Robin estava deitado embaixo de uma árvore. Ele estava dormindo num sono profundo, pois tinha cuidado do rebanho a noite toda e agora descansava, quando um anjo apareceu em seus sonhos e disse:
— Robin, desfaça-se de suas tarefas e volte para sua terra natal, chegou a hora de você, com sua coragem e determinação, libertar seu povo da opressão do rei. Não tema que o Senhor estará contigo e nenhum mal lhe acontecerá, você será o rei daquela terra. Pegue essa espada prateada que vou deixar cravada no chão junto à sela de seu cavalo que está usando como travesseiro. Quando estiver de volta ao povoado Esperança eu reaparecerei e lhe direi o que fazer para enfrentar os soldados do rei.
O anjo desapareceu do seu sonho, Robin acordou, sentou-se, passou as mãos nos cabelos, pegou seu chapéu e colocou na cabeça. Quando levantou, viu a espada prateada, a que o anjo mostrou no sonho, cravada junto à sela de montaria que ele havia usado como travesseiro. “Pegou a espada e pensou:” - É um sinal ou um aviso para eu voltar para minha terra. É isso mesmo! “O Senhor mandou um anjo para me dizer tudo aquilo, meu sonho foi real.”.
Sem pensar duas vezes encilhou seu cavalo e foi falar com seu patrão.
. . .
No povoado Esperança, o líder religioso continuava desacordado e sua esposa Ester e Maria, uma senhora que era entendida em tudo que é tipo de chás e doenças, cuidavam dele.
Quando Eurico voltou do castelo, ele tinha ido visitar sua filha Marisol. Ele ficou sabendo o que havia acontecido e foi até a casa do líder religioso. Lá chegando, bateu na porta e alguém lá de dentro disse:
— Pode entrar, a porta está aberta!
Ele entrou e viu Ester sentada à mesa e perguntou:
— Como é que está o reverendo?
— Continua desacordado, eles o agrediram com muita violência... - Disse Ester, com os olhos cheios de lágrimas.
— Sinto muito pelo que aconteceu, eu acabei de chegar da visita que fiz a minha filha. Se eu tivesse imaginado que o rei iria m****r aquele covarde do comandante César aqui, eu teria voltado antes.
Maria voltou do quarto onde o líder religioso estava e ouviu o que Eurico falou e disse:
— Com o senhor aqui ou não, o comandante teria invadido os nossos celeiros e roubado os nossos produtos do mesmo jeito. César não respeita ninguém, nem a mãe dele. Se o reverendo tivesse feito como todos nós fizemos, ficado em sua casa também. Mas, ele com as melhores das intenções foi tentar falar com aquele assassino.
— Você tem razão, Maria... - Disse Eurico.
— Mas ele agiu como a consciência dele manda. – Disse Ester.
— Eu posso ver o reverendo? – Perguntou Eurico.
— Sim! - Disse Ester e o levou até o quarto onde o reverendo estava deitado.
Eurico olhou o reverendo que estava deitado na cama, ele continuava inconsciente.
. . .
Robin chegou à casa do patrão, desceu do cavalo, deixando-o parado em frente da casa. Entrou. Viu uma criada e perguntou:
— O patrão está?
— Sim, ele está lá no escritório... - Respondeu a criada.
— Robin foi até o escritório. A porta estava aberta, viu o patrão sentado atrás de uma mesa, parou na porta e perguntou:
— Com licença, patrão! Dá pra gente conversar?
— Sim, Robin. Entre e feche a porta.
Ele entrou e fechou a porta, aproximou-se do patrão. O patrão olhou para ele e perguntou:
— Qual é o assunto que o trouxe até aqui?
— Eu queria que o senhor me pagasse o que eu tenho direito pelo tempo que trabalhei pro senhor porque eu preciso voltar para a minha terra ainda hoje.
— E se eu não lhe pagar os seus direitos, você fica?
— Não, patrão, eu volto pra minha terra do mesmo jeito.
— Você não prefere tirar umas férias, daí você volta para sua terra, resolve o que precisa resolver e depois volta aqui e continua trabalhando?
— O que eu tenho que fazer lá não me permitirá voltar a trabalhar aqui para o senhor.
— Então aconteceu alguma coisa aqui que não lhe agradou, que fez você de uma hora para outra partir? Eu não tenho nenhuma queixa sua. Você é o melhor empregado que eu já tive. Você tem alguma queixa de mim ou outra pessoa? Pode falar!
— Não, patrão, o senhor foi um excelente patrão e os meus colegas de trabalho também foram muito bons. Os anos que aqui trabalhei eu não posso me queixar de nada, por aqui cultivei muitas amizades.
