Sem outra opção, Brendan abriu a porta do carro e correu para a chuva torrencial. Depois de cobrir Deirdre com a manta impermeável fornecida pelo resort, o magnata a pegou no colo e puxou para fora do veículo, mas a chuva implacável atacou impiedosamente seu rosto. O calor do corpo de Brendan era eliminado com cada rajada de vento, deixando inúmeras feridas invisíveis em sua pele.A chuva era tão intensa que Brendan mal conseguia manter os olhos abertos. O rugido do vento e da chuva ecoou em seus ouvidos. Ele sentiu Deirdre se mover em seus braços e ouviu sua voz fraca.― Bren... Brendan... ―Aliviado por Deirdre ainda ter alguma energia, Brendan pisou cuidadosamente no cascalho espalhado à beira da estrada e sussurrou:― Não tenha medo. Estamos a caminho do hospital, não vou deixar nada acontecer com você. ―Fracamente, Deirdre tocou seu braço, e Brendan instintivamente se aproximou, ouvindo-a dizer:― Volte para o carro. Você não vai aguentar... ―Brendan já estava enfraquecid
Uma última lembrança passou pela mente de Brendan:“― Agora você acredita em mim, Deirdre? Está disposta a acreditar que não sou a pessoa que você odeia? — A voz de Brendan estava cheia de seriedade e um apelo por aceitação.”Quando o magnata abriu os olhos novamente, a clareza voltou ao seu olhar sombrio. Emoções giravam em suas íris negras, uma mistura tumultuada que refletia sua agitação interior.Deirdre, cuja dor dava uma trégua, reuniu todas as forças restantes para estender a mão e agarrar fracamente a manga de Brendan. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, escondidas sob a manta térmica e impermeável.― Bren... dan... ― sua voz tremia de exaustão.O magnata afastou delicadamente a manta, revelando uma figura indistinta na escuridão, uma presença fugaz.― Você está bem? ― Deirdre perguntou com a voz rouca.Brendan não deu uma resposta direta. Em vez disso, abaixou a cabeça e deu um beijo na testa dela. Embora seus lábios estivessem frios, um leve calor irradiava deles.― De
Deirdre devolveu o telefone à enfermeira, que perguntou:― Ele não atendeu? ―― Não. ― Deirdre sorriu para ela. ― Ele provavelmente está muito ocupado ou não atende ligações de estranhos. Está tudo bem. Vou esperar ele vir. ―― Ah, que pena... ― A enfermeira pegou o telefone de volta, hesitou por um momento e depois disse: ― Bem, descanse bem. ―― Obrigada. ―Deirdre assentiu e se recostou na cama. Os motivos que levaram Brendan a recusar a chamada pesavam em sua mente, dificultando o sono. Mesmo assim, sem outra alternativa, Deirdre esperou, enquanto convalescia, o que, surpreendentemente, não foi chato. A enfermeira costumava aparecer e apresentar novelas, o que ajudava a aliviar seu tédio.― Você deve estar entediada de ficar sozinha nesse quarto ― comentou a enfermeira.― Costumava ser chato, mas com o tempo aprendi a passar o tempo sozinha. Mesmo sem enxergar direito, desenvolvi maneiras de me consolar e relaxar diante das dificuldades ― respondeu Deirdre com um sorriso.―
― Tem certeza? ― Deirdre sorriu docemente. ― Ah, que pena. Mas fique tranquila, não foi culpa sua. Embora eu tenha acordado às 5h da manhã, ele deve ter chegado mais cedo. Eu não esperava que ainda não conseguisse vê-lo. ―― Sim, ele está se recuperando em um hotel. Você se lembra de que ele bateu a cabeça? Então, por isso ele não tem permissão para sair com muita frequência e que os horários dele estão todos bagunçados. Eu acho que ele veio ontem de noite. ―Deidre assentiu, demonstrando preocupação.― É a primeira vez que me deparo com essa situação e me preocupo que ele não esteja cuidando bem de si mesmo. Com certeza vou importuná-lo sobre isso na próxima vez que nos encontrarmos. ―― De fato. Mas primeiro você precisa comer. Caso contrário, você não terá forças para importuná-lo, certo? ―Deirdre esvaziou o prato e sorriu, como se fosse uma criança obediente.*Josie e Joseph foram visitá-la, assim que souberam que Deirdre tinha sido hospitalizada. Eles reclamaram de como a
