Percebendo que o magnata a ameaçava, dizendo que magoaria a filha deles, Deirdre se encheu de raiva.― Brendan, como você pode ser tão cruel? Você está dizendo que vai me colocar frente a frente com a criança, só para tentar me magoar? Você não sente amor nenhum por sua filha? ―Brendan ficou em silêncio, olhando para frente, enquanto Deirdre dirigia. Mas, assim que saíram do estacionamento subterrâneo, ele finalmente falou.― Se você não tivesse fingido sua morte, mesmo que não pudesse ser a mãe da criança, eu não a impediria de conviver com ela. Deirdre, foi sua escolha desistir. ―O som do vento envolveu o carro enquanto os olhos de Deirdre se enchiam com uma mistura de confusão e ressentimento. Ela achava um absurdo que Brendan acreditasse que ela havia fugido, abandonando a própria filha. Mas fora Emily atentara contra sua vida! Se ela não tivesse saído da mansão, teria morrido!Deirdre quis discutir, mas ao abrir a boca percebeu que era inútil. Mesmo que ela explicasse, Bren
Deirdre congelou momentaneamente ao ouvir a pergunta, mas, depois de um momento, ela respondeu calmamente:― Sterry e eu estamos focados em nossas carreiras. Se vivemos juntos e somos felizes, o casamento não é importante para nós nesta fase do relacionamento. Talvez optemos por nos casar quando tivermos mais tempo livre. ―As veias da testa de Brendan incharam, pois, apesar de ter desejado saber mais sobre o relacionamento, percebeu que a resposta o desagradara mais do que imaginava.Deirdre percebeu a cara azeda de Brendan e estava prestes a discutir, mas no segundo seguinte sentiu que algo estava errado com a velocidade do carro.― O que você está fazendo!? ― Brendan exclamou e fez mensão de tentar agarrar o volant, seu rosto normalmente calmo agora mostrando urgência e uma mistura de emoções.Deirdre afastou a mão de Brendan e respondeu: ― O carro não está me obedecendo, ele pode ter sido sabotado? ―― O quê? ― Brendan ficou surpreso.Deirdre tentou se concentrar, perceben
― Brendan! ― Deirdre sentiu um arrepio na espinha e forçou a maçaneta, mas a porta do carro ao lado dele estava deformada e não podia ser aberta. Ela não teve escolha a não ser voltar até o banco do motorista, apertar-se e desapertar o cinto de segurança.― Você está louco? Por que você não disse que sua perna estava presa!? ― Deirdre entrou em pânico.Era ela quem dirigia mas, na hora do impacto, a colisão mais séria atingira o lado do passageiro e ela se sentiu culpada, afinal, se Brendan nunca tivesse sido hipnotizado, ele teria priorizado que ela ficasse ilesa, mas, ela não tinha tido o mesmo cuidado. Agora o homem estava preso em meio às ferragens.― Não se preocupe, eu estou bem. ― A voz de Brendan permaneceu firme. ― Minha perna está presa. Tentei soltar, mas está um pouco difícil. ―Definitivamente, a situação parecia muito mais do que apenas 'um pouco difícil’.Deirdre ficou furiosa.― Tem certeza de que machucou só a perna? Você está sangrando? Dói? Você sente algum des
― Então prefiro não dizer mais nada. ―Deirdre estava determinada a encontrar provas. Ela não podia simplesmente deixar aquilo passar tão facilmente. O problema era que, mesmo dizendo o contrário, Brendan não acreditaria mesmo que ela apresentasse provas.Os dois permaneceram em silêncio enquanto se dirigiam para o hospital.Algum tempo depois, Brendan fez uma radiografia da perna, e, felizmente, não houve lesões musculares ou ósseas. Porém, devido à gravidade da lesão, ele ainda precisou ser internado.Ao ver o relatório médico, Deirdre deu um suspiro de alívio e olhou para Brendan, que estava sentado na cama.― Já consultei o médico. Levará cerca de uma semana até que você possa sair da cama e andar. Entrarei em contato com uma enfermeira imediatamente para cuidar de você. ―― Enfermeira? ― Brendan entendeu imediatamente o que ela quis dizer e estreitou os olhos. ― O que você quer dizer? Você vai me largar aqui? ―― O que você quer dizer com 'largar aqui'? ― Deirdre não quis c
