Enquanto pensava em como responder à pergunta da mãe, o brilho nos olhos de Deirdre diminuiu um pouco e a jovem apertou os lábios.― Anna só falou isso para que você não se sentisse mal na hora em que dissesse adeus. ―― Dizer adeus? ― Ophelia respirou fundo. ― Como assim? ―― Anna pediu demissão e foi embora. Seu filho mais novo está se mudando para o exterior e ela decidiu ir junto. Ela trabalha há muito tempo e, agora que seu filho está disposto a sustentá-la, decidiu se aposentar, ela realmente não tem motivos para continuar trabalhando como governanta aqui na mansão. ―― Eu entendo. ― Ophelia não conseguiu esconder o desânimo em seu tom. ― Bem, talvez seja uma grande coisa! Morar com ela é assim, não precisar mais acordar cedo! ―― Exatamente. ―Ophelia manteve seu humor.― Bem, acho que vou ter que assumir o trabalho de Anna a partir de hoje! Também sou boa em fazer comida e tarefas domésticas. Sei que não sou tão eficiente e rápida quanto ela, mas estou perto o suficiente
Os Sullivan eram um dos parceiros do Grupo Brighthall, então Brendan provavelmente deveria comparecer ao evento como uma demonstração de apoio. Assim, ele assentiu, ao que Emily sorriu docemente.― Eles me convidaram para o evento também! Como já estou por aqui, poderíamos ir juntos? ―Brendan franziu a testa e respondeu com firmeza:― Não. Não vamos juntos. ―― Por que não? ― A expressão de Emily congelou. ― Você não vai para a casa dos Sullivan? ―― Só vou aparecer no final do evento para dar um presente para eles. Você só vai aparecer quando o evento estiver para acabar? ―‘Ele só vai aparecer no final do evento? Eu não posso me dar a esse luxo de jeito nenhum! Essa é uma ocasião perfeita para eu ampliar meus contatos e conseguir algumas informações privilegiadas’. Deixando de lado sua lamentação, ela sorriu graciosamente.― Oh, que pena. Eu esperava ganhar alguma atenção periférica quando todos estivessem olhando para você, Brighthall. Isso realmente ajudaria os negócios da
― Espere... ―Brendan saiu da cozinha, sem ao menos responder, deixando Emily perplexa. Ainda assim, ela não necessariamente achou isso um problema no início. Mas simplesmente desacelerou em sua tarefa enquanto esperava. Foi então que ouviu alguém entrando na cozinha, virou-se e sorriu.― Brighthall, você pode me entregar a acelga daquela sacola? ― Seu sorriso evaporou. Não era Brendan. Era uma mulher alta, forte e de cabelos curtos que ela nunca tinha visto.Shea assentiu e a cumprimentou.― Bom dia! Você é a doutora Collins, não é isso? Seu Brighthall me disse para eu te ajudar. ―O rosto de Emily ficou tempestuoso.― E onde ele está? ―Ela empurrou Shea para longe e olhou para fora da cozinha. Lá estava ele, sentado na sala de estar, com Deirdre, abraçado e agindo como um pombinho. A oferta de Emily para ajudar na cozinha acabou dando aos dois a chance de ficarem um tempo de namorico.Shea parecia impaciente.― Ei, podemos começar isso já, doutora? ―Emily ferveu de raiva.
