O coração de Deirdre bateu em falso.― Ele saiu no final da tarde? Tem certeza? ―Sam disse:― Claro que tenho certeza. Como o Seu Brighthall não quis celebrar a assinatura do contrato em uma boate, eles ficaram muito chateados. Pedi desculpas várias vezes por isso. ―No meio desta frase, Sam de repente percebeu.― Espera! Você realmente não sabe onde ele está? ―Deirdre franziu a testa.― Ele não voltou ontem à noite e não consegui falar com ele pelo telefone. Estou um pouco preocupada. Por favor, me ajude a descobrir aonde ele está. ―― Tudo bem, Dona Deirdre, não se preocupe. Vou verificar imediatamente. ―Depois que a ligação terminou, Deirdre ficou nervosa. Brendan mentiu para ela? Ele saiu da empresa e não voltou. Para onde aquele homem foi? Pensando em Emily, ela se sentiu desconfortável sem motivo. Mas, Ophelia veio confortá-la, dizendo:― Não fique ansiosa. Brendan é adulto. Ele não pode desaparecer. Talvez ele tenha ido para aquele tal hotel, para descansar. ―― É
Ao chegarem na mansão da família, avistaram uma criada de corpo largo e cabelos brancos, provavelmente a que se apresentou como Giovanna e que esperava ali há algum tempo. Mas, quando a mulher notou que Deirdre havia chegado, fez sinal para que ficassem quietos.― Senhorita, a patroa não quer te ver e pediu para que a criadagem impedisse sua entrada, então temos que ter cuidado. Vou te guiar para que você entre discretamente no quarto da Madame e convença-a a enviar o menino Brighthall para o hospital. ―Tanto a voz quanto a silhueta daquela criada pareciam estranhas. Mas, a jovem deu de ombros, talvez fosse uma das empregada que trabalhavam com a faxina mais pesada.Deirdre agradeceu em voz baixa e não pôde deixar de dizer:― Posso ir ver Bren primeiro? ― Ela suava muito quando completou, com voz rouca: ― Quero ver o que está acontecendo com ele. Se for muito sério, quero chamar uma ambulância primeiro. ― A empregada a deteve.― Não vai dar certo. Eu entendo suas preocupações c
Seria por isso que doutor Ernie tinha desistido de ensinar? Ele era um conhecido professor de medicina e suas pesquisas eram reconhecidas internacionalmente,― Já que ele foi seu aprendiz, por que você acredita que ele decidiu seguir pelo caminho errado e acabou expulso do instituto? ―Sentindo-se fraco, o médico segurou-se na parede.― Ele nunca esteve interessado em salvar pessoas e suas ambições sempre foram focadas na compensação material. Mesmo assim, ele é um gênio raro na medicina. Quando o conheci, ele parecia modesto e estudioso, mas na verdade, era apenas bom em se disfarçar. Eu não esperava que ele começasse a pesquisar drogas que são prejudiciais ao corpo humano e nem mesmo percebi seu interesse obsessivo pelo controle da mente humana. Sua primeira cobaia foi o primeiro aprendiz que aceitei… Ou seja, seu próprio colega de estudos. ―Sterling estava incrédulo. Não admira que ele tenha ouvido pessoas dizerem que dos dois aprendizes de Ernie, um foi expulso e o outro parec
Sterling não esperava que o aparelho celular estivesse sem sinal, em um lugar cheio de torres como aquele. Parecia até que alguém tinha feito alguma coisa para impedir que o aparelho funcionasse, entretanto, o médico encontrou um orelhão, procurou o número de Sam na memória do celular e telefonou.Depois de alguns segundos, o segurança atendeu a chamada a cobrar e o médico começou a falar, ansioso:― Aqui é o Sterling Fuller! A doutora Collins é mais perigosa do que pensávamos. Diga a Brendan para ficar longe dela e não o deixe ficar sozinho! ―A ligação foi interrompida abruptamente e Sam só pode ouvir essas palavras. Então, murmurou, repetindo, para si mesmo:― A doutora Collins é mais perigosa do que pensávamos. Diga a Brendan para ficar longe dela e não o deixe ficar sozinho? ― Sam franziu os lábios. Ele não tinha ideia de para onde Brendan tinha ido.-O magnata acordou com um barulho alto de batidas na porta e segurou a testa, enquanto a dor intensa e o vazio se alternavam.
