Deirdre tinha que ir se encontrar com Maeve porque a mulher dissera que tinha algo a dizer sobre sua mãe. Mas, ela precisava informar Kyran, já que iria deixá-lo sozinho no hospital.― Kye... ―― Sim? ―Deirdre sentou-se na cama e disse honestamente:― Preciso sair um pouco. ―― Onde você vai? ― Kyran perguntou, com uma expressão séria em seu rosto.― Vou visitar uma mulher. Sua filha foi diagnosticada com câncer e ela precisa do dinheiro, o quanto antes. Por isso, preciso dar a ela o cartão do banco para que ela possa pagar as contas médicas da filha. Não vai demorar muito. Estarei de volta em cerca de meia hora. ―― Você me pediu dinheiro por causa dela? É uma amiga íntima? ―― Não... ― Deirdre balançou a cabeça e abaixou a cabeça. ― Eu não diria que somos boas amigas. É mais correto dizer que não nos conhecemos muito bem. Mas, é isso... ―― É só que você não quer ver a filha dela ser torturada pelo câncer? ―― Sim... ― disse Deirdre, sorrindo em autoironia. ― Você acha que
Deirdre queria voltar para o lado de Kyran o mais rápido possível. E se ele estivesse com sede? Não havia ninguém que pudesse lhe trazer água.Os olhos de Maeve estavam vermelhos quando ela gaguejou:― Dee, querida... ―― Por que você demorou tanto, sua vagabunda! Você não sabe que estamos correndo atrás do tempo? ―De repente, uma voz surgiu atrás de Deirdre e soava como a de um bandido. Ao se aproximar, as narinas da jovem foram invadidas por um forte cheiro de cigarro. O homem observou Deirdre e perguntou:― Tem certeza de que é ela? Você não iludiu uma mulher qualquer para nos enganar, não é? ―― Não teria nem como eu fazer isso ― disse Maeve, com a voz trêmula. ― Ela é Deirdre. Ela é quem vocês estão procurando. ―Deirdre ficou atordoada e uma forte onda de adrenalina invadiu seu organismo. Quando ela percebeu o que acontecia, gritou a plenos pulmões:― Socorro! Alguém me ajude! ―Ela não sabia que também haviam enviado algumas pessoas para capturar Reily. Depois que ela
Rangendo os dentes, Charlene riu de um jeito áspero e um tanto fingido.― Bem, bem, bem, parece que você ainda se lembra de mim, minha velha amiga. Achei que você já tivesse se esquecido de mim. ―Deirdre não respondeu nada. Ela apenas cerrou os punhos. Não conseguia entender a motivação da raiva de Charlene. Afinal, por direito, Charlene tinha sido a vencedora na disputa entre elas.Ela ficou com Brendan. Eles ficariam noivos em breve e ela poderia estar com o homem e usufruir de tudo o que ele tinha para oferecer. Todos sabiam que ela era a futura senhora Brighthall. Deirdre não entendia por que ela estava com tanta raiva.― Se você não tivesse feito tanto barulho e me sequestrado, eu já teria me esquecido de você. Afinal, somos duas pessoas de dois mundos diferentes. Não há como nossos caminhos se cruzarem. ―― Duas pessoas de dois mundos diferentes? ― O rosto bonito de Charlene estava contorcido de raiva. Ela desferiu outro tapa no rosto de Deirdre e rosnou sarcasticamente: ―S
Charlene se lembrou de algo e um brilho passou por seus olhos. Então, soltou um sorriso frio e disse:― Talvez ele esteja apenas brincando com você! Ele prometeu que se casaria comigo e não quer ser responsável por você, então fingiu uma identidade para se aproximar de você. Assim, não sentirá nenhuma culpa quando te deixar. Toda sua vida é uma piada, Deirdre. ―Um arrepio percorreu a espinha da jovem quando sentiu que havia uma mão invisível apunhalando seu coração. Seus olhos opacos estavam cheios de dor, quando continuou balançando a cabeça, em negação.― Não... Isso não é possível! Não há como Kyran ser Brendan! Ele cresceu em Eastgene. Isso é o que Declan King me disse, e ele nunca mentiria para mim! ―― Declan King? Você está falando sobre o caçula dos magnatas de Eastgene, certo? ― perguntou Charlene, surpreendendo Deirdre.'Como ela sabe sobre Declan King?'― Então, ele também fez parte desse teatrinho? Não é de admirar que aquele homem parecesse tão familiar, quando o vi
