração estava tomado pelo medo enquanto ela gritava alto, esperando que Brendan pudesse perdoá-la:― Como você pode comparar nosso relacionamento com o dela? Estamos juntos há anos e ela não é ninguém! Você esqueceu o tempo que passamos juntos? Só cometi um pequeno erro, mas Deirdre está segura. Por que você não pode simplesmente me perdoar? ―― Um pequeno erro? ― Brendan franziu a testa profundamente.Charlene se jogou na frente de Brendan e continuou:― Sinto muito, Brendan. Eu simplesmente te amo demais e deixei meu ciúme tirar o melhor de mim. Foi por isso que enlouqueci. Vou pedir desculpas a ela e recompensá-la! Então, por favor, Brendan, por favor, não desista de mim. ―Brendan olhou para a mulher com uma frieza cruel no olhar e se afastou, quando Charlene estava prestes a tocá-lo.Lágrimas escorriam pelo rosto da mulher.Brendan
‘Não tem como ele ser Kyran. Kyran ainda está em Germia. Levaria quase um dia de voo para uma viagem de ida e volta sozinho, então não há como ele estar na delegacia.' A jovem pensou, enquanto aguardava uma resposta. No entanto, se a figura à sua frente não era Kyran, por que ele se sentiria tão familiar? Era como se ela conhecesse a pessoa há muito tempo...As pontas dos dedos de Deirdre tremeram quando ela perguntou, insegura:― Kyran. É você? ―O rosto de Brendan estava sem sangue quando ela parou em frente a ela. Ele não esperava que Deirdre aparecesse na delegacia, nem que eles se encontrassem e, por um momento, incontáveis pensamentos passaram por sua cabeça. Ele iria admitir que era Kyran? Ou ele deveria apenas dizer que ela o confundiu com a pessoa errada e ir embora?Naquele momento, Charlene se libertou de seu confinamento e saiu correndo da sala. Enquanto corria em direção a Brendan, ela gritou em desespero:― Bren! Querido! Por favor, me dê outra chance! Por favor! Eu
Brendan olhou para Deirdre com um olhar duro. Seu olhar parecia feito de lâminas afiadas que cortavam sua pele. Depois de um tempo, ele disse:― Sem chance, Deirdre. Eu sou o único que pode terminar esse relacionamento. ―Depois que ele terminou de falar, agarrou o pulso de Deirdre e a jogou no carro, trancando a porta, no processo.Deirdre tremia de medo, enquanto lutava para abrir a porta. Mesmo que ela não pudesse ver, suas narinas estavam cheias do cheiro do corpo de Brendan e isso causou um arrepio na espinha. Ela não conseguiu abrir a porta, então se encolheu em uma posição defensiva, olhando fixamente para o monstro.— O que você quer de mim, Brendan? Sua voz tremia de medo, apesar de seu esforço para se forçar a se acalmar. ―Brendan teve vontade de envolvê-la em seus braços, mas sabia que não poderia fazer aquilo. Ele interpretava Brendan, não Kyran e tinha que fazer parecer uma pessoa má. Era a única maneira de se separar da persona chamada Kyran. Dessa forma, ele não ca
No entanto, tudo aquilo era, de fato, culpa de Brendan e ele estava além da redenção. Não havia nada que pudesse fazer para que ela o perdoasse.― Retire o que disse, Deirdre ― ordenou Brendan, com a voz fria e a respiração áspera.Deirdre foi sarcástica e disse:― Você causou isso para si mesmo e agora não pode aceitar o que fez? ―― Se você não consegue nem aceitar as más ações que cometeu, o que o faz pensar que posso perdoá-lo? Brendan, você... ―O coração do homem era, cada vez mais, trucidado, enquanto ouvia as duras acusações mas, antes que ela pudesse terminar a última frase, Brendan abaixou a cabeça e pressionou os lábios contra os dela, sua emoção crescendo.Era como se ele estivesse tentando impedi-la de dizer algo que ele não podia aceitar.Os olhos de Deirdre se arregalaram em descrença. Os lábios macios do homem fizeram sua mente ficar em branco. Depois disso, uma onda interminável de raiva, vergonha e nojo a dominou.Impulsionada por sua raiva, ela deu um tapa no
