Ser transportado para o mundo das novelas de cavalaria, para as histórias dos contos onde existem reis, rainhas e cavaleiros, nos dias de hoje, ainda é um encanto. A paisagem que permitiu ao autor Adilson Luis Lambrecht essa vontade de potência para escrever é um misto de sonhos e desafios. É preciso imaginar e mesclar com sentimentos e pensamentos uma história que brota de dentro da gente. Escrever é um ato de paz, antes de tudo de resistência. Logo, há no escrever fascínio. Um fascínio do desconhecido. Para escrever é preciso superar cancelas emocionais e físicas, e quando eu conheci Adilson Luis verifiquei que ele tinha Esperança para superar tais obstáculos. É nesse sentido, que eu aceitei escrever o prefacio de um livro que levou ao mundo antigo dos castelos, donzelas e batalhas. Fui eu, também, transportado para o mundo das novelas de cavalaria, para as histórias dos contos onde existem reis, rainhas e cavaleiros.
Neste seu livro, o autor passeia entre temas comuns em nossa sociedade de uma forma leve. E este raciocínio nos leva a pensar que alguns pensamentos e comportamentos sociais existiram em todas as épocas, mudando apenas os cenários e as roupagens que são características a cada época. O homem não apenas segue uma linha reta na grande marcha da vida, por vezes é preciso repetir para não se deixar morrer. Quem escreve tem esse hábito inconstante de despistar a morte e fazer outras pessoas sonharem, viverem outros cenários. ¨Robin do povo: A Luta pelo Amor¨ é um romance que põe o Amor e a Esperança acima de qualquer outro sentimento humano, e não poderia ser diferente. O amor manifesto nesse romance é aquele idealizado do cavaleiro para donzela, como ¨Tristão e Isolda¨, ¨Eloisa e Abelardo ¨ e tantos outros; mas a que se pensar, também, que os temas sociais lançados como desafio pelo autor, dão mostras que o amor é também universal. Aquele amor que pede a justiça como uma bandeira branca hasteada, não apenas um sentimento: um direito a todo aquele que nasce e que peregrina pela terra.
Criatividade não faltou ao autor, neste seu livro, neste belo romance que faz ser transportado ao mundo das novelas de cavalaria, para as histórias dos contos onde existem reis, rainhas e cavaleiros. Criatividade, aliás, para não redundar e fazer viver novas emoções, outros cenários. Aos leitores, que também são desafiadores, eu desejo boa leitura-viagem!
William Wollinger Brenuvida
Secretario do Oficial Academia Tijuquense de Letras (OATL)
No povoado Esperança os camponeses terminavam mais uma colheita. Os armazéns estavam todos cheios. Não havia lugar para mais nada. E o que eles tinham nos armazéns dava para manter a população do reino todo por dois anos.O líder do povoado era Eurico, um homem bom, íntegro, que conduzia os interesses do povoado com muita responsabilidade, honestidade e era respeitado por todos.Os camponeses eram humilhados e roubados constantemente pelo Rei Artur, porque aquela região era de terra fértil, onde sempre se produzia bem, eram as melhores terras de todo reino. Com o trabalho dos camponeses, sempre tinham fartura de alimentos. Os camponeses eram obrigados a pagar altos tributos ao rei. Sem aquelas terras e o trabalho dos camponeses, o rei teria que importar mantimentos de reinos vizinhos para que seu povo não passasse fome.Por causa da fé que os campon
Seis meses depoisNo povoado todos estavam em suas casas, pois era hora do almoço, quando ouviram gritos e tropel de cavalos, parecia que o povoado estava sendo invadido pelo exército do rei novamente.Os camponeses foram verificar o que estava ocorrendo e viram o comandante César chegando com uma tropa de soldados como nos velhos tempos, para recolher o cereal que havia sido armazenado nos celeiros. Os soldados enchiam as carroças de cereal e voltavam sem pagar nada. Se alguém interferisse ou tentasse impedi-los, era espancado e às vezes, agredido até a morte.Os camponeses voltaram para o interior de suas casas. Os soldados continuavam a carregar as carroças com cereais.Bento, o líder religioso que foi chamado por Eurico p
