O sol se punha lentamente sobre Nova York, tingindo o céu de tons avermelhados e alaranjados, enquanto Sergey observava a cidade do terraço de sua mansão. A vista era deslumbrante, mas sua mente estava longe das belezas urbanas. Ele sabia que a tranquilidade que desfrutava com Kiara era apenas uma fachada; as sombras do seu mundo estavam se aproximando rapidamente. Como chefe da máfia russa na cidade, Sergey estava sempre ciente de que os problemas podiam surgir a qualquer momento.Nos últimos dias, rumores sobre os capangas de um rival começaram a circular. O nome de Daut Kadriovski ecoava nas ruas — um poderoso líder da máfia albanesa que havia se estabelecido em Nova York e estava determinado a expandir seu território. Kadriovski não era apenas um criminoso astuto; ele era implacável e tinha uma reputação de eliminar qualquer um que se colocasse em seu caminho. Sergey sabia que ele não hesitaria em atacar para mostrar quem realmente estava no controle.Enquanto pensava nisso, Kiara
O galpão abandonado fora da cidade estava envolto em uma névoa densa, o tipo de atmosfera que parecia pressagiar um confronto iminente. Sergey chegou com seus homens, cada um deles armado e preparado para a batalha que se aproximava. A tensão no ar era palpável; todos sabiam que a rivalidade com Daut Kadriovski havia chegado ao ponto de ebulição. O tempo de conversas e negociações havia acabado; agora, era hora de resolver as coisas à moda antiga.Os capangas de Sergey, leais e experientes, se posicionaram ao redor do galpão, atentos a qualquer movimento suspeito. Sergey estava no centro da ação, seu olhar fixo na entrada escura. Ele sabia que Kadriovski não hesitaria em atacar; o homem era astuto e perigoso, e Sergey estava ciente de que subestimar seu rival poderia custar caro.— Lembrem-se do plano — disse Sergey, sua voz firme cortando o silêncio tenso. — Não vamos deixar que eles nos surpreendam. Precisamos ser rápidos e decisivos.Os homens assentiram, suas expressões sérias ref
Sergey dirigiu seu carro pelas ruas escuras de Nova York, a dor do ferimento no ombro pulsando a cada movimento. O galpão onde a batalha havia ocorrido agora parecia uma lembrança distante, mas as consequências daquela noite ainda estavam frescas em sua mente. Ele sabia que precisava chegar em casa e que Kiara estava esperando por ele. A ideia de vê-la o motivava a ignorar a dor e acelerar o carro, mesmo que isso significasse arriscar mais do que já havia arriscado.A luta com Daut Kadriovski havia sido intensa e brutal. Sergey não apenas lutou por seu território, mas também pela sua vida. O tiro que o atingira no ombro era um lembrete doloroso de que o mundo em que vivia era implacável. Ele se lembrou do olhar de Kadriovski, cheio de desprezo e raiva, e da determinação em seus próprios olhos enquanto lutava para proteger o que era seu.Ao se aproximar da mansão, Sergey sentiu um misto de alívio e ansiedade. A mansão era seu refúgio, um lugar onde ele podia ser ele mesmo, longe das so
Sergey estava em casa, recuperando-se do ferimento no ombro. Ele se permitiu relaxar no sofá, a dor pulsando levemente, mas a presença de Kiara ao seu lado era um bálsamo para sua alma. A mansão estava silenciosa, exceto pelo som suave da respiração dela enquanto ela lia um livro ao seu lado. Ele a observava, admirando a forma como a luz suave da tarde iluminava seu rosto, e se sentia grato por ter alguém tão especial em sua vida.No entanto, seu momento de tranquilidade foi interrompido por um toque insistente na porta. Sergey franziu a testa, sentindo uma onda de preocupação. Ele não esperava visitas, especialmente depois do que havia acontecido com Kadriovski.— Vou ver quem é — disse ele, levantando-se lentamente e sentindo uma leve dor no ombro. Kiara olhou para ele com preocupação.— Você não precisa fazer isso. Deixe que os seguranças cuidem — ela respondeu, mas Sergey balançou a cabeça.— Eu preciso saber quem está aqui.Ao abrir a porta, ele ficou surpreso ao ver os pais de K