Assim que Brendan atendeu o telefone, Emily falou com urgência na voz:― Bren! Onde você está? Ouvi do segurança que você entrou no carro de Deirdre. Você está bem? ―Os olhos de Brendan endureceram.― Não entendi sua preocupação. O que poderia acontecer comigo? Você está falando como se algo terrível fosse acontecer. Você acha que Deirdre me bateria ou coisa assim? ―Emily permaneceu em silêncio, ponderando a resposta e inventando uma desculpa, então falou:— Só fiquei preocupada que Deirdre pudesse tentar se vingar de você, ou algo do tipo. Ela é tão cruel com você e pode ser muito imprevisível. Tive medo de que ela pudesse conspirar com outras pessoas para prejudicá-lo depois que você entrasse no carro dela. ―― Se ela planejava me prejudicar, eu não sei. Mas o carro dela foi realmente sabotado. ―― Como? ― Emily se sentiu culpada. ― Aconteceu alguma coisa depois que você entrou no carro dela? ―― Houve um acidente e estou no hospital. ―― Como isso pôde acontecer? ― Emily
― Certo, obrigada. Entendi. ―Depois que a enfermeira saiu, Brendan continuou a gemer de dor. Mas, apesar da preocupação, não havia nada que ela pudesse fazer. Apenas alguns momentos atrás, ele parecia bem quando eles estavam discutindo sobre quem era o culpado. Por que a condição de Brendan piorou assim que ela estava prestes a partir?― A enfermeira mencionou que a dor é normal e não há como aliviá-la. Terei que suportar o desconforto ― disse Brendan, com voz cansada. ― Na verdade, se eu soubesse disso antes, não teria permitido que você me levasse para sua casa. Mesmo porque, você não vê a hora de ir embora e me deixar sofrendo. ―Deirdre ficou sem palavras. Aquilo estava indo longe demais! Ela não conseguia compreender quando Brendan se tornara tão pretensioso.― O que você quer que eu faça? ― Deirdre estava perturbada. ― É impossível que eu transfira sua dor para mim. ―Brendan olhou para ela.― Você não pode sentir dor por mim, mas pode pelo menos fazer algo para me distrai
Quando Deirdre processou a informação de que Brendan precisava usar o banheiro, ficou bastante preocupada, afinal, o homem tinha as duas pernas machucadas e não conseguiria andar sem apoio.― Será que vou encontrar um enfermeiro a essa hora? As enfermeiras que eu vi no corredor não conseguirão te ajudar, você é um homem grande e bastante pesado ― disse Deirdre, mais uma vez, se sentindo um pouco culpada pelo acidente. ― Eu vou ajudá-lo a encontrar uma comadre para você se aliviar. Não é o ideal, mas você vai ter que se contentar com isso. ―As sobrancelhas de Brendan franziram.― Você não espera mesmo que eu mije nesse tipo de coisa? ―― O que há de errado com ‘esse tipo de coisa’? ― Deirdre ficou irritada. ― Suas pernas estão machucadas, então você tem que se adaptar às circunstâncias e ficar grato que estou aqui para pegar a comadre para você. ―Brendan ficou sem palavras. ‘Como essa mulher se tornou tão atrevida depois de quatro anos? Cada palavra que ela fala é uma patada que
Pouco depois que Deirdre ajudou Brendan a se vestir, enquanto os enfermeiros levavam Brenda de volta para cama, o telefone de Deirdre tocou. Era Sterling ligando.Deirdre hesitou, pensando no que falaria, quando ouviu a voz preocupada, do outro lado da linha.― Dee, por que você está demorando tanto? Aconteceu alguma coisa com você no caminho? Estou morrendo de preocupação! ―Acompanhando suas palavras estava o som de uma menininha chorando, o que tocou o coração de Deirdre.― Sinto muito, Sterry... ― Ela olhou de volta para o quarto de enfermaria. ― Aconteceu algo inesperado. Eu... sofri um acidente de carro. ―― Um acidente de carro?? ―Sterling ficou bastante surpreso e sua voz soou com um pingo de desespero, por isso Deirdre o tranquilizou, com voz enfática:― Não se preocupe, estou bem. Só que tinha outra pessoa envolvida e ela ainda está no hospital, então preciso cuidar das coisas. ―― Essa pessoa está dificultando as coisas para você? Por que você não me ligou mais cedo