― Até explodir? ―Deirdre não precisava enxergar para saber que os olhos de Aurora brilhavam de excitação e expectativa.― Se você quiser! Mas preciso que me mostre o caminho. Você sabe que não consigo enxergar bem e não estou familiarizado com esta área. Você sabe onde fica o Kenky? ― Deirdre riu.― Sim, eu sei, eu sei! Vou levar você até lá! ― Aurora respondeu em tom leve e alegre. Ela estava ansiosa, mas também consciente da visão de Deirdre, guiando-a cuidadosamente pelo caminho.Quando chegaram ao restaurante, estava lotado por ser perto da escola e teriam que esperar por 20 minutos para comer.― Tia, você acha melhor a gente desistir? Está muito lotado e não tem nem lugar para sentar. ― Aurora começou a hesitar.― Vamos esperar um pouco mais ― respondeu Deirdre. Ela não queria decepcionar Aurora. No entanto, com a multidão densa e a visão deficiente de Deirdre, poderia ser perigoso para ela. Só então, uma criança correndo derrubou alguém com uma bandeja de comida, e a comid
― Exatamente! ― Brendan nunca tinha gostado tanto de uma criança como gostava de Aurora. A criança sabia mesmo o que dizer e o magnata aproveitou o momento: ― Dee, leva ela para uma mesa livre enquanto eu pego a comida para vocês. Prometo que irei embora depois que você terminar sua refeição. ―― Aceita, tia? ―― Por favor, Dee... ―Deirdre estava frustrada com a dupla. Ela nem teve a chance de recusar e só pôde concordar.― Você vai embora depois que eu terminar de comer. ―― Dou minha palavra. ― Brendan sorriu.Animada, Aurora puxou Deirdre até uma mesa perto da janela. Enquanto esperava um atendente limpar a mesa, ela disse:― Tia, esse é mesmo meu tio? Ele é o pai da minha priminha na sua barriga? ―Deirdre percebeu que Aurora tinha gostado de a chamar de tia e sentiu um calor no peito. Então disse a Aurora:― Ele é de fato o pai da criança. Mas tenho alguns problemas com ele e não posso perdoá-lo ainda. ―― É por causa de outras mulheres? ― Aurora parecia estar pensando,
Assim que a comida do restaurante saudável chegou, Brendan desempacotou e serviu Deirdre, entregando os talheres. O aroma que emanava dos pratos a deixaram com água na boca. O que ele pediu era exatamente o que ela mais gostava. Mesmo assim, Deirdre hesitou querendo recusar, mas se viu incapaz de fazê-lo.Ela abaixou a cabeça para comer enquanto Aurora se deliciava com os pedaços de frango empanado, bem crocantes, e a batata frita. Com os braços cruzados, Brendan recostou na cadeira e ficou admirando o rosto de satisfação de sua amada, ao provar a suculenta lasanha de brócolis com massa integral.Depois que Aurora se saciou e soltou um arroto, ela olhou para Brendan e Deirdre e não pôde deixar de perguntar:― Tio, você não está com fome? ―― Sim. ― Brendan respondeu com apenas uma palavra, mantendo o olhar em Deirdre.― Então, por que você não está comendo, mas apenas olhando para minha tia? Você a está engordando para que a possa devorar? ―― Cooff! ― Deirdre de repente engasgou
― O tio Brendan! ― Aurora andou na ponta dos pés e acenou com força.O magnata se aproximou e entregou uma embalagem cheirosa para Aurora.― Tenho certeza que você vai gostar disso. ―Aurora aceitou alegremente e, quando viu que era um donut, lançou um olhar de agradecimento para Brendan. Mas, então colocou o presente nas mãos de Deirdre e disse:― Tia, isto é do meu tio! ―Depois disso, ela rapidamente entrou no carro. Assim que Deirdre respirou, suas narinas foram invadidas pelo delicioso aroma de um donut recém preparado e sua boca encheu de água. Ela hesitou um pouco, querendo devolver, mas Brendan disse:― Se não quiser dê para Rory. Se você me devolver, vou jogar fora. ―Deirdre recolheu a mão estendida. Seus lábios se moveram, mas ela não disse nada e entrou no carro.O carro deu partida e foi embora. Brendan observou até desaparecer de vista. Então, voltou para o carro e acendeu um cigarro. Enquanto relaxava, pensando na vida, o celular em seu paletó começou a vibrar e
