― Eu fechei as paredes ao redor do meu coração, há muito tempo. Fiz questão de nunca mais confiar facilmente em ninguém... justamente por isso. Honestamente, existem poucas pessoas em quem eu realmente confio. É por isso que eu não consigo aceitar que uma das poucas pessoas que restaram neste mundo, que eu tinha certeza de que nunca tentaria me machucar, acabou sendo Anna. ―Brendan enxugou o suor brilhante de sua pele, mas Deirdre segurou sua mão em vez disso.― Não faça nada contra ela. Apenas deixe-a ir, Bren. ―Brendan observou sua expressão pálida, em silêncio.Se dependesse dele, ele garantiria que a governanta recebesse o que merecia por direito. Ele a puniria por cada transgressão contra Deirdre e transformaria Engel em um exemplo do que aconteceria com qualquer pessoa que ousasse colocar a saúde de sua amada em risco. No entanto, depois de se acalmar do choque inicial, lá estava Deirdre, pedindo a Brendan que não fizesse nada contra Engel.Ele não pôde deixar de se emocio
Anna Engel sentiu como se alguém tivesse pressionado cerdas de agulhas em sua pele. Seu rosto ficou pálido e ela fechou os olhos.― Eu sei que você não vai confiar em mim, não importa o que eu diga, senhor Brighthall, mas eu nunca machuquei a Dee, em toda a minha vida. Ela... Ela sempre foi tão gentil comigo... ― Ela vacilou e se virou para implorar a Deirdre. ― Por favor, deixe-me dizer adeus, pelo menos? ―Brendan estava prestes a rejeitá-la novamente, mas Deirdre respirou fundo e disse:― Tudo bem. ―― Dee? ―― Falarei com ela em algum lugar que você possa ver, Brendan. ― Deirdre o confortou. ― E ela está certa sobre uma coisa. Ela realmente não pode me machucar de forma alguma. Então, não se preocupe. ―A testa de Brendan franziu enquanto o homem engolia que tinha sido contrariado, mas como esse era o desejo de Deirdre, ele acabou permitindo que elas conversassem. Mas, lançou um último olhar de advertência para a governanta, antes de tirar o casaco o sobretudo que usava sobre
― Desconfie de todo mundo ao seu redor. ― Com isso, Engel soltou a mão de Deirdre e pegou sua bagagem. Ela se foi.Deirdre estava atordoada. Brendan se aproximou dela, acariciou suas bochechas beliscando, franzindo a testa e perguntou:― O que ela disse para você? Você não parece muito bem. ―Deirdre saiu cambaleando de seu estupor.― Estou bem ― respondeu a jovem, abaixando a cabeça. ― Ela me disse que está deixando o país com o filho caçula. ―― Ela vai sair de Berth? ― Brendan ficou chocado, mas sua surpresa durou pouco. ― Bom. Pelo menos nossos caminhos nunca mais se cruzarão. ―― Concordo. ― Ela assentiu com a cabeça e deixou Brendan levá-la para a mansão.Alguns minutos depois, Deirdre estava deitada na cama, mas seu cérebro estava ocupado pensando nas coisas que a Engel havia dito antes de partir.'Desconfie de todo mundo ao seu redor. Isso foi o que ela disse, mas será que tem alguém em específico? E por quê? Anna parecia muito defensiva e saiu antes que eu pudesse ente
Deirdre sabia que ela era exigente, mas Brendan poderia começar a aceitar Emily em seu círculo de confiança se ela não fizesse nada.― Você pode pensar nisso como eu sendo irracional e juvenil. Você pode suspeitar que eu também estou implicando com ela. Eu não me importo. Eu só não quero ver você e Emily se aproximando e também não quero que vocês troquem mensagens de texto um com o outro. Quero que vocês dois sejam estranhos. Se você quiser falar com ela saber o andamento da minha recuperação, pergunte para mim. Vou ser a intermediária entre vocês dois! ―O cômodo mergulhou em um silêncio estranho e prolongado depois que Deirdre fez sua exigência e, com a falta de resposta, a jovem sentiu cada vez mais frio no peito. Seu rosto tornou-se uma carranca de aço.― Oh, é demais para você, Brendan? Não importa, então. Esqueça o que eu pedi. ―Ela estava prestes a se afastar dele quando os braços de Brendan em volta de sua cintura a apertaram. Então seus lábios se fundiram com os dela. El