O sol se pôs lentamente em Nova York, deixando a mansão envolta em uma luz suave e dourada. Sergey estava sentado no sofá, tentando relaxar enquanto a dor no ombro diminuía. Ele havia passado o dia se recuperando do ferimento, mas sua mente estava longe. As palavras de Kiara e a tensão com seus pais ainda ecoavam em sua cabeça. Ele sabia que a relação dela com a família era complicada, mas não imaginava o quão profunda era a dor que ela carregava.Enquanto isso, Kiara estava no quarto, sentada na beirada da cama. As lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto ela tentava processar tudo o que havia acontecido. A visita dos pais havia reaberto feridas antigas que ela pensava ter fechado. A tensão entre eles e as lembranças do passado a deixavam angustiada.Os abusos que sofreu, quando criança voltavam à sua mente como sombras persistentes. Ela se lembrou do medo que sentia ao voltar para casa, da insegurança que a acompanhava em cada canto familiar. O rosto de seu padrasto surgia em suas
Os dias seguintes à visita dos pais de Kiara foi marcada por um silêncio pesado na mansão. Sergey estava sentado na cozinha, tomando seu café enquanto observava a luz do sol entrar pelas janelas. A dor no ombro ainda estava presente, mas ele se sentia mais forte a cada dia. No entanto, sua mente estava ocupada com as tensões daquela noite e as revelações que Kiara havia compartilhado.Ele sabia que Kiara estava lidando com muitos sentimentos complicados, especialmente após o confronto com seus pais. A toxicidade da mãe dela e os traumas do passado estavam pesando sobre ela como uma nuvem escura. Sergey se preocupava com a saúde mental dela e queria fazer tudo o que pudesse para apoiá-la.Kiara estava no quarto, perdida em pensamentos. As lembranças do passado a assombravam, e a decisão que havia tomado dias antes ainda ecoava em sua mente. Ela sabia que precisava se afastar de seus pais, mas a ideia de cortar laços com a família era assustadora. O medo da rejeição e da solidão a paral
A chuva caía em uma melodia constante, ecoando pela cidade quase vazia. Kiara Dubois apertava o casaco contra o corpo magro enquanto caminhava para casa. O frio da noite não era novidade para ela; tampouco a sensação de exaustão após mais um turno no bar onde trabalhava. Seus pés doíam, e ela desejava apenas uma cama quente e um pouco de paz.O céu estava enegrecido, e os trovões ocasionalmente iluminavam as ruas molhadas. Ela havia aprendido cedo a ser cuidadosa à noite, mas o bairro geralmente era tranquilo. Hoje seria apenas mais uma noite comum, pensou. Mas ao dobrar uma esquina estreita, algo quebrou sua rotina com a força de uma rajada de vento.À sua frente, cinco homens formavam um círculo em torno de algo que parecia inerte. Não é da minha conta, ela tentou dizer a si mesma. Seus passos hesitaram. Era tarde demais. Uma rajada de vento levantou a aba do casaco de um deles, revelando um brilho metálico de algo que ela não queria identificar. Um dos homens se afastou por um mome
O silêncio dentro da SUV era ensurdecedor, pontuado apenas pelo som da chuva batendo contra as janelas. Kiara Dubois estava sentada no banco traseiro, o corpo tenso, os dedos entrelaçados no colo em uma tentativa fútil de esconder o tremor. Ela se sentia como um animal encurralado. Ao lado dela, Sergey Novikov parecia a personificação da calma, embora a intensidade de seus olhos âmbar deixasse claro que nada escapava à sua atenção.— Para onde estamos indo? — A voz dela soou baixa, quase um sussurro.Sergey virou a cabeça na direção dela, apoiando um braço no encosto do banco. Ele a estudou por um momento, o canto de sua boca se curvando em algo que não era bem um sorriso.— Para onde será seguro para você, devotchka.A palavra russa, que ele pronunciava com tanta facilidade, a intrigava. Ele a usara antes, e embora ela não soubesse o significado, sentia algo quase carinhoso em sua pronúncia. Mas agora não era hora para decifrar palavras.— Eu não preciso de segurança. Eu só quero ir