― Você deveria conhecer seu próprio lugar, sua vadia feia. Venha, mostre a todos essa sua cara miserável! ― Charlene gritou maliciosamente enquanto esticava o braço para trás até estourar o elástico da máscara, fazendo com que Deirdre abaixasse a cabeça de dor. Então, Charlene agarrou o queixo da jovem e a forçou a levantar a cabeça.― Qual é seu problema? Você sabe o quão feia é, então não tem coragem de mostrar seu rosto na frente de todos? Hmph! Você deveria apenas aceitar a sua bizarrice e parar de agir como... ―No segundo seguinte, Charlene parou e olhou para o rosto de Deirdre. Seus olhos estavam cheios de descrença.A maioria das terríveis cicatrizes em seu rosto havia sumido, exceto por algumas cicatrizes teimosas, que pareciam machucados em cicatrização. Juntamente com seus olhos orvalhados, podia-se ver além dessas cicatrizes como aquela era uma mulher bonita.O rosto de Charlene se contorceu de inveja. Ela não conseguia acreditar que Deirdre era ainda mais bonita do que
― O que você está fazendo?! ― Quando Deirdre percebeu o que seu captor pretendia fazer, era tarde demais. O homem já havia pressionado os lábios em seu pescoço quando começou a gritar, desesperada: ― Afaste-se de mim! ―― Você deveria parar de fingir. Todo mundo sabe que você é uma vadia que dormiu com muitos homens diferentes, então por que não posso entrar na festa? Tenho certeza de que um homem como Brendan não pode te satisfazer, não é? Tudo bem. Você tem sorte de ter me encontrado hoje. Tenho certeza que você vai gostar muito. ―Deirdre sentia forte repulsa e, se pudesse enxergar, a primeira coisa que veria seria o rosto do homem, distorcido pela luxúria e desejo.O brutamontes começo a tentar rasgar as roupas da jovem e a jovem se pensava em morrer até que parou de lutar.― Você disse que me quer, certo? ― disse Deirdre, com a voz trêmula e rouca. Qualquer um que ouvisse sua voz seria incitado.O homem parou de usar a força e sorriu lascivamente.― Claro. Você é tão bonita.
Quando voltou para o hospital, Declan encontrou uma mulher chorando, com o rosto coberto, no quarto e, imediatamente, reconheceu que se tratava de Reily Grant.Quando ouviu a porta se abrindo, a mulher agiu como se tivesse encontrado seu salvador e exclamou: ― Senhor King! ―― Já estou sabendo de tudo o que aconteceu. Onde está Kyran? ―― O senhor Reed está na delegacia. ―― Ele perdeu a cabeça? Ele deveria estar descansando na cama! ― Declan franziu as sobrancelhas e fez uma ligação, enquanto partia para a delegacia.A ligação não foi atendida, em nenhuma das dez tentativas. Declan chegou à entrada da delegacia e encontrou o amigo parado e sozinho, segurando o telefone e vestindo o jaleco de paciente do hospital. Para se proteger do frio, não usava nada além de um casaco de policial.Todos os policiais foram bastante respeitosos com ele e, na verdade, um deles até lhe serviu uma caneca de chá, bem quente:― Senhor, beba isso, por favor. ―Declan se aproximou e agarrou o bra
Os olhos de Kyran se iluminaram. Ele se aproximou apressadamente do policial e se moveu com tanta força que seu abdômen se contorceu de dor. Ele soltou algumas tosses e perguntou com os olhos vermelhos:― Onde ela está? ―O policial apontou para o canto inferior direito da tela do computador.― A mulher que foi levada aqui é a senhorita McQuenny? ―A frente do rosto da mulher não podia ser vista para onde o policial apontava, mas sua roupa coincidia com a descrição da que Deirdre vestia.Kyran cerrou os punhos com força e disse:― Isso mesmo! ―― Estamos investigando na direção certa, então. Se conseguirmos extrair as imagens de vigilância das estradas principais e rastrear o paradeiro do sedã preto, poderemos descobrir para onde eles levaram a senhorita McQuenny. O policial efetuou um telefonema, para obter mais imagens de vigilância e, menos de meia hora depois, um local foi finalmente encontrado.Era em uma montanha perto de Rodovia Rivstate.O carro estava em uma proprieda