Enquanto pensava em como responder à pergunta da mãe, o brilho nos olhos de Deirdre diminuiu um pouco e a jovem apertou os lábios.― Anna só falou isso para que você não se sentisse mal na hora em que dissesse adeus. ―― Dizer adeus? ― Ophelia respirou fundo. ― Como assim? ―― Anna pediu demissão e foi embora. Seu filho mais novo está se mudando para o exterior e ela decidiu ir junto. Ela trabalha há muito tempo e, agora que seu filho está disposto a sustentá-la, decidiu se aposentar, ela realmente não tem motivos para continuar trabalhando como governanta aqui na mansão. ―― Eu entendo. ― Ophelia não conseguiu esconder o desânimo em seu tom. ― Bem, talvez seja uma grande coisa! Morar com ela é assim, não precisar mais acordar cedo! ―― Exatamente. ―Ophelia manteve seu humor.― Bem, acho que vou ter que assumir o trabalho de Anna a partir de hoje! Também sou boa em fazer comida e tarefas domésticas. Sei que não sou tão eficiente e rápida quanto ela, mas estou perto o suficiente
Os Sullivan eram um dos parceiros do Grupo Brighthall, então Brendan provavelmente deveria comparecer ao evento como uma demonstração de apoio. Assim, ele assentiu, ao que Emily sorriu docemente.― Eles me convidaram para o evento também! Como já estou por aqui, poderíamos ir juntos? ―Brendan franziu a testa e respondeu com firmeza:― Não. Não vamos juntos. ―― Por que não? ― A expressão de Emily congelou. ― Você não vai para a casa dos Sullivan? ―― Só vou aparecer no final do evento para dar um presente para eles. Você só vai aparecer quando o evento estiver para acabar? ―‘Ele só vai aparecer no final do evento? Eu não posso me dar a esse luxo de jeito nenhum! Essa é uma ocasião perfeita para eu ampliar meus contatos e conseguir algumas informações privilegiadas’. Deixando de lado sua lamentação, ela sorriu graciosamente.― Oh, que pena. Eu esperava ganhar alguma atenção periférica quando todos estivessem olhando para você, Brighthall. Isso realmente ajudaria os negócios da
― Espere... ―Brendan saiu da cozinha, sem ao menos responder, deixando Emily perplexa. Ainda assim, ela não necessariamente achou isso um problema no início. Mas simplesmente desacelerou em sua tarefa enquanto esperava. Foi então que ouviu alguém entrando na cozinha, virou-se e sorriu.― Brighthall, você pode me entregar a acelga daquela sacola? ― Seu sorriso evaporou. Não era Brendan. Era uma mulher alta, forte e de cabelos curtos que ela nunca tinha visto.Shea assentiu e a cumprimentou.― Bom dia! Você é a doutora Collins, não é isso? Seu Brighthall me disse para eu te ajudar. ―O rosto de Emily ficou tempestuoso.― E onde ele está? ―Ela empurrou Shea para longe e olhou para fora da cozinha. Lá estava ele, sentado na sala de estar, com Deirdre, abraçado e agindo como um pombinho. A oferta de Emily para ajudar na cozinha acabou dando aos dois a chance de ficarem um tempo de namorico.Shea parecia impaciente.― Ei, podemos começar isso já, doutora? ―Emily ferveu de raiva.
Deirdre olhou para Shea e balançou a cabeça.― Não. Eu não acho que ela vai tentar nada. ―O que aconteceu da última vez deveria ser uma lição dolorosa o suficiente para Emily e Shea se acalmou. Ela tinha ouvido falar sobre o que Emily tinha feito e prestava muita atenção em todas as atitudes que a médica tomava. Isso a levou a comentar:― Essa doutora aí não me cheira nada bem. ―Deirdre assentiu e sorriu.― Pois é! Você não precisa nem dizer ― ela respondeu. Então olhou para o horizonte e acrescentou: ― Mas ela não vai conseguir fazer muita coisa sozinha. ―-A primeira coisa que Emily fez depois de voltar do evento foi jogar a bolsa no colo de uma de suas criadas, antes de direcionar sua destruição para qualquer objeto frágil que estivesse por perto.Madame Collins, alarmada, impediu a filha de causar mais danos.― Oh não! Não esses bebês, querida! São coisas antigas! ―Emily afrouxou o aperto, mas isso não significava que sua raiva havia necessariamente se dissipado.― O