― Simples assim. ― Brendan inclinou o queixo de Deirdre e abaixou a cabeça para beijá-la. ― Além disso, mesmo que você não confie nela, você confia em mim, não é? Mesmo que ela esteja fingindo para se aproximar, não vai dar em nada. ―O beijo do homem foi breve e seguido de um suspiro. Deirdre não pôde deixar de se inclinar, e seu corpo ficou macio, conforme se entregava ao momento. Era o que ela pensava em seu coração também.'Mesmo que Emily tenha algum plano, Brendan não vai cair no truque dela tão facilmente.'Convencida, decidiu não pensar mais no assunto e fechou os olhos para mergulhar no momento quente e apaixonado.Entretanto, quando estavam no auge da paixão, Brendan se lembrou do aviso da médica de que coisas que estimulassem demais o cérebro da jovem poderiam mover o coágulo de maneira imprevisível. Então, o homem interrompeu o beijo e se sentou.Deirdre foi sacudida de volta à realidade e piscou inocentemente.― Aconteceu alguma coisa? ―Brendan achou que a jovem nã
― Tem certeza de que está tudo bem? ― Emily se sentiu muito tímida. ― Eu me sinto mal por incomodar vocês toda vez que chove. ―― Imagina, é só preparar um quarto de hóspede, não dá trabalho nenhum. ― Deirdre insistiu.Emily só podia aceitar a oferta.― Tudo bem então. Obrigada por se dar ao trabalho de fazer isso, senhorita McQueeny. ―Enquanto Deirdre subiu para tomar um banho, Emily foi para a varanda coberta e ocupou uma mesa, contemplando a chuva. Depois de alguns minutos, Brendan saiu do escritório e notou que a médica ainda estava na casa. O magnata ficou surpreso, mas logo Engel explicou:― Está chovendo muito, então Dee permitiu que a doutora fique. ―― Hum. ― Brendan assentiu com indiferença e foi para a cozinha, onde encontrou Deirdre com uma toalha enrolada nos cabelos e sovando massa. O magnata aproveitou a oportunidade para abraçá-la por trás e colocou seus lábios finos perto de sua orelha.― Você não se importou que ela ficasse, hein? ―Deirdre sentiu cócegas e
― Brendan? ― Deirdre imaginou que o magnata prometeria que eles seriam discretos e continuaria beijando seu corpo, para que transassem. Aquela desistência fácil não era de seu feitio. ― Você ficou chateado com isso? ―Brendan enterrou a cabeça no peito da mulher.― Não é isso. Mas, você está certa. A gente pode esperar um pouco mais. ―― Esperar pelo quê? ―Brendan acariciou seu cabelo.― Até que o coágulo não seja mais um perigo. ―Deirdre percebeu que Brendan estava com medo e se sentou ereta.― Por quê? ―Brendan tinha medo de que ela entendesse mal, então decidiu que não era hora para mentiras:― Emily disse que a condição do seu corpo não é adequada para prazeres intensos. Se você receber muitos estímulos será ruim para o coágulo de sangue em seu cérebro. Em um caso sério, pode até afetar o tratamento. ―― Emily disse isso? Quando? ―― Já faz um bom tempo. ―Deirdre passou a entender por que Brendan usava reuniões e trabalho como desculpa todas as vezes que estavam pre
― Esse é justamente o problema. ― Ophelia disse: ― Antes de vir falar com você, eu fiquei esperando por alguns minutos, mas Emily não saiu. Além disso, os ouvi conversando. O que você acha que está acontecendo? ―Como Deirdre não respondeu, Ophelia continuou dizendo ansiosamente:― Será que Brendan e Emily estiveram te enganando por todo esse tempo? Você acha que eles aproveitam para ficar a sós quando você está dormindo? ―― Mãe... ― Deirdre abriu um sorriso, embora não estivesse nem um pouco divertida. ― Confio nos sentimentos de Brendan por mim e acredito que há algo que eles precisam discutir. ―Ophelia a pegou de surpresa ao dizer:― Você confia nele, mas ele te respeita? Se ele se importasse com você, teria chutado Emily para fora do escritório, no segundo que ela entrou. Por outro lado, já se passaram dez minutos e eles ainda estão conversando sabe deus sobre o que. Você pode ouvir por conta própria se não acreditar em mim! ―-― Doutora Collins, parece que você ainda não
