Vendo a ternura de Deirdre e a preocupação e atenção que dedicava a ele, Kyran começou a sentir calor, e aquele calor parecia ter subido e saído por sua garganta.― Meu amor... ―Deirdre parecia estar ciente de que algo aconteceria quando ouviu a voz rouca de Kyran. Ela congelou e sentiu a força que Kyran usou para abraçá-la aumentando gradualmente, enquanto ele a puxava mais forte em seu abraço.Deirdre olhou para ele nervosamente. Seus olhos de corça e seu rosto corado eram mais delicados do que as rosas desabrochando. Seu corpo rígido parecia estar ciente do que iria acontecer e parecia estar seduzindo Kyran.Ele quase não pôde deixar de pensar no rosto de Deirdre franzindo a testa sob ele. Seus olhos negros ficaram quentes, e ele repetiu a chamando carinhosamente, mais uma vez:― Meu amor. ―― Eu... ―Quando Deirdre estava prestes a responder, Kyran pressionou os lábios contra os dela, impedindo-a de responder.Kyran tremia, sentindo a alegria de recuperar o que foi perdido
Antes de entrar no banho, Kyran se lembrou de pegar os aparelhos bolso do casaco e desceu com uma toalha na mão. Então, viu Deirdre atendendo o telefone pertencente a Brendan e seu rosto ficou branco, como folha de papel.― Deirdre! Quem era? ― perguntou Kyran, nervosamente, enquanto descia apressadamente a escada e olhava para Deirdre.A jovem o entregou o telefone e deu de ombros:― Não faço ideia. Pode ser alguém ligando para o número errado, porque a pessoa não falou nada, depois que eu atendi. ―Kyran recebeu o telefone e deu uma olhada no nome na tela, depois, desligou o aparelho e disse:― É realmente um número errado, pois não o reconheço. ―Deirdre assentiu. Depois disso, perguntou, confusa:― Desde quando você tem dois telefones? Por que eu não sabia disso? ―Kyran normalmente desligava o telefone de Brendan e o trancava em uma gaveta. Ele costumava ligá-lo para fazer uma chamada ou outra, apenas quando necessário. Como tinha precisado do aparelho, mais cedo, tinha co
O homem subiu as escadas de dois em dois e, menos de cinco minutos depois, desceu, de banho tomado, chegando na cozinha assim que Deirdre estendeu as mãos, para escorrer o macarrão, então Kyran assumiu a liderança, falando.― Deixa que eu faço isso para que você não se queime. Apenas espere por mim lá fora. ―Kyran era muito meticuloso e Deirdre gostava de passar o tempo com ele, exceto que sentiu que o namorado parecia estar escondendo algo dela. Eles eram próximos, mas seus corações pareciam estar muito distantes. E ela se perguntou por quê.Os dois tinham seus próprios pensamentos, então não conversavam muito quando se sentavam para comer. Mas, depois que terminaram a refeição, quando Deirdre se levantou, Kyran disse:― Deirdre, tenho que sair hoje à noite. ―― Vai sair? ― Deirdre estava atordoada. ― Onde você vai, Kye? Você vai buscar Declan? Ele andou bebendo, de novo? ―― Não, não é isso. ― Olhando afetuosamente para Deirdre, Kyran disse: ― Meu pai está doente e está intern
O rosto de Kyran ficou branco, enquanto ordenava:― Vamos direto para o hospital, quero ver minha mãe.Brendan ou Kyran, o homem não podia ignorar quando Madame Brighthall adoecia.Sam assentiu e começou a dirigir, sem dizer uma palavra, nem mesmo perguntando sobre Deirdre. Por mais que seu coração desejasse fazê-lo.-Naquela noite, Deirdre não conseguiu dormir bem.Ela não sabia se era por causa da partida de Kyran, mas pela primeira vez, depois de um longo tempo, teve um sonho com Brendan. No sonho, o homem estava tão indiferente quanto antes. Ele agarrava o pescoço da jovem com força, perguntando por que ela tinha acusado Charlene.Lutando, ela respondia com os olhos vertendo lágrimas:― É a sua Charlene que queria me matar! Brendan Brighthall, você é tão cego que nem consegue ver a verdade diante de você! ―― Não me importo! Ela é a única que reconheço como minha mulher. Ela sequestrou você porque você mereceu! Quanto à sua vida e morte, o que isso tem a ver comigo? Não p
