Capitulo 3

Enquanto isso Laura lutava com ela mesma, e combatendo seus inimigos dentro dela. Tentando não fazer coisas que ela odiava fazer.

Ela sabia o quanto isso a deixava mal. Se sentia em dívida com ela mesma, seu espírito estava sempre em busca de coisas novas, e novos objetivos, mas a pressa de querer ter as coisas para ontem deixava aflita e às vezes desesperada de querer tudo de uma vez, e isso ela não sabia por que acontecia. Era difícil apagar o vulcão prestes a explodir.

Laura tinha sérios conflitos com ela mesma, e precisava urgentemente destruir a sua inimiga presa dentro dela.

Tinha um espírito evoluído, mas que não estava madura o suficiente para saber entender o significado de tudo que estava acontecendo. embora (sendo) jovem ainda, mas com tantas coisas acontecendo amadureceu precocemente. Mesmo com sua idade de 23 anos, aparentava dezesseis anos. Imatura pela falta de paciência e ficava estressada facilmente.

Mas o que não faltava era disposição em tudo que fazia. Tinha inteligência de sobra. A pergunta que não queria calar, o que há de tão misterioso que se esconde por trás daquela jovem bela e determinada em algumas vezes e desanimada em outras?

Seria algum espírito obsessor que a impedia de crescer profissional e pessoalmente? Sentia necessidade em querer voltar a vidas passadas e tentar descobri o ponto de partida. O que ela deixou de fazer em outras vidas?

E que nessa vida ela tem a missão de completar algo que não conseguiu terminar! A pergunta é, o quê? E tinha pesadelos, a maioria era dominada por um ódio de qualquer coisa que saísse do seu controle.

E se existia algo que ela odiava era perder o controle. E, por que daquela necessidade de querer ter o controle de tudo e de todos? Porque aquela obsessão de que as coisas tinham que ser perfeitas? Ou nem tanto desde que fosse da sua vontade. Seria ela mesma agindo dessa forma?

Até porque ela era meiga de bom coração, tinha sede de justiça e se magoava facilmente com as pessoas, ou sofria quando suas expectativas não eram correspondidas do jeito que ela queria.

Havia duas mulheres em combate, seria ela com dupla personalidade? Havia a Laura que se preocupava com o bem-estar das pessoas que ela amava. Ou aquelas mais próximas, seria a sua família ou seus amigos.

E não media esforço quando queria ajudar. Amava crianças e animais de estimação. A outra era mais severa até com ela mesma, fazia coisas que nunca gostou fazer, dominada por um impulso que não media as consequências dos seus atos. E pagava caro quando se arrependia, mas seu orgulho nunca o permitia revelar tais fraquezas. E sentia uma dor no ombro com aquela sensação de que precisava fazer uma regressão a vidas passadas.

Mas temia em perguntar para seu psiquiatra. Até porque ela sentia necessidade. Só que às vezes o fato dela ser cética em relação a essas coisas sentia vergonha de perguntar a determinadas coisas.

Até mesmo vergonha de ir ao ginecologista. Para ela era constrangedor revelar problemas íntimos. Tanto da parte física como psicologicamente ou sentimental diga se de passagem.

E a única pessoa que ela confiava era no seu amigo do F******k. Mais um dia na vida de Laura, e como havia combinado de ir fazer um tratamento com o psiquiatra Lauro. Um profissional sério e competente que faria um jeito diferente para tratar do caso Laura, que por alguma razão tornou-se especial para ele.

    — Boa tarde Doutor.

    — Boa tarde, senhorita Laura, como se sente hoje?

    — Estou bem melhor após ter me desabafado naquele dia.

   — Então deite aí na poltrona, e vamos começar a nossa sessão.

  — Ela deitou-se sobre a poltrona, e estava ainda nervosa e ansiosa e sentia a necessidade em poder conversar e desabafar tudo o que incomodava, e tentar vencer seus inimigos dentro dela. E quando ela estava pronta para responder às perguntas ficou surpresa com uma proposta do seu psiquiatra.

