Laura resolveu procurar um especialista em desvendar mistérios sobre vidas passadas. Tentar encontrar respostas porque dos seus fracassos amorosos. Ou saber por que às vezes agia estranhamente de fazer coisas que ela nunca gostou fazer. Tentava entender esse mistério, seria algo de espírito obsessor?
O psiquiatra especialista em desvendar mistérios de vidas passadas se chamava Lauro. Que estudou muitos casos! E escreveu livros a respeito desse assunto tão polêmico e complicado. Laura precisava desabafar seus traumas do passado.
A clínica onde Lauro trabalhava ficava no décimo andar de um edifício no centro da cidade. Ela não queria que ninguém soubesse sobre sua experiência, até mesmo a sua família. A única pessoa que sabia desse segredo era seu amigo Ramon. Ela subiu por um elevador que levava até o décimo andar na sala 110. Entrou e sentou e ficou esperando a sua chamada, estava quase desistindo. Laura não tinha muita paciência de ficar esperando, e isso ela precisava descobrir o porquê dessa necessidade de querer as coisas para ontem.
Enfim ela foi chamada depois de uma hora de espera. Ao entrar ficou encantada com a decoração do lugar. A sala era aconchegante e bem espaçosa que dava vista para o centro. Podia se ver outros prédios da cidade. Havia uma poltrona cama. O psiquiatra era um senhor de idade já com 65 anos, rosto magro e cabelos branco, simpático pediu que ela se deitasse na poltrona e relaxasse. E começou fazer perguntas.
— Então, senhora, como se chama?
— Eu me chamo Laura!
— Bonito nome, de forte personalidade, e bem popular!
— Obrigado, Doutor!
— Bom o que trás aqui? Qual é seu problema afinal? — Ela suspirou nervosa e impaciente com tantas perguntas, mas tinha que ser educada.
— Muita coisa, doutor, não sei o que acontece porque faço coisas que não quero fazer, às vezes sinto necessidade em pisar em alguém para me sentir bem. Depois me dá uma crise de arrependimento, sofro com o que eu mesma faço. Queria saber por que sou assim, me sinto angustiada por causa disso!
— E desde quando você faz isso?
— Desde criança, sempre fui movida ao impulso de querer as coisas e não descansar até conseguir. Nem sempre acho certo, mas preciso fazer. É mais forte do que eu.
— O que acontece quando você consegue atingir seu objetivo?
— Ai que está! Nunca fico satisfeita, parece um abismo sem fim!
— O que de tão grave você fez a ponto de carregar essa culpa? ]
— Culpa?
— Perguntou Laura espantada pensando “Como ele sabe que me sinto culpada por algo grave que fiz no meu passado?”.
— Sim, você parece carregar uma grande culpa, ou remorso, deve ter cometido algo que você não tem coragem de revelar ou contar para alguém. Para eu te ajudar precisa se livrar desse peso que carrega, só assim poderei te ajudar?
— Não sei se estou pronta, é muito íntimo e me sinto envergonhada, me sinto suja por causa disso, doutor!
— Bom nesse caso, hoje nem vou te cobrar a consulta porque não haverá mais tratamento!
— Como assim não haverá mais tratamento se eu preciso?
— Bom, senhorita Laura, eu tenho muita gente para ajudar, você quer ajuda, mas não quer desabafar e colocar seus problemas para fora, aqui é sigiloso tudo o que disser será só eu e você. A saber, fica entre quatro paredes! Sou um profissional e tenho que agir com a minha ética.
Se sabe que tenho fama e muitos clientes, é porque sou de confiança e eu não brinco com vidas e nem com dinheiros dos meus clientes, você decide? — Laura não tinha escolha, ou ela confiava nele e colocava para fora seu problema, ou seguiria com a sua vida mal resolvida, até quando? Não sabia!
— Está bem doutor, eu contarei o que me aflige, eu tinha sete anos quando tive minha primeira experiência sexual!
— Hum! Pensei que estrangulou um gatinho ou um cachorro de estimação, ou seria algo mais grave?
— Laura não gostou muito do tom irônico de Lauro com aquela observação.