Brendan estava com uma dor de cabeça terrível. Por um lado, ele não achava que conseguiria interromper o tratamento com Emily. Mas, por outro, se ele não parasse, Deirdre jamais o perdoaria. Isso significava que ele nunca conseguiria convencê-la a voltar para junto dele.A voz de Emily era arrastada e profissional:― Já deixei isso claro para você. Com seu estado mental atual, não é seguro que você fique com a senhorita McQuenny. Ela pode facilmente influenciar suas emoções. Mesmo uma pequena briga adiciona uma pressão invisível a você. Você precisa esperar até estar curado, antes de voltar para ela. Isso seria o melhor para vocês dois. ―O rosto de Brendan estava extremamente feio. O pensamento do futuro fazia sua testa doer continuamente, fazendo suas veias incharem. Então, ele cerrou os dentes e respondeu, com firmeza:― Não posso, nem quero, ficar longe de Deirdre. Simplesmente não consigo. Se eu a deixar, ficarei louco mais rápido! ―A expressão de Emily era sombria e contrar
― Para onde você quer ir? ― Deirdre perguntou, sorridente.― Ao parque de diversões! ― Aurora respondeu animadamente.― Ao parque de diversões? ― Deirdre hesitou um pouco. Ela tinha medo de não conseguir vigiar Aurora porque o parque de diversões estaria lotado e, por mais que sua visão estivesse lentamente se recuperando, ainda não era o suficiente para discernir uma criança entre tantas outras.Entretanto, a jovem não queria dizer não e pensou que aquela era uma boa oportunidade para fortalecer o laço entre Aurora e Declan.― Espera aí. Eu vou ligar para o tio Declan. Se ele estiver livre, podemos convidá-lo para ir junto. ― Mas, quando Deirdre se virou para contar ao motorista, Aurora segurou sua mão, na velocidade da luz, antes que pudesse fazê-lo.― Por que você quer chamar o tio Declan para vir? Já temos alguém para ir conosco ― disse Aurora.― E quem é essa pessoa? ― Deirdre disse, com surpresa.― Deixa o tio Bren ir com agente! Ele é forte o suficiente para me carregar
Deirdre ainda estava corada, então ficou com a cabeça virada em direção à janela durante toda a viagem e, só quando o carro parou é que percebeu que haviam chegado ao destino.Quando o carro parou, Brendan se inclinou para pegar os documentos do carro, no porta-luvas, e Deirdre se assustou com a aproximação e o magnata sorriu:― Você estava cochilando? Ou apenar perdida em pensamentos? ―Deirdre endireitou as costas, sentindo-se nervosa quando a temperatura corporal e a respiração do homem atingiram sua orelha, fazendo com que seus pensamentos ficassem confusos. Seus olhos piscaram quando ela respondeu:― Só estava distraída. Vamos. Vamos descer do carro. ―Brendan não recusou o pedido dela, mas, assim que Deirdre desafivelou o cinto de segurança, ele disse:― Deirdre, você se lembra? Eu levei você ao parque de diversões duas vezes antes. ―Deirdre fez uma pausa no movimento de abrir a porta.― Na primeira vez, fiquei cheio de culpa e com medo de perder você. Na outra vez, me p
Imitando a reação de Deirdre, Aurora também balançou a cabeça, com os olhos arregalados.― Nossa, tio Bren. É muito difícil e problemático. Não quero mais isso. ―Percebendo que perdia os clientes, o dono da barraca disse rapidamente:― Espere. Ainda não terminei de explicar. Você não precisa pagar por mais tiros enquanto estiver na sequência. Com uma única ficha você pode realizar os trinta tiros, se não errar nenhum. Nossas armas são todas muito precisas. Contanto que você tenha uma base básica no tiro, podemos garantir que você vai ter um bom desempenho! ―Ficando mais interessado, Brendan pesou a arma de brinquedo na mão.― Tem certeza de que não fez nada com a arma? ―O dono da barraca disse, com segurança:― De jeito nenhum, somos um negócio sério! ―Brendan olhou para a esquerda e para a direita.― Tudo bem se eu der um tiro de teste? Vou jogar se puder confirmar que não há nada de errado com a arma. ―― É claro, é claro! ― O dono da barraca assentiu. Quem recusaria um