   — Então, senhora, por acaso você sente alguma dor em alguma parte do seu corpo? Pode ser em qualquer lugar, não tenha vergonha de falar, sabe que meu trabalho é profissional, tudo que disser será sigilo absoluto. É como confissão para um padre no confessionário!

   — Sim, Dr. Tenho uma dor no ombro. É uma dor espontânea, nunca fui ferida nessa parte. Até parece uma dor espiritual do que uma dor física desculpe Dr. Eu falar coisas espirituais, embora às vezes acredito e outras vezes não!

    — Sem problemas. O que acha de fazer uma regressão a vidas passadas já ouviu falar?

    — Engraçado era isso que eu queria fazer, mas tive vergonha de perguntar e não sabia que o Dr. Fazia esse trabalho da alma, eu diria!

    — Sim, eu trabalho também nessa área, é uma experiência que pode te ajudar desde que se comprometa, e assine um termo de responsabilidade de aceitar espontaneamente esse tratamento?

    — Sim, eu aceito Dr. Até porque sinto que preciso fazer isso. Não sei porquê?

    — Porque você sente essa necessidade em regressar a outras vidas?

   — É difícil eu explicar, mas sinto que deixei de fazer algo e ficou pelo caminho e que nessa vida preciso completar alguma missão pendente, só não sei o que é.

Às vezes me sinto angustiada, sinto fortes dores no peito, e não sei se é física, ou psicológica. É muito confuso para mim, descobrir essa situação que me incomoda muito, porque as coisas têm que ser tão difíceis, muitas vezes sinto-me deprimida e não consigo chorar me expressar meus sentimentos, e acabo guardando dentro de mim como se eu estivesse engolindo um veneno.

E isso me faz mal para minha alma, e minha autoestima, e aquele veneno guardado dependendo do dia acabo me explodindo e xingo todos em minha volta.

E não resisto à tentação de colocar tudo para fora, e quando grito com meus irmãos que não tem nada a ver com meus problemas e me sinto leve e bem, mas depois me sinto culpada como se eu não quisesse dizer aquilo tudo!

   — E desde quando você tem isso?

   — Desde os meus oito anos que tenho essa personalidade de querer ter tudo sobre meu controle, e que as coisas têm que sair do meu jeito!

    — Você se acha mimada?

    — Eu nunca me achei mimada, só apenas quero que as coisas sejam perfeitas, ou que seja do jeito que quero, sei que estou errada, mas é da minha natureza ser assim e não é por mal!

    — Sim, eu entendo, você já chorou alguma vez? — Laura fica embaraçada sem saber se diz a verdade, e fica vermelha.

    — É difícil eu falar isso, mas respondendo a sua pergunta sim, choro, mas nem sempre. Tenho dificuldade em chorar tem que acontecer algo de muito grave para eu chegar a ponto de chorar, às vezes choro de raiva, às vezes tristeza, quem vê eu assim durona acredita que eu seja mesmo uma casca de ferida, mas não sou. Acredito que sou um vulcão prestes a explodir a qualquer momento, mas é porque tenho bom coração!

   — Sim, percebi, penso que você vai mesmo precisar fazer uma experiência em regressar a vidas passadas, talvez essa dor no ombro ou essa outra inimiga aí presa dentro de você podem ser esclarecidas.

    — Como assim? Inimiga dentro de mim? Perguntara Laura curiosa e espantada ao mesmo tempo.

   — Pelo que entendi você faz as coisas sem querer fazer, se arrepende muito e o peso da culpa pesa muito sobre seus ombros, estou certo?

    — Sim, é verdade, fico tensa e pode parecer bobagem e as pessoas acreditar que eu seja uma chata, mas eu não sou tanto é que sofro com isso, me sinto tensa. É como se eu estivesse carregando um fardo pesado nas minhas costas, é muito confuso para mim isso tudo!