— E se eu aumentasse o seu salário em dez vezes em relação ao que ganhava você ficaria?
— Não, patrão, nem se o senhor me desse a fazenda toda eu não ficaria.
— Se for assim, vou lhe pagar os seus direitos. Já percebi que o que você tem a fazer lá na sua terra é muito importante. Mas, se um dia quiser voltar, volte, esse emprego será seu de novo.
O patrão pagou-lhe tudo o que ele tinha direito e um pouco a mais. Robin despediu-se do seu patrão e de seus amigos, arrumou suas coisas e partiu.
. . .
César chegou à presença do rei e disse:
— Os carregamentos já estão a caminho.
— Que boa notícia! E como estão os estoques por lá?
— Com o cereal que os camponeses têm armazenado nos celeiros, não vai faltar alimento em todo o reino.
— Nós precisamos ir com cuidado para não acabar revoltando os camponeses. Esse cereal que você pegou hoje tem que durar, no mínimo, três meses.
— Com tanta fartura de cereal que tem lá, nós aqui economizando? Vossa Majestade não precisa economizar não, pode ficar tranquilo que assim que terminar o cereal, eu volto ao povoado e busco mais. Eu não tenho medo daqueles camponeses.
— Eu sei que você não tem medo deles. Mas, você sabe o que prometi a Marisol e ao pai dela para que ela aceitasse casar com o meu filho Jonas. É por isso que nós não podemos voltar ao povoado para pegar mais cereal, antes do casamento pois se ela ficar sabendo que eu não cumpri com o acordo que fizemos, ela vai se recusar a casar com o meu filho Jonas. Por isso ela não pode ficar sabendo da ida de vocês ao povoado hoje. Depois do casamento, as coisas vão continuar como eram antes dela vir morar no castelo.
— Sim, majestade, o senhor tem toda a razão.
César estava saindo quando se virou novamente para o rei e disse:
— Hoje, quando nós estávamos carregando o cereal nas carroças lá no povoado, apareceu um líder religioso ou reverendo, sei la como eles dizem, para falar comigo.
— Um líder religioso?
— Sim, majestade.
— Então eles até chamaram um líder religioso?
— Até uma igreja construíram!
— E o que você fez César?
— Ao tal líder religioso, por ele ter vindo e metido o nariz quando nós carregávamos as carroças, eu dei uma surra nele que não sei se ele sobreviveu. Se o rei quiser, eu volto lá e coloco fogo na igreja.
— Não, César, deixa assim por enquanto, depois do casamento você dá um jeito nisso. Para evitar problemas agora, deixa como está.
Já começava a escurecer quando Robin chegou a um povoado. Ele estava cansado depois de ter cavalgado um dia e meio.Ao chegar numa hospedaria desencilhou seu cavalo e o proprietário mostrou-lhe o estábulo e mandou pegar feno no celeiro para dar ao animal.Robin, depois de atender seu cavalo, entrou na hospedaria, sentou-se a uma mesa bem no canto da sala e na outra mesa ao lado tinha quatro homens jogando cartas. Ficou observando aqueles homens e admirou o silêncio em que jogavam. Ele pensou:— Pela concentração deles, devem estar jogando por dinheiro, e o valor deve ser alto!Logo em seguida, o proprietário veio até a sua mesa e perguntou:— O senhor vai querer jantar?— Sim!— Aguarde um instante que eu já trago sua janta.O proprietário foi buscar a janta. Voltou a observar os homens que jogavam cartas. Logo a seguir, trouxera
Robin cavalgou a noite toda até chegar no alto de uma colina, olhou para sua direita, por entre as árvores, viu um vale.A lua clareava, era noite de lua cheia, logo ia amanhecer um novo dia. Robin desceu do cavalo, deu alguns passos na direção do vale, viu algumas pedras que formavam um penhasco e resolveu subir nelas. Olhou para o vale e bem no fundo viu luzes em duas casas. Ele pensou:— É o povoado Esperança! Até que enfim eu cheguei.Voltou até seu cavalo que ficou parado há alguns metros atrás, no mesmo lugar onde ele o deixou, o cavalo também estava cansado. Aproximou-se do cavalo, acariciou-o e disse:— Eu sei que você está cansado também, assim como eu, mas aguenta só mais um pouquinho, meu amigão, que nós estamos bem próximos do povoado Esperança, é bem ali que mora a minha família.
