Deirdre não podia imaginar que, de alguma maneira, Brendan tivesse revelado sua trama e verdadeira identidade para a mãe, por isso, achou melhor tentar sustentar a farsa, para não se envolver em uma situação da qual já se sentia livre. Por isso, disse:― Você está fazendo alguma confusão, madame Brighthall. Sou Deirdre McQuenny e não Charlene McKinney. ―― Eu sei. ― O olhar de Madame Brighthall esmaeceu e ela soltou o braço de Deirdre, mas, antes que a jovem se afastasse, continuou a dizer, apressadamente: ― Brendan me confessou tudo. Foi você quem cuidou de mim, ao longo dos anos, certo? A nora com quem estive perfeitamente contente sempre foi você. Sinto muito, Deirdre. Eu... eu fui tão imprudente que realmente te destratei várias vezes e nem imagino o quanto te machuquei... ―'Brendan confessou tudo?' Deirdre sentiu o coração disparar e foi como se aparecesse um nó na boca do estômago. Ela disse:― Você não deveria se desculpar, madame Brighthall. Você não fez nada de errado, de
Deirdre ficou incrédula e, percebendo a perplexidade da jovem, Madame Brighthall disse apressadamente:― Eu sei! Sei que este pedido é bastante difícil para você, mas não sei mais o que fazer. Ele está agindo com muita indiferença em relação à cirurgia e até mesmo desdenhando a própria vida. Se você puder vê-lo, talvez possa tranquilizá-lo para que ele enfrente a cirurgia com uma mente estável. Você pode fazer isso? Estou te implorando! ―Deirdre ficou confusa com a árdua súplica de Madame Brighthall.― Por que você acha que se ele puder me ver isso vai lhe dar paz de espírito? ―A mulher respondeu, com um sorriso amargo:― Sei disso, porque ele se desgastou até ficar deplorável porque estava rastreando seu paradeiro, todo esse tempo. ―Deirdre ficou chocada e, tomando essa reação como um ponto positivo para sua causa, Madame Brigthhall continuou:― Brendan sabe que você está viva e também conhece os lugares em que você esteve. No entanto, é muito aparente que ele ainda não a en
Não houve movimento. Surpresa, Deirdre estendeu a mão e tentou agarrar alguma coisa, mas não havia nada debaixo do edredom. Não havia ninguém na cama.Ela também não ouviu nenhum som vindo do banheiro. Deirdre não tinha ideia de quando Kyran tinha partido. Ela não tinha pensado em tocar o rosto de seu namorado, antes de sair do quarto, depois do pesadelo. Onde Kyran poderia estar, em um clima tão frio?Ela pensava sobre isso quando a porta se abriu. Um vendaval irrompeu, carregando o cheiro que só ele possuía. Ela se levantou da cama e perguntou:― Kyran? ―E a voz mecânica respondeu:― Sou eu. ―Deirdre deu um suspiro de alívio e deu um passo à frente.― Onde você esteve? ―As mãos do homem estavam um pouco frias. Ele afastou a mão e começou a digitar:― O médico recomendou que eu faça mais exercícios, então, quando acordei um pouco mais cedo hoje, decidi descer as escadas. E aí? ―― Aqui está tudo bem... ― Deirdre respondeu distraidamente. Não era o paradeiro dele que a dei
― Por que, Kyran? Por que você acha que eu estou me sentindo assim? ― Amargura tingiu sua última pergunta. Ela estava com raiva. Não de Brendan... Com raiva da incompreensibilidade de suas próprias emoções.A mão de Kyran desceu por suas costas de maneira carinhosa e sua expressão era serena, quando a voz mecânica disse:― Você não sente alegria com a morte de ninguém, porque tem um bom coração. Sua felicidade não precisa ser construída sobre a dor de ninguém. ―― Mas eu deveria estar feliz! Não deveria? ―― Deveria? ― Kyran ergueu o queixo dela e olhou em seus olhos. ― Você ainda o ama? ―― Se eu amo quem? ―― Ele. ―Ela balançou a cabeça, negativamente, com toda a força. Lágrimas de raiva amarga e dolorosa rolaram de suas bochechas.― Se eu o amo!? Eu o odeio! Eu o odeio tanto que isso está me esgotando... ―― Então, você nunca vai perdoá-lo, não importa o que ele faça? ―Não houve um pingo de hesitação em sua resposta.― Nunca! ―Até mesmo Kyran ficou surpreso com a rapi
A expressão de Declan endureceu, por uma fração de segundo. Então, se sentou no sofá e explicou:― Não é nada demais. Apenas a saúde de Brendan Brighthall. Eles encontraram sangue em sua saliva e vômito, então declararam que ele está em estado crítico. Esse tipo de coisa deixará qualquer hospital no caos só porque o cara é um figurão dos maiores. Se ele morrer aqui, a opinião pública vai tripudiar com a moral do hospital. ―'Estado crítico…' O coração de Deirdre se apertou por um segundo.― O que aconteceu? Por que é tão sério? ―― Não é nada muito surpreendente, eu aposto ― respondeu Declan. ― Lembro-me claramente dele como estando muito doente, ou ele não estaria confinado em seu quarto, recebendo tantos cuidados, desde que foi hospitalizado. Sua condição atual provavelmente era esperada. ―Deirdre exalou lentamente. Talvez isso fosse o que Brendan merecia, afinal. Ela não disse nada, mas ouviu Kyran digitar de repente:― O mundo será melhor sem ele. ―Deirdre estava perplexa.