A primeira coisa que Deirdre fez ao voltar para o quarto foi ir ao banheiro e lavar o rosto, enquanto se recuperava do choque de ter reencontrado Brendan. Então, enquanto jogava água fria em sua pele, aos poucos, começava a se recompor. Entretanto, o peso em seu peito ainda a impedia de respirar.A jovem ficou muito grata pela chegada oportuna de Declan, que a salvou das mãos do monstro. Caso contrário, temia que pudesse não ter conseguido fugir dele.No fim, pegou o telefone. Afinal, tudo o que queria era ouvir a voz de Kyran.Assim que Declan deixou Deirdre na a mansão, saiu mais uma vez, pois um carro preto estava esperando do lado de fora. O homem se aproximou do veículo, abriu a porta e sentou no banco do passageiro. Brendan fumava um terceiro cigarro e parecia abatido. Depois de dar a última tragada e jogar a bituca pela janela, perguntou:― Deirdre está bem? ―― Tem certeza de que quer saber a verdade? ― respondeu Declan, sorrindo amargamente. ― Como existe alguma possibili
― Eu também não tenho ideia ― Brendan disse, meio imerso em pensamentos. ― Mas, vou esconder o máximo que puder. ― O empresário só desejava que esse dia não chegasse tão cedo. Assim, ele teria mais tempo para compensá-la.-Deirdre se manteve trancada dentro de cada, por vários dias e nem abria a porta, com medo de que pudesse ficar frente a frente com o monstro.Com base em suas experiências passadas com Brendan, estava confiante de que ele viria buscá-la, quando ela menos esperasse. No entanto, três dias se passaram e nada aconteceu. Estava tudo quieto, como se Brendan nunca tivesse aparecido antes.Deirdre até começou a se perguntar se o encontro com Brendan na delegacia tinha sido um pesadelo. No entanto, a sensação escaldante, quando os lábios do homem caíram sobre os dela e a tenacidade de seu aperto a lembrava de que tudo era real. Brendan estivera lá e eles se encontraram.Acontece que Brendan ainda podia estar incomodado com o caso de Charlene e, por isso, não podia se da
― Deixe-me adivinhar o que está te incomodando... É sobre Brendan? ― perguntou Declan.Deirdre cerrou os punhos e fechou os olhos. Depois de um tempo, respondeu honestamente:― Sim. É sobre ele. ―― Parece que acertei em cheio ― disse Declan. ― O que ele fez para você, desta vez? Ele veio incomodá-la? ―― Não. É exatamente porque ele não veio me perturbar que me sinto tão estranha. Isso não parece nada com Brendan. De acordo com o que sei sobre ele, ele não é alguém que desiste tão facilmente ― Deirdre disse, enquanto abaixava a cabeça. Ela conhecia Brendan muito bem, mas agora não tinha certeza. ― Além do mais...―― Além do quê? ―Deirdre respirou fundo e continuou.― Ele não fez nada para tirar Charlene da cadeia. Em vez disso, até deu à polícia evidências contra ela. Eu não entendo nada. O que ele pretende com essas atitudes? ―Um sorriso apareceu no canto dos lábios de Declan quando ele disse:― Eu estava me perguntando com o que você estava se preocupando. Então é isso. ―
― Além disso, todas as evidências apontam para o fato de que Charlene sequestrou você, então não há como Brendan ajudá-la. Acho que ele está apenas tentando se redimir. É por isso que deu as provas à polícia. ―Deirdre achou o comentário triste e, de alguma forma, irônico. O esforço de Brendan era completamente inútil, afinal, seu arrependimento era muito tardio e veio apenas dois anos depois.Se chegasse antes, quando sua mãe ainda estava viva, talvez ela pudesse fingir que nada havia acontecido e viver uma vida tranquila. No entanto, tudo já havia desmoronado e Deirdre não queria mais o arrependimento de Brendan. Por isso, respirou fundo e se deitou na cama, com os dedos já doloridos ainda cerrados.Então, a jovem sentiu uma sensação de agradável letargia se apoderando dela e adormeceu enrolada nas cobertas, perdendo completamente a noção do tempo até até que sentiu alguém tocando sua mão. Ela foi acordada com um susto e sentiu um arrepio na espinha.Alguém estava parado ao lado