— Porque o doutor está sendo irônico com meu problema sério?
— Porque ter experiência sexual com sete anos e brincar de boneca e a mesma coisa!
— Sim, o que o doutor não sabe com quem comecei a manter relações sexuais!
— Lauro ficou espantado com o que acabara de ouvir, mil pensamentos se passaram na cabeça dele.
— Como assim? Pode dizer para eu poder entender, e poder te ajudar?
— Nem sei como dizer, doutor, se o arrependimento matasse eu estaria morta, morro de vergonha de lembrar!
— Bom, senhora Laura, por favor, diga com quem?
— Meus amigos de infância, doutor.
— Laura estava querendo se atirar do prédio depois que deixou escapar aquela verdade dolorosa e cruel.
— Foram eles que te forçaram, ou foi vontade sua?
— Foi vontade minha, doutor. Achava tudo normal, sentia curiosidade e vontade às vezes, não entendia porque, mas fiz. E me arrependo mil vezes porque fiz isso, me sinto envergonhada e tenho até pesadelos por causa disso!
— Acalma-te, nada o que fez possa se envergonhar, como eu disse fazer sexo nessa idade ou brincar de bonecas é a mesma coisa. Você era uma criança, feio são adultos como vejo muitos casos de pais abusar de criança com sete anos, padrasto ou até irmãos mais velhos, aí sim! Seria trágico.
Não no seu caso! Não se envergonhe disso, é passado, e se você realmente se arrependeu é sinal de grandeza, agora esqueça o passado e tente levar sua vida normal!
— O senhor tem certeza disso?
— Sim, tenho certeza. Vejo casos de jovens adolescentes, que sofreram abusos de pais e até de padrasto, essas sim, que é preocupante, no seu caso não. Foi apenas uma brincadeira de criança, assim como acreditar em papai Noel, mula sem cabeça, coelhinho da páscoa.
Hoje você é adulta sabe disso o que é real e fantasia, mas precisa se livrar dessa culpa que pode te atrapalhar muito a sua vida!
— Sim, Dr. Entendi que farei o possível!
— E depois o que aconteceu?
— Depois parei, estava crescendo e me tornando uma mulher, mas com aquele peso na minha consciência e nunca mais me envolvi com mais ninguém.
— E quando foi a sua última relação amorosa? Desculpe a pergunta, não é nada pessoal?
— Bom, na verdade, depois que conheci um amigo pela ‘internet’ que se tornou especial na minha vida me dando dicas para eu sair e me divertir, porque até aí eu só ficava trancada em casa. A minha vida era um marasmo. Aí a minha vida mudou!
— Como isso mudou? O que ele tem de tão especial? E como ele se chama?
— Ele se chama Ramon Dias. Eu me sinto bem com a presença dele mesmo que seja há distância. Embora eu nunca a conhecesse pessoalmente, mas há uma grande conexão entre nós que mesmo pela ‘internet’ me sinto perto dele, assim como ele se sente perto de mim.
É difícil explicar, mas a minha vida não é nada sem ele para conversar, por isso que estou aqui em busca de ajuda para entender o que está acontecendo comigo!
— E depois que ele apareceu na sua vida mesmo sendo pela ‘internet’ o que aconteceu de fato a ponto de me dizer que a sua vida não é mais a mesma?
— Bom, encorajada por ele, comecei a me soltar e me envolvi com alguns caras aí, mas todos foram uns fracassos. Admiro tanto meu amigo que acho ele tão perfeito que, na verdade, queria encontrar alguém que fosse igual a ele!
— Porque tinha que ser alguém como ele?
— Ele é meu anjo da guarda, me sinto bem assim, ele é inteligente e sábio mora sozinho e sei lá. Difícil explicar essa sintonia que há entre a gente, doutor!
— Já tiveram algum contato físico? ]
— Ainda não, doutor, mas aí é que está, sinto a presença dele constantemente sem ser tocada, sinto ele dentro de mim, até fazendo amor comigo, não consigo entender porque isso acontece nunca senti nada tão forte assim em toda minha vida. Isso que já me envolvi com muitas caras daqui de perto, mas que nenhum me marcou tanto como esse de agora.
