Finnick ainda ia ao mesmo lugar, nos fundos da propriedade, e se sentava em cima do muro, na parte lisa de concreto.
Tess escalou o muro para se sentar ao lado dele, as pernas balançando no ar.
" O que te chateou tanto? " Ela perguntou, claramente magoada.
Finnick não respondeu de imediato e levou o que pareceu uma eternidade para ele falar.
" Ele matou nossos pais, Tessie. Matou tantas pessoas..."
" Finn, mentiram para nós a vida inteira. Damian não é um monstro, Maeve é uma tirana hipócrita, o mundo está definhando aos poucos. Jamais nos contaram a verdade. "
Ele olhou para a
Ela jantou com os rebeldes, adotando a pele humana para não ser tratada como uma estranha. Muitos ali a conheciam.Bebeu vinho aguado com Maya, Finnick e Lours. Ela soube que Marco havia morrido alguns meses antes. Ele não conseguira retornar de uma das missões.Quando o ápice da noite já havia passado, a luz das estrelas estavam começando a dar início à luz do sol, foi quando ela retornou para o quarto, meio bêbada e apenas semi consciente do mundo ao seu redor.Ela entrou cambaleante no quarto e derrubou uma cadeira que estava do lado da porta.Rowan se remexeu e se levantou, alerta. Ele a examinou e xingou. " Não podia estar mais bêbada? "
Eles fizeram o percurso em três horas.Na pequena cidade de Fylis, ele trocara de cavalo. O enorme garanhão castanho era um cavalo de corrida, segundo o vendedor.E ele se provava bom a cada segundo que passava.Rowan o apelidou de Vyxion.Nada impediu o guerreiro de galopar como o vento. Nada, além da garota inconsciente em seus braços.De vez em quando, ele ouvia a respiração dela falhar e seu coração descompassar. Aquilo o matava aos poucos." Sinto muito. " Ele dizia para ela de vez em quando.Mas a garota não respon
Tess nunca acordou tão mal. Demorou cinco minutos para que ela conseguisse sentar no catre.As barras de ferro na janela cortavam o céu cinzento lá fora. Um trovão soou longe e ela estremeceu. Odiava trovões e odiava tempestades. Eram sempre um mau agouro.Tess viu que seu cantil de tônico estava apoiado contra seus pés. Ela tomou um gole hesitante. Estava diferente. Mais concentrado, forte e com um sabor diferente. Depois de um minuto experimentando e tentando descobrir, sentiu o traço que faltava do sabor. EraVinyo,uma erva exótica do reino de Mab. Tess havia sentido o gosto da planta uma única vez, quando estava trabalhando como voluntária num posto de saúde de Xint e, num jogo de bêbados entre médicos e enfermeiras, f
" Traidor, desgraçado, impuro, covarde e uma desgraça à sua nobre linhagem. " Maeve citou como se tivesse passado horas decorando, enquanto seus olhos corriam o rosto de Amos. " Você é tudo isso e mais, filhote. "Amos grunhiu, seu lindo rosto se contorcendo em ódio. " Você a matou! Merece isso. Tudo isso. Não pode ver alguém sendo feliz e já vai destruir tudo. Se você não é feliz, deixe que os outros sejam, Maeve."A risada da rainha fez com que um arrepio percorresse a espinha de Tess." Eu a matei porque ela me pertencia, assim como você. Alix era fraca, como você. Seu estimado amor éfraco." Maeve saboreou as palavras enquanto elas feriam Amos como veneno.<
Tess ficou orgulhosa de si mesma por não desmaiar. Foi escoltada até sua cela e,assim que a porta fechou, ela correu para tomar mais do tônico.Ela não era exatamente uma fã de Amos, mas ficou muito triste por sua morte. Por um bom tempo ela olhou a janela, entre as barras, para o céu cinzento que não trouxera chuva.Em sua antiga vila, havia uma tradição para os mortos: todos se sentavam ao redor de uma fogueira e contavam histórias sobre o falecido.Ela se lembrava de uma vez, quando o irmão mais velho de sua amiga Maddeline morrera num acidente de trabalho. Ele era lenhador e a árvore caiu para o lado errado, que acabou sendo em cima da cabeça dele.
De tanto irritar Rowan pedindo, Tess conseguiu convencer o príncipe a levá-la até Amos.Eles desceram as escadas da torre, até a ala de visitantes. Por sorte, não havia ninguém nos corredores.Tess, escondida sob um capuz pesado, deslizava como uma sombra atrás de Rowan.Ele bateu uma vez na porta, então três e depois duas. Alguns segundos depois, uma bela náiade--de pele azulada, cabelos negros e olhos azuis--abriu a porta.Rowan e ela trocaram algumas frases em um idioma que Tess não conhecia e, por fim, ela os deixou passar.Tess olhou para Rowan, sem tirar o capuz, e ergueu as sobrancelhas.
Mas a morte não chegou.Na manhã seguinte, Tess riu amargamente. A morte brincava com ela. A garota quase sentia os dedos frios e ásperos da morte roçando seus cabelos sujos.Os dias passaram com uma lentidão agoniante. Faltavam três dias para a última prova, a que decidiria todo o futuro, quando passos firmes e metálicos soaram no corredor.Eram muito, Tess percebeu. Guardas.A porta foi destrancada e aberta. Um guarda, com o manto preto impecável, estava em posição de sentido. Uma estrela de cinco pontas prateada brilhava em sua gola.Um segundo depois, sedavuuazul escura, quase preta,
Rowan passou o dia seguinte com ela. Levou comida, o que fez com que Tess esquecesse da briga duas noites antes.Na verdade, eles não conversaram muito. Apenas a companhia o do outro os acalmava.Mas por fim, Rowan falou. " Maeve trouxe um prisioneiro novo ontem.""E eu com isso?" Tess respondeu, com a boca cheia de pão e peru.Rowan reprimiu um suspiro. " A diferença é que ela não o trouxe para o calabouço ou para qualquer prisão comum. Ela o mantém em uma cela específica em seus aposentos. O prisioneiro chegou numa cela móvel totalmente vedada e fechada. Ninguém sabe ou viu nada dele e eu mesmo não estou autorizado a vê-lo."
Último capítulo