CAPITULO 2

                   Seis meses depois

No povoado todos estavam em suas casas, pois era hora do almoço, quando ouviram gritos e tropel de cavalos, parecia que o povoado estava sendo invadido pelo exército do rei novamente.

Os camponeses foram verificar o que estava ocorrendo e viram o comandante César chegando com uma tropa de soldados como nos velhos tempos, para recolher o cereal que havia sido armazenado nos celeiros. Os soldados enchiam as carroças de cereal e voltavam sem pagar nada. Se alguém interferisse ou tentasse impedi-los, era espancado e às vezes, agredido até a morte.

Os camponeses voltaram para o interior de suas casas. Os soldados continuavam a carregar as carroças com cereais.

Bento, o líder religioso que foi chamado por Eurico para pregar o evangelho aos camponeses, sabendo do acordo realizado, foi tentar falar com os soldados para saber quem tinha autorizado o ato. Como os camponeses haviam se recolhido em suas casas porque temiam os soldados, Bento foi se aproximando lentamente e sozinho.

O líder religioso foi se aproximando do cavalo no qual o comandante César estava montado, ele observava os soldados carregarem as carroças. Cezar vendo o líder religioso aproximar-se, tirou o pé do estribo e deu um chute no rosto do líder religioso que com a violência do chute, caiu no chão.

Com o nariz sangrando, o líder religioso pôs-se de pé novamente e disse:

          — O que é isso, irmão? Vim aqui para conversar e você me recebe com um coice?

            — Esses miseráveis daqui sabem bem que eu não gosto de ninguém por perto quando venho recolher cereal, cumprindo ordens do rei.                                                                                                       

— Então o rei quebrou o trato que fez com Eurico há alguns meses atrás?

— E você, afinal de contas é o que aqui no povoado? Com um camponês? Você não se parece!

— Eu sou o reverendo Bento e líder religioso. Cheguei aqui há três meses.

César riu ironicamente, olhou para os soldados que tinham acabado de encher as carroças e falou:

— Vocês ouviram o que ele disse? Ele disse que é o revendo e líder religioso aqui do povoado!

César desceu do cavalo, pegou o líder religioso pelo colarinho da sua camisa, o encarou e disse:

— Para mim você não passa de um aproveitador, porque todos aqui no povoado sabem que quem não adora o deus do rei vai pró-cárcere e se for um líder religioso vai direto para forca.

Acabou de falar e começou a agredi-lo com bofetadas até o líder religioso cair no chão e ficar sem sentidos. Ainda no chão, César deu vários chutes na cabeça e pelo resto do corpo, depois montou em seu cavalo, olhou para os soldados e disse:

— Vamos embora!

Todos os soldados seguiram o comandante César e voltaram ao palácio, o líder religioso ficou caído, desacordado, ali, na frente do celeiro.

Após a saída dos soldados, os camponeses foram até os celeiros. Encontraram o líder religioso caído e desacordado, com muitos ferimentos, principalmente no rosto.

Os camponeses levaram-no para casa e cuidaram de seus ferimentos.

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