Marisol voltou ao seu quarto depois de tomar seu café da manhã. Ela estava parada na frente do espelho se olhando quando Isabel, sua dama de companhia, entrou e disse:— O príncipe Jonas mandou pedir se você não quer dar uma volta pelos bosques do palácio. Ele disse que o dia está lindo e que ia fazer-lhe bem dar um passeio para contemplar a natureza!Ela sorriu e olhou para Isabel que estava parada ao seu lado e disse:— Diga ao príncipe que eu aceito o convite dele!— Sim, eu vou avisá-lo, vou dizer que você está se arrumando e que já está indo!Isabel saiu do quarto. Marisol voltou a se olhar no espelho e recordou dos passeios dela com Robin pelas florestas e do beijo deles lá na cachoeira, perto do povoado. Quando uma das criadas entrou no quarto e perguntou:— A senhorita quer que eu lhe ajude a se arrumar para o passe
Robin chegou à casa de sua mãe, estava sorridente com tudo o que o anjo falou para ele, lá no riacho, deixou seu cavalo na frente da casa. Entrou, sua mãe estava sentada na varanda com Joaquim, seu marido. Foi para a cozinha, sua mãe logo veio e perguntou:— Você quer almoçar? Deixei um prato de comida pronto para você em cima do fogão.— Sim, mãe, estou com o estômago lá na ponta do dedão...Ele foi passou uma água no rosto depois se sentou à mesa e sua mãe foi pegar o prato de comida, colocou o prato na mesa, na sua frente e depois disse:— Como você demorou, nós almoçamos, sem esperá-lo. Desculpe-me, filho, por não termos esperado.— Não
Um mês depoisOs camponeses tinham acabado de preparar todas as armadilhas em redor de todo o povoado e também todos estavam treinados e preparados com arco e flecha, lanças e espadas para enfrentarem os soldados do rei. Cada um sabia qual era a forma de atacar, pois Robin tinha treinado a todos, tanto homens como mulheres.Depois de tudo pronto os camponeses se reuniram na igreja para conversarem sobre os últimos detalhes do confronto com as tropas do rei. E antes que Robin falasse alguma coisa, Emanuel levantou e perguntou:— Quando é que você pretende ir buscar a Marisol?Robin respirou fundo, olhou para todos e respondeu:— Faltam dois dias até o baile. Aqui tudo está pronto, o que tinha que ser feito, está fei
Chegou a igreja, Joaquim tinha reunido em torno de quarenta homens. Quando Joaquim viu Robin entrar, aproximou-se dele e perguntou:— Chegam esses homens ou precisa mais?— Sim, Joaquim, chega esses homens.Robin parou-se de frente para eles e disse:— Eu quero uns quinze ou vinte homens, ou até mais, eu quero que vocês vão até o outro lado da colina, na região leste, lá tem uma gruta bem grande, limpem aquela gruta porque ali vai ser o esconderijo da Marisol, das crianças, das grávidas e as pessoas de mais idade, carreguem três carroças com mantimentos e levem para lá. Uma carroça arrume, para levar as crianças. Até amanhã à tarde eu quero aquilo lá em perfeitas condições para abrigar a todos, certo?— Sim... - Disseram todos juntos.— Eurico, você organiza os ho
O dia começava a clarear quando Robin chegou no alto de uma montanha. Ele olhou para o lado e avistou o palácio a algumas léguas daliDepois de cavalgar a noite toda, sentiu-se cansado. Desceu do cavalo, como ali onde estava havia uma grama muito alta, ele tirou os freios dos cavalos e os amarrou num galho e deixou os cavalos pastarem.Ele tirou a mochila que trazia nas costas, sentou-se junto ao tronco de uma árvore, tirou algo para comer que trouxe junto, na mochila. Olhou para os cavalos que pastavam na sua frente, encostou-se com as costas no tronco da árvore e pensou:— Agora é só esperar a noite chegar e o baile começar, e tirar a Marisol de lá.Começou a comer o que havia trazido. Quando terminou, ficou pensando como estava seu grande amor e
Robin já estava no pátio do palácio. Já havia escurecido. Ele amarrou os cavalos no lugar que foi destinado para todos os que vinham de cavalo no baile deixarem seus animais em segurança. Os soldados do rei protegiam os cavalos colocados ali para não serem roubados.Ele se parou mais escondido e esperou o momento certo de entrar no salão, quando um soldado passou por ele e disse:— O senhor pode entrar que o baile já vai começar.— Eu sei, estou esperando a minha namorada. Ela vem com seus pais e nós combinamos de eu esperar por ela aqui... - Disse Robin.— Então, bom baile, divirta-se... - Disse o soldado.Robin abaixou a cabeça e disse:— Esse baile promete e vai ficar na história.— O senhor tem razão, esse baile é esperado por todos, porque um baile como essa importância, onde o