   — Sua inimiga que está dentro de você, ela é apenas reflete seu lado negro de agir, eu diria que ela tem domínio sobre você! Se considerarmos a espiritualidade talvez seja algum espírito obsessor que tenta te atrapalhar no seu desenvolvimento pessoal e profissional, alguém de outras vidas que se sentiu prejudicada por você, pode ser um espírito homem como espírito mulher alguém querendo se vingar de você!

    — É verdade, eu já senti isso, mas nunca tive coragem de falar com medo que ninguém acreditasse em mim, mas muitas vezes me sinto assim como se estivesse sendo vigiada por alguém, ou alguém me soprando em meus ouvidos!

    — É faz sentido, somos vigiados por algum espírito. Alguns bons querendo nos proteger e outros maus querendo nos prejudicar, eles não evoluíram em outras vidas e enquanto eles não foram reformulados numa clínica espiritual eles nunca vão sentir paz, e vão seguindo esses caminhos de geração em geração.

     — Doutor, por acaso o senhor é um espírita?    — Não, mas, porque a pergunta? 

     — É que ouvir o senhor falando parece ser mais um médium!

    — Sou psiquiatra, e minha religião é católica, mas respeito muito à igreja espírita e sou fã de Chico Xavier. E, meu trabalho é fazer regressões a vidas passadas, porque pessoas já foram curadas de traumatismo ou achavam que tinha problemas da coluna, mas, na verdade, era mais uma doença espiritual do que propriamente física.

    — O Doutor acha que meu problema pode ser uma questão espiritual?

   — Sim, se eu levar em conta do meu ponto de vista clínico recomendaria fazer academia, mas se tratando do ponto de vista psiquiátrico.

Eu diria que a senhorita tem problemas de dupla personalidade. Se fosse outro psiquiatra eu diria que fosse mais cético a essas coisas, e diria que a senhorita tem problemas psicológicos, ou até mesmo esquizofrenia.

Ainda bem que a senhorita teve sorte de me procurar, sou especialista nessa área, na verdade, nem é aconselhável eu fazer esse trabalho na área da medicina psiquiátrica por uma questão ética não permitida a fazer esse tipo de tratamento.

Muitos dos meus colegas psiquiatras são céticos na área de espiritismo e experiências de vidas passadas!

    — Sim, eu entendo, mas qual é a provável questão a meu respeito?

    — Se levarmos em conta do ponto de vista psiquiátrico seria de dupla personalidade.

E se for uma questão espiritual eu diria que pode sim, haver algum espírito que se incorpora na senhorita, é uma coisa leva a outra, e só voltando a outras vidas que podemos descobrir quem está por trás disso, talvez a senhorita possa ser de fato uma médium.

   — Como assim uma médium?

   — É muito simples, a senhorita pode sim, ser influenciada por algum espírito a fazer as coisas que ele queira, e não o que você quer fazer, porque falo isso?

Como a senhorita mesmo disse: que às vezes faz e depois se arrepende, e pior quando faz sente prazer no que faz, e isso não é normal à pessoa fazer as coisas com tanta determinação e depois se arrepender ou se sentir culpada. Responda-me do que você mais tem medo?

    — De muita coisa, doutor. De perder as pessoas que amo e de ser traída!

    — Como assim traída?

    — Não sei ainda, mas só de pensar em ser traída por uma pessoa que amo me assusta, nem sei que eu seria capaz de fazer, não suportaria!

    — Você já foi traída em algum aspecto, seja na amizade ou namorando?

   — Eu não tenho certeza, eu acho que sim, mas só de pensar nessa possibilidade me dói muito ao imaginar que estou sendo traída!

   — Interessante, talvez você esteja traumatizada ainda de outras vidas e nessa vida possa estar carregando alguma marca da traição, mas nós descobriremos se isso de fato aconteceu.

   — Será Doutor que possa ser isso mesmo? Que eu tenha sofrido algum tipo de traição em outras vidas, e de que forma o senhor está se referindo?

  

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