Do outro lado da cama, em um local que, quando entrou no quarto, estava fora do campo de visão, Deirdre viu primeiro as roupas, depois os membros de uma pessoa. Os braços estavam parcialmente envoltos no xale verde esmeralda que Madame Brighthall usava com frequência.Por um momento, a mente de Deirdre ficou em branco e então ela tremeu ao estender a mão, pois, ao tocar o rosto da sogra, uma sensação pegajosa a fez recuar de medo. As pontas dos dedos estavam manchadas de sangue e Deirdre ficou pasma.― Madame Brighthall? ― Ela se levantou rapidamente, mas a porta foi subitamente aberta, antes que pudesse pedir ajuda.Ophelia apareceu e ficou chocada ao ver Deirdre e Madame Brighthall em uma poça de sangue.― Dee? Como você ousa machucar Madame Brighthall!? ―'Machucar?' O rosto de Deirdre ficou pálido e ela balançou a cabeça para explicar:― Não! Mãe, não fui eu quem fez isso! Quando entrei no quarto, achei que estava sozinha. Não tinha ideia de que ela estava... ―Charles, Bren
Em silêncio, o rosto de Brendan ficou pálido, até que agarrou fracamente o pulso de Deirdre.― Minha mãe morreria em alguns meses... Por que você tinha que ser tão impaciente? ―Assim que ele terminou a frase, Deirdre viu Brendan cair no chão com um baque nauseante.― Bren! ― a jovem gritou, jogando-se no chão ao lado do homem. ― Brendan! Eu não fiz isso! Eu realmente não fiz! ―Lágrimas inundavam seus olhos quando ela estendeu a mão para tocar o rosto do magnata. ‘Por que seu rosto está tão frio? Por que ele está tão gelado?’Antes que ela pudesse segurá-lo, Lúcia a empurrou, tentando afastá-la do magnata.― Saia daqui! Sua assassina! Você matou nossa patroa e agora quer machucar o filho dela!? Se ao menos ela não tivesse deixado você entrar em casa... É tudo culpa sua! Os Brighthall estão em desgraça por sua causa! ―O cabelo de Deirdre estava bagunçado e suado, grudado no rosto, e suas pupilas estavam dilatadas. Foi então que dois policiais entraram e algemaram os pulsos de D
‘Será que tudo isso fazia parte de algum plano da minha mãe? Foi por isso que ela agiu de forma tão cruel e confirmou para todos que me viu agredir a Madame Brighthall?’ Deirdre demorou para perceber isso e um arrepio percorreu sua espinha, deixando-a muito desapontada. Ela sentiria apenas raiva se fosse outra pessoa que a incriminasse, mas a pessoa era Ophelia, sua mãe, que a criou e cuidou dela. O que ela deveria sentir, então?― Está tudo bem? Você se lembrou de algo? A expressão no seu rosto não está nada normal... ― perguntou Sam.Deirdre cerrou os punhos, sentindo uma sensação de queimação na garganta e apertou os lábios tentando conter as lágrimas.― Sam, você sabe por que Brendan acreditou que eu matei Madame Brighthall? ― Deirdre levantou a cabeça e, apesar de seu olhar carregar aquela aura de determinação e teimosia, ainda se podia sentir a dor da resistência insuportável. ― Foi minha mãe quem me acusou. Ela disse a Brendan que me viu matar Madame Brighthall com seus própr
O coração de Deirdre batia forte de ansiedade enquanto ela caminhava com o policial. Até que viu a pessoa que a aguardava e sua expectativa cessou. Até seus sentimentos esfriaram.Mesmo querendo começar a questionar imediatamente, sem querer alarmar o policial, Deirdre respirou fundo e apenas ocupou seu lugar à mesa e esperando o homem sair. Afinal, ela queria saber o que havia mudado em sua relação com Ophelia e não gostaria que ninguém ficasse ouvindo a conversa.― Achei que você não se atreveria a vir me ver ― disse Deirdre.― Vim trazer alguma bolsa com roupas e uma quantia em dinheiro, para você. Está frio aí e tenho medo que você pegue um resfriado e você pode vir a precisar comprar alguma coisa. Mas não se preocupe. Combinei com meus aliados. Depois que tudo se acalmar, eu vou te tirar daqui ― respondeu Ophelia, parecendo gentil.― Não finja que se importa! ― Deirdre se levantou, com raiva e com os olhos cheios de lágrimas. ― Quem é você? Você não é minha mãe! Você não é Oph