Deirdre esperava que Charlene fosse presa, mas não esperava que isso acontecesse em apenas dois dias. Quando a polícia lhe disse que a mulher em questão seria detida, a jovem ficou chocada.Antes de iniciar a operação, a polícia teve o cuidado de abafar qualquer fervor que Deirdre pudesse ter depois de ouvir notícias como aquela.― Decidimos te contar que o mandado de prisão foi expedido, no entanto, podemos não conseguir prendê-la, em nossa primeira tentativa. ―Mesmo se o policial não tivesse avisado, a jovem realmente não acreditava que Charlene seria presa. Deirdre sabia que era quase um milagre conseguir que Charlene admitisse a culpa ou se submetesse à polícia. Então apenas jogou um pouco de água no rosto, esperando que o frio a acordasse de qualquer estupor.A jovem estava tão preocupada com o que poderia acontecer dali em diante que perdeu toda a suavidade tão comum em seu rosto. Então, vestiu um conjunto de roupas novas e desceu as escadas.Declan preparava o café da manh
― Tenho certeza que isso vai acontecer. ―Declan queria adicionar mais à brincadeira, mas o ciúme de Kyran tinha crescido tanto que ele forçosamente o encerrou entrando na frente de Declan. Seus olhos nem piscavam.― Por que você acordou tão cedo hoje? Você não está se sentindo bem? ― ele perguntou para Deirdre, preocupado.A jovem foi afastada de sua alegria, causando uma mudança de solenidade em seu rosto.― Kye, a polícia me ligou. ―― E? ―― Charlene está detida. Resolvi fazer uma visita a ela. ―A expressão de Kyran endureceu.― Você quer que eu vá com você? ―A jovem sorriu.― Não precisa, eu posso me virar sozinha. ― Declan encontrou o olhar de Kyran e imediatamente entrou na conversa:― Calminha aí, devagar, Kyran. Lembro de você me dizendo que iria encontrar o senhor Smith hoje. Ele é seu amigo e está aqui na cidade. Não abandone esse encontro, ele é importante, está bem? Querida, deixa que eu vou com você. ―Deirdre avaliou a situação até que achou que a propost
A surpresa no rosto de Charlene era evidente, afinal, ela descobria que tinha fracassado, mais uma vez.Enquanto isso, Deirdre, que encarava os olhos opressivos de Charlene, parecia calma e serena. Era como se ela não estivesse enfrentando um inimigo que, um dia, tentou matá-la. Com uma voz neutra, perguntou:― Charlene, como você está? Faz umas duas semanas, desde a última vez que nos encontramos, não é? ―A mulher recuperou a calma e sorriu:― Sinto muito por não te entender do que está falando. O que sei é que não nos vemos desde que nos despedimos, em Neve. Na verdade, tenho me questionado por que a polícia veio até mim. Mas, agora tudo faz sentido! Acontece que você está tentando se vingar, conspirando contra mim, porque está com ciúmes de seu ex-marido, que se apaixonou por mim e quer se casar comigo. ―― Então, você não vai confessar, de qualquer maneira, certo? ― disse Deirdre enquanto olhava para Charlene.Enquanto piscava os olhos, Charlene rebateu:― O que você quer q
O advogado franziu a testa.― O que aconteceu? Não será apenas a senhorita McQuenny a testemunhar? Você só precisa insistir que ambas estão apenas emocionalmente envolvidas. Ela se ressente porque seu ex-marido quer se casar com você, então caluniou você sobre esse assunto. Nesse caso, teremos uma grande probabilidade de ganhar, mesmo que o caso seja levado a julgamento. ―― Este é o problema! ― Charlene estava com tanta raiva que tremia. ― Ela não será a única a testemunhar. ―― O que você quer dizer? ―― Para sequestrar Deirdre, precisei de uma mulher que conhecia Deirdre para atraí-la. Mas, agora é óbvio que a mulher virou casaca e pretende me acusar no tribunal! ―― Como isso pode ter acontecido? ― O advogado não pôde deixar de franzir a testa. ― Pode ser mais difícil contra duas testemunhas. Como você pôde criar fraquezas para si mesma contratando o serviço de pessoas em quem não confia? ―― Eu nunca esperei que aquela vadia sobrevivesse. Só soube que ela está viva quando a