Deirdre voltou para o quarto de Kyran e se enrolou na cama. depois de se esconder sob o cobertor. Ela percebeu que não conseguiria enfrentar Madame Brighthall se a encontrasse novamente. Se a mulher pedisse a ela para ver Brendan mais uma vez, se ela implorasse sem se importar com seu status e dignidade habituais, Deirdre não tinha tanta certeza de que conseguiria recusar, afinal, era uma pessoa muito empática.Felizmente para ela, dois dias se passaram, sem muitos incidentes. No máximo, ela ouvia a conversa das enfermeiras, discutindo sobre a baixa chance de sobrevivência de Brendan, enquanto andava pelos corredores do hospital.― Por que todos os gênios acabam morrendo jovens, não é? Ele é tão jovem e brilhante. Ainda era uma estrela em ascensão... Por que tinha que acontecer isso? ―― Garota, havia muitas câmeras na porta quando cheguei para o trabalho agora a pouco. Alguém deve ter vazado a notícia para a imprensa, e muitos repórteres estão chegando. ―― Jesus Cristo! Eles são
Se a vulnerabilidade da saúde de Brendan se tornaria manchete ou não, Deirdre não poderia se importar menos. Então, se levantou, fechou a janela e ouviu um barulho vindo do banheiro. Estava prestes a se virar quando sentiu alguém envolver seus braços ao redor de sua cintura. Com um sorriso nos lábios, a jovem sentiu o cheiro fresco do sabonete e o carinho natural, indicava que Kyran estava de bom humor, apesar de estar perto de sua operação.― Você se sente preparado? ―Kyran soltou e pegou seu telefone.― Por quê? Você está preocupada comigo? ―― Claro. ― Ela assentiu. ― Sei que não é nada grave, mas sempre há riscos de complicações, em qualquer cirurgia. Eu sempre vou estar preocupada. ―― Você não precisa ficar ― respondeu Kyran, um sorriso sombreando seus lábios, quando continuou ― Porque Nike, a deusa da vitória, estará do meu lado. A operação será um sucesso, e então deixaremos este lugar quando eu estiver totalmente recuperado. ―Kyran beijou o lóbulo da orelha da jovem,
― Acorde, querida, nós vamos ficar podres de ricos! ―Lily congelou e então zombou:― Me diga o quão sério é o seu delírio para que eu possa agendar sua consulta no psiquiatra? Estou ficando muito cansada de tanto ouvir você falar merda. ―― Não! Dessa vez é sério! ― Blake gritou, apressadamente. ― Lily, você não imagina quem eu encontrei hoje, no hospital? ―Pela primeira vez na conversa, algo chamou a atenção de Lily:― Quem? ―― A ex-mulher de Brendan Brighthall! Charlene McKinney! ―Lily estava incrédula:― Encontrou quem!? ―Tinha sido ela quem comprara as informações de Blake, de uma fonte, então já as havia lido antes e sabia quem era Charlene:― Você sabe se é ela de verdade? Charlene ainda deveria estar cumprindo sentença na prisão, não é? ―― É exatamente por isso que este é o nosso grande furo! ― Blake não pôde conter seu zelo. ― Pense, querida. Em vez de estar na prisão, a ex-mulher aparece no mesmo hospital em que ele está internado. A única solução possível aqu