Suponho que estou ficando maluca, por isso não consigo imaginar a minha vida sem ele, a vontade que tenho de ir ao encontro dele, na cidade onde ele mora, doutor!
— Desde quando vocês se conhecem?
— Faz uns três anos, mas antes era só amizade, e mesmo assim eu sentia falta dele quando não falava comigo mesmo sendo nas redes sociais.
— O psiquiatra Lauro ficou pensativo com o que ouviu da sua paciente, e como ele era especialista em realizar regressões a vidas passadas, sentiu poder fazer uma experiência com Laura.
Havia a necessidade em ajudar aquela jovem em sérios apuros e conflitos. Estava esperando ela voltar na próxima sessão e propor-lhe essa experiência. Deu a sessão como encerrada.
— Bom, por hoje estamos encerrando a sessão, mas se quiser continuar realizando um tratamento, terá que vir várias vezes!
— Aceito a sugestão. Quanto eu devo?
— Por hoje não paga nada, e sim, se aceitar realizar um tratamento, aí sim, quando terminar acertamos!
— Farei sim, porque eu preciso!
Enquanto isso Laura lutava com ela mesma, e combatendo seus inimigos dentro dela. Tentando não fazer coisas que ela odiava fazer. Ela sabia o quanto isso a deixava mal. Se sentia em dívida com ela mesma, seu espírito estava sempre em busca de coisas novas, e novos objetivos, mas a pressa de querer ter as coisas para ontem deixava aflita e às vezes desesperada de querer tudo de uma vez, e isso ela não sabia por que acontecia. Era difícil apagar o vulcão prestes a explodir. Laura tinha sérios conflitos com ela mesma, e precisava urgentemente destruir a sua inimiga presa dentro dela. Tinha um espírito evoluído, mas que não estava madura o suficiente para saber entender o significado de tudo que estava acontecendo. embora (sendo) jovem ainda, mas com tantas coisas acontecendo amadureceu precocemente. Mesmo com sua idade de 23 anos, aparentava dezesseis anos. Imatura pela falta de paciê
— É difícil eu explicar, mas sinto que deixei de fazer algo e ficou pelo caminho e que nessa vida preciso completar alguma missão pendente, só não sei o que é. Às vezes me sinto angustiada, sinto fortes dores no peito, e não sei se é física, ou psicológica. É muito confuso para mim, descobrir essa situação que me incomoda muito, porque as coisas têm que ser tão difíceis, muitas vezes sinto-me deprimida e não consigo chorar me expressar meus sentimentos, e acabo guardando dentro de mim como se eu estivesse engolindo um veneno. E isso me faz mal para minha alma, e minha autoestima, e aquele veneno guardado dependendo do dia acabo me explodindo e xingo todos em minha volta. E não resisto à tentação de colocar tudo para fora, e quando grito com meus irmãos que não tem nada a ver com meus problemas e me sinto leve e bem, mas depois me sinto culpada como se eu não quisesse dizer aquilo t
O psiquiatra Lauro deu ordens que quando chegasse sua paciente Laura não queria ser interrompido por nada desse mundo. Tratava-se de um caso especial complicado, e sua assistente entendeu o recado e ela como ninguém sabia da competência dele e da disciplina que ele sabia impor aos seus funcionários. Mas também era generoso e sabia reconhecer o trabalho de todos em sua volta. Ele desmarcou todas as sessões que tinha com outras pacientes alegando um compromisso inadiável. E arrumou bem a sua sala e colocou um perfume agradável, queria que sua paciente se sentisse bem à vontade, e tranquila para dar início ao tratamento. Só estava esperando a hora que ela chegasse, estava ansioso também. Laura, por sua vez, tinha necessidade de colocar aquele peso para fora. Sentia que muita coisa ia mudar na sua vida, mas, por outro lado, tinha medo de ir além dos seus limites. Essa hora ela queria de uma vez
