Madame Brighthall lançou a Deirdre um olhar gélido.―Uma mulher como ela deve ser mantida em casa. Nem pense em sair com ela de novo. ― Depois disso, Madame Brighthall não teve mais vontade de fazer compras e saiu, acompanhada de perto por Charlene. O olhar de Deirdre permaneceu em branco. A jovem não se sentia uma desavergonhada, mas as acusações de Madame Brighthall, a chamando de 'amante' e se referindo a ela como 'esse tipo de mulher' tinha destruído o pouquinho de amor-próprio que, nos últimos dias, começava a cultivar. ― Deirdre, você está bem? ― Brendan acariciou seu rosto e a jovem franziu as sobrancelhas enquanto sua testa suava. Ela estava atordoada e Brendan não sabia o que a jovem pensava. ― Estou bem. ― Deirdre de colocar as ideias no lugar e desviou do toque de Brendan. O empresário percebeu que algo tinha mudado na atmosfera e, quando percebeu o que era, agarrou o pulso de Deirdre.― Você está com raiva? Você deve estar ciente do assunto entre Charlene e
Deirdre ainda queria acrescentar que, assim como a mãe de Brendan havia apontado, bastava ela não sair mais de casa, afinal de contas, era uma amante e não era uma pessoa apresentável.Brendan também queria dizer um milhão de coisas, mas seu telefone tocou e interrompeu tudo o que qualquer um dos dois pretendia dizer.A voz de Sawyer soou ao celular:― Senhor Brighthall, Madame McQuenny chegou. Devo deixá-la entrar na mansão agora? Ou... ― Brendan estava prestes a ordenar a Sawyer que a deixasse entrar, quando viu Deirdre levantar a cabeça abruptamente e seus olhos brilharam. Por isso, ele mudou seu comando para:― Peça para que ela aguarde um pouco. ― Solicito, Brendan desligou o telefone e perguntou:― Gostaria de recebê-la sozinha? Me deixe te levar lá. ― Deirdre não conseguia conter a excitação. Enquanto balançava a cabeça, arrumou seu cabelo bagunçado nervosamente. Mesmo tendo um rosto feio, ainda esperava que sua aparência não assustasse Ophelia. Com o apoio de B
Deirdre sentiu uma leve fragrância doce de Jasmim do Imperador em Ophelia que, embora não fosse forte, não escapou do nariz sensível de Deirdre. Mas, esse odor atraiu sua atenção por um motivo específico. Ela se lembrava, com nitidez, de que Ophelia cobria o nariz e tossia, a cada vez que passavam por um arbusto de jasmim, plantado na entrada do cortiço. Ophelia era alérgica ao cheiro doce, tanto que sentia coceira e tosse sem parar só com o cheiro. ― O que foi? ― Quando Maeve percebeu a reação rígida de Deirdre, acariciou o rosto da jovem, enquanto perguntava: ― Por que você ficou arredia, tão de repente? ― ― Nada... ― Deirdre forçou um sorriso. Abaixou a cabeça e disse: ― É que senti um cheiro da fragrância em você. Cheira muito bem. Que tipo de perfume é? ― ― Oh. ― Maeve ficou aliviada e sorriu. ― Não uso perfume. Acho que provavelmente é a fragrância do hotel. Depois de ficar lá por um dia, minhas roupas ficaram contaminadas. ― ― Mas, é Jasmim do Imperador? ― ― Sim. ―
Os olhos de Deirdre estavam cheios de alegria incontrolável e vermelhos por conter as lágrimas. Ela respirou fundo e disse:― Muito obrigada, Brendan. ― A jovem falou com toda a alegria que podia e havia muita gratidão em seus olhos. No entanto, Brendan não gostou do olhar dela e, pelo contrário, sentiu até um nó na boca do estômago e se sentiu sufocado. Afinal, Deirdre que não sabia que Ophelia estava morta e que o empresário tinha criado um mundo falso só para iludi-la. Por isso, Brendan não podia se dar ao luxo de aceitar a gratidão. ― Eu disse a você que não gosto quando você me dá respostas no automático. ― Os olhos escuros de Brendan ficaram turvos e ele se levantou abruptamente de seu assento. ― Bom... Com licença. Tenho certeza de que vocês têm muito o que conversar. Eu também tenho muitas coisas para resolver no meu escritório. Mas, Deirdre, se você precisar de alguma coisa, pode bater na porta e me chamar. ― O homem subiu as escadas e sentou-se na sala de estudo. A mes