― Vocês dois estavam juntos, ontem... ―'Vocês dois estavam juntos, ontem.' Assim que o policial terminou de dizer a frase, pareceu ter se lembrado de algo e parou. Seus olhos estavam cheios de descrença.Quando Deirdre ouviu o policial, pareceu confusa e perguntou:― O que você quer dizer com isso? Como assim, estávamos juntos ontem? ―― Ora, eu quis dizer que, se até ontem... na verdade... se até agora, nesse momento, vocês estão juntos legalmente, a relação entre vocês não pode ser tão ruim a ponto de não conseguirem se encontrar, nem ao menos uma vez, não é? ―Deirdre ficou sem reação, por um momento, antes de responder:― O mundo é muito complicado. Nem todo casal pode conversar cara a cara de maneira amigável. Resumindo, não queremos nos ver. ―― Ah, sim. Agora eu entendo. ― O policial conteve a surpresa e voltou ao assunto. ― De qualquer forma, observe que o relacionamento entre você e o senhor Brighthall pode afetar este caso com a senhorita McKinsey. ―― Entendi, obrig
Deirdre sentiu frio. Ao voltar para a mansão, lavou o rosto, tentando muito se acalmar. Então, se trocou, colocando uma roupa mais aconchegante. Porém, quando desceu as escadas, percebeu que Declan havia saído.Antes mesmo de chegarem em casa, o amigo avisara que teria que sair por causa de um de seus projetos. Então, Deirdre se sentou no sofá e ligou a TV. Mesmo que não pudesse ver, podia pelo menos ouvir o som, e se sentiu mais calma ao ouvir o programa de TV.Depois de algum tempo ouvindo os barulhentos emitidos pelo aparelho televisor, a jovem se sentiu sonolenta e, se deixou envolver pela sensação até sentir o cheiro de flores. Então, surpresa, abriu os olhos.― São flores? ― disse Deirdre, enquanto estendia as mãos.Kyran, que segura o buquê, sorriu com os olhos, quando viu a expressão surpresa de Deirdre.― Sim, passei por uma estufa e colhi um buquê. Você gostou? ―― Sim. ―Ao contrário das flores sem vida que os floristas vendiam, aquelas ainda tinham as fragrâncias ace
Vendo a ternura de Deirdre e a preocupação e atenção que dedicava a ele, Kyran começou a sentir calor, e aquele calor parecia ter subido e saído por sua garganta.― Meu amor... ―Deirdre parecia estar ciente de que algo aconteceria quando ouviu a voz rouca de Kyran. Ela congelou e sentiu a força que Kyran usou para abraçá-la aumentando gradualmente, enquanto ele a puxava mais forte em seu abraço.Deirdre olhou para ele nervosamente. Seus olhos de corça e seu rosto corado eram mais delicados do que as rosas desabrochando. Seu corpo rígido parecia estar ciente do que iria acontecer e parecia estar seduzindo Kyran.Ele quase não pôde deixar de pensar no rosto de Deirdre franzindo a testa sob ele. Seus olhos negros ficaram quentes, e ele repetiu a chamando carinhosamente, mais uma vez:― Meu amor. ―― Eu... ―Quando Deirdre estava prestes a responder, Kyran pressionou os lábios contra os dela, impedindo-a de responder.Kyran tremia, sentindo a alegria de recuperar o que foi perdido
Antes de entrar no banho, Kyran se lembrou de pegar os aparelhos bolso do casaco e desceu com uma toalha na mão. Então, viu Deirdre atendendo o telefone pertencente a Brendan e seu rosto ficou branco, como folha de papel.― Deirdre! Quem era? ― perguntou Kyran, nervosamente, enquanto descia apressadamente a escada e olhava para Deirdre.A jovem o entregou o telefone e deu de ombros:― Não faço ideia. Pode ser alguém ligando para o número errado, porque a pessoa não falou nada, depois que eu atendi. ―Kyran recebeu o telefone e deu uma olhada no nome na tela, depois, desligou o aparelho e disse:― É realmente um número errado, pois não o reconheço. ―Deirdre assentiu. Depois disso, perguntou, confusa:― Desde quando você tem dois telefones? Por que eu não sabia disso? ―Kyran normalmente desligava o telefone de Brendan e o trancava em uma gaveta. Ele costumava ligá-lo para fazer uma chamada ou outra, apenas quando necessário. Como tinha precisado do aparelho, mais cedo, tinha co