Heather franziu os lábios enquanto sua colega dava notícias chocantes.― A paciente está grávida do bebê do figurão. ―― Oh, meu Deus! ― A colega exclamou, claramente surpresa. ― Você deve estar brincando! Então ela é a companheira do CEO do Grupo Brighthall? ―Heather forçou um sorriso amargo.― Seria ótimo se isso fosse verdade. Então eu não teria que viver com medo constante. ―Franzindo as sobrancelhas, a colega perguntou:― O que você quer dizer? ―Heather explicou:— O cara só saiu andando, enquanto ela ainda estava na cirurgia, e voltou para Neve. Já se passaram de três a quatro dias e ele não a visitou nem ligou para verificar sua condição. Suspeito que... ―― Você acha que ele terminou com ela? ― a colega interrompeu.Heather parecia preocupada.― Quem sabe? Não seria surpreendente. O pior é que ela ainda mantém a esperança de que ele venha vê-la. Não tenho coragem de contar a verdade a ela. Temo que isso a devaste e possa ter consequências graves para sua saúde. ―
As pupilas de Deirdre tremeram violentamente quando ela entendeu o significado por trás do comentário da enfermeira. Lutando para sair da cama, ela exclamou:― Onde está Brendan? Irei até Neve para vê-lo se ele estiver em Neve! Ele deve estar passando por algo difícil de falar! ―― Acalme-se, meu anjo! ― Heather se moveu apressadamente para deter Deirdre e a impediu de sair da cama, não permitindo que ela se movesse. ― Você ainda está se recuperando da cirurgia, então não precisa ficar de repouso por mais um tempo. E se você tiver uma recaída? Se você não se importa com sua própria saúde, pelo menos pense na bebê! ―Deirdre sentiu uma súbita perda de energia por todo o corpo ao ouvir a palavra ‘bebê’. Ela se agarrou a Heather e fechou os olhos com força, sentindo uma dor insuportável no coração.― Por que ele não veio me ver? Ele virá. Tenho certeza disso! ―Deirdre percebeu o quão pouco ela sabia. Mas se lembrava do tom afetuoso e preocupado do homem quando conversaram pela últim
Josie achou divertido.― Mesmo sendo uma menininha tão pequena, já tem uma preferência por pessoas de rosto suave. Ela só sorri quando a pessoa é bonita. Quando é o pai quem brinca com ela, faz cara de choro. É interessante. ―Deirdre não pôde deixar de sorrir.― Por falar nele, onde está Joe? ―― Tenho desejado muito comer doces, ultimamente, então ele foi até Zenfull, no bairro suburbano, para me trazer alguma coisa bem gostosa. ―Deirdre ficou surpresa.― Esse lugar é longe e caro. Joe realmente se preocupa com você. ―Josie deu um tapinha fralda da bebê.― Ele tem que se preocupar comigo, afinal, eu sou a mãe da princesinha dele. Tudo o que eu quero é um doce que valha a pena comer, mas ele me daria a lua se eu pedisse. Ele é papai, afinal. ―Josie olhou para a barriga de Deirdre.― Pelo jeito, a sua também vai nascer em breve, certo? ―― Sim... ― Deirdre abaixou a cabeça, os olhos cheios de carinho. Ela amava a bebê em seu ventre. ― Falta muito pouco. ―― Você e Brenda
De dentro do carro, Joseph brincou, dizendo:― Você pode não saber, mas a enfermeira não deixaria seu posto a menos que Brendan tenha feito o diretor do hospital designar alguém para te dar atenção exclusiva. Isso mostra o quanto ele se preocupa com Deirdre. ―Josie segurou as bochechas do marido e suspirou.— Quando receberei um tratamento tão especial, hein? ― E, se virando para a amiga, completou: ― Invejo você, Deirdre. Nunca pensei muito nisso antes, mas agora não posso deixar de sentir inveja. ―Ela lançou um olhar furioso para Joseph, e ele não teve certeza se deveria rir ou ficar preocupado.― Não seja assim, minha querida. Você não pode me comparar a Brendan. Não importa o quanto eu tente, nunca terei o mesmo status que ele. Você está dificultando as coisas para mim. ―Josie fingiu estar chateada.― Tudo bem... A culpa foi minha por me apaixonar por você. Estamos destinados a vidas diferentes e estou presa a você, para sempre. ―Deirdre sentiu uma pontada de inveja ao