— Fazer regressões as vidas passadas não é só viajar em lindos sonhos e belezas e alegria, há muitas coisas ruins que o ser humano passa em outras vidas, doenças tristezas, mortes, e assim vai! — Estou sim, dá um pouco de medo, mas não vou desistir agora, o medo é que me dá mais prazer. Risos! — Então vamos lá vou contar de um a nove. — No mesmo ritual, Lauro contou lentamente de um até Nove. — Vamos lá voltar em 1960. O que você está vendo nessa época? — Época difícil, eu estou com 56 anos. Estou morando no mesmo lugar no interior do Rio Grande do Sul. Época da ditadura militar fase difícil na política, Em fase de transição. Naquela época não tinha TV. E nós ouvíamos as notícias de tudo que estava acontecendo pelas rádios. Meu pai ainda era
Laura saiu satisfeita com sua experiência. Nunca imaginou que sua vida pudesse ser tão cheia de emoção e saber que foi feliz em outras vidas. Embora sabendo que muita coisa ainda pudesse acontecer, mas estava disposta a enfrentar esse desafio queria conhecer mais dela. E estava adorando essa experiência de voltar a vidas passadas sabendo que foi uma linda italiana em outras vidas, e tudo isso explica porque muitas coisas acontecem nessa vida e ela sabe que já viveu muitas vidas, e estava disposta a descobrir mais. Ela não ia descansar até saber se de fato era mesmo outra raça. Sentiu que a partir daí sua vida poderia dar uma reviravolta. Mesmo assim estava feliz com as novas descobertas. Agora era esperar mais uma semana até o dia da sua nova sessão com seu psiquiatra. Laura estava tendo sonhos como se fosse ter uma regressão espontânea. Desta vez ela não estava tendo uma regressão
A minha vida é um inferno, não tiro aquele rapaz moreno da minha cabeça, mas é proibido, ele me manda flores e bilhetes apaixonados me convidando para fugir para o Egito ou para a Palestina, mas se formos para a Palestina podemos sermos mortos, por causa da guerra entre os judeus e os palestino que envolve muita coisa sobre a religião, mas eu amo ele e se ele me convidar eu vou fugir, eu não aguento mais essa vida de prisioneira. Me sinto sufocada. Passo o dia inteiro trancada chorando e fazendo coisas que eu não gosto, fazer sexo sem vontade sem saber o que é prazer! — E o que mais você está vendo? — Estou traindo meu marido, cheguei ao meu limite, e vamos fugir no dia seguinte! — Como você se chama? — Maria! — E ele como se chama?
Ao voltar do supermercado com sua mãe, Laura se sentiu cansada. Guardou as mercadorias que ajudou sua mãe comprar e almoçou e foi deitar um pouco, sentiu sono à tarde depois do almoço. Estava com muito sono, mal deitou já estava de olhos fechados como se tivesse bebido alguma bebida misturada com algum sonífero de tal tamanho era seu sono. E estranhou que nunca sentiu tanto sono assim. Mal pegou no sono estava conversando com a senhora simpática americana que estava cuidando do seu jardim e de sua horta. Aquela cachorra novamente correndo na direção dela abanando o rabo feliz por ter visto Laura. E olhava atentamente nos olhos dela. E pulou no colo como se ela fosse dona da cachorra para estranheza de Brigitte. — Nossa parece que ela gostou de você mesmo. Ela nunca foi fazer isso, pelo contrário, parecia sentir raiva de todas as pessoas que conversa comigo, é muito estranho isso!
O dia seguiu normalmente para Laura embora triste pelas últimas cenas que ela viu em sua vida passada. Queria um final feliz e não tão traumático como foi. Já não bastava sua vida real que não era lá grandes coisas, e quando chegou à noite tivera mais uma regressão espontânea. E novamente se deparou com a senhora amiga Brigitte. Laura sentiu-se muito feliz ao ver aquela senhora simpática, era tudo que ela precisava depois de um dia tenso em sua vida tumultuada. — O que foi minha jovem, porque está tão triste? — Como a senhora sabe que estou triste? — Não há nada que eu não saiba sobre a sua vida, minha jovem! As coisas que você nem imagina que eu sei a seu respeito! — Como assim? Eu não estou entendendo aonde a senhora quer chegar?