Deirdre criou coragem para ligar para o número fornecido por Declan, que foi atendido em poucos segundos. Ela rapidamente se apresentou:― Olá, sou Deirdre McQuenny. ―― Olá, senhorita McQuenny, sou Bell. O senhor King disse que você tem algo sobre um caso para me perguntar. Posso saber o que é? ―Era inconveniente para Deirdre ir direto ao ponto, então ela perguntou sobre o assunto de Charlene como disfarce, antes de ir direto ao ponto:― Senhor Bell, tem uma outra coisa que eu gostaria de perguntar, existe alguma maneira rápida de pedir o divórcio sem o consentimento do homem? ―― Divórcio? ― O advogado foi pego de surpresa. Aquela pergunta estava totalmente fora do assunto e ele precisava de alguns segundos para recuperar seus sentidos. ― Depende da situação. Geralmente, se o homem discordar, ele precisa entrar com uma ação na justiça. Quanto ao pedido de divórcio, é claro, também é necessário um motivo. ―― Como assim, um motivo? ―― Comportamentos como violência doméstica,
Kyran se assustou e não pôde deixar de torcer os lábios, para rir de si mesmo.― Sério mesmo? ―― Claro, seu bobo. ― Deirdre se aninhou no sofá e sorriu para si mesma antes de se levantar com uma almofada nos braços. ― Você não teve tempo para descansar desde que chegou em Germia? ―― Tive. ― Kyran fechou os olhos e colocou as mãos na testa, parecendo cansado e fraco. Enquanto estava sentado na cadeira fria do hospital, se sentiu sozinho, como se estivesse na selva.Estava muito quieto ao seu redor, tão quieto que ele inexplicavelmente sentiu vontade de ouvir a voz de Deirdre. No entanto, não conseguiu alcançá-la, mesmo depois de fazer algumas ligações. Enquanto tentava controlar a ansiedade porque sabia que Deirdre não gostava que ele fosse muito ciumento, queria saber com quem Deirdre estava falando.― Como está seu pai? Ele melhorou? ―Os olhos de Kyran ficaram sombrios.― Ele acabou de sair da sala de emergência. ―― Emergência? Como pode ser tão sério? ― Deirdre franziu o
Madame Brighthall soltou um sorriso autodepreciativo quando viu Kyran:― Você é meu filho, mas vê-lo é ainda mais difícil do que escalar até o próprio céu. Faz quanto tempo, desde a última vez que te vi? Você não teria vindo me ver se eu não tivesse sofrido um acidente, não é verdade? Você me odeia tanto assim? ―A voz da mãe estava cheia de tristeza e decepção. Ela passou por muita coisa desde que mandou Deirdre embora. Sua família se desfez e nenhum deles se importava mais um com o outro.O rosto de Kyran estava sem emoção quando disse:― Você está procurando pelo em ovo. Estou apenas ocupado. ―― Ocupado? Você está me dizendo que está tão ocupado que nem pode entrar em casa e me ver, embora esteja a apenas alguns quarteirões de distância? ―Kyran ficou em silêncio.Madame Brighthall suspirou e disse, culpando a si mesma:― Eu pensei que estava fazendo um favor ao mandar Deirdre embora. Achei que estava ajudando você a manter a família que tanto batalhou para conquistar, mas
― Eu vou fazer isso ― respondeu Kyran, a expressão em seu rosto se tornando gentil. De repente, ele pensou em algo, e uma luz brilhou em seus olhos. ― Também penso da mesma forma. Encontrarei uma oportunidade e falarei com ela pessoalmente.-Depois que Deirdre desligou a ligação, ela enterrou a cabeça no travesseiro e levou um bom tempo até finalmente se acalmar. A jovem se sentiu um pouco triste e pensou como seria bom se pudesse ir para Germia para se encontrar com Kyran. Só que estava em uma posição delicada. Era a esposa de outro homem, então não conseguiria enfrentar os pais de Kyran.O que mais queria era terminar o casamento com Brendan o mais rápido possível. Entretanto, não podia deixar Declan saber o que ela ia fazer. Por isso, só saiu de seu quarto com um sobretudo, depois que Declan partiu de carro, na tarde seguinte.Ela fez sinal para um táxi e disse:― Quero ir para a delegacia da Avenida Verm, por favor. ―Enquanto isso, um visitante inesperado chegou à delegacia