Emily parecia agir com sinceridade, mas Brendan não parecia nem um pouco convencido.― Temo que, depois do incidente do hotel, não podemos mais ser amigos. ―― É porque sua namorada está descontente comigo, estou errada? ― Emily sorriu e optou por não se importar. ― Se esta situação for real, espero que você possa fazer uma coisa por mim. Trate-me como uma pessoa comum, sem qualquer inimizade e rancor por mim. Vou manter distância de você e não vou desagradar a senhorita McQueeny. ―Brendan não podia rejeitar a proposta, em vista de quão bem ela administrou a situação. Mas, sua expressão era indiferente quando disse:― Vamos discutir isso depois de confirmarmos a situação. ―Emily assentiu. Mas estava se preparando para sair, quando parou de andar e virou o corpo.― Ah! Só mais uma coisa. Acredito que não seja sensato falar sobre isso sua noiva, pelo menos por enquanto. ―Brendan estreitou os olhos.― Por quê? ―― Eu acredito que ninguém mais poderia ter me entregado este bilh
Brendan disse em um tom justo:― Collins me mostrou uma prova de que a senhora Engel está com nossos inimigos. ―Deirdre ficou perplexa, pois tudo aquilo parecia muito absurdo.― A doutora? Como ela pôde... ―― Um bilhete foi deixado para ela, em seu quarto, e a convidava para um encontro na Green Square de Eastmont Villa. Quem mais poderia deixar o bilhete para ela além da governanta? ―Deirdre ficou chocada e refutou:― Se Emily encontrou um bilhete no quarto preparado para ela, como você prova que foi Anna quem escreveu o bilhete? E se Emily o escreveu e o usou para incriminar a Anna, justamente com o objetivo de ganhar sua confiança? ―― De qualquer forma, vamos aguardar o desenrolar dessa história, no encontro de amanhã. ― Os olhos escuros de Brendan eram calmos, mas gentis. ― Se ela for inocente, não dará as caras. ―Deirdre ficou em silêncio e sentiu um peso no peito. Ela podia sentir que muitas coisas além de suas expectativas aconteceriam depois disso.Brendan podia v
Emily riu.― Tudo bem, não é grande coisa. Parece que vou no banco de trás, então. ―Dando de ombros, a mulher abriu a porta e entrou na parte de trás.Brendan silenciosamente e se aproximou de Deirdre, passando o braço em volta dela. Sem entender a carícia, a jovem deu uma olhada para ele.― O quê? Você acha que fui exagerada, não é? ―― Ah, não. De jeito nenhum. ― Ele sorriu. ― Pelo contrário, eu amo o quão possessiva você é. Quanto mais você está com raiva e a pressiona, mais percebo o quanto você se importa comigo. ―As bochechas de Deirdre queimaram, apesar de tudo, mas ela se conteve e conseguiu se acalmar.― Você diz isso agora, mas não vai durar. Assim que a novidade de eu ser 'possessiva' passar, você só vai pensar que sou irritante. ―A respiração de Brendan falhou um pouco. Ele pegou a mão dela e pressionou as costas dela contra os lábios.― Esse dia nunca chegará, Dee. Nunca. Se isso acontecer, então posso ser atingido por um raio, pegar fogo, incinerar para... ―
― Como... Não era isso! Como isso pôde acontecer? ― murmurou a Engel, visivelmente abalada. O peso da compreensão se instalou e ela entendeu que já havia passado do ponto de luta. Seu rosto ficou pálido.― Sinto muito, senhor Brighthall. Sinto muito, Dee ― disse a mulher grisalha, deixando os ombros caírem em rendição.Emily zombou.― Qual é o objetivo disso, exatamente? Estou feliz por não ser tão facilmente induzida a trabalhar junto com o inimigo! Qualquer outro teria aceitado sua oferta, aposto. Realmente, porém, sua consciência não doeria se alguma coisa acontecesse com a senhorita McQueeny? Você não se sentiria culpada? Ou, pelo menos, um pouco... sei lá, remorso? ―Engel tremia, mas manteve a boca fechada.Deirdre tentou se livrar do zumbido entorpecente em sua cabeça, enquanto fixava o olhar na aquela figura vaga e borrada diante dela. Sua mente começou a recordar todos os bons momentos que compartilhou com a velha amiga de sua mãe. Era tão difícil de acreditar que Anna, a