O corpo de Brendan ficou tenso sem que ele percebesse. Sempre o incomodou que Deirdre pudesse descobrir a verdade, então ele imediatamente perguntou: ― Onde ela está? Ela ainda está desconfiada? ― Maeve balançou a cabeça e ergueu as mãos calejadas.― Não, mas eu tenho sorte de ter me preparado com antecedência e dissipado as dúvidas dela, de uma vez. ― ― Ótimo então. ― A expressão de Brendan era sombria. ― É evidente que algo aconteceu, enquanto você estava no provador. É bem possível que algum falastrão tenha falado com ela. Vou investigar o assunto. Apenas continue fazendo seu bom trabalho. ― ― Tudo bem. ― Maeve teve a sensatez de se preparar para partir. ― Espere um pouco. ― Brendan chamou a mulher. Ele franziu as sobrancelhas e disse: ― Você estava ao lado de Deirdre o tempo todo, enquanto ela comprava os presentes? ― ― Sim. Como posso ajudar, senhor Brighthall? ― ― Ela comprou mais alguma coisa além de presentes para Sam e doutor Ginger? ― Maeve ponderou por
Deirdre hesitou, ponderando: ‘Eu teria ficado triste? Sim. Se isso tivesse acontecido antes de eu ter sido presa, eu teria ficado muito chateada. Não só teria ficado infeliz, mas meu coração teria sangrado e eu teria me sentido sufocada. Mas, como o todo-superior Brendan poderia compartilhar a mesma maneira de pensar do que a ‘eu do passado’?' ― Vou pensar sobre isso. ― Deirdre baixou o olhar, enquanto respondia. Logo, ela ouviu o som agradável de um piano tocando ao seu lado. Era evidente que o piano era de alta qualidade e a melodia tocada era envolvente. Ela não pôde deixar de se sentir tentada. Maeve percebeu isso e disse em tom exploratório:― Gostaria de tentar tocar, Dee? ― ― Eu? ― Deirdre ficou constrangida. ― Não posso. Eu tenho habilidades muito limitadas porque só tive aulas por um curto período. Além disso, não consigo mais enxergar, então, talvez já tenha até esquecido tudo. ― ― Como você pode ter certeza de que não vai conseguir, se não tentar? ― Maeve
'Ah, sim... tem o Brendan' Os olhos opacos de Deirdre se encheram de decepção, pois ela sabia que Brendan nunca concordaria que ela trabalhasse. O coração de Maeve se derreteu de pena, ao ver como a expressão animada tinha se desfeito do rosto da jovem e substituída pelo abatimento.― Ahh Dee, não é bom ficar na mansão? Por que você quer tanto conseguir um emprego? ― ― Acho que é porque preciso sentir que sou apreciada por fazer algo bem. Queria sentir que faço alguma coisa útil e deixar uma marca, mesmo que mínima, no mundo. ― Respondeu a jovem, com um sorriso um pouco sarcástico. ― Além disso, não posso continuar dependendo de outra pessoa para me sustentar. Se eu tiver um bom desempenho neste trabalho, significaria que eu poderia sobreviver em outro lugar e caso você precise de ajuda, eu poderia desembolsar dinheiro para você, sem depender de Brendan. ― Maeve ficou surpresa ao saber que Deirdre desejava ser independente. Ela achava difícil imaginar que uma mulher cega e com
― Eu posso te dar algum dinheiro se é isso que você quer. E a mansão nunca será um lugar hostil para você, se o que quer é ter onde morar. Mas, você ainda insiste em sair e afirma que não está tentando fugir? ― Brendan falou com voz severa. Ele se levantou da cadeira, aproximou-se de Deirdre e agarrou seus ombros.― Deirdre, eu a estraguei, deixando você sair nos últimos dias e você se tornou extremamente ambiciosa. Agora você acha que é forte o suficiente para ir embora? ― Deirdre estava presa contra a porta e se sentiu profundamente impotente, quando ouviu o comentário furioso de Brendan.― Apesar de ser cega, ainda sou um ser humano. Eu não tenho nem o direito de sair e conseguir um emprego? ― ― Você tem que ser capaz de cuidar de si mesma se quiser sair para trabalhar. Você poderia sobreviver ao inverno lá fora, sem mim? Receio que ninguém se importaria, mesmo que você morresse congelada! ― A intensão do empresário não era ser rude. Brendan só pretendia dizer que o mund
