CAPITULO 3

        

          Robin estava deitado embaixo de uma árvore. Ele estava dormindo num sono profundo, pois tinha cuidado do rebanho a noite toda e agora descansava, quando um anjo apareceu em seus sonhos e disse:

— Robin, desfaça-se de suas tarefas e volte para sua terra natal, chegou a hora de você, com sua coragem e determinação, libertar seu povo da opressão do rei. Não tema que o Senhor estará contigo e nenhum mal lhe acontecerá, você será o rei daquela terra. Pegue essa espada prateada que vou deixar cravada no chão junto à sela de seu cavalo que está usando como travesseiro. Quando estiver de volta ao povoado Esperança eu reaparecerei e lhe direi o que fazer para enfrentar os soldados do rei.

O anjo desapareceu do seu sonho, Robin acordou, sentou-se, passou as mãos nos cabelos, pegou seu chapéu e colocou na cabeça. Quando levantou, viu a espada prateada, a que o anjo mostrou no sonho, cravada junto à sela de montaria que ele havia usado como travesseiro. “Pegou a espada e pensou:” - É um sinal ou um aviso para eu voltar para minha terra. É isso mesmo! “O Senhor mandou um anjo para me dizer tudo aquilo, meu sonho foi real.”.

Sem pensar duas vezes encilhou seu cavalo e foi falar com seu patrão.

                                                                                                                                                     

                               . . .

No povoado Esperança, o líder religioso continuava desacordado e sua esposa Ester e Maria, uma senhora que era entendida em tudo que é tipo de chás e doenças, cuidavam dele.

Quando Eurico voltou do castelo, ele tinha ido visitar sua filha Marisol. Ele ficou sabendo o que havia acontecido e foi até a casa do líder religioso. Lá chegando, bateu na porta e alguém lá de dentro disse:

— Pode entrar, a porta está aberta!

Ele entrou e viu Ester sentada à mesa e perguntou:

— Como é que está o reverendo?

— Continua desacordado, eles o agrediram com muita violência... - Disse Ester, com os olhos cheios de lágrimas.

— Sinto muito pelo que aconteceu, eu acabei de chegar da visita que fiz a minha filha. Se eu tivesse imaginado que o rei iria m****r aquele covarde do comandante César aqui, eu teria voltado antes.

Maria voltou do quarto onde o líder religioso estava e ouviu o que Eurico falou e disse:

— Com o senhor aqui ou não, o comandante teria invadido os nossos celeiros e roubado os nossos produtos do mesmo jeito. César não respeita ninguém, nem a mãe dele. Se o reverendo tivesse feito como todos nós fizemos, ficado em sua casa também. Mas, ele com as melhores das intenções foi tentar falar com aquele assassino.

— Você tem razão, Maria... - Disse Eurico.

— Mas ele agiu como a consciência dele manda. – Disse Ester.

— Eu posso ver o reverendo? – Perguntou Eurico.

— Sim! - Disse Ester e o levou até o quarto onde o reverendo estava deitado.

Eurico olhou o reverendo que estava deitado na cama, ele continuava inconsciente.

                                        . . .

Robin chegou à casa do patrão, desceu do cavalo, deixando-o parado em frente da casa. Entrou. Viu uma criada e perguntou:

— O patrão está?

— Sim, ele está lá no escritório... - Respondeu a criada.

— Robin foi até o escritório. A porta estava aberta, viu o patrão sentado atrás de uma mesa, parou na porta e perguntou:

— Com licença, patrão! Dá pra gente conversar?

— Sim, Robin. Entre e feche a porta.

Ele entrou e fechou a porta, aproximou-se do patrão. O patrão olhou para ele e perguntou:

— Qual é o assunto que o trouxe até aqui?

— Eu queria que o senhor me pagasse o que eu tenho direito pelo tempo que trabalhei pro senhor porque eu preciso voltar para a minha terra ainda hoje.

— E se eu não lhe pagar os seus direitos, você fica?

— Não, patrão, eu volto pra minha terra do mesmo jeito.

— Você não prefere tirar umas férias, daí você volta para sua terra, resolve o que precisa resolver e depois volta aqui e continua trabalhando?

— O que eu tenho que fazer lá não me permitirá voltar a trabalhar aqui para o senhor.

— Então aconteceu alguma coisa aqui que não lhe agradou, que fez você de uma hora para outra partir? Eu não tenho nenhuma queixa sua. Você é o melhor empregado que eu já tive. Você tem alguma queixa de mim ou outra pessoa? Pode falar!

— Não, patrão, o senhor foi um excelente patrão e os meus colegas de trabalho também foram muito bons. Os anos que aqui trabalhei eu não posso me queixar de nada, por aqui cultivei muitas amizades.

— E se eu aumentasse o seu salário em dez vezes em relação ao que ganhava você ficaria?

— Não, patrão, nem se o senhor me desse a fazenda toda eu não ficaria.

— Se for assim, vou lhe pagar os seus direitos. Já percebi que o que você tem a fazer lá na sua terra é muito importante. Mas, se um dia quiser voltar, volte, esse emprego será seu de novo.

O patrão pagou-lhe tudo o que ele tinha direito e um pouco a mais. Robin despediu-se do seu patrão e de seus amigos, arrumou suas coisas e partiu.

                                       . . .

          César chegou à presença do rei e disse:

— Os carregamentos já estão a caminho.

— Que boa notícia! E como estão os estoques por lá?

— Com o cereal que os camponeses têm armazenado nos celeiros, não vai faltar alimento em todo o reino.

— Nós precisamos ir com cuidado para não acabar revoltando os camponeses. Esse cereal que você pegou hoje tem que durar, no mínimo, três meses.

— Com tanta fartura de cereal que tem lá, nós aqui economizando? Vossa Majestade não precisa economizar não, pode ficar tranquilo que assim que terminar o cereal, eu volto ao povoado e busco mais. Eu não tenho medo daqueles camponeses.

— Eu sei que você não tem medo deles. Mas, você sabe o que prometi a Marisol e ao pai dela para que ela aceitasse casar com o meu filho Jonas. É por isso que nós não podemos voltar ao povoado para pegar mais cereal, antes do casamento pois se ela ficar sabendo que eu não cumpri com o acordo que fizemos, ela vai se recusar a casar com o meu filho Jonas. Por isso ela não pode ficar sabendo da ida de vocês ao povoado hoje. Depois do casamento, as coisas vão continuar como eram antes dela vir morar no castelo.

— Sim, majestade, o senhor tem toda a razão.

César estava saindo quando se virou novamente para o rei e disse:

— Hoje, quando nós estávamos carregando o cereal nas carroças lá no povoado, apareceu um líder religioso ou reverendo, sei la como eles dizem, para falar comigo.

— Um líder religioso?

— Sim, majestade.

— Então eles até chamaram um líder religioso?

— Até uma igreja construíram!

— E o que você fez César?

— Ao tal líder religioso, por ele ter vindo e metido o nariz quando nós carregávamos as carroças, eu dei uma surra nele que não sei se ele sobreviveu. Se o rei quiser, eu volto lá e coloco fogo na igreja.

— Não, César, deixa assim por enquanto, depois do casamento você dá um jeito nisso. Para evitar problemas agora, deixa como está.

                            

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