A entrada da mansão era tão imponente quanto a fachada. Portas duplas de madeira maciça se abriram com um movimento suave, revelando um hall de entrada que parecia pertencer a um palácio. O teto era alto, adornado com lustres de cristal que lançavam reflexos cintilantes pelas paredes decoradas com afrescos. Kiara ficou sem palavras, os olhos absorvendo cada detalhe — desde o mármore reluzente do chão até as esculturas discretamente posicionadas nos cantos.Sergey percebeu sua reação e sorriu levemente. — Impressionante, não é? — disse ele, tocando de leve a parte inferior de suas costas para guiá-la.Ela assentiu, ainda um pouco atordoada. — É como entrar em outro mundo... Ou em um filme.Ele riu baixo. — Bem, minha família gosta de manter as aparências. Espero que você esteja pronta para conhecê-los.Kiara parou por um momento, a mão agarrando o braço de Sergey. — Eu não sabia que sua família estaria aqui. Sergey, e se... e se eles não gostarem de mim?Ele virou-se para ela, os olhos
O quarto onde Sergey e Kiara estavam hospedados na mansão dos Volkov era um espetáculo à parte. A suíte principal parecia ter sido retirada diretamente de uma revista de decoração. As paredes eram cobertas por um papel de seda delicado com padrões dourados, e o teto alto exibia detalhes em gesso que remetiam à realeza. A enorme cama de dossel era o centro do espaço, com cortinas translúcidas que pendiam ao seu redor, conferindo um ar de privacidade e mistério.Kiara caminhou lentamente até o centro do quarto, passando os dedos pelo tecido macio das cortinas. Ela ainda sentia a pressão do encontro com a família de Sergey, mas algo no ambiente aconchegante do quarto a fez relaxar um pouco. Sergey, que havia entrado logo atrás dela, fechou a porta silenciosamente e parou por um momento, observando-a.— Está tudo bem? — perguntou ele, aproximando-se com passos firmes.Kiara virou-se para encará-lo, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios. — Sim... só estou tentando processar tudo. Sua
A manhã seguinte chegou com um brilho suave invadindo o quarto através das pesadas cortinas de veludo. Kiara abriu os olhos lentamente, sentindo o calor reconfortante do corpo de Sergey ao seu lado. Ele ainda dormia, a respiração profunda e ritmada. Por um instante, ela ficou ali, observando-o, aproveitando a rara calma antes que o dia começasse.Finalmente, Sergey despertou. Ele piscou algumas vezes antes de abrir os olhos completamente e encontrá-la encarando-o. Um sorriso curvou seus lábios. — Bom dia, minha bela esposa.Kiara riu suavemente. — Bom dia. Dormiu bem?— Sempre durmo bem ao seu lado. — Ele ergueu a mão para acariciar o rosto dela, mas seu semblante logo ficou mais sério. — Hoje será um dia cheio. Tenho uma reunião importante, e quero que você venha comigo.Ela arqueou uma sobrancelha, surpresa. — Uma reunião? De negócios?— Algo assim. — Sergey suspirou e se sentou na cama, esticando os braços. — É sobre as operações aqui na Rússia. Preciso lidar com algumas questões p
A noite caía sobre Moscou com uma intensidade que parecia tornar tudo mais misterioso. O céu estava tingido de um azul profundo, pontuado por estrelas que brilhavam como pequenos cristais contra a vastidão. Sergey estava sentado em frente à lareira no escritório da mansão, um copo de uísque na mão, enquanto Kiara, vestida com um robe de cetim, entrou silenciosamente.— Está pensando em algo importante? — perguntou ela, a voz suave, mas curiosa.Sergey levantou os olhos, observando-a com um meio sorriso. — Sempre. Quando se está nesse mundo, há pouco espaço para relaxar.Kiara aproximou-se, sentando-se em uma poltrona próxima. Ela inclinou a cabeça, intrigada. — Você sente falta de alguma coisa? De uma vida mais... simples, talvez?Ele tomou um gole de seu uísque antes de responder. — A simplicidade nunca foi uma opção para mim. Cresci cercado por responsabilidades, decisões difíceis. Mas agora... — Ele a olhou nos olhos, o tom ficando mais íntimo. — Agora sinto que talvez tenha algo p