Deirdre olhou para Shea e balançou a cabeça.― Não. Eu não acho que ela vai tentar nada. ―O que aconteceu da última vez deveria ser uma lição dolorosa o suficiente para Emily e Shea se acalmou. Ela tinha ouvido falar sobre o que Emily tinha feito e prestava muita atenção em todas as atitudes que a médica tomava. Isso a levou a comentar:― Essa doutora aí não me cheira nada bem. ―Deirdre assentiu e sorriu.― Pois é! Você não precisa nem dizer ― ela respondeu. Então olhou para o horizonte e acrescentou: ― Mas ela não vai conseguir fazer muita coisa sozinha. ―-A primeira coisa que Emily fez depois de voltar do evento foi jogar a bolsa no colo de uma de suas criadas, antes de direcionar sua destruição para qualquer objeto frágil que estivesse por perto.Madame Collins, alarmada, impediu a filha de causar mais danos.― Oh não! Não esses bebês, querida! São coisas antigas! ―Emily afrouxou o aperto, mas isso não significava que sua raiva havia necessariamente se dissipado.― O
Emily apareceu na mansão na manhã seguinte, mas como havia uma garoa insistente, o que deveria ser a corrida matinal de Deirdre ao ar livre se tornou uma corrida na esteira do segundo andar.Depois de correr por meia hora, o rosto da jovem estava todo vermelho e ela desceu da esteira, ofegante, mas Emily expressou desaprovação.― Ainda não é hora de descansar. Você tem mais meia hora pela frente. ―― Mas, por quê? ― Deirdre enxugou o suor do rosto com uma toalha, apertando os lábios. ― Eu corro meia hora ao ar livre. Qual é a diferença? ―Emily sorriu docemente.― Correr ao ar livre requer apenas meia hora, mas dentro de casa? Uma esteira nunca poderia ser o mesmo que correr ao ar livre, então você precisa fazer mais do que isso. ―A ruga nas sobrancelhas de Deirdre se aprofundou.― Eu quero fazer uma pequena pausa. ―― Ainda não ― Emily negou o pedido, instantaneamente. Seu sorriso se tornou frio. ― Você não obterá os benefícios pretendidos, dessa maneira. ―Deirdre apertou a
Deirdre fechou os olhos e balançou a cabeça, dando um sorriso cansado, enquanto dizia:― Acontece que eu não bati nela... Por que eu faria isso?―― A bochecha dela está toda vermelha. ―― O quê? ― Deirdre ficou horrorizada. Ela nem sequer tinha tocado na médica e a única coisa que fez foi se afastar do aperto de Emily, mas nem assim suas mãos chegaram a tocar na mulher. ― Não me diga que ela fez maquiagem só para você pensar que eu sou descontrolada. ― A jovem riu por alguns segundos, depois concluiu:― Quando esforço, só para te convencer de que eu fiz algo contra ela. ―O sorriso de Brendan se alargou e, logo em seguida, o magnata segurou a mão da jovem e a roçou nos lábios.― Você acha que eu ficaria chateado com você, mesmo se você tivesse dado um soco em cada olho dela e ela estivesse parecendo um panda? ―― Você tem razão, mas agora me arrependo de não ter batido. ― Deirdre relaxou. Ela não tinha ideia do que Emily tentava fazer, mas pelo menos ela sabia que Brendan não
Deirdre torceu o nariz ao sentir o cheiro da salada refogada. A jovem sentiu um forte aroma de ervas, como se tivesse sido misturado com a medicina holística tradicional.O refogado, o frango e o purê foram misturados, fazendo com que parecesse um prato escuro e pouco apetitoso.― Sinto muito, mas eu não vou comer isso ― declarou Deirdre, afastando o prato fundo.Ela não se submeteria a cair na armadilha de Emily. Está certo que a médica já a tinha criticado por comer comida gordurosa e salgada outras vezes, mas por que tinha esperado até aquele dia para inventar aquele refogado? Obviamente, era apenas uma maneira de descontar a frustração.― Senhorita McQueeny... ― Emily parecia hesitante. ― Você está grávida e ser exigente não vai te ajudar em nada. ―Brendan também notou algo estranho e falou baixinho com Deirdre.― Dee, não seja teimosa. Você realmente deveria ouvir a doutora. Só por hoje, coma o que ela preparou, amanhã faremos algo mais adequado para você comer. ―Deirdre
― Se eu fizer isso, mesmo que ele cumpra com minha exigência, vai parecer que estou agindo apenas por capricho, indiretamente dando a Brendan a impressão de que Emily é uma vítima ― Deirdre respondeu calmamente. ― E, seus motivos definitivamente não estão limitados apenas a isso. ―Para provocar Deirdre e ser expulsa, a motivação de Emily precisaria ser maior do que isso. Além disso, o que Emily poderia almejar colocando em prática o plano de usar sua posição para descarregar sua raiva e ressentimento em Deirdre e agir como vítima?Shea parecia entender, mas não exatamente.― Você está dizendo que a Roubamarido tem outros planos por trás disso? ―― Eu acho. ― Deirdre assentiu. ― É aqui que você precisa ser mais observadora. Fique de olho em Emily e veja se há algo suspeito. Se houver algum problema, informe-me a qualquer momento. ―― Não se preocupe, amiga. ― Shea prometeu sinceramente: ― Eu tenho tudo sob controle. ― Mas então ela não pôde deixar de se preocupar. ― Mas e se, enqu