Robin estava deitado embaixo de uma árvore. Ele estava dormindo num sono profundo, pois tinha cuidado do rebanho a noite toda e agora descansava, quando um anjo apareceu em seus sonhos e disse:— Robin, desfaça-se de suas tarefas e volte para sua terra natal, chegou a hora de você, com sua coragem e determinação, libertar seu povo da opressão do rei. Não tema que o Senhor estará contigo e nenhum mal lhe acontecerá, você será o rei daquela terra. Pegue essa espada prateada que vou deixar cravada no chão junto à sela de seu cavalo que está usando como travesseiro. Quando estiver de volta ao povoado Esperança eu reaparecerei e lhe direi o que fazer para enfrentar os soldados do rei.O anjo desapareceu do seu sonho, Robin a
Já começava a escurecer quando Robin chegou a um povoado. Ele estava cansado depois de ter cavalgado um dia e meio.Ao chegar numa hospedaria desencilhou seu cavalo e o proprietário mostrou-lhe o estábulo e mandou pegar feno no celeiro para dar ao animal.Robin, depois de atender seu cavalo, entrou na hospedaria, sentou-se a uma mesa bem no canto da sala e na outra mesa ao lado tinha quatro homens jogando cartas. Ficou observando aqueles homens e admirou o silêncio em que jogavam. Ele pensou:— Pela concentração deles, devem estar jogando por dinheiro, e o valor deve ser alto!Logo em seguida, o proprietário veio até a sua mesa e perguntou:— O senhor vai querer jantar?— Sim!— Aguarde um instante que eu já trago sua janta.O proprietário foi buscar a janta. Voltou a observar os homens que jogavam cartas. Logo a seguir, trouxera
Robin cavalgou a noite toda até chegar no alto de uma colina, olhou para sua direita, por entre as árvores, viu um vale.A lua clareava, era noite de lua cheia, logo ia amanhecer um novo dia. Robin desceu do cavalo, deu alguns passos na direção do vale, viu algumas pedras que formavam um penhasco e resolveu subir nelas. Olhou para o vale e bem no fundo viu luzes em duas casas. Ele pensou:— É o povoado Esperança! Até que enfim eu cheguei.Voltou até seu cavalo que ficou parado há alguns metros atrás, no mesmo lugar onde ele o deixou, o cavalo também estava cansado. Aproximou-se do cavalo, acariciou-o e disse:— Eu sei que você está cansado também, assim como eu, mas aguenta só mais um pouquinho, meu amigão, que nós estamos bem próximos do povoado Esperança, é bem ali que mora a minha família.
Marisol voltou ao seu quarto depois de tomar seu café da manhã. Ela estava parada na frente do espelho se olhando quando Isabel, sua dama de companhia, entrou e disse:— O príncipe Jonas mandou pedir se você não quer dar uma volta pelos bosques do palácio. Ele disse que o dia está lindo e que ia fazer-lhe bem dar um passeio para contemplar a natureza!Ela sorriu e olhou para Isabel que estava parada ao seu lado e disse:— Diga ao príncipe que eu aceito o convite dele!— Sim, eu vou avisá-lo, vou dizer que você está se arrumando e que já está indo!Isabel saiu do quarto. Marisol voltou a se olhar no espelho e recordou dos passeios dela com Robin pelas florestas e do beijo deles lá na cachoeira, perto do povoado. Quando uma das criadas entrou no quarto e perguntou:— A senhorita quer que eu lhe ajude a se arrumar para o passe
Robin chegou à casa de sua mãe, estava sorridente com tudo o que o anjo falou para ele, lá no riacho, deixou seu cavalo na frente da casa. Entrou, sua mãe estava sentada na varanda com Joaquim, seu marido. Foi para a cozinha, sua mãe logo veio e perguntou:— Você quer almoçar? Deixei um prato de comida pronto para você em cima do fogão.— Sim, mãe, estou com o estômago lá na ponta do dedão...Ele foi passou uma água no rosto depois se sentou à mesa e sua mãe foi pegar o prato de comida, colocou o prato na mesa, na sua frente e depois disse:— Como você demorou, nós almoçamos, sem esperá-lo. Desculpe-me, filho, por não termos esperado.— Não
Um mês depoisOs camponeses tinham acabado de preparar todas as armadilhas em redor de todo o povoado e também todos estavam treinados e preparados com arco e flecha, lanças e espadas para enfrentarem os soldados do rei. Cada um sabia qual era a forma de atacar, pois Robin tinha treinado a todos, tanto homens como mulheres.Depois de tudo pronto os camponeses se reuniram na igreja para conversarem sobre os últimos detalhes do confronto com as tropas do rei. E antes que Robin falasse alguma coisa, Emanuel levantou e perguntou:— Quando é que você pretende ir buscar a Marisol?Robin respirou fundo, olhou para todos e respondeu:— Faltam dois dias até o baile. Aqui tudo está pronto, o que tinha que ser feito, está fei