A manhã nasceu com o brilho suave do sol refletindo na neve que cobria o jardim da mansão. Kiara estava sentada perto da janela do quarto, observando os flocos caírem devagar, enquanto tomava um chá quente. O inverno russo era diferente de tudo que ela já havia experimentado. A paisagem parecia um conto de fadas congelado, e, por um momento, ela se perdeu em pensamentos.Sergey saiu do banheiro ajustando os punhos de sua camisa social. O movimento dele, sempre seguro e cheio de propósito, chamou sua atenção. Kiara sorriu suavemente, mas havia algo em sua mente que ela hesitava em verbalizar.— Algum plano para hoje? — perguntou ela, sua voz soando casual, embora seus olhos o observassem com curiosidade.Sergey ergueu o olhar enquanto colocava um relógio no pulso. — Algumas reuniões importantes, mas nada que deva tomar o dia inteiro. Por quê?Ela mordeu levemente o lábio inferior, reunindo coragem para o que queria dizer. — Pensei... talvez pudéssemos sair um pouco. Conhecer alguns lug
A luz suave do amanhecer entrava pela ampla janela do quarto, iluminando os detalhes ornamentados da decoração russa. Kiara abriu os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Sergey ao seu lado. Ele estava deitado de costas, o rosto sereno contrastando com a intensidade que ele sempre demonstrava quando acordado.Ela o observou por alguns minutos, admirando o homem que, apesar de ser envolvido em um mundo tão complexo e perigoso, parecia tão vulnerável naquele momento. Um leve sorriso curvou os lábios dela, e ela se inclinou para beijar sua bochecha.Sergey abriu os olhos lentamente, sua expressão suavizando ao ver Kiara. — Bom dia.— Bom dia, — ela respondeu, a voz ainda rouca de sono. — Dormiu bem?Ele sorriu levemente. — Sempre durmo bem quando você está ao meu lado.Kiara riu baixinho, afastando-se para sentar-se na beira da cama. — Acho que estou me acostumando com este lugar.— Moscou ou a mansão? — Sergey perguntou, sentando-se ao lado dela.— Os dois, — ela admitiu. — Embora
O céu estava claro e o ar, gélido como o aço, cortava a paisagem russa com uma força implacável. Kiara estava sentada ao lado de Sergey, com os olhos fixos nas ruas de Moscou que se estendiam diante deles. A cidade, coberta por uma camada fina de neve, parecia viva com o ritmo frenético da vida urbana. A arquitetura clássica e moderna se misturavam, criando um contraste que, de alguma forma, fazia a cidade parecer ainda mais mágica. As cúpulas douradas de igrejas ortodoxas cintilavam ao longe, enquanto as fachadas de edifícios contemporâneos refletiam a luz cinza do dia.Sergey estava sentado ao volante, seus olhos atentos à estrada enquanto o carro avançava pelas ruas. Para ele, as ruas de Moscou eram familiares, quase íntimas, como um velho amigo reencontrado. Para Kiara, porém, tudo era novo. Moscou era como um personagem vivo, com uma presença palpável, quase intimidante. A cidade parecia ter segredos escondidos em cada esquina, histórias gravadas em cada pedra.Kiara observava a
A noite estava envolta em um silêncio suave, com apenas o som distante da cidade se fazendo ouvir. Kiara e Sergey estavam sentados à mesa, as velas ainda iluminando suavemente o ambiente, criando uma aura íntima ao redor deles. A comida estava deliciosa, mas era a conversa que realmente os nutria.Sergey observou Kiara enquanto ela dava pequenos goles de vinho, seus olhos observando com um interesse atento, como se quisesse entender cada nuance da mulher ao seu lado. Ela sentiu seu olhar pesado sobre ela, e por um momento se sentiu vulnerável, mas de uma maneira boa, como se fosse completamente segura em sua presença.— Eu nunca pensei que a Rússia fosse assim — disse Kiara, interrompendo o silêncio entre eles. — Sempre imaginei um lugar muito mais frio, mais... austero. Mas Moscou é diferente. Tem algo de mágico aqui, algo que me atrai.Sergey sorriu levemente, seu olhar se suavizando ao ouvir suas palavras. Ele pegou sua taça de vinho e, com um gesto suave, levantou-a em direção a e