Deirdre sabia que Brendan olhava intensamente para ela, desde o momento em que levantou a cabeça. Afinal, o olhar era tão intenso que ela podia sentir um ardor na pele. Mesmo que não pudesse enxergar e que seu mundo fosse feito de escuridão, ela ainda sabia que seu rosto era examinado.Deirdre baixou o olhar e sentiu-se tão dominada pelas emoções em seu coração que não conseguia nem ouvir sua própria respiração. Brendan se inclinou para beijar os lábios de Deirdre. E, mais uma vez, foi uma sensação tranquila e doce. O empresário a beijou de maneira afetuosa e gentil, como se tivesse o tempo todo do mundo para resgatar a paixão.— Brendan... ― Deirdre a afastou, porque tinha problemas para se acostumar com aquilo. ― Não faça isso... ― ― Não faça o quê? ― Brendan perguntou, com seus olhos profundos e escuros olhando para ela: ― Não quer que eu fique tão perto de você, que eu beije assim ou que eu diga o que eu disse antes? ― Deirdre agarrou os braços de Brendan e sentiu o hál
Antes de Deirdre fechar os olhos, ela passou os braços em volta do braço de Maeve e disse:― Tenho sorte de você ainda estar viva, mãe. Não fique mais triste com a morte do pai. De agora em diante, vou protegê-la e viverei bem, para você. ― A jovem estava sonolenta e adormeceu, assim que terminou de falar. Entretanto, os olhos de Maeve se arregalaram. Ela estava tão comovida com o comentário de Deirdre que não sabia o que dizer. O que a verdadeira Ophelia diria, naquele exato momento? Ela não conseguia descobrir uma resposta. Em seu bolso, o telefone de Maeve vibrou, mas ela esperou até que Deirdre estivesse em um sono profundo, antes de, com cautela, afastar os braços da jovem e sair da cama. Só então saiu do quarto para encontrar Brendan fumando, apoiado no balaústre, em frente à porta. Já havia algumas pontas de cigarro espalhadas pelo chão e seus olhos escuros se estreitaram, quando ele olhou para o primeiro andar e disse, sem nem mesmo se virar para Maeve:― Deirdre susp
Sam ficou no mesmo lugar enquanto Deirdre deu dois passos à frente, antes de perceber que Sam não a estava acompanhando. ― Sam? ― ― Estou aqui. ― O homem se recuperou da surpresa e a alcançou, em poucos passos. Eles caminharam juntos, no terreno plano. Deirdre disse:― O que aconteceu? Por que você ficou tão quieto, de repente? Achei que algo ruim tivesse acontecido. ― Sam sentiu um nó na boca do estômago ao olhar para os maneirismos animados de Deirdre, seu sorriso e sua gentileza. De repente, ele simpatizou com os sentimentos de Brendan. 'Se essa mentira puder ser mantida para sempre, isso será bom para Deirdre, não é?' ― Não foi nada. Eu vi uma criança atravessando a rua correndo, sem olhar para os lados e congelei, com medo de que o pior acontecesse. Mas, não passava nenhum carro... ― ― As crianças são sempre travessas. ― O sorriso de Deirdre congelou por um momento, mas ela mudou rapidamente o assunto da conversa. Eles não estavam longe da mansão, então co
Considerando a resposta seca, a jovem concluiu que seria impossível que Brendan não sentisse raiva, então, perplexa, tentou testar seu humor servindo um copo de água para o homem, que tinha se sentado no sofá, enquanto aconselhava: ― Aqueça suas mãos. Deve estar frio lá fora. ― Brendan olhou para Deirdre e sentiu a raiva diminuir substancialmente depois de ver que o nariz e as mãos dela também estavam avermelhados pelo frio. Ele recebeu o copo e disse:― Você sabe por que fiquei com raiva? ― Deirdre balançou a cabeça de um lado para o outro. ― Você poderia ter me informado que iria sair de casa e eu poderia ter lhe feito companhia. Você saiu sem dizer nada, então como eu explicaria para Ophelia que não tinha notícias suas, se ela ficasse preocupada? ― Deirdre abaixou a cabeça.― Eu não sabia que você acordaria tão cedo. ― ― Lembre-se de vir e bater na minha porta, imediatamente, se houver alguma coisa, da próxima vez. ― Na verdade, ele também não queria mais ver