― Eu nunca vi a tinha visto tão animada. Acredito que você certamente ficará agradavelmente surpreso se a vir se apresentar um dia. Você quer dar à Dee uma razão para viver. Eu posso ver que ela adora tocar piano, profundamente. Apenas dê a ela uma chance de fazer isso e talvez isso se torne o vislumbre de esperança que ela precisa para se agarrar à vida. ― Brendan desviou o olhar para o rosto de Maeve, sua expressão emocional e seu rosto impecável e lindo dominado por emoções complicadas naquele exato momento. ― Então você está insinuando que eu deveria concordar com a sugestão dela, certo? ― Maeve sorriu.― Eu trabalhando para você, senhor Brighthall. Além de realizar meu trabalho com grande esforço, não há mais nada que estou tentando fazer aqui. Só estou lhe contando o que vi. ― Então, ajustou o lenço que tinha enrolado em seu corpo e completou:― Você fica aqui esta noite, senhor Brighthall. Vou dormir no quarto de hóspedes. Ao dizer isso, Maeve começou a se afast
Ela havia comprado este presente para ele, no mínimo. Brendan queria fumar um cigarro para acalmar a sensação de queimação no peito, mas percebeu que sua mão tremia. Ele apertou a mão que segurava as abotoaduras com a outra mão e se levantou para sair. Então pegou o telefone e faz uma ligação.― Ajude-me a dar uma olhada no restaurante Oak, para ver se há algo suspeito nele. ― No dia seguinte, quando abriu os olhos, Deirdre reparou que tinha dormido muito pesado. Então tateou a cama, onde a mãe deveria estar dormindo, mas o lugar estava arrumado. Sentindo o coração pular, achando que a mãe tinha sido levada embora, tirou o cobertor e saiu do quarto bem a tempo de esbarrar em Maeve. ― Você está acordada Dee? O que aconteceu? Por que você está com tanta pressa? ― ― Nada... Não foi nada... ― Deirdre se acalmou, com o corpo arqueado e a mão apoiada no balaústre. Ophelia estava bem, afinal. ― Por que você não dormiu no quarto ontem, mãe? ― ― Ah. ― Maeve respondeu, casua
Pensando em uma resposta rápida para justificar a companhia de Sam, Deirdre respondeu:― Ele é meu primo. ― A garçonete achou a resposta de Deirdre plausível e passou o braço em volta do ombro de Deirdre, dizendo:― Esse seu primo tem namorada? Me apresenta para ele! ― ― Ah, mas ele tem... ― Deirdre respondeu sorrindo, com medo de que uma resposta diferente causasse problemas para Sam. A garçonete ficou desapontada.― O piano fica aqui. Alguém lhe dirá quando deve começar a se apresentar. Vou seguir em frente se não houver mais nada. ― Deirdre não percebeu a frieza da garçonete porque estava distraída com seu amor por tocar piano. O piano era muito melhor do que o do restaurante da noite anterior e ela fez alguns aquecimentos, se acostumando com o instrumento. À noite, quando pôde tocar para valer, executou cada música com empolgação e recebeu muitos elogios no final do turno. Ela sorria mais e mais e sua expressão tornava-se viva. Quando foi buscá-la Sam ficou encantado
― Mas, elas são baratas. ― Deirdre não sabia bem o que pensar. Ela sentia como se estivesse se engasgando. ― Você só vai degradar seu status quando usar. ― ― Foi por isso que você se recusou a entregar para mim, não foi? ― Deirdre mordeu o lábio inferior com força. Brendan se levantou e enxugou as lágrimas da jovem com a mão, em um movimento terno. Então, se aproximou dela e disse com voz rouca:― Uma pessoa do meu status nunca se importaria com coisas artesanais e simples, como essa. O valor das abotoaduras nunca poderia afetar meu status. Reconheço que normalmente não me sentiria atraído por essas abotoaduras, mas elas são muito valiosas agora porque foi você quem as deu para mim. ―Antes de esperar a resposta de Deirdre, Brendan beijou seus lábios. Ambos queimavam com emoções intensas. As mãos de Deirdre estavam fortemente entrelaçadas com as de Brendan e seu corpo estava tenso. Estranhamente, a jovem sentia uma pontada de carinho gentil